Um novo recomeço escrita por Rafael Horta Scaldaferri


Capítulo 5
Fita 10,Lado A




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Na fita anterior,eu disse que trataria do íntimo das pessoas.E o que é mais íntimo que a opção sexual?Não,não ,quem pensa que vou falar de mim tá errado.Principalmente se você dá trela para aqueles boatos imbecis,pode parar por aí mesmo.E jogue seu preconceito no inferno junto com você,dependendo da sua religião.A garota mais doce,popular e insegura e que mais se detesta que já conheci.Sim,tentei ser amiga dela,e confesso ainda nutro um certo carinho por ela.Bem,depois de eu ter melhorado mentalmente falando.Mas chega de papo furado.Vocês sabem a quem estou me referindo. A oriental mais falsamente adorável mas agora ,sem brincadeira,mais digna de compaixão que já vi.Um lindo nome.Uma linda pele.Uma voz melodiosa.,Sim,você mesmo,Courtney Crimsen

Courtney,o que foi aquilo que vi?Depois de me expor e espalhar boatos a meu respeito para esconder sua homossexualidade e eu sei que você tem um certo crush em mim,pelo que percebi,no tribunal,você me defendeu.Nunca esperava que você fizesse isso,mas muito obrigada.Naquele dia,você deixou de não gostar de você mesma né?Eu te falei,para você não me usar de escudo para se esconder de você.Isso te fez bem melhor.E o apoio no baile que vocês fizeram para mim.Meu Deus,realmente chorei de alegria.Me surpreendi de verdade.Mas algo me deixa triste.Vocês poderiam ter feito isso antes de eu ter tentando fazer aquela loucura,que por muito pouco,repito não se concretizou.Será que você percebeu que não vale a pena sustentar uma imagem perfeita,sendo que isso pode não refletir o que você é de verdade?Minha querida Courtney,acho que você finalmente entendeu,depois de muito custo,que quem não é sincero consigo,não o pode ser para os outros.

Eu queria que vocês pensassem que eu morri por um tempo.Visitei até o memorial no meu armário que fizeram para mim.Achei lindo,mas senti uma pitada de remorso e até hipocrisia em algumas mensagens.Afinal teve gente que só parou para fazer selfie no Instagram e pagar de falso saudosista.Disso eu não gosto.Não gosto de gente aproveitadora,como você foi.Vejo que não é mais.Mas lembro dos momentos que a gente teve.Se lembro.Foram breves,mas divertidos.Bebemos muito naquele dia não?Talvez,até demais rsrs..É,aquele dia em que íamos pegar o meu stalker rsrs Acabou que era o Tyler,puxa vida...E culminou naquele beijo que causou todo aquele estrago.Não te culpo nesse sentido.Fiquei muito mais chateada com os boatos que espalhou.Mas como tudo tem uma segunda chance,talvez uma hora possamos conversar.Até vejo que está com uma namorada,Finalmente se assumiu Acho que temos que ter mesmo esses momentos de revelar quem somos,sem medo do julgamento dos outros...Embora eu seja uma pessoa assim...Alguém com medo do pensamento dos outros..O Clay não.Ele é o que é e pronto.Nerd,um pouco deslocado,tímido,mas é a pessoa mais gentil e doce que já conheci.Você foi bem amável com ele e agradeço.Ele até te levou a lápide,que se quer que eu fale,está vazia.Não há nada lá,onde deveria estar meu corpo.Mais uma prova que estou aqui ,viva nessas gravações e viva na cidade.Uma hora talvez a gente se fale.Só de você já ter dado apoio ao Clay,subiu no meu conceito de novo.Quem sabe nos veremos mais cedo que espera...

As palavras de Hannah calavam mais e mais fundo para Clay,dessa vez.Ela realmente dizia como se presenciasse cada passo de cada pessoa retratada.Como ela mesmo disse em seu encontro no cinema:Ela não podia aparecer para todo mundo ainda.E assim ela vivia,viva,mas com exceção de pessoas mais chegadas e que ela estava disposta a perdoar,como uma sombra,uma névoa,que pairava sobre Liberty High e sobre a cidade de Crestmont.Não podia negar que estava feliz por que ve-la viva e bem.Mas as fitas também mostravam uma Hannah em recuperação,lutando cada vez mais para tanto aplacar a dor que a afligia,de perdoar quem a machucou e também de se estruturar como pessoa novamente.Ele pensava,quando viu alguém se aproximando.A diretora do Conselho de alunos,Courtney Crimsen

—Oi Clay..Você está bem?

—Sim,Courtney..to..to..legal

—Aqui,você escutou..bem..você sabe ...

—As novas fitas..Sim,estou..-Mas-Porque quer saber disso?

—Por nada,é que...Eu fiquei surpresa ao ver que a Hannah sobreviveu.

—Você e quase todo mundo,igual da outra vez

—Quase mesmo,Clay-disse ela gentil.Com exceção de três pessoas.Três não,quatro

—Quem são?

— Bem,você deve saber.A ordem é quase igual.Mas de nós,só não passou pelo Marcus

—É.Aquele cara nem aparece mais aqui

—E que fique bem longe-disse Courtney,com um tom estranhamente rancoroso.Mas deixa para lá.Só quis ver se você tava bem e se estava...errr....escutando as fitas...

—Entendi.Mas onde quer chegar?

—Você tem tempo?-perguntou ela,gentil

—Agora eu estou livre.Só tenho aula de Espanhol daqui há uma hora.

—Tá.Eu também to livre.Senta aí que eu te conto-E começou-Bom,como você sabe ,fui eu que dei a notícia da morte da Hannah ao conselho estudantil há um ano.Mas..eu nem fazia ideia que ela tinha saído do hospital.Imaginei que cortando os pulsos daquela maneira,não teria como ela sobreviver.E eu..eu..fiquei pensando,você sabe,naquilo que ela me falou quando fiz aquela sacanagem com ela.

—Eu sei do que você está falando Courtney.Dos boatos..

—É,é-Ela abaixou a cabeça-Isso,dos boatos.Espalhei esse monte de bobagens só pra não me assumir.Para não arranhar a minha imagem perfeita.Curioso,né Clay? Quando você tem pais gays e é o primeiro a não se assumir.O primeiro a ter rejeição com você mesmo.Eu era assim.Até ...que ...a Hannah me abriu os olhos.Mas já era tarde-e ela chorou.Sua voz fina ficou embargada-Eu mesma tentei impedir as fitas,insultei a Hannah,chamei-a de vadia por atenção e olha,mesmo quando você me levou ao cemitério,não conseguia abdicar desse orgulho.

—Imagino que estava com medo.Mas não tinha direito de joga-la no fogo assim

—E você tá totalmente certo-disse ela,baixando a cabeça-Desde aquele dia,pensei melhor naquilo tudo que ela falara nas fitas,nas duas,e vi o quão mesquinha eu fui.Eu sei que essa escola é cruel com quem é homossexual,mas meu medo,minha insegurança..Não me dava o direito de...usa-la,daquela maneira...

—Por que me conta isso?

—Clay,você é legal.Muita gente já te falou isso:E no baile,você tava tão triste,tão só,pensando que ela havia partido..Eu mesma comecei a sentir um aperto muito grande aqui-e apontou para o coração.Aquele memorial foi ideia minha,de ínicio. Eu achei que tiraria um pouco desse peso das minhas costas se fizesse algo por ela.E ela..pelo pouco tempo foi uma boa amiga.E o que fiz:Para me proteger,joguei-a no fogo.E bem,agora estou me abrindo com você.Eu acho que você é alguém que posso confiar..

—Mas no tribunal você agiu diferente-e deu um sorriso-Não fique se culpando

—Eu sei-disse ela,enxugando as lágrimas-Ali,acho que fui pela primeira vez eu mesma.E eu queria poder ajudar você.E se me permite,queria rever a Hannah.E pedir desculpas.De repente uma mensagem no celular.Espera Clay,só um minuto.Era de um número que era..da Hannah!

Courtney,se você quiser podemos nos ver.Temos muito a esclarecer.É bom ver que agora não precisa mais de um escudo para esconder de quem você .é.Fico feliz que se aceitou.Me encontre no Rosie as oito.P.S:Não espalhe para ninguém esse encontro

Hannah

Courtney pensou:A Hannah:Não,não podia ser.Será que os rumores dela estar viva são verdadeiros?Mas se sim,se as fitas diziam a verdade,onde ela estaria?

— Algum problema,Courtney?-Clay viu o nervosismo da garota

—Não nada Clay.Acabei de receber uma mensagem e tenho de encontrar alguém

—É da Hannah não é?

—Não,não..Como você sabe?

— Vi o jeito apreensivo que ficou.Você tem medo de encontrá-la.

—Para ser sincera,tenho sim.Depois de tudo que fiz com ela,acabei sendo egoísta,falsa,hipócrita e ela sempre foi muito carinhosa comigo.Não sei como vou ter vergonha de encará-la novamente,Ainda mais que fui eu que dei a notícia da morte dela

—E agora que sabe que está viva,está com medo.Me fala Courtney,como é se encarar pela primeira vez?

— Por que está sendo assim,Clay?-disse ela,evasiva-Você quer saber como é...

— Courtney,você assumiu que é lésbica.E foi com medo disso que prejudicou a Hannah.Não sei o nojo que fiquei de você depois que fiquei sabendo disso.Tudo para garantir sua imagem perfeita.Acabamos de falar isso.

— Não ouse me julgar Clay!-ela disse,irritada-Eu não me orgulho nem um pouco do que fiz,mas não precisa ser tão grosseiro

— Desculpa,não foi minha intenção-disse ele,gentil

— Não tem problema.Mas nada do que você falou é mentira.É estranho para quem foi adotada por pais gays ter esse tipo de atitude,você não acha:Acho que é por isso que a Hannah me chamou da oriental mais doce e que mais se detesta que ela já conheceu.Por que efetivamente era isso.Eu não gostava de quem eu era.Eu projetava aos outros o que eu queria que eles imaginassem que eu sou.Agora que sou diretora,procuro agir de uma forma mais sincera,transparente,pelo menos tento..

— Por isso ,acho que esse encontro com ela necessário.A Hannah vai saber te ouvir.Eu sei disso

— Eu confio no que diz Clay. Acho que é melhor a gente se ajudar uns aos outros.Como no baile?

—É,como no baile.Você foi um dos que me abraçou.Muito obrigado

—Não há de que.É difícil admitir,mas acho que agora estamos vendo o que é amizade mesmo

—Graças a Hannah

—É,graças a ela.Mas ela também precisa e quer ser ajudada ,pelo que ouvi...

—Hannah..Você tá tão machucada,ferida,e eu queria poder consertar esses ferimentos em seu coração...-disse ele baixinho

—Não é só você Clay. Todos nós pensamos que devemos montar o que nós quebramos

—É.E foram todos nós.Como cada um tirasse um tijolinho

—Mas podemos montar todos juntos-disse ela,entusiasmada-Não era aquela doçura forçada,mas em um tom genuíno.Até mais!

E no caminho para casa,Clay encontrou sua mãe,Lainie,conversando com a mãe de Hannah,Olivia.Elas tinham se dado muito bem desde muito tempo e depois do caso,ficaram mais e mais próximas.Olivia sentia um alívio da filha estar viva,mesmo que não ficasse todo tempo em casa.No entanto,também percebia que a filha se mostrava pouco,só para algumas pessoas e lugares.Parecia não querer que todos soubessem que todo o funeral foi um mero teatro.Tirou a fita e continuou a ouvir:

É engraçado como as vezes temos que nos esconder e mostrar ao mundo quem os outros querem que a gente veja.E você Court,sim vou chama -la assim de agora em diante,é o mais claro exemplo disso.Você se escondeu de quem você era por muito tempo e isso não te fez feliz.Para se resguardar,sacrificou a mim.Eu,ainda repito,queria ser mesmo sua amiga e ainda mesmo que pouco me considero.Talvez seja uma hora de um novo recomeço para nós duas.Não gostava de ver você triste,até lhe dei um beijo para que se acalmasse,ainda que não goste de garotas para namoro ou sexo.Via que seu pior inimigo e sua ameaça principal não era eu,mas você mesma.O medo te tolheu,te escravizou e quando fazemos as coisas com isso,jogamos no fogo até quem mais nos acolheu e amou.Você foi covarde e sabe disso.Tanto que seu depoimento no tribunal deu a entender que ali você se libertava de todas as amarras que você mesma construiu.Igual naquele conto que estudamos na aula de Literatura ,sabe,o Conto de Natal,do Dickens,acho que esse é o nome.O fantasma lá,construiu as correntes com suas próprias ações e quantas vezes a gente se sente com o cara lá do Apanhador do Campo de Centeio:Eu me senti..A tristeza,a mágoa e a decepção foram minhas correntes Court.Correntes que estão pesadas de carregar e mais dificeis ainda de romper.Eu estou viva sim,mas ainda falta um bom pedaço para dizer que vivo,de fato.

Viver é algo difícil,Courtney,Ainda mais ser como somos de verdade.Nos mostrar,dar cara a tapa ,não ligar para o que dizem de nós.Bom,essa última parte eu ainda sou bem aprendiz,porque você deve saber muito bem como minha reputação ficou abalada devido a vários episódios.Episódios que no final,eu tinha menos culpa do que as pessoas achavam que eu tinha.Eu não sei como fazer isso,mas com certeza nunca me escondi de quem eu sou.Posso me esconder do mundo,das pessoas,mas jamais da minha personalidade,do meu ser.O que gosto,gosto,O que detesto,detesto. Simples assim.Por que as vezes isso é tão complicado Courtney:E eu entenderia se fosse em outro meio,mas como alguém que foi criado por pais gays,ou homoafetivos,como eles falam,ter esse tipo de problema:E mais,como consegue se manter toda perfeitinha,doce,a menina exemplar,mas por trás se mostra covarde,sonsa,aproveitadora e interesseira:Imagem não é tudo minha querida e se não corresponde a realidade,não passa de um verniz bonito,mas superficial.Como aquelas propagandas que o produto é lindo na tv e uma verdadeira tranqueira quando ao vivo.É a mesma coisa.E isso você era.Te dava carona na festa,mas chegando lá você nem me dava atenção.Isso quando não me usava de escudo ou aproveitava da minha carona.Mas calma,não vou apenas criticar.As mudanças que você passou são dignas de elogios.A gente vai se ver de novo Courtney e espero,agora você deixar eu ser sua amiga,já que não tem mais motivos de temer ou de esconder de você mesma.E eu quero isso..Até mais...

O Rosie não estava muito cheio naquele dia,mas alguns alunos estavam lá.Felizmente,eles não conheciam Hannah. Courtney estava lá,sentada em uma mesa próxima da porta.Tinha pedido um sundae de chocolate.Pela porta ,entrou uma moça usando botas,um vestido florido,e cabelos longos e ruivos.Usava óculos. Courtney achou aquilo tolice,já que Hannah havia morrido.Como poderia ser ela:Era alguém fazendo uma piada.O relógio deu oito horas.E a moça se aproximou. Courtney disse:

—Quer se sentar moça?-disse ela,do jeito doce de sempre

—Obrigada.Você está esperando alguém?

—Sim,uma..é..amiga..combinou que nos encontrarmos aqui

—Entendo.E como ela é?

—Bom,ela é..assim,bem diferente de você...Você é a aluna nova não é:Lily é seu nome né?

—Isso,Lily Smith

—Prazer.Courtney Crimsen

—Mas me diga mais dessa sua amiga.

—Bom,ela teoricamente,morreu.Mas recebi uma mensagem dizendo que era ela.Eu..não consigo falar dela,Lily.É muito doloroso.Acabei que eu não fui tão amiga dela quando ela precisava.

— Morreu de que?

—Dizem que se suicidou,cortando os pulsos.Mas ouvi por ai ter gente que teve contato com ela.Inclusive um garoto que era muito amigo dela.O Clay Jensen.Eu gosto muito dele também,é um cara legal.Não como a maioria de babacas dessa escola

—Já ouvi falar dele-disse Lily.É um rapaz assim meio nerd,educado,não é?Tenho uma migos que estudam na classe dele..

—É,sim.De cabelos pretos,meio pálido,mas é um amor de menino.Ele gostava muito da Hannah.

—Entendo.-disse a garota,ajeitando os óculos escuros

—Olha,eu sei que você não tem nada a ver dos meus problemas,mas gostei de você.Achei você uma garota bacana.Mas eu sinto ,estou esperando a Hannah .Acho que vou embora-o relógio marcava nove horas.O Rosie estava ficando vazio

—Espera,não vá ainda.Se você pudesse dizer algo a essa sua amiga,o que diria?

—Bem,eu pediria desculpas por ter agido da forma que agi,de ter contribuído para partida dela e esperava que a gente pudesse ser amigas de novo.Afinal,ela é uma das poucas que não me atacou ou discriminou por eu ser...ser...por gostar de garotas.

—Compreendo .Ela te aceitou tal como você é.É meio raro isso hoje em dia..Ah,mas..O Rosie está vazio né?-ela tentou mudar de assunto-Parece que me falaram que o movimento não ia ser muito grande

—Meio de semana é assim.Ainda mais que daqui a um tempo é época de prova.Bom,eu tenho que ir.

—Tem certeza Courtney?Vamos conversar mais um pouco.

—Tá-olhou no relógio-Uma parte dela queria ficar,por ter encontrado alguém para conversar de forma franca

E conversaram muito,até que um momento,Courtney disse:

—Ela não veio.Na certa foi um trote.

— Será mesmo?E se quem sabe,você já conversou com a Hannah e não percebeu?

—Como assim?Como eu ia conversar quando alguém que não mais está aqui?Você tá maluca Lily?

—Não,não estou louca-disse a garota,puxando os cabelos ruivos-Não é porque você não vê,que não existe Courtney-Ela ia ficar orgulhosa de tudo que me contou.Por que não conta diretamente a ela..ou melhor a mim...

—Verdade,você me lembra alguém...Não sei,mas agora sinto que...E espera,você disse a mim?A você?

—Sim,a mim.Seu coração não mente Courtney. E não foi nenhuma piada ou brincadeira.Hannah Baker,está viva sim

—Mas onde ...

—Aqui,bem na sua frente-E Lily,ou melhor Hannah,retirou os óculos. Courtney reconheceu aqueles olhos azuis de longe.Hannah não era só uma amiga,era alguém em quem havia tido um crush.As pessoas usam máscaras diariamente,eu apenas levei isso a outro nível,Court-e retirou a peruca,revelando os cabelos castanhos e longos.

—Não é possível!Eu estava conversando com você o tempo todo!-a reação dela era de surpresa,alegria e um pouco de estranheza

—Sim.Lily Smith é um alterego que uso as vezes.Mas prometa que não vai espalhar pela escola.Eu escolhi hoje porque sabia que o Rosie s estava mais vazio.E com a garantia de certas pessoas não saberem disso.

—Eu não vou espalhar,prometo.Hannah,me desculpe pelo que eu fiz,me perdoe,eu não sei como..

—Tudo bem,Courtney,tudo bem-ela lhe deu um sorriso-Tudo que você tinha de contar você já contou.Mas fico feliz ao ver que não tem mais vergonha de ser quem você é.Acho que agora podemos ser amigas sim.

—Amigas?

—Amigas-e as duas se abraçaram-Mas-disse Hannah-eu devo dizer que eu já te perdoei pelo apoio que você deu ao Clay no baile que vocês fizeram para mim.Coitadinho,ela tava sofrendo tanto.Mas eu não podia me mostrar ainda

—Hannah,você tem consciência do rebuliço que sua morte,causou?

—Tenho,tenho sim.Mas eu peço desculpas por isso.A única coisa que quero é viver novamente,sem medo de ser..maltratada,pisada,enganada. Courtney,não duvide agora como duvidou de mim tantas vezes.Você achou que o estupro meu e da Jess foi inventado.Eu lhe peço por favor,agora que reatamos,não fale do que você não sabe.Não faz ideia do horror que é isso.E pode ter certeza.Você fica congelada ,sem reação,não tem forças nem para falar ou gritar.Eu vi tudo isso,Courtney.Eu VIVI.

—O que tenho a dizer:Nada:Errei demais com você.Talvez nem mereça ser sua amiga mais.Eu duvidei de você até depois de morta,digamos assim.E agora que você está aqui,não sei nem mesmo te responder

—Não precisa.Apenas entender e não me julgar já está bom para mim-disse Hannah-Você quer alguma coisa?Não comemos nada

—Olha,eu aceito sim.Dois hambúrgeres está bom para você?

—Tudo bem.Geralmente eu como mais salada,mas uma exceção não faz mal-E acho que vou querer aquele milk-shake trufado tão famoso daqui.

Parecia que era o começo de tudo. Courtney agora mais livre e solta,falava com Hannah sobre sua nova namorada,Tomiko Sato,uma descendente de japoneses que entrara na escola recentemente.Hannah contava de seu disfarce,que poucas pessoas sabiam.Agora,com ela,eram 8 pessoas que sabiam que ela estava de volta:Seus pais,Jess,Alex,Zach,Clay ,Tony,Kat e ela.E na verdade,ela preferia assim.Sua existência só interessaria para aqueles que ela queria manter ou perdoar.Hannah sentia que como seu psicólogo falou,o Dr Barnes,que poderia começar a voltar a confiar nas pessoas.....

 


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