Quando eu tinha aproximadamente oito anos eu me apaixonei pela primeira vez. Ele era um dos meus melhores amigos, era sempre irritante que os amigos dele tiravam sarro dele por ser amigo de uma garota, mas ele não se importava. Nos sempre brincávamos de pega-pega juntos, várias vezes ele deixava os amigos dele para lanchar comigo e um dia ele até me deu um beijo na bochecha. Esse breve relacionamento acabou quando eu mudei de cidade, mas ainda guardo lembranças desse primeiro amor com tanto carinho, até hoje me vem flashes de momentos que vivemos juntos. Lembro que logo que mudei de cidade fiquei arrasada por não poder vê-lo mais, estava decidida que jamais me interessaria por outro garoto e foi o que aconteceu. Pelo menos por um tempo...

~Quatro anos depois~

Curiosamente eu fui a última das garotas da minha idade a começar a me interessar por garotos. Enquanto todas as outras garotas entre onze e doze anos estavam sempre com revistas de celebridades falando dos atores e cantores que eram seus “celebrity crush” e eu só queria conversar sobre a série que assisti ontem. Lembro-me que me irritava quando o assunto da série mudava para quem era bonito e atuava nela.  Desde aquele garoto de quando era mais nova, eu nunca me interessei por mais ninguém, e sempre que me perguntavam eu respondia que nunca tinha tido a experiência de primeiro amor, pois aparentemente entre as garotas da minha idade “namoradinho de infância” não conta. Até que fiz meus quinze anos, primeiro ano do ensino médio foi ai que aconteceu pela primeira vez. Eu nem reparava que sempre que eu corria os olhos pela sala os meus olhos acabavam se fixando nele. Eu devia ter prestado mais atenção nas minhas ações, mas era a primeira vez que me apaixonava e verdade na vida. Era tudo muito novo para mim. Só sei que quando me dei conta, cada vez que o sinal tocava anunciando final da aula eu já jogava todo meu material na mochila, driblava minhas amigas e sai o mais rápido possível da escola para chegar na minha casa. E tudo isso por que? Eu moro em uma casa pequena, mas de dois andares. Meu quarto fica no segundo andar e acabei descobrindo que o caminho que o garoto que eu gostava usava para ir pra casa dele passava pela rua da minha casa. Simples assim eu criei o hábito de sempre sair correndo da escola só para ter o prazer observa-lo secretamente do segundo andar da minha casa. Naquela época eu fantasiava antes de dormir ser invisível para poder segui-lo em segredo até a sua casa e ver o que ele fazia sozinho em casa. Essa paixão durou por dois anos aproximadamente, infelizmente ele trocou de escola, até hoje ainda esbarro com ele na rua por morarmos em uma cidade pequena, e é sempre estranho, não nos cumprimentamos, fingimos que somos dois estranhos mas se algum terceiro observasse a cena, saberia claramente que somos dois conhecidos tentando fingir que nunca existiu nada entre nós.

Eu achava que essa paixão obsessiva que tive por ele na minha adolescência era justamente por ele ser meu primeiro amor depois de ter me tornado adolescente, mas é só uma questão de tempo para eu entender que eu realmente me torno outra pessoa quando estou apaixonada. E assim com os passar dos anos vão vir para me mostrar que eu, Rebecca Stevens sou realmente uma Stalker.