Bella sempre foi uma sonhadora... Ela só não imaginava que um dia poderia ter muito mais do que sempre sonhou. 

—Feliz Aniversário! – Ela abriu a porta do apartamento e o namorado estava parado, de terno e segurando um vaso de orquídeas azuis.

—Onde foi parar o meu caubói? – Ela ficou na ponta dos pés para beijá-lo.

—Ainda estou aqui. – Com a mão livre ele apertou a cintura dela e distribuiu beijos do pescoço até o ombro nu dela. – A idade está te fazendo muito bem. – Quase um mês sem se verem e os dois estavam subindo pelas paredes. – Temos tempo para uma comemoração mais íntima? – Bella suspirou.

—Não quero correr o risco de nossas famílias ficarem sozinhas. Separados já são doidos, imagina juntos e sem supervisão? – Pegou as flores da mão dele e colocou em cima da mesinha de centro. – Ficaram lindas.

—Você que está linda. – Edward a abraçou por trás e beijou a nuca dela. – Certeza mesmo que não podemos demorar uns 30 minutos? – Ela sorriu negando. Ela precisaria de horas para poder matar a saudade.

—Por que está de terno? – Mudou para um assunto mais neutro.

—Para impressionar seus pais e o seu padrasto. O cara não é tipo um ricaço? – Bella tinha ficado impressionada com a casa do namorado na mãe. Ele tinha muito dinheiro, é verdade, mas nada se comparava com a forma que ele tratava Renée. Bella ficou muito feliz em ver como a mãe era amada. Phill a tratava como uma rainha e foi muito gentil com Bella.

—Ele é legal e não se importa com essas coisas. E você já impressionou a Sue e o meu pai.

—Falta a sua mãe.

—Minha mãe vai te amar. Ela sempre pergunta por você. 

—Acha que devo trocar de roupa? – Perguntou se sentindo ridículo com aquela roupa.

—Está confortável assim? Quero que se sinta bem. Não precisa se vestir para agradar ninguém. Mas se quer mesmo a minha opinião... Prefiro você sem nada. – Ela piscou e Edward não conseguiu mais se controlar. Ele a pegou no colo e ela soltou um gritinho de surpresa.

—Nossas famílias que se virem sozinhas. Eu quero você. – Rosnou e a levou até o quarto. – A propósito, também prefiro você sem nada. – Acrescentou antes de se despirem.

[...]

  -Acho isso uma péssima ideia. – Seth se recusava a entrar.

—Ela não é a bruxa má. – Charlie também não estava certo se aquilo era uma boa ideia, mas como era o aniversário da filha, ele não a decepcionaria.

—Eu que não vou arriscar a comer nenhuma maçã. – Ele estava prestes a protestar, mas então viu algo que o fez sorrir.

—Alguém já disse que você reclama demais? – Seth gargalhou com a pergunta e abraçou o novo amigo.

—Não acredito que você veio, Vovô. – Ele tentou não sorrir para o garoto, mas a alegria dele era muito contagiante.

—Eles acham que sou uma criança. Não posso mais ficar sozinho.

—Ninguém acha isso. – Alice resolveu intervir.

—Acham sim. – Protestou fazendo uma careta. – Não querem que eu faça nada de errado e me trazem para perto do garoto que é uma influência terrível.

—O que você aprontou, Seth? – Charlie encarou o filho, que engoliu em seco.  

—Nada, pai. Vou fazer as apresentações. – Mudou de assunto. – Pai, mãe, essa é a Alice, o Vovô, a Esme e o Carlisle. Esses são os meus pais, Charlie e Sue. – Ele se afastou deixando que eles se cumprimentassem.

—Vocês têm filhos maravilhosos. – Esme elogiou.

—E onde está a aniversariante? – Edward tinha os deixado no hotel e foi buscar Bella, eles deveriam se encontrar na casa de Phill. Bella queria chegar cedo para recepcionar os convidados e evitar uma possível guerra entre as famílias. Mas as coisas não saíram como planejado... Saíram melhores.

—Oi pessoal. – Bella os cumprimentou com um sorriso que não escondia o motivo do atraso deles.

—E eu que achava que ele não gostasse de mulher. – Vovô estava feliz por estar enganado.

—Eu preferia que ele não gostasse. – Charlie encarou o genro e Bella resolveu ignorar o pai e foi receber os cumprimentos da família. Sim, ela considerava família de Edward como sua família também.

—Estou feliz por todos terem vindo. E me desculpem pelo atraso.

—Se estavam providenciando mais um Cullen está tudo certo. – Vovô piscou para o casal.

—Vamos entrar? – Sue falou antes que o marido tivesse um ataque.

—Tem certeza de que é seguro? – Seth falou olhando para a fachada da casa. – Nossa! É uma casa e tanto. Oh, Bella, seu padrasto é tipo um milionário?

—Espero que se comporte, Seth. – Alertou apontando o dedo para o irmão. – E ele ainda é só o namorado da minha mãe, mas sim, ele é tipo um milionário.

—Não se preocupe, Bella, vou garantir que os dois se comportem. 

—Eu não falei nada. – Charlie reclamou ainda encarando o genro.

—Então pare de olhar para o Edward como se quisesse matá-lo. - Sue o repreendeu.

—Devo fingir que não sei o que eles estavam fazendo?

—Providenciando um bebê Cullen. – Vovô esclareceu para o caso de Charlie ainda estar em dúvida. – Esses dois não param. Peguei eles até no chiqueiro. – Sue sufocou uma risada, enquanto, que Carlisle, Esme e Alice não tiveram a mesma sorte.

—Quer se explicar Isabella? E você, Seth? Foi para o rancho para fazer o quê?

—Me divertir. – O garoto estava com os olhos fixos na enorme piscina. – Bella, pede pro seu padrasto me deixar nadar. Essa casa é demais. Sua mãe deu muita sorte. – Charlie o cutucou.

—Garoto, tenha modos. O que eles vão pensar? – Apontou para os Cullen.

—Não se preocupe conosco. E a questão no esterco no carro dos McAdams já foi resolvida e esquecida. – Charlie olhou para Carlisle sem entender.

—Podemos só focar no aniversário da Bella? – Edward perguntou passando o braço em volta da cintura da namorada.

—Concordo totalmente com o meu genro. – Renée se aproximou do grupo e estendeu a mão para cumprimentar Edward. – É um prazer conhecê-lo.

—O prazer é todo meu. – Deu um beijo no dorso da mão dela. Charlie bufou. Ele tinha esperanças de que Renée ficasse do lado dela, mas ela também tinha sido laçada por Edward.

—Que encantador. – Ela sorriu para ele. – Sejam todos bem-vindos e obrigada por terem vindo. É um dia de muita alegria para nós. - Angela parou ao lado dela e ajudou a levar os Cullen até as mesas. – Charlie, como vai? – Ele se espantou com a cordialidade da ex. – Olá Sue.

—Renée. – Sue deu um abraço rápido nela e Seth prendeu a respiração, temendo pela segurança da mãe.

—E você deve ser o Seth. – Ela olhou para o garoto, que pareceu ter cinco anos e quis se esconder atrás da mãe. Era a primeira vez que ele realmente via Renée de perto. Nas outras ocasiões ele se manteve longe, por orientação dos pais. – A Bella fala muito bem de você.

—Eu amo a minha irmã. – Falou com orgulho.

—Obrigada por cuidar tão bem dela. Phill disse que se você quiser pode aproveitar a piscina. – Bella balançou a cabeça o incentivando a ir.

—Vou cumprimentar o Emmett. – Edward avisou dando um beijo na testa da namorada. Ele sabia que eles precisavam de um momento de reconciliação e não queria se intrometer na conversa deles.

—Você está bem com isso, Renée? – Apontou para Edward.

—Sei que nem sempre fui a maior defensora da instituição do casamento. – Ela sempre o pediu para ficar de olho na filha e não deixar que nenhum garoto a magoasse. – Só quero o bem da Bella. – Ela apertou a mão da mãe agradecendo o apoio.

—Todos nós queremos. – Sue segurou a outra mão da filha. – Estamos felizes por ter encontrado alguém que a faça tão feliz.

—Todos merecem a felicidade. – Renée completou.

—Ah, que ótimo. – Charlie ergueu as mãos derrotado. Estavam todos contra ele.

—Você não quer a felicidade da nossa filha? – Renée falou incluindo Sue no nossa. Bella fungou segurando as lágrimas. Era tão bom ver as mães juntas. Agora ela poderia chamar Sue de mãe sem sentir medo de estar traindo Renée.

—É claro que quero. Só não quero vê-la se mudando pro outro lado do país.

—Pai.  – Ela soltou as mãos das mães e foi até o pai o abraçando. – Já falamos sobre isso. Não vamos nos preocupar com o futuro. E, bem, se eu me mudar para o Texas. – A ideia não a amedrontava tanto mais. – Você vai ter que ir para lá sempre. Alguém precisa ficar de olho nesse seu filho. – Os dois olharam para Seth que estava conversando com Phill, o garoto estava muito animado olhando para a piscina.

—Certo, Princesa. – Beijou a testa dela.

—Obrigado por deixarem as diferenças de lado. Esse é o melhor aniversário de todos.

—Queria pedir desculpas a todos vocês. Sei que não fui uma pessoa muito compreensiva, mas espero que possamos deixar o passado e as desavenças de lado.

—Também tive minha parcela de culpa. – Charlie sabia que ele não foi o companheiro que Renée merecia.

—Que bom que estamos bem. – Sue estava pronta para se lançar em alguma briga se fosse preciso, mas estava satisfeita, por aparentemente, não ter que fazer. - Agora se me dão licença, vou livrar o seu namorado do meu filho antes que ele coloque tudo por água abaixo.

[...]

—Então você é mega rico? – Seth estava impressionado por Phill ter uma quadra de tênis e um cinema na casa dele.

—Não tenho do que reclamar. – Deu de ombros. – Dinheiro para mim não é nada. O importante mesmo é ter alguém para amar.

—Você tem filhos?

—Infelizmente, não. Mas espero que um dia a Bella possa me considerar como um segundo pai. Eu amo a mãe dela, muito mesmo.

—Eu tenho medo da mãe dela. – Confessou baixinho.

—Renée é maravilhosa, você só precisa conhecê-la.

—Talvez. Foi muito legal deixar a Bella fazer a festa dela aqui.

—Quero vê-la feliz. Ela e a mãe dela.

—Sabe o que deixaria a Bella muito feliz? – Phill inclinou a cabeça interessado no que Seth estava prestes a revelar. – Se você me convidasse para vir a sua casa de vez enquanto. Tipo, umas três vezes na semana. Isso quando eu não estiver no rancho. – Avisou e Phill riu.

—Se é pela felicidade da Bella, vocês está mais do que convidado.

—Seth! – Sue ralhou com o filho sem se preocupar com um motivo.

— Não fiz nada. – Se defendeu erguendo as mãos. – Mãe, esse é o Phill. E ele é muitooo legal.

—Olá. – Ela sorriu para ele.

—Olá, Sue. Seu filho é ótimo. Renée fala muito bem de vocês.

—Fala? – Perguntou surpresa.

—Aqui vai um segredo. – Ele baixou o tom de voz. – Ela gosta muito de você. É grata por você cuidar tão bem da filha dela. – Sue estava surpresa com aquilo. Talvez aquele fosse o dia das surpresas.

—Acho que preciso te dar algumas dicas para sobreviver nessa família. – O filho tinha razão, Phill era muito legal.

[...]

—Que milagre ter deixado o rancho. – Emmett provocou o amigo. Ele estava agarrado a esposa. Edward achava demonstrações de afeto como a deles algo totalmente impróprio. Mas isso foi antes de Bella. Ele gostaria de estar agarrado a ela naquele momento, não importando o lugar. Se fosse em particular, melhor ainda. Não queria que o sogro ou os pais vissem o que ele realmente queria fazer com a namorada. – Pensando em fixar residência no Arizona?

—Até parece que você não sabe do que um homem apaixonado é capaz de fazer. – Rosalie comentou e as palavras atingiram Edward em cheio.

—Acha que ele está apaixonado? – Os dois conversavam ignorando Edward. E ele achou isso bom, pois não era capaz de dizer uma palavra. Estava pensando no que Rosalie disse. O que ele sentia por Bella era diferente de tudo que já tinha sentido, mas será que isso seria amor? Ele a procurou e sorriu ao vê-la feliz com os pais. Sim, ele a amava.

Aquela constatação trouxe um misto de sentimentos. Felicidade por finalmente entender não só o que era amor, mas o que estava sentindo. Ansiedade. Ele queria correr até Bella e se declarar e amá-la para sempre. E, também trouxe medo. Medo de que ela não sentisse o mesmo e partisse o abandonando. E agora que ele sabia o que era amar, duvidava que fosse capaz de se recuperar.

—Ele está totalmente apaixonado. – Emmett constatou o tirando dos pensamentos. Colocou a mão no ombro dele. – Ela não é a Victoria. – Emmett sabia que o amigo estava com medo dos sentimentos e não o deixaria desistir do amor.

—E se ela não me quiser? – Rosalie bufou.

—Homem! Por que demoram tanto para enxergar as coisas? – Perguntou exasperada. – Ela te ama. Isso está estampado na cara dela. – Ele não pareceu acreditar, o que Rosalie bufar de novo. – Quando a sua irmã nos contratou e pediu para a Bella ir pessoalmente ao rancho, ela odiou isso. Não queria ficar indo para o meio do nada. Mas como ela é uma profissional incrível, ela foi. Angie, um minuto, por favor. – Chamou a amiga e ela veio sorridente. – Como nossa amada chefe estava quando voltou do rancho pela primeira vez?

—Irritada por causa de um certo caubói que disse que poderia fazer o trabalho dela em cinco minutos. – Olhou o repreendendo. – E por trás da irritação, ela tinha um brilho diferente. Como se tivesse encontrado algum tesouro secreto.

—Exatamente! – Rosalie confirmou. Edward e Emmett as olharam sem entender. – Quando a Bella voltava de um encontro fracasso ela ficava arrasada, porque achava que nunca iria encontrar o amor. Mas quando ela nos contou sobre o encontro desastroso que teve depois de te conhecer, ela não estava triste.

—Parecia que ela estava aliviada por ter dado errado. – Angela completou e sorriu ao entender a atitude estranha da chefe.

—Ela tinha encontrado o príncipe encantado dela. Ainda não sabia, é claro, mas o coração dela sabia. – As duas deram as mãos e começaram a dar pulinhos de alegria.

—Preciso começar a organizar esse casamento. – Angela declarou.

—Nós precisamos. – Rosalie a corrigiu. De forma alguma ficaria de fora.

—Então vocês acham que se eu pedir ela vai dizer...

—Sim! – As duas declararam.

—Só não quero ficar desempregada depois disso. – Angela fez bico. – Mas vou ficar feliz se a Bella for para o Texas.

—Acho que já tenho um plano para isso, então não se preocupe.

—O que pensando em fazer caubói? – Emmett também estava empolgado.

—Vocês terão que esperar até o casamento da Alice para saber. – Ele precisava de tempo para pensar e fazer tudo com calma. – Vai ser um gesto grandioso, é tudo que posso adiantar. – As duas aprovaram o plano dele.

—Qual o motivo da alegria? – Bella perguntou passando os braços ao redor do namorado, ele inclinou e deu um beijo lento e demorado nela. Ele queria era mais que todos soubessem que ele a amava, mesmo que ainda não estivesse pronto para dizer aquilo em palavras tão claras.

—É seu aniversário. Quer motivo melhor para ficarmos felizes?

—Acho que para o momento isso basta. – Retribuiu o beijo e os dois foram aplaudidos.

—Já contei de quando os flagrei no celeiro? – Vovô perguntou alto o suficiente para que todos ouvissem. Bella ficou vermelha feito um pimentão e escondeu o rosto no peito do namorado. Eles tinham sido cuidados, não tinha como ninguém os ter visto. Ninguém exceto o Vovô que via tudo. – Me fizeram lembrar a vez que eu e minha Dottie quase colocamos fogo no celeiro. É claro que os dois foram além...