Era uma vez no rancho escrita por Rayanne Reis


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Vamos ver qual é a loucura da vez.



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—Restaurantes românticos? - Edward levou um susto e fechou o notebook. - O que está aprontando, irmãozinho? 

—Nada que seja da sua conta. - Retrucou cruzando os braços e virando de frente para ela. - Como estão as coisas do seu casamento? - Alice sorriu, falar do casamento a enchia de alegria. 

—Excelentes. E por falar nisso, a Bella vem na semana que vem, mas você já sabia disso. - Ergueu uma sobrancelha para ele. - E será que ela tem alguma coisa a ver com essa sua pesquisa? - Apontou para o notebook. - Seth me contou que vocês estavam agarradinhos na casa dos pais dele. 

—Vocês dois são bem fofoqueiros. 

—Acho que ele é o meu gêmeo perdido. - Provocou e Edward a cutucou. 

—Prometi a Bella que a levaria para o melhor encontro da vida dela. - Alice arregalou os olhos, o irmão não era muito de atitudes românticas. - Não sei o porquê prometi isso. Não consigo nem escolher um restaurante. 

—Posso te ajudar com isso. Mas acho que não deveria levá-la a um restaurante chique. 

—É isso que ela quer. Igual nos filmes. - Ele até assistiu alguns para se inspirar, mas acabou dormindo na maior parte. 

—Exatamente por isso que não vai fazer igual. Você tem que surpreender a Bella. Fazer algo que ela não espera, mas que vai guardar para sempre. 

—Não sei ser romântico, Alice. 

—Falaram em romance? - O vovô perguntou sentando na cadeira de balanço. - Sua avó dizia que eu era o homem mais romântico do mundo. - Ele suspirou lembrando dos bons tempos. 

—O que o senhor fazia, vovô? - Alice inclinou para ouvir a história. 

—A levava a bailes e sempre dava flores a ela. Mesmo depois de casados eu lhe dava flores. É difícil manter o romance depois de tantos anos, mas não podemos desistir. - Apontou o dedo para o neto. - As mulheres precisam ser tratadas com respeito e carinho. 

—Sei disso vovô. – Ele só não sabia como ser romântico.

—Você tem que fazer com que ela se apaixone por você todos os dias.

—Não quero que ela se apaixone por mim. – Sem sentimentos, era esse o acordo deles. Embora para Edward fosse difícil manter, o que estava sentindo, de lado. Não conseguia parar de pensar nela. Os dois trocavam mensagens todos os dias antes de irem dormir. Edward se sentia mais vivo e não se lembrava da última vez em que riu tanto.

—Achei que vocês estivessem namorando. – Alice estava confusa. Seth garantiu que os dois estavam juntos.

—Nós vamos aproveitar o tempo até o casamento, mas sem envolver sentimentos.

—Não gosto disso. Vocês jovens complicam demais as coisas. – O vovô apontou o dedo para os netos. – Se ama alguém, lute por ela e seja feliz. A vida é muito curta para complicar tanto.

—Mas é complicado vovô. Eu gosto dela, mas não vejo como isso pode dar certo. – Lamentou passando as mãos nos cabelos.

—Não vê ou não quer ver? Se você demorar muito pode aparecer outro.

—O vovô tem razão. Faça algo especial e depois a leve para ver estrelas.

—Estrelas? – Perguntou confuso.

—Você entendeu o que quis dizer. – Moveu as sobrancelhas sugestivamente, mas Edward não entendeu o código.

—Faça amor com ela até o dia raiar. – O vovô traduziu e os dois engasgaram com a franqueza dele.

—Vovô! – Alice agora ria.

—Ora, essa expressão não foram vocês que inventaram. Na minha época já sabíamos disso. – Falou em tom conspiratório. – Quando namorava com a sua avó. – Ele suspirou se lembrando dos velhos tempos.

—Estou em choque com essa informação. – Alice não parava de rir e Edward a cutucou. – O que foi? Eu achei que nossos avós fossem todos certinhos.

—Dávamos algumas escapulidas. – O vovô riu. – O lago é um ótimo lugar para isso. – Revelou e Edward se levantou.

—Nos poupe dos detalhes, vovô.

—Ah, não poupe não. Quero saber de tudo. E você deveria ouvir com atenção para fazer o mesmo.

—Não preciso de conselho nesse quesito. Não pretendo ter intimidades com a Bella.

—Esse garoto só pode ser adotado. – O vovô estava ultrajado.

—Não tem como ele ser meu irmão. – Alice ergueu as mãos. – Edward, o que você quer exatamente com a Bella?

—Não sei Alice. Aí que está o problema. – Ele se jogou na cadeira. – A culpa é toda sua por insistir tanto em nos juntar.

—A ideia do encontro foi toda sua. – Acusou e ele resmungou.

—Eu sei. É melhor cancelar isso. Nem sei de onde surgiu essa ideia.

—Nem pense nisso. Um Cullen sempre cumpre suas promessas. Vovô e eu vamos te ajudar. Antes só me tire uma dúvida. Por que não quer ter intimidades com ela?

—Não quero me envolver demais para a dor não ser maior quando nos separarmos.

—Vocês não precisam se separar. Podem namorar, talvez se casar. – Sugeriu e ele negou.

—Não vou sair do rancho, Alice. E não vou pedir para ela vir para cá quando claramente ela não seria feliz aqui.

—Qualquer um seria feliz aqui. – Vovô retrucou. – Mostre a ela um pouco da vida no campo, vai que ela se apaixona.

—Acho uma ótima ideia. – Alice sorriu para o irmão.

—Existe outro motivo. – Suspirou derrotado. – Não quero correr o risco de ela ficar grávida e depois ir embora com a criança.

—Querido irmãozinho. – Alice colocou as mãos nos ombros dele. – Existem muitos métodos para evitar isso. – Ele lançou um olhar para a barriga da irmã. - Obviamente nós não queríamos evitar. – Respondeu o sacudindo de leve. – E você sabe muito bem que o filho da Victoria não é seu. Aquela vaca o traiu e o abandonou. A Bella não faria a mesma coisa. – A conhecia há pouco tempo, mas sabia que ela não era como a ex namorada do irmão.

—Eu sei, mas e o que aconteceu se tiver uma criança envolvida na história? Ela vai ficar vivendo de um lugar para outro?

—Você está se apressando demais. E vendo problemas onde não há. Esse seu medo é muito fácil de enfrentar.

—Seu filho vai viver aqui. – O vovô declarou. – Seu pai já separou um pônei para ele.

—Não vovô. O pônei é para o meu filho. – Alice explicou e ele a olhou com espantou.

—Você está grávida? Mas nem é casada ainda.

—Por que o Edward pode ter um filho sem ser casado e eu não?

—Quem você engravidou? – Carlisle perguntou subindo as escadas da varanda e Edward bufou. Ótimo. Mais um para palpitar.

—É um filho hipotético. – Esclareceu.

—Filho hipotético com a Bella. – Alice completou.

—Já estão assim? – Sentou-se ao lado do filho. – Devo arrumar um pônei para ele também?

—Não. Esse filho não vai existir, pai.

—Estamos ajudando o Edward a preparar um encontro maravilhoso com a Bella.

—É o espírito natalino enchendo o seu coração, filho? – Provocou.

—Acho que está mais para o cupido o atingindo com sua flecha.

—Eu só queria ter uma família normal. – Ergueu as mãos pedindo por uma resposta divina.

—Não tem ninguém doido aqui. – O vovô declarou.

—Bem, a primeira coisa a se fazer é ser você mesmo. Não faça nada apenas para agradá-la, porque se você não estiver gostando, ela também não vai. Não precisa ser nada grandioso, mas faço com todo o carinho e atenção. – Edward estava anotando mentalmente os conselhos do pai. – Um pouco de calor também é bom. – Piscou para o filho.

—Não entre em detalhes, papai. Edward está traumatizado com a última revelação do vovô. – Às vezes, Edward queria ser um pouco mais parecido com a família e conseguir falar livremente dos sentimentos.

—Você saberá o que fazer filho. Apenas siga o seu coração. E você é um Cullen. Nós Cullen somos extremamente românticos.

—Então está comprovado que sou adotado.

—Não é mesmo. – Esme declarou trazendo uma bandeja com limonada. – E nem foi trocado na maternidade. – Completou deixando a bandeja na mesinha. – Sobre o que estão falando?

—Estamos dando dicas para o encontro do Edward com a Bella. – Carlisle anunciou.

—Oh, isso é maravilhoso, filho. Já estava na hora de abrir o seu coração novamente. Não pode ficar sofrendo por aquela mulher.

—Eu nem penso mais na Victoria, mãe. Que ela seja feliz para lá.

—E que você seja feliz por aqui, ou em Phoenix. – Alice ergueu o copo em um brinde.

—Não é nada sério pessoal. – Resolveu esclarecer antes que já começassem a planejar o casamento dele. – Bella e eu somos apenas amigos.

—Amigos com benefícios.

—O que é isso? – Vovô perguntou.

—São amigos que namoram, mas que não admitem isso. – Alice explicou e ele bufou.

—Pois eu fazia questão de que todos soubesse que o meu amor não estava mais disponível.

—Agradeço pelos conselhos, mas preciso voltar ao trabalho. – Edward pegou o chapéu e com um aceno se despediu da família.

—O que acham? – Alice virou para os três.

—Está apaixonado. – Esme declarou. – Mas ele não vai admitir com facilidade isso.

—Eu o entendo. – Carlisle balançou a cabeça. - Os dois são bem diferentes. E tem a questão da distância.

—Deveríamos interferir?

—Melhor não, filha. Vamos dar o nosso apoio, mas vamos deixá-los ir no ritmo deles.

[...]

—Bem típico de você vir para cá e descontar a raiva no pobre tronco. - Jasper apoiou na cerca e encarou o cunhado. 

—Precisamos de lenha para a lareira. - Respondeu ajeitando o machado. 

—É claro. Isso não tem nada a ver com a sua namorada ter cancelado o encontro. - Provocou e Edward o olhou de lado. 

—Ela não é minha namorada e tinha trabalho a fazer. - Bella avisou que só poderia ir ao rancho depois do ano novo. Edward fingiu que aquilo não mexeu com ele, mas ficou triste e desapontado. Estava ansioso pelo encontro dos dois e agora teriam que adiar. 

—Ah, sim. A Alice me contou que surgiram alguns eventos. - Apontou para ele. - Não deveria fazer tanto esforço com o ombro. 

—Virou médico agora? - Resmungou e Jasper atravessou a cerca parando ao lado do cunhado. 

—Não. Mas a sua irmã é veterinária e pode dar uma olhada em você. - Provocou e Edward riu. 

—Acho que mereci essa. - Largou o machado. - Estou sendo um idiota com todo mundo. 

—Não diga! Ninguém percebeu o seu mau humor. Vamos lá cara, o que está acontecendo? Além do óbvio. 

—Que óbvio? 

—Você finalmente achou a garota certa, mas não sabe como agir. - Apontou e Edward tirou um lenço do bolso para secar o suor. 

—Não sei se ela é a garota certa. - Suspirou. - Como você e a Alice fazem dar certo? 

—Não existe nenhuma receita de bolo para isso. Mas eu diria que o segredo é o diálogo e a sinceridade. Você sabe que quando fomos para a faculdade, Alice e eu terminamos. - Edward assentiu, foi uma época bem complicada para a irmã. - Eu conheci uma garota. Maria e eu tínhamos tudo em comum. O mesmo gosto musical. Gostávamos dos mesmos livros, filmes e até pensávamos de forma bem parecida. Meu colega de quarto dizia que tínhamos sido feitos um para o outro e durante um tempo até achei que era isso mesmo. Só tinha um grande problema. 

—Qual? - Perguntou curioso. 

—Eu não amava a Maria. Alice e eu podemos ser diferentes, mas temos a coisa mais importante em comum. Amor. Nós nos amamos e eu não sei como viver sem ela. Não gosto de música country, mas se ela gosta, eu me esforço para acompanhá-la a alguns shows. E ela se esforça para assistir os documentários que gosto. Verdade seja dita, ela sempre dorme, mas eu não ligo de só ficar ao lado dela. Relacionamento é compreensão e se colocar no lugar do outro. Eu amo a sua irmã e faço de tudo por ela. 

—Até mesmo levá-la para outro continente. 

—Eu não estou a obrigando a ir. Quando recebi o convite, rejeitei na hora. Achei que a Alice não fosse querer ir. Então numa festa da empresa meu chefe comentou sobre a promoção e ela disse que eu deveria ir e que ela iria comigo. Sua irmã ama o rancho, mas ela concordou em se mudar para França comigo. Conversamos e decidimos que ficaremos lá por alguns anos e teremos nossos filhos. Depois voltaremos para cá e ajudarei a Alice a abrir o consultório dela. Ela não está se sacrificando por mim, apenas mudando um pouco os planos dela e depois eu vou mudar os meus. Eu poderia ir para França e ganhar muito dinheiro, mas sem a Alice de nada adiantaria. Se ela não quisesse ir, eu ficaria aqui. Tudo o que quero é estar ao lado dela. 

—Você faz parecer ser fácil. 

—Não é nada fácil. Até chegarmos a esse acordo houve muitos gritos, mas quer saber? Valeu totalmente a pena. Não sei se a Bella é o amor da sua vida, mas se for, abra a sua mente e não desista. Se conheçam melhor, aproveitem o tempo e depois sentem e conversem. 

—Agora eu sei o que a minha irmã viu em você. - Provocou o abraçando. 

—Na verdade, ela se apaixonou pela minha beleza e pelo meu gingado. 

—Definitivamente, não foi pelo último. Você é a pessoa mais travada que já conheci. - Os dois riram. - Só cuide dela, por favor. 

—Sabe que vou cuidar. Quer ajuda? 

—Por favor, meu ombro está me matando. – Entregou a machado a ele e Jasper olhou sem saber o que deveria fazer. – Acho que já temos o suficiente por hoje. – Avisou não querendo que o cunhado se machucasse. Os planos dele haviam mudado, mas estava confiante de que dariam certo.


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Notas finais do capítulo

Edward recebeu vários conselhos e tem muito o que pensar.

—Desde quando você curte música country? – Foi tirada do sossego por Seth. Ele estava devorando o segundo saco de Doritos e espalhando migalhas por todo o banco.
—Ei, o carro é alugado. – Bateu na perna dele e ele tirou os pés do painel.
—Está demorando muito. - Reclamou pela vigésima vez. O caminho do aeroporto até o rancho dos Cullen nunca foi tão longo. Bella se perguntou o porquê tinha aceitado levar o irmão com ela. Ah, sim. O pai a tinha coagido a isso.

Bjs e até mais.



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