Era uma vez no rancho escrita por Rayanne Reis
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Vamos ver o que vai rolar nesse jantar...
—Oi, irmãzinha, tudo bem? - Seth soou alegre, como sempre, e Bella até se esqueceu de que estava com raiva dele. A semana fora cheia de compromissos e ela ainda não tinha tido a oportunidade de conversar com o irmão sobre o fiasco que foi o encontro com o professor dele.
—O que quer, Seth? - Bella se jogou na cadeira, enchendo a taça com vinho. Edward estava demorando e ela ainda não sabia como agir assim que ele voltasse. Ela queria voltar a se agarrar nele, mas ele estava certo, não daria certo um relacionamento entre eles.
—Ei, não me trate assim. Eu que deveria estar com raiva de você. Por sua culpa o professor Frederick passou uma prova tão difícil que eu tirei C. C em matemática e o papai me deixou de castigo. Por sua culpa. - Falou lentamente as três últimas palavras.
—Foi você que me arrumou um encontro com um filhinho da mamãe. - Retrucou e ele estalou a língua.
—Que seja. Vamos superar isso. - Deu de ombros e voltou à postura alegre. - Papai pediu para ligar e quer que você venha jantar. - Antes que Bella pudesse dizer que não iria, ele completou. - E é para trazer o Edward. O pai quer conhecê-lo.
—O quê? Nem pensar. - Balançou a cabeça em negação. – Espera aí. Como o papai sabe que ele está aqui?
—Ele está aí? Bella, não me diga que ele está dormindo aí com você?
—Não é da sua conta. E antes que fale algo, somos apenas amigos.
—Não sou criança, sei bem que amigos também dormem juntos.
—Isso continua não sendo da sua conta. Agora responda o que perguntei. - Ordenou como uma boa irmã mais velha.
—James contou para a sua mãe, que ligou para o papai e disse que ele precisava investigar o cara e proteger a garotinha deles. A mamãe ficou brava por eles intrometerem na sua vida e disse que você não é mais uma criança.
—Sue. A pessoa mais sensata da família.
—Foi a mamãe que sugeriu o jantar. - Bella começou a tossir. - Ela quer conhecer o Edward e disse que assim seria bom para o papai parar de investigar o cara. É sério, Bella, o papai já puxou tudo sobre ele. Acho que sabe até qual foi a primeira palavra dele.
—Céus! - Bella gemeu. - O Edward vai embora amanhã cedo. – Mentiu, olhando para baixo esperando vê-lo.
—Sei que é mentira. Falei com a Alice e ela contou que amanhã ele vai participar de um congresso e que só vai embora no dia seguinte.
—Fez o dever de casa completo, hein?
—Ganhei 20 pratas por isso. – Sorriu se jogando na cama. – Juro que vamos nos comportar. Papai só está curioso, eu não paro de falar do Edward.
—Acho que é você que está interessado nele. – Provocou e Seth se engasgou.
—Que isso, Bella, está me tirando? Qualquer dia te apresento a minha namorada.
—Espera. Você está namorando? Antes de mim? Como teve essa audácia? - Ele riu e Bella se sentiu mais leve. Ela amava o irmão, apesar de ele se bem inoportuno na maior parte do tempo.
—Acho que o charme veio do lado da minha mãe. Depois te passo umas dicas.
—Quero saber tudo e vou investigar essa garota. Não quero nenhuma sem vergonha com o meu irmãozinho.
—Nem vem, Bella. E agora me diz, o que vocês estão aprontando? – Bella desligou na cara dele. Nem em sonhos contaria algo ao irmão.
[...]
—Não trouxe nada apropriado para um jantar com seus pais. – Edward ajeitou a gola da camisa.
—Não se preocupe, não é nada formal. – Colocou a mão na perna dele. – Meu pai vai tentar te intimidar, mas ele não morde. E a Sue vai dar um jeito nele.
—Você se dá bem com a sua madrasta?
—Sim. Às vezes até mais do que com a minha mãe. Sue é ótima e uma pessoa muito alegre. Ela é como uma mãe para mim.
Os dois voltaram a ficar em silêncio. Edward saiu bem cedo e passou o dia todo na exposição. Bella se encontrou com ele e o clima entre eles estava estranho. Estava claro que havia algo entre eles, mas a distância e os mundos diferentes eram um empecilho e tanto para ficarem juntos.
—Já vou pedindo desculpas por qualquer coisa que meu pai venha a fazer ou falar. Desde a história com o Eric ele tem agido ainda mais superprotetor do que o normal.
—Se eu tivesse uma filha também faria a mesma coisa.
—Quer ter filhos? – Tentou soar casual.
—Muitos. – Edward sorriu. - Quero encher o rancho de crianças.
—Eu penso em ter um.
—Só um? E se ele se sentir solitário?
—Ele ou ela pode arrumar alguns amigos. – Deu de ombros estacionando em frente à casa do pai.
—Não é a mesma coisa. – Abriu a porta e deu a volta para abrir a dela.
—Eu tenho mãos, sabia?
—Além de cavaleiro, sou também cavalheiro. – Bella riu alto.
—Você é uma peça rara, Edward Cullen.
—Vou encarar isso como um elogio.
—E é um elogio. Achei que você fosse um cara rude, que queria fazer a sua família me demitir...
—Eu não queria que te demitissem. Só não queria que eles gastassem dinheiro atoa.
—Não consigo ver a diferença. – Balançou a cabeça, voltando ao assunto. – Mas eu estava enganada. Você é gentil e encantador.
—Você também não é a Barbie que eu achava que era. Seu trabalho é sério e muito difícil. Eu teria surtado com aquela mulher mudando de opinião toda hora. Não deve ser fácil lidar com pessoas tão complicadas e saber exatamente o que elas querem e precisam.
—Estou me segurando para não te beijar. – Cruzou os braços.
—Não precisa se segurar. – Edward deu um passo a frente e a porta da casa foi aberta. Charlie estava segurando uma arma.
—Pai, fala sério. – Bella gritou, se colocando a frente de Edward. Não o estava protegendo por completo, já que ele era uns trinta centímetros mais alto do que ela, mas esperava que isso fizesse o pai pensar duas vezes antes de atirar. – Guarda isso.
—Achei que fossem ladrões. – Guardou a arma, mas o olhar que lançou a Edward não o deixou mais calmo. – Você sempre estaciona e entra logo.
—Estávamos conversando.
—E por que não podem conversar dentro de casa? – Bella contou até dez, segurou a mão de Edward e o puxou para dentro da casa.
—É um prazer conhecê-lo, Sr. Swan. – Estendeu a mão livre e Charlie a apertou com muita força.
—Vamos ver se posso dizer o mesmo. – Virou para a filha e deu um beijo na testa dela. – Tem certeza de que posso guardar isso aqui? – Indicou a arma.
—Pai, coloca isso no cofre, agora. – Ordenou.
—Tudo bem, mas lembre-se rapaz, posso alcançá-la em menos de dois passos.
—Sue. – Gritou andando a procura da madrasta.
—Aqui, querida. – Gritou da varanda.
—Vem, Edward, vou te apresentar a uma pessoa que sabe como receber outra na casa dela. – Seth os interceptou no meio do caminho.
—Meu melhor amigo. – Abraçou Edward. – Por que não me avisou que estava na cidade? Poderíamos ter feito algo.
—Jogar vídeo game e tomar achocolatado? – Bella provocou o irmão.
—É bem mais interessante do que ficar no seu apartamento sem fazer nada. – Bella e Edward coraram. Edward gostava de vídeo game quando era mais novo e nem em sonhos isso era melhor do que o que ele e Bella fizeram.
—Então você é o famoso, Edward. – Sue empurrou o filho para o lado, dando um pouco de espaço para Edward. – É bom finalmente conhecê-lo. – Apertou a mão dele. – Bella, você não disse que ele era tão bonito assim. – Deu uma risadinha que fez Bella e Charlie bufarem.
—Obrigado pelo convite. Lamento, mas não consegui trazer nada. Passei o dia todo em um congresso.
—Ah, querido, sua presença já é o suficiente.
—Mãe, para com isso. – Seth resmungou.
—Seth, por que não mostra ao Edward a sua coleção de carrinhos?
—Bella. - Seth corou, envergonhado. - Ele vai pensar que sou uma criança.
—Você é uma criança. - Resmungou.
—Eu também tenho uma coleção de carrinhos. - Seth olhou surpreso para ele.
—Se é assim, vamos lá então. - O guiou até o quarto.
—E você guarde isso logo. - Bella apontou para o pai. - Sue, te ajudo a terminar o jantar.
—Ah, não pre… - Bella fechou a porta antes que ela terminasse de falar. - Menina, você não disse que ele é quente. Ah se eu não fosse casada e se ele não estivesse caidinho por você.
—Ele não está caidinho por mim.
—Está sim e você também está por ele. Vi os dois lá fora e posso dizer que tem algo rolando. - Apontou o dedo para ela. - Não tente me enganar. Conheço você desde que tinha 5 anos. Eu te amo como uma filha. – Acrescentou desarmando Bella.
—É complicado. - Choramingou e Sue a abraçou. - Realmente está rolando algo e até acho que ele pode ser o cara.
—O seu príncipe?
—É muito cedo para dizer. Não sei bem o que estou sentindo, mas é diferente.
—Então aproveita. Vai com calma, o conheça melhor e depois vocês veem o que acontece.
—Nunca vai dar certo. Eu não vou abandonar a minha família e ele não vai abandonar a dele.
—Quando conheci seu pai, eu saí da casa dos meus pais e fiquei com muita saudade, mas ele era tudo o que precisava e acabei formando uma nova família. Eu sentiria muita saudade de você, muita mesmo. - Apertou a mão dela. - E sei que a família dele também sentiria saudade se ele se mudasse. Mas vocês formariam uma família e teriam um ao outro.
—Não sei como isso poderia conhecer. - Ela não queria largar tudo e sabia que ele também não faria o mesmo.
—Não pense nisso agora. Divirtam-se por um tempo. Depois do jantar, leve ele para casa e o agarre muito. Façam amor e sejam felizes.
—Fazer amor? – Charlie entrou na cozinha e olhou para as duas.
—Fazer o trabalho com amor. – Sue mentiu. – Bella estava falando de uma cliente complicada.
—Sei... – Ele sabia muito bem quando a esposa estava mentindo, mas resolveu deixar para lá. – Então, primeiro garoto que você traz em casa. – Virou para a filha e forçou um sorriso.
—Sim, porque vocês me pediram para trazer.
—Todo mundo fala nesse cara, estava curioso. – Deu de ombros. – Ele não parece ser o seu tipo.
-Pai, você nem sabe qual é o meu tipo. – Charlie fez uma careta. Ele era grato pela esposa e a filha se darem bem a ponto de falarem sobre garotos e ele nunca ter que falar do assunto.
—Você é delicada e gosta de rapazes mais formais. Ele me parece ser meio bruto. – Bella corou com a última palavra.
—Ele é bem gentil. – O defendeu.
—Vocês estão se entendendo bem? – Ele queria sair correndo de lá, mas tinha prometido a Renée que resolveria a situação.
—Pai, nós somos...
—Não quero que você fuja para o Texas. – Confidenciou a interrompendo. – Tem tantos rapazes por aqui, você vai encontrar um decente.
—Está com medo não de eu estar em um relacionamento, mas sim que eu me mude para outro estado? – Ele assentiu e ela sorriu. – Ah, capitão Swan, eu não vou a lugar algum. – O abraçou.
—Você diz isso agora. Quando ele te pedir em casamento, e eu vou garantir que peça, você vai nos abandonar e eu nem vou poder ver os meus netos crescerem. – Bella afastou do pai. Eram coisas demais para ela absorver.
—Eu nem estou namorando e você já está pensando em netos? Vamos com calma. – Pediu erguendo as duas mãos.
—Ele ainda não te pediu em namoro? Vou ter uma conversinha com o sujeito.
—Pai. É sério, não tem nada acontecendo. Somos apenas amigos.
—Você tem ido muito ao Texas e agora ele está no seu apartamento.
—Estou organizando um casamento no rancho da família dele. E os Cullen são muito gentis quando estou lá, tenho que retribuir de alguma forma.
—Bem, ele poderia ficar aqui em casa. – Bella piscou várias vezes, o pai não poderia estar falando sério. – Tem um beliche no quarto do Seth.
—O que tem o beliche? – Seth e Edward entraram na cozinha.
—O amigo da sua irmã vai dormir no seu quarto. – Edward olhou de Bella para Charlie, esperando que um dos dois dissessem que era brincadeira.
—Pai, está querendo me envergonhar?
—Relaxa irmãozinho, o Edward já viu o seu pijama do homem aranha. – Bella provocou e ele mostrou a língua para ela.
—Viu, mãe? Está na hora de me deixar comprar as minhas roupas.
—O que tem de errado com o seu pijama? Acho fofo. – Sue apertou a bochecha do filho. – Me ajude a colocar a mesa. – Entregou os pratos para ele.
—Pode ficar tranquilo que o Edward vai dormir no meu apartamento.
—Tudo bem. Eu fico aqui. – Seria mais seguro para a relação deles. - Só não trouxe roupa.
—Seth te empresta um pijama. – Bella debochou. Se ele queria ficar longe dela, poderia muito bem sofrer um pouco com o irmão dela.
—Podemos jogar vídeo game a noite toda. – Comentou sorrindo e Edward se arrependeu na hora de ter aceitado o convite. Se bem que não foi um convite e sim uma imposição de Charlie.
—Então, garoto, o que você faz da vida? – Charlie indicou a cadeira. Os dois se sentaram de frente para o outro.
—Trabalho no rancho da minha família. Ajudo com os animais e com as plantações.
—Fez faculdade?
—Sim. Fiz curso de agronomia. Para poder cuidar melhor do rancho. Aproveitar a terra e criar os melhores animais.
—Que legal. Vocês têm touros? Sempre quis montar em um.
—Nem pense nisso. – Os quatro falaram juntos.
—Já montou um? – Ignorou os protestos dos adultos e encarou Edward.
—Vários. Um quase me matou. – Ele não gostava de falar sobre o assunto, mas não se sentiu mal ao falar aquilo.
—O que aconteceu? – Seth não notou o sinal de Bella para não fazer mais perguntas.
—Ele me derrubou e me esmagou. – Resumiu e Seth assobiou impressionado. – É melhor procurar outra coisa para fazer, garoto.
—Eu ainda não sei o que fazer. Talvez ser policial igual o meu pai, ou bombeiro, piloto de moto, astronauta... – Foi enumerando as opções. – Por enquanto vou trabalhar com a Bella, juntar uma grana e comprar uma casa quando fizer 18 anos.
—Nessa sua fantasia, quanto estou te pagando?
—Sei lá, uns mil por evento? – Arriscou e os adultos riram.
—É melhor comermos. Você gosta de peixe, Edward?
—É claro, Sra. Swan.
—Ah, querido, me chame só de Sue. Somos praticamente da família. – Bella abriu a boca para protestar. – Quero dizer, a sua irmã é amiga dos meus filhos e os trata tão bem, que é como se fossemos uma família.
—Entendi. – Edward balançou a cabeça para cima e para baixo, mas ele não entendia a situação.
—Seria tão bom se fossemos uma família. De um lado temos a nossa modernidade e do outro esse lado mais rústico e que preserva a nossa cultura e os velhos costumes. Encaixe perfeito. – Seth estalou os dedos.
—Lamento por tudo isso. – Bella colocou a mão no ombro de Edward. – Minha família é mais louca do que pensava.
—Sua família é normal em comparação a minha. Meu avô é maluco. – Colocou a mão sobre a dela.
—Você não tem que ficar aqui. – Os dois estavam sussurrando, mas podiam ser ouvidos pelos demais.
—Se isso deixa o seu pai mais tranquilo, não me importo. Passo no seu apartamento amanhã para pegar minhas coisas.
—Seth vai deixar você maluco até amanhã. – Sentou ao lado dele.
—Se você suporta a minha irmã, posso suportar o seu irmão. Sua família é ótima e estou feliz por estar aqui. Quase me sinto em casa.
—Me sinto da mesma forma no rancho. Estranho, não?
—Talvez. – Edward deu de ombros. – Ou quem sabe exista outra explicação.
—Posso dar a minha opinião? – Sue perguntou tirando os dois da bolha deles.
—Acho melhor descobrirmos sozinhos. – Bella declarou e Edward assentiu. Eles poderiam ser amigos e quem sabe o que mais poderia acontecer.
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Não sei qual família é mais doida...
—Tentar o quê?
—Não vamos dar nenhum nome para isso. Vamos só fazer o que quisermos. - A olhou nos olhos tentando desvendar o que ela estava pensando.
—Vamos apenas nos divertir? - Ela tinha medo de que o coração dela não resistisse a essa diversão.
Bjs e até mais.