It's cold, please kiss me escrita por Lady Liv


Capítulo 1
Kiss


Notas iniciais do capítulo

Essa história deveria ser uma crack!fic mas virou angst graças a D23, yey



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781726/chapter/1

“Está com frio?” 

 

“Estou sempre com frio agora.” 

 

“É mesmo? E em que planeta você está?” ela o encara e Be- Kylo, ergue as mãos em defesa. “Certo, certo. Você nunca diz mesmo, é só que... eu sinto a sua frustração.” 

 

Rey nunca pensou que sentiria saudades do sol de Jakku. Sua vida toda fora marcada por ele; estava em sua pele, em suas memórias, em sua luz. Costumava ser quente... não mais. 

 

“Seu primeiro planeta gelado.” Kylo voltou a dizer. Era difícil ele se calar em noites como aquelas, Rey desejou que ele se calasse só um pouco. “Como está sendo?” 

 

“Um pesadelo. Quase não sinto meus dedos.” 

 

Já trabalhava com as ferramentas novas há algumas horas, mas por mais que seus dedos implorassem descanso, ela não podia parar. Não havia tempo. Eles estavam em guerra, afinal. 

 

Kylo no entanto, pareceu achar que ela estivesse se referindo ao frio novamente. 

 

“Dedos das mãos?” 

 

Ela arqueou as sobrancelhas e ele deu de ombros. 

 

“Tenho experiência com o frio.” 

 

“Oh?” 

 

Kylo se aproximou, parecendo debater-se consigo mesmo quando finalmente se sentou ao seu lado. Rey largou as ferramentas e o observou. 

 

“Primeiro, a pele fica vermelha... e inchada,” e então ele puxou sua mão, como se fosse algo trivial. Rey tentou conter seus olhos de escapulirem para fora, como ele ousava(!), ele; sem luvas, aonde estavam as luvas?! Kylo Ren sempre usava luvas, queria ele tortura-la? Com suas mãos grandes e quentes, acolhê-la daquela forma era... inaceitavelmente bom. “e é mais fina, por isso congela primeiro. Os pés tem que estar bem protegidos também.” 

 

“Estou de botas.” 

 

“Eu sei. As orelhas e o nariz congelam mais rápido também, sente o seu nariz?” 

 

“Sinto.” 

 

“Sente mesmo?” Kylo tocou a ponta do seu nariz. 

 

“Sinto.” quando ele insistiu, ela o afastou com um tapa. “Tá, eu sinto. Claro que sinto! Agora qual é o próximo?” 

 

O olhar dele mudou e Rey sentiu-se arrepiar. 

 

“Os lábios ficam roxos e....”  

 

“E...?” 

 

Ele pareceu pensar, pareceu ser Ben novamente, e de repente-

 

“O que aconteceria... se a gente... se... beijasse?” 

 

“O que?! 

 

“Um beijo, Rey.” 

 

“Um... o que?!” 

 

“Pela ciência.” 

 

“Pela ciência?!” a voz dela tremeu e ela se odiou por isso. 

 

“Pela Força.” Ben deu de ombros, mas ela sabia que ele estava nervoso. A mão dele ainda estava na sua e estava suando. “Só um beijo.” 

 

“Oh... só um beijo?” 

 

“É.” 

 

Em um piscar, ele está mais perto do que jamais estivera. Seus olhos desesperados em cada canto de seu rosto, buscando por algo que ela não sabia o que era e, as vezes, pareciam lhe implorar para ficar. Tão perto. 

 

“Tipo...” Rey engoliu em seco, desviando o olhar. “Ti-ti-tipo um beijo no rosto?” 

 

Perto até demais. 

 

Perto a ponto de lhe fazer esquecer o que estava fazendo. 

 

“Rey?” 

 

Esse é o momento, Rey, ela pensou consigo mesma. Nada de conversas até tarde, nada de esperar ansiosa pela conexão se abrir, nada de sussurros ou risos e muito menos toques. Ele é o seu arqui-inimigo, corte as ousadias dele de uma vez por todas e- 

 

“Você pode.” 

 

O que?! 

 

Ela ignorou a parte do seu cérebro que estava gritando e fechou os olhos. Ela queria isso.

 

Ela teria isso. 

 

E então os lábios dele estavam nos dela, suave e elétrico, e aquilo percorreu seu corpo e se transformou em luz; necessidade, melancolia, esperança, compaixão... ela sentia isso.  

 

E não vinha dela. 

 

Ben se afastou subitamente, muito rápido, rápido demais, como se o contato tivesse o queimado. 

 

“Rey...” 

 

“Ben?” 

 

“O que você fez?” 

 

Da mesma maneira que ele lhe fez esquecer tudo, ele a lembrou. 

 

Rey tocou o próprio rosto, limpando a lágrima teimosa que havia escapado, símbolo dos amigos que ela havia deixado para trás, símbolo da família e da compaixão... fraca, céus, como ela era fraca. 

 

“Rey.” 

 

Ela não estava em um planeta gelado. Ela nunca esteve. O frio vinha dela, do novo sabre que ela estava trabalhando, do lado sombrio. 

 

Força costumava ser quente para ela... não mais.  

 

“Eu não quis acreditar-” 

 

“O que?” 

 

“Eu sonhei, eu-” 

 

Rey o ignorou, segurando suas mãos firme pois tinha medo que ele sumisse. 

 

“Ben, escuta. Estamos em guerra, mas não precisamos estar em lados diferentes, não mais.” 

 

“Rey, você escuta,” Ben começou “Não vou deixar que Sidious faça isso com você.” 

 

Ela piscou, engolindo o inexplicável choro que havia começado a se formar em sua garganta. Sentia-se confusa e agoniada e tolamente, desejou que ainda estivessem se beijando. Assim não teriam que ter aquela conversa.

 

“Ele... só me ajudou a ficar mais forte... para ajudar você, como você queria. Você e eu. Juntos.” 

 

“Não, não, não nesse caminho.” 

 

Não... Rey fechou os olhos, arfante. Aquilo não deveria acontecer. As palavras dele não soavam bem e ela as odiava. 

 

“Rey-” 

 

“Para com isso!” ela retruca, o largando trêmula. “A Rey que você chama não está mais aqui, Ben. Ela era fraca, ela era boba, ela era nada!” 

 

Você sabe porque ele não te aceita. 

 

Fraco e mentiroso. Como todos eles, Ben Solo mentiroso e invejoso do seu poder. 

 

“Não pra mim.” 

 

Sua voz era um mero sussurro, prestes a toca-la. Rey sentiu a energia consumir seu corpo e estendeu o braço, trazendo o sabre-duplo para si, que ainda precisava de reparos; ela não se importava. As lâminas vermelhas eram estáveis e perigosas. Assim como ela. 

 

Não esperou, cortando o ar aonde Ben deveria estar, no exato segundo que a conexão se fechou. 

 

Gritou em fúria, com raiva dele, da guerra, e de si mesma. Objetos ao seu redor giraram e partiram. 

 

“Oh sim, o sangue Skywalker.” a figura surgiu atrás de si, sua presença pesada e fria. “Não o subestime. Ele vai querer para-la.” 

 

Mentiroso. 

 

Compaixão. 

 

Invejoso. 

 

Mentiroso, mentiroso, mentiroso- 

 

“Que ele tente.” 

 

“Bom.... bom...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It's cold, please kiss me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.