Ele tramara para sequestrar sua esposa e filha em troca de dinheiro. Sua filha era cega e mesmo assim, ele não tivera a consciência de poupar sua vida.

Ele deixou que sua esposa, a mulher que ele prometera amar, fosse torturada tudo por causa de algum dinheiro que ele pudesse roubar sem precisar dar explicações.

Quando Abby descobriu ela quis ter a certa que a pequena Sandy estivesse bem. Ela se tornou amiga da garotinha porque ela própria viera de uma família que se comunicava em silêncio. Era a chance de aprender algo novo.

Infelizmente, Watson conseguira ser liberado das acusações devolvendo cada centavo e deixando seu cargo. E ele planejou se vingar de Abby.

Entrando no quarto onde Abby dormia depois do acidente, ele a olhava com curiosidade. Ele iria se divertir com ela mais tarde. Ele fechou a porta e deixou o quarto, preparando tudo o que precisava.

— Você deveria estar preso. – Foi a primeira coisa que Abby disse ao ver quem era o sequestrador. – Eu garanti isso.

— Eu sei que você garantiu isso. – Watson olhou para ela, com vontade de dar um tapa. – Eu sou o ex capitão Watson. Para você, diretora Shepard que não teve a oportunidade de me conhecer, eu sequestrei minha filha e esposa para roubar o dinheiro do governo de uma forma disfarçada.

— Dessa vez eu não vou poupar minhas balas. – Gibbs cerrou os dentes. – Deixe eles irem.

— Não. – Watson riu. – Agora vamos jogar “verdade ou consequência. – Só de uma forma diferente. A senhorita Sciuto vai me acompanhar, sem resistência até o quarto e eu vou contar a vocês o que irá acontecer.

Gibbs olhou para Abby e a desamarrou, apenas para algemar as mãos dela atrás de suas costas.

— Por favor, deixe ela em paz. – Gibbs gritou. – Me leve no lugar dela.

— Não, eu prefiro levar ela. – Watson lançou um olhar gelado. – E se eu fosse você, eu calaria a boca.

Jenny olhou para Abby, já com lágrimas nos olhos e borrando sua maquiagem. Ela não disse nada, mas já estava trabalhando em um plano para se livrar das amarras.

Quando Abby entrou no quarto sentiu seu sangue gelar. Ele a amarrou na cadeira e prendeu alguns eletrodos em seus braços. Pareciam monitores cardíacos hospitalares, mas estavam ligados a uma máquina de choque.

Prendendo os pés dela sobre o encosto de pés da cadeira, Watson ligou a máquina, a deixando pronta. Ele então saiu para fora e fechou a porta.

— Muito bem. – Ele tinha um controle nas mãos. – Eu vou fazer algumas perguntas e cada vez que um de vocês mentir Abby levará um choque. E para provar isso...

Ele apertou o botão e todos podiam ouvir os gritos quando uma onda passou pelo corpo de Abby. Quando acabou, ela caiu de volta a cadeira, cansada pelo choque.

— Todos de acordo? – Watson olhou para os três.

— Sim. – Ambos responderam, não querendo que Abby se machucasse ainda mais.

— Perfeito. – Watson ficou à frente de Jenny. – Muito bem, diretora. Qual é o seu relacionamento com o agente Gibbs?

— Ele e eu somos noivos. – Jenny não tinha nada para esconder. – Vamos nos casar em algumas semanas.

— Muito bem. – Watson riu, gostando da sinceridade de Jenny. – McGee, você está relacionado a Srta. Abby de alguma forma?

— Nós estamos namorando. – Tim engoliu em seco. – É verdade, eu juro.

— Não estou convencido. – Watson riu e apertou o botão.

— AHHHHHH! – Abby gritou quando uma onda de choque passou por ela.

Gibbs fechou os olhos, tentando manter a calma para que Abby não se machucasse mais. Mas ele falhou miseravelmente.

— Com raiva, agente Gibbs? – Watson percebeu. – Saiba que eu vou fazer pior com sua noiva.

— Ouse tocar nela ou qualquer um dos meus e eu vou fazer você engolir sua língua. – Gibbs estava com fogo no olhar.

— Isso foi um erro, Gibbs. – Apertando o botão novamente, foi a última parcela de energia de Abby e ela caiu, desacordada.

Indo até o quarto onde ela estava, Watson a desamarrou e a pegou nos braços, levando Abby para fora, pela sala. Ele riu da expressão de raiva de Gibbs que provavelmente mataria, mas ele pouco ligava para isso.

Timothy estava nervoso com a visão de Abby desmaiada nos braços de Watson, ainda mais quando ele a deitou sobre um dos colchões na sala.

— Diretora Shepard, gostaria de me acompanhar? – Watson provocou.

— Claro. – Jenny estava com um plano perfeito para conseguir ao menos um deles fora disso.

Ela olhou para Gibbs e passou uma coisa para ele quando Watson permitiu. Ela sabia que Gibbs faria bom uso daquilo. Era o broche dela com uma ponta afiada. Watson havia amarrado Gibbs com fitas quando as algemas ficaram pequenas demais.

Era hora de sair daqui.

Ziva entrou no banheiro do NCIS, tentando lavar o rosto cheio de lágrimas. Muitas vezes, ela era taxada de robótica e sem emoção, mas na verdade ela as mantinha para ela.

Hetty entrou ao lado dela, querendo conversar com a jovem. Ela mesma havia perdido pessoas importantes durante seu tempo. O mais recente era Dom. ele era jovem como Abby e ela ainda se sentia um pouco culpada.

— Você está bem? – Hetty sabia que Ziva estava preocupada.

— Eu não sei como descrever o que estou sentindo. – Ziva se encostou em uma parede. – Eu passei por uma situação assim há pouco tempo. Um terrorista me fez refém, me torturou. Gibbs, Tony e Tim me resgataram. Jenny deu o aval dela e Abby me recebeu tão bem na equipe de volta.

— Eu perdi um agente recente para terroristas. – Hetty olhou para a agente. – Ele era jovem como Abby. No pouco tempo que eu estive com ela, senti que ela é mais corajosa que aparenta.

— Como alguém que você mal conhece pode se tornar como uma irmã em tão pouco tempo? – Ziva sorriu. – Sério, foi difícil no começo, ela foi resistente no começo, mas depois me deixou entrar e nos tornamos amigas.

Quando Hetty iria responder, Kensi entrou com uma expressão fantasmagórica no olhar.

— Precisamos de vocês duas agora. – Ela parecia em choque. – Recebemos um vídeo.

Entrando na sala do esquadrão, Eric e Nell estavam digitando a uma velocidade que correspondia a de McGee e Abby juntas.

Tony foi para perto da esposa e segurou a mão dela. Deeks, Sam e Callen pareciam abalados e Nate estava com uma expressão impassível.

— Esse vídeo chegou há dez minutos. – Eric olhou para todos. – Eu devo avisar que pode ser um pouco assustador.

— Solte Eric. – Hetty se preparou para ver algo perturbador.

E nenhum deles se decepcionou. O vídeo começou e Ziva correu para o banheiro, vomitando no vaso.

Se já era difícil imaginar o que os quatro agentes desaparecidos estavam passando, foi horrível ver Abby levar choques seguidos.

Callen e Sam estavam tentando não demonstrar o medo, mas Kensi começou a chorar. Tony bateu na mesa, com raiva da imagem de Abby desmaiada.

— Descobrimos alguém entre os casos que Abby trabalhou. – A voz de Eric trouxe todos de volta. – Quase todos estão presos, mas tem um que se destaca e está livre.

— Ex capitão da marinha Michael Watson. – Nell disse. – Foi preso depois de sequestrar a esposa e a filha cega para conseguir dinheiro de um jeito que ele passasse despercebido.

— Ele foi solto por uma revisão do caso. – Eric respondeu. – Ele fez um acordo e o caso foi encerrado. Ele foi exonerado e então foi solto.

— Ele sequestrou a ex esposa e a filha cega. – Tony não conseguia acreditar. – E ainda foi solto?

— Ele perdeu a reunião com o agente da condicional. – Callen percebeu. – Isso já nos dá um motivo para ir atrás dele.

— Vou pedir um mandado. – Tony correu para a sala da diretora.

Gibbs olhou para McGee e passou o broche de Jenny até as mãos e abriu a fita com a parte pontiaguda. Ele não sabia o que Watson estava fazendo com Jenny, mas sabia que precisava correr.

Ele conseguiu cortar a fita dos pulsos e depois as dos pés. Pegando o broche, ele desmanchou e descobriu que além de ser um ótimo broche, ele tinha uma pequena faca dentro.

Agora Gibbs tinha uma vantagem sobre Watson. E ele a usaria.