A canção de Sakura e Tomoyo: melhor chamar Sakura escrita por Braunjakga


Capítulo 29
A pistoleira contra os magos brancos




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Capítulo 27

A pistoleira contra os magos brancos

 

I

Barcelona, Espanha

16 de dezembro de 2010

 

Diante da catedral de Barcelona, nas escadaria do prédio, Marta Carbonell, a mulher loira de armadura vermelha como sangue, apontava uma arma para o cardeal. Ela olhava para uma Tomoyo ajoelhada aos pés da escadaria e uma Larissa, agente dos mossos de esquadra, enfurecia e pronta para atacar a qualquer momento. O corpo de Kelly, colega de Larissa que Marta matou logo que se apresentou, jazia aos pés da escada. Destroços do carro de Tomoyo estavam ao redor, e o veículo ainda queimava por causa da explosão. As pessoas ao redor estavam congeladas como estátuas graças a barreira mágica que a soldado da Ordem levantou. 

— Rendam-se! — disse ela.

— Nunca! A Kelly já deu a vida dela pela Tomoyo! Eu estou disposta a fazer o mesmo! — disse Larissa, com uma raiva no olhar que Tomoyo nunca tinha visto naquela agente tão calma e tão pacífica.

— Eu não estou brincando! Eu estou exigindo! — disse Marta. 

— Eu também exigo que você se renda! — disse Larissa, pegando a arma da cintura e apontando para ela. Ela também pegou um cajado de dentro da manga da camisa longa azul. — Protect! — disse a agente. Uma aura amarelada apareceu ao redor do cardeal, e a Interventora da Ordem se sentiu mais afrontada ainda. 

— Eu avisei… — A soldado da Ordem apertou a pistola e disparou contra o sacerdote. Tomoyo e Larissa arregalaram os olhos, espantadas. O cardeal tremeu e foi caindo aos poucos no chão. O tiro arrancou um tufo de cabelo da cabeça dele. 

— President! — gritou Larissa. De repente, uma miragem apareceu na frente das duas mulheres. — Magia “blink”? Ela serve pra proteger de ataques físicos por um tempo! Mas quem ativou essa magia? — disse Larissa.

Agora era Marta quem não entendia nada do que estava acontecendo. 

— Não pode ser… — disse Marta, arregalando os olhos. Por mais que tentasse, não conseguia se mexer. Estava plenamente paralisada. 

— Pois é, é o que você está vendo, senhorita… — disse o Cardeal, logo atrás dela. 

— President Tossel! O senhor está bem?! O senhor usou uma magia de teleporte!  — exclamou a policial, surpresa e animada. Tomoyo ainda estava confusa. O simpático cardeal sorriu.

— Sim, estou. Esse velho tem alguns truques na manga, apesar de tudo. Mais um pouco e eu estaria perdido! — disse ele, sorrindo. 

— Como é que eu não senti nenhuma magia vinda de você?! Não é possível! Só se… 

— É possível sim! Deixe-me mostrar… doublecast… — disse o Cardeal Tossel. Ele bateu palmas e um raio de luz alvejou a cabeça de Marta. — Holy! — disse o sacerdote. Era como se a luz tivesse se juntado num ponto só e caísse em cima dela, como uma cachoeira de energia ou um enorme pedregulho feito de luz. Não foi só uma vez não, foram duas vezes. Marta ficou confusa, sem saber o que fazer. O cardeal sacou um cajado incrustado de pedras preciosas da manga da sua batina e disse:

— Haste! — O tempo ao redor dele acelerou e o Cardeal deu um golpe final em Marta Carbonell, correndo velozmente e dando um rasgo através do tronco dela. Ela caiu na hora e a barreira mágica que ela criou se desfez. 

 

II

 

Um policial do corpo nacional de polícia abriu a porta traseira da viatura para a Interventora. Antes de entrar, ela deu um último olhar silencioso para o cardeal, Tomoyo e Larissa.   

— Isso ainda não acabou! — disse Marta.

— Mas eu venci um dos mais fortes entre vocês, correto? — disse o cardeal, sorrindo. Marta inclinou a cabeça e se deixou guiar pelos policiais para dentro da viatura. Um tenente da polícia chegou até eles e disse:

— Cardeal, sei que isso é um caso para os mossos, mas se o senhor desejar, seria de grande ajuda dar uma passada na delegacia da via Laietana pra um breve depoimento sobre a Ordem do Dragão. 

— De muito bom grado dou uma passada por lá mais tarde. Tudo o que eu sei é que essa mulher estava atrás da moça de cabelos roxos e tentou chantageá-la tentando me sequestrar… — disse o cardeal. O tenente do corpo nacional de polícia fez um sim com o quepe e se despediu deles, fazendo uma breve continência para Larissa que ela prontamente respondeu com o mesmo gesto. Os policiais se foram, levando o corpo de Kelly com eles. Só ficou os três nas escadarias da catedral.

— Agora eu entendo as suas lágrimas, Tomoyo. Você não deve ter passado por momentos fáceis nesses últimos tempos, não é mesmo? — disse o Cardeal. Tomoyo apenas se calou e agachou a cabeça.

— Seria bom se alguém com o talento e a experiência do senhor pudesse se juntar à gente… — disse a costureira.

— Você gostou, não foi? Fazia quanto tempo que as coisas não terminavam bem pra você? O vilão preso, o dia terminando em paz, sem ninguém mais tendo que morrer pra você… — disse o sacerdote. Tomoyo ainda continuou calada. — A perda da Kelly foi ruim, foi ruim mesmo, tem coisas que a gente não consegue fazer, mas a gente nunca pode parar de lutar…  

— Isso é verdade, Tomoyo! Dom Miquel Tossel é um príncipe cardeal que se tornou presidente da Generalitat no exílio. Durante a guerra civil, ele perdeu o irmão, Dom Albert I, e o pai dele, Dom Sergi I, e viveu quase quarenta anos no exílio! Ele podia ser o Rei da Espanha agora mesmo! — explicou Larissa, muito empolgada. O cardeal estava envergonhado.   

— Calminha, mocinha! Calminha! Eu tenho uma história muito longa mesmo, mas não é hora de eu falar dela com vocês ou usar ela aqui e agora. O meu foco agora é a Tomoyo e o problemão que ela tá passando. — disse o cardeal, gentilmente para elas. Ele pegou as mãos de Tomoyo e acariciou-as entre as suas. — Vejo que você ainda está com o terço que eu te dei. mantenha-o junto de si e tenho certeza que ele te fará milagres.  

— Excelência… Nem sei como agradecer, mas acho que já estou me acostumando com essa ideia de “sacrifício”. Daria minha vida em troca de ver a felicidade da minha amiga e dos meus companheiros… — disse Tomoyo. 

O cardeal pegou os ombros da moça e olhou bem no fundo dos olhos dela.

— Eu também pensava assim quando tinha sua idade, mas a vida é uma caixa de surpresas. Deus nos deu o dom da vida para fazermos bom proveito dele até o fim. Não desperdice ele facilmente! Lute até o fim, está bem? Mas com consciência… — disse o religioso, dando um leve tapa na bochecha dela ao se despedir. Ele subiu as escadarias da igreja de volta, e Larissa se aproximou de Tomoyo. Ela ainda estava muito chocada com tudo o que aconteceu. 

— Hey, Tomoyo, vamos indo? — disse Layle.

— Vamos… ainda temos que dar a notícia para os filhos da Kelly lá em Blanes… — disse Tomoyo, ainda triste e melancólica.

 

Continua… 




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