Beleza primaveril escrita por Mari Mitarashi


Capítulo 1
Beleza primaveril


Notas iniciais do capítulo

Estava tão ansiosa para postar. É meu primeiro trabalho envolvendo SasuSaku.

Essa one foi inspirada em uma tirinha.



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Os raios de sol ultrapassavam as montanhas imponentes de Konoha.

 

Os anbus responsáveis pela patrulha noturna encerravam o turno naquela bela manhã que estava prestes a começar. Aos poucos as ruas da grande Konohagakure começava a ganhar vida. Ninjas que iam ao trabalho, comerciantes abrindo suas lojas de bugigangas sorriam para o céu parcialmente escuro.

 

No distrito Uchiha, o véu da noite ainda cobria o território do clã, contudo não era desculpa para o patriarca da família se manter em repouso em sua cama, pois possuía responsabilidades que exigiam o seu despertar antes dos jovens Uchihas. 

 

O silêncio inquietante não condizia com o aconchego da mesa farta na cozinha no estilo oriental tradicional, os pequenos buquês de sakuras enfeitavam o ambiente dando vida a escura e fria casa do clã Uchiha.

 

Como um espectro assustador, Sasuke caminhava pelos corredores do casarão, se camuflando quase totalmente pela escuridão que ainda devorava as paredes brancas, os retratos pregados nas paredes exibem semblantes felizes e calmos. Algo incomum para aquele que se auto-nomeou um vingador. Ele se permitiu parar para apreciar o rosto de sua amada esposa segurando a sua primogênita nos braços, a beleza das madeixas rosas caiam como uma luva aos pares de olhos esmeraldinos e formosura da médica. O kimono tradicional  na cor vermelha exibia em sua lateral o símbolo do clã, Sasuke fazia questão de sua esposa ostenta-se o leque vermelho e branco em suas peças de roupas. 

 

Um pequeno sorriso surgiu nos lábios do Uchiha, mas desapareceu tão rapidamente que não poderia dizer se realmente aconteceu ou fora apenas uma miragem. 

 

As portas que davam ao jardim pessoal de Sakura — santuário este que Sasuke zelava mais do que tudo — foram empurradas permitindo as ousadas pequeninas pétalas de sakuras invadissem o batente da porta, as árvores estavam no auge da beleza primaveril, dezenas e mais dezenas de árvores carregadas com as flores mais belas formavam uma cascata cor de rosa. O kimono preto balançou com a brisa matinal, agora era possível ver os raios dourados empurrando a noite que recusava-se partir. As estrelas não podiam ser mais vistas no horizonte, apenas o colorido céu da primavera. 

 

Tudo ali lembrava ela, a sua beleza, delicadeza e força. Ah, como ele sentia a sua falta. Ouvi-lá cantar era um luxo que permitia para si, ninguém além dele possuía o direito de apreciar a melodia daquela voz tão bela.

 

Ele seria capaz de matar apenas para ver o sorriso no rosto surgir na face de Sakura. Soava muito hipócrita vindo de alguém que só a fez sofrer. E como ele se odiava por tê-la feito chorar tanto com a sua cega vingança, que não levou a nada a não ser sua própria destruição. 

 

Sasuke jamais compreendeu a benevolência que a Haruno sentia por ele, ela  era que tinha mais motivos para odia-lo, mas ela não fez. Sakura o tirou da escuridão que ele próprio se pôs e o guiou para um caminho diferente, que nem mesmo ele acreditou  ser mais possível. 

 

Sakura o presenteou com o que há de mais belo neste mundo, uma família. Ele nunca poderá retribuir tamanho gesto de amor que ela lhe deu.

 

A Haruno possuía garra, Sasuke tinha que admitir. Ela enfrentou o inferno e mais para estar ao seu lado, não deixou se abalar pelos comentários maldosos nem ao menos se acovardar quando a questionaram sobre os seus reais sentimentos por alguém tão desprezível. Ele me ama e eu a ele, é isso que importa, ela sempre dizia sem hesitar para quem a perguntasse.

 

O som de pequeninos passos chamaram atenção do ex-vingador, o olho descoberto pela franja lateral viu o seu filho mais novo Satoru se aproximar. Os grandes olhos verdes brilharam ao ver as sakuras pela primeira vez aquela manhã, ele nunca havia presenciando tamanha beleza do desabrochar das flores. Tom rosado das madeixas do jovem Uchiha assemelha-se muito com as pétalas que caiam como chuva das árvores do jardim.

 

— São tão belas! — sussurrou animado.

 

— Sim, são realmente belas — concordou Sasuke com o filho.

 

—  Como a mamãe? — Satoru perguntou ao pai.

 

Sasuke ficou em silêncio refletindo a pergunta do filho — Sua mãe era ainda mais bela.

 

A expressão no rosto do garoto fora de surpresa, a sua mãe era mais bela que aquele espetáculo que desenrolava diante dos seus olhos? Realmente ela era incrivelmente  bela.

 

A quietude voltou, ambos apreciava a chuva de pétalas e o explendor do amanhecer que estava em seu fim.

 

Satoru encarou ao pai ao vê-lo tão sereno, a expressão suave em seu rosto não era similar com o Sasuke Uchiha que ele conhecia. Parecia que era outra pessoa, o jovem Uchiha era parecido com o seu pai em muitos aspectos, mas era o mais diferente entre os seus dois irmãos. Não nascera com o dom de olhos que podiam ver além, ou até mesmo a cor profunda das madeixas pretas. Ele era exceção que não gostaria de ser.

 

— Pai? — Satoru  chamou-o relutante.

 

Sasuke desviou o olhar para o filho que segurava uma pequena mexa de seu cabelo e olhava fixamente para ela.

 

— O que está fazendo? — perguntou curioso para o gesto do filho. 

 

— Meu cabelo é um pouco diferente do seu e dos meus irmãos... — ele respondeu ainda analisando a mexa.

 

— O que você quer dizer com diferente? — Sasuke continuou confuso com as palavras do filho.

 

— É rosa... — os olhos verdes ergueram-se triste para encarar o rosto do patriarca Uchiha. — Como eu... Nasci assim?

 

Sasuke finalmente havia compreendido, Satoru se sentia estranho por ser o único daquele clã com características tão distintas por ter puxado a beleza de Sakura. Ele não se importava se o filho possuía ou não o sharingan, ou qualquer herança sanguínea. Satoru era o seu presente, e o pedacinho que Sakura tinha deixado para o mundo. Sasuke o amaria da maneira como ele veio.

 

Carinhosamente ele envolveu o filho com os braços o erguendo em seu colo, depositou um pequeno beijo na testa do menino e olhou fundo de seus olhos verdes e disse:

 

— Você tem o cabelo da sua mãe, Satoru.

 

 

 

 

 


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