Sonhos escrita por Vivian Duarte


Capítulo 1
Bia


Notas iniciais do capítulo

Conheça os medos e sonhos de Bia, personagem principal do livro "O Príncipe Sapo"



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POV'S BIA

— Anda Lu você prometeu que estaria aqui _ eu disse pelo telefone.

— Eu sei Bia _ Luana disse baixinho - MAS SÃO QUATRO HORAS DA MANHÃ _ ela gritou comigo. Óbvio que eu sabia do horário, porém estava super ansiosa, hoje era o nosso último dia de férias e amanhã iria ser nosso primeiro dia aula no Ensino Médio.

— Mas você vem hoje né? _ perguntei nem ligando para o grito dela.

— Eu vou, mas só se você me deixar dormir _ ela disse desligando o telefone na minha cara. Suspirei e busquei outro contato conhecido. Demorou cinco toques, mas ele atendeu.

— Gui? _ perguntei incerta.

— O número chamado está fora da área de cobertura principalmente se for uma amiga louca que não tem bom senso _ ele disse igual a voz da caixa postal e desligando.

Nossa eu estava chocada com os meus melhores amigos, como assim eles não poderiam falar comigo as quatro manhã. O que aconteceu com aquele papo de não importar a hora que eu estarei sempre lá para você.

Fiquei mexendo na rede social por mais uma hora antes de finalmente cair no sono.

Vocês tem amigos vingativos? Bem eu tenho e eles são vingativos demais. Eu apenas liguei para eles as quatro da manhã e como eles se vingaram? Abrindo a porta do meu quarto gritando.

— ACORDA BIA! _ eles gritaram e eu caí da cama.

— Isso é jeito de acordar alguém? _ perguntei irritada.

— Gui me responda por algum motivo alguém te ligou as quatro amanhã interrompendo o seu sono? _ Luana perguntou debochada.

— Iria te perguntar a mesma coisa Lu _ Gui disse. - Olha como estamos conectados _ ele disse.

— Vocês sabem que horas são? _ perguntei me levantado do chão.

— Horário mais que razoável para acordar um amigo _ Lu respondeu. Eram 10:30 da manhã.

— Agora o que era tão importante para você nos ligar as quatro da manhã? _ Gui perguntou.

— Não sei a roupa que eu vou _ respondi.

— Lu, por favor, me segura porque eu vou matar essa garota _ Gui disse.

— Eu não vou segurar nada, pois eu pretendo fazer a mesma coisa _ Lu disse.

— Poxa gente eu estou super ansiosa para amanhã e vocês fazendo pouco caso disso _ disse um pouco chateada.

— Bia, amiga, ficar ansiosa é normal, mas ligar para os amigos as quatro da manhã para falar de roupas é anormal _ Gui disse.

— A gente entende seu nervosismo _ Lu disse me abraçando. - Mas se me ligar as quatro da manhã para falar de roupa, eu te mato _ ela disse me soltando e bem séria.

— Faço minhas palavras da Lu _ Gui disse. - Agora troque de roupa, porque trouxemos os itens e a Lu vai fazer a especialidade dela na cozinha _ ele disse.

— Quibe assado _ eu disse trocando de roupas o mais rápido possível.

— Vejo que conseguiram acordar essa menina _ minha mãe disse assim que nos viu entrar na cozinha.

— Apenas pagamos na mesma moeda, tia _ Gui disse sorrindo e Lu sorriu também.

— Como provavelmente vocês estão falando de algo que só vocês entendem prefiro não me meter _ minha mãe disse. - Agora crianças a cozinha é de vocês _ ela disse se retirando e indo para a área provavelmente para lavar a roupa.

— Leu lavo o arroz e você começa a preparar o quibe _ disse e ela assentiu.

— Eu fico encarregado dos stories _ Gui disse determinado. Acabamos rindo dele.

Lavando o arroz eu pensava. Nervosismo era normal e eu não precisava ficar tão ansiosa assim, meus melhores amigos estariam comigo.

— O que tanto pensa? _ Gui perguntou colocando a cabeça no meu ombro.

— Que tenho muita sorte por ter a minha família e meus amigos _ respondi e ele beijou minha bochecha. Nisso ouvimos a porta se abrir e já que eu e minha mãe estávamos acordadas, havia apenas uma pessoa: Rafael, meu querido irmão.

Esse cruzou o corredor e por dez segundos nos olhou. Estava de short e sem camisa. O cabelo bagunçado e cara de sono. O semblante que estava cansado se tornou sério.

— Bom dia para você também _ disse. Rafael me ignorou completamente.

— RAFAEL SEJA SIMPÁTICO! _ minha mãe gritou da área. A área era bem perto da cozinha, então ela poderia ouvir e se esticasse a cabeça poderia ver o que acontecia.

— Oi _ Rafael disse pegando e bebendo um copo de água.  - Tchau _ ele disse e voltou para o quarto.

— O nome do meio do seu irmão devia ser simpatia _ Gui disse irônico. Nisso a minha mãe saiu da área e com passos firmes bateu na porta dele. Ele abriu.

— Você vai voltar lá e mostrar a educação que eu te dei _ ela disse.

— Caraca eu já falei com eles _ ele retrucou.

— Anda logo _ ela disse e Rafael voltou.

— Olá amigos da minha irmã espero que vocês estejam bem e aproveitem o dia na minha casa _ ele disse irônico, Lu tentou esconder, mas sorriu pelo deboche do irmão.

— Agora posso voltar para o meu quarto? _ ele perguntou.

— Não _ minha mãe respondeu. - Só pela sua ironia você ficará aqui ajudando eles a preparar o almoço _ ela disse.

— Não _ eu e Rafael dissemos juntos.

— Mãe eu entendo que você queira castigar o meu irmão _ disse. - Mas por que me levar no processo? _ perguntei.

— Você e seu irmão precisam ficar mais juntos e não preciso me explicar para vocês _ minha mãe disse.

— Mãe se você não quer pensar em mim, pense o que estará fazendo com os meus amigos _ disse argumentando.

— Eles não irão ficar chateados né? _ minha mãe perguntou. Lu e Gui se olharam.

— Claro que não, tia _ Lu respondeu sorrindo amarelo.

— Rafael é uma excelente companhia _ Gui disse.

Claro que minha mãe não percebeu a ironia.

— Viu Beatriz e Rafael aprendam com a Luana e o Guilherme como serem pessoas educadas _ ela disse voltando para a área.

— Eu te odeio _ eu disse baixo batendo no braço do Gui. - Se não fosse pelo seu brilhante comentário não teríamos essa situação _ eu disse e ele ficou passando mão no braço.

— O que está feito está feito _ Lu disse como se aquilo fosse a sentença de morte. - Você pode descascar seis dentes de alho _ ela disse o olhando e meu irmão estreitou os olhos na direção dela.

— Não gosto que me digam o que fazer _ meu irmão disse.

— RAFAEL! _ minha mãe gritou em advertência. Lu levantou as sobrancelhas e sorriu. Muito a contragosto ele se juntou a nós.

Ficamos trabalhando em silêncio por alguns minutos.

— Olha eu não consigo não falar _ Gui disse. - Então vamos conversar _ ele disse.

— Mas e ele? _ eu perguntei.

— A gente ignora _ Lu respondeu.

— O assunto de vocês não me interessa _ Rafael disse. Ele saiu e foi ao quarto e quando voltou havia um fone de ouvido azul gigante.  Voltamos a conversar normalmente.

Em meio a risos arrumamos a mesa do almoço. Luana estava na cozinha esperando pacientemente que o quibe saísse do forno. Rafael colocava muito emburrado o arroz na travessa. Luana se abaixou para pegar o quibe no forno.

— Aí _ ela disse colocando a travessa em cima da pia e colocando o dedo na boca. Antes mesmo que eu ou o Gui pudéssemos chegar perto. Rafael já se encontrava retirando o dedo dela da boca e segurando a mão. Muito rapidamente ele colocou o dedo dela na água fria da torneira.

— Deixa aí que eu já volto _ Rafael disse se afastando e muito rapidamente voltando com uma pomada. - Vem cá _ ele disse retirando a mão dela da água. Com muita delicadeza ele secou e passou a pomada.

— Desde quando seu irmão é atencioso com a Lu? _ Gui perguntou de braços cruzados.

— Nesse minuto _ respondi. Nem mesmo Lu estava entendendo, pois ela o olhava chocada.

— Você poderia ser mais cuidadosa _ Rafael disse soprando o dedo dela.  Eles se olharam por poucos segundos. - Acho que não irá ficar marcado _ Rafael disse analisando o dedo.

— Obrigada _ Luana disse. Pronto, podem subir para as montanhas, pois o meu irmão sorriu para a Lu.

— O que aconteceu? _ minha mãe perguntou quebrando todo a cena.

— Lu queimou o dedo _ Gui respondeu.

— Aí querida, eu tenho uma pomada ótima para isso _ ela disse se aproximando. Já que Rafael estava a quilômetros de Luana.

— Não precisa eu já peguei e passei _ Rafael disse e minha mãe parou e olhou orgulhosa.

— Meu menino _ ela disse beijando a bochecha dele.

— Então já que a Lu já foi bem tratada podemos almoçar, estou morrendo de fome _ Gui disse.

Todos sentamos a mesa e fomos almoçar, assim que Rafael acabou ele saiu e passou a maior parte da tarde no quarto. Eu, Lu e Gui ficamos no meu rindo e contando nossas expectativas para o dia seguinte. Esse ano seria incrível por eu sabia que podia contar com eles para tudo.

Bem era isso que eu pensava, pois não estava preparada para o que iria acontecer naquele ano.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam??? Beijos!!



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