Número Um escrita por Siaht


Capítulo 1
Número Um


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Bom, estava com vontade de escrever algo sobre o Luther há algum tempo e finalmente fiz isso. Ainda não li os quadrinhos, então isso é completamente inspirado pela primeira temporada da série.
Espero que gostem! ♥



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Há algo sobre o modo como a solidão se infiltra em seus poros, se instaura em sua corrente sanguínea e preenche todo o seu corpo com um grande vazio. É desesperador e pacífico. Sufocante e confortável. Uma mistura conflitante de emoções. Não há antítese maior, no entanto, do que sentir-se solitário cercado pelas pessoas que você deveria amar. Após quatro anos isolado na lua, o rapaz não esperava se sentir tão desconectado e sozinho quando finalmente voltasse à Terra. Mas seu pai está morto, seus irmãos não conseguem se entender, toda sua vida foi uma grande mentira, o mundo está prestes a acabar e Luther Hargreeves está irremediavelmente quebrado.

Durante toda sua vida, ele foi o Número Um. Fora criado desde que se entendia por gente para ser um herói. Para ser um líder. Para salvar pessoas. Fora isso o que havia feito desde sempre. Ou, pelo menos, o que acreditava estar fazendo. Aquele era o seu propósito. Sua única razão de existir. A missão que seu pai implantara em sua cabeça. Luther abrira mão de tudo por aquilo. Abrira mão de toda uma vida, de qualquer sonho, desejo ou experiência pessoal. Abrira mão de tudo o que poderia ser. Renunciara qualquer coisa que pudesse lhe trazer prazer pessoal. Levara uma vida de sacrifícios, porque era o que heróis faziam. Mas heróis também caíam. E o que poderia ser mais trágico do que isso?

A queda definitiva, ele percebia agora, ocorrera após o acidente que quase o matara. Quem ele estava tentando enganar? Havia acabado ali e, ainda assim, estúpido como era, não havia se dado conta. Acreditara que, apesar da monstruosidade em que se transformara, ainda existia algum propósito para si. Que fazia algo importante. Que continuava um herói. Tudo isso era uma mentira. Sempre fora uma mentira. O rapaz não era mais do que uma marionete. Um brinquedo que o pai usara e descartara no instante em que perdera sua utilidade.

Ele fora o Garoto de Ouro. Fora o mais obediente, o exemplo, aquele que estava sempre pronto para seguir as ordens. Fora o Número Um. Fora o único que ficara – e ficara sozinho – quando todos os irmãos partiram. E, mesmo assim, o grande Reginald Hargreeves não hesitara em fazê-lo desaparecer. O mandara para o mais longe possível, apenas para não encarar a “coisa” em que o havia transformado. O abandonara no momento em que mais precisava de alguém. De um pai. De qualquer pessoa.

Agora Luther contemplava sua vida e só enxergava a escuridão. Estava preso a um corpo que não era o seu. Um corpo ao qual não pertencia. Um corpo ao qual não se sentia confortável. Um corpo monstruoso. Um corpo que abominava. Perdera a única mulher que verdadeiramente amara. Nunca havia conseguido se conectar verdadeiramente com alguém. Enxergava pela primeira vez o ser humano perverso que o pai era, enquanto ainda lutava contra o luto e a dor que a morte dele lhe causara. E o relógio continuava a correr. O Apocalipse se aproximava e não havia uma única maldita coisa que ele pudesse fazer para impedi-lo.

O mundo estava acabando, em breve todos estariam mortos, e Luther Hargreeves finalmente entendia que nunca fora um herói. Não era nada além da marionete de um velho sádico. Não era nada além de um grande desperdício de vida. E, no fim de tudo, o grande Número Um não era nada além de uma piada patética e decepcionante.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente acho o Luther um personagem complexo e interessante, apesar das vezes em que quero dar na cara dele HAHAHA
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís



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