A Única Esperança escrita por ImperatrizPersefone


Capítulo 16
Sentimentos




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Julian

Sempre tive tudo de bens materiais que desejei, não tive privação de nada e até começar essa viagem não imaginava que muitos garotos passassem tantas dificuldades, jamais imaginei que um pai tivesse coragem de expulsar o seu filho de casa lhe deixando passar necessidades.

Porque as pessoas são tão cruéis?

Desejo do fundo do meu coração matar todas as pessoas que fizeram meus marinas sofrerem, sei que isso não é função de deus, eu deveria ter um bom coração e saber perdoar, mas isso se torna impossível ao ver tanta maldade, ver tanto sofrimento que poderia e deveria ter sido evitado.

A injustiça, a falta de fé, falta de compaixão, de solidariedade, os humanos só são amigos uns dos outros quando a pessoa tem algo para lhe oferecer, quando você não tem nada lhe joga fora, não é essa a humanidade que eu desejava conhecer.

Esperava conhecer pessoas bondosas, que ajudasse uma as outras, mas não é isso que eu vejo por onde estou passando nessa viagem.

Estou sentado ao lado da cama onde o garoto está dormindo, vejo que seus cabelos estão sujos, suas roupas além de sujas tem furos, com certeza ele morava na rua, mas porque ninguém cuidou dele? Porque as pessoas só pensam em lucro e não sabem estender a mão a quem necessita de ajuda.

Meu coração está enchendo de ódio, raiva e sede de sangue, definitivamente eu deixei de ser um garoto ao despertar as minhas memórias de deus e quero punir todas as pessoas maldosas.

Vejo que o garoto está acordando, ele abre os olhos, ao olhar diretamente em seus olhos vejo tanto sofrimento que fico com vontade de chorar, mas um deus não deve chorar, mas sim guardar as mágoas no coração para fazer julgamento.

Não precisa ter medo, não lhe farei nenhum mal.

Bian: Onde estou e quem é você? 

Julian: Sou a reencarnação do deus grego Poseidon, lhe encontrei ao sentir o seu cosmo e lhe trouxe para o meu navio.

Bian: Você é um deus? E o que é cosmo?

Julian: Cosmo é o poder que você sentiu em seu corpo ao se defender daqueles garotos. Quero que aceite ficar do meu lado, quero lhe ensinar mais sobre o cosmo para que não mate ninguém sem querer.

Bian: Porque não posso matar alguém quando os meus pais foram mortos covardemente e ninguém nunca me ajudou?

Julian: Eu sinto muito pelo seu sofrimento, mas sinto que o seu coração é puro de maldade e que só machucou aqueles garotos para se defender.

Bian: Eu não queria machucar ninguém, só queria comer o lanche que custei a conseguir comprar.

Julian: Ouvir aquelas palavras me doe, eu não sei o que é sentir fome, sempre que desejei comer algo pude realizar esse desejo.

Tome um banho e venha jantar conosco, não sentirá mais fome, eu lhe prometo isso.

Sai daquele quarto, me tranquei no meu quarto e deixei as lágrimas molharem o meu rosto.

Bian

Levantei e observei como aquele quarto tem luxo, nunca sonhei em entrar em um quarto assim, entrei no banheiro e vi que tinha roupas novas e limpas e comecei a chorar, ainda não entendo porque um estranho está me tratando bem.

Tiro aquelas roupas sujas e furadas do meu corpo, ligo o chuveiro e enquanto a água cai sobre o meu corpo que está muito magro, me lembro dos dois anos que vivi sozinho nas ruas, lembro das vezes que fui xingado por ser um menino de rua, das várias vezes que tentei dormir mas não conseguia por estar com muita fome, lembro dos olhares de desprezo que recebi.

Lavo os meus cabelos com shampoo e condicionador que sei que são muito caros mas muito cheirosos, termino o meu banho, me enxugo com uma toalha tão macia e me visto, pela primeira vez durante dois anos me sinto bem, sinto como humano.

Saio do quarto e vou andando até chegar na sala de jantar, tinha tanta variedade de comida sobre a mesa, coisas que nunca comi por serem caras.

Nem me lembro quando me alimentei tão bem, mas essa foi a primeira vez que fui bem tratado por desconhecidos, depois do jantar, voltei para o quarto, me deitei a cama, como é bom ter uma cama novamente para dormir, estou tão confortável que não demoro para adormecer.


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