O Sacrifício Doloroso escrita por Miss Siozo


Capítulo 2
As Consequências


Notas iniciais do capítulo

Decidi soltar mais cedo esse capítulo por ser mais curtinho ^^

Tiveram duas coisas que eu esqueci de comentar. A primeira e mais importante é o nome do poema que escrevi inspirado em nosso querido Shun, ele se chama "O Santo Infeliz". A segunda é que a autora aqui é canceriana e por mais "amorzinho" que possamos ser temos um lado de sombra e o meu se manifesta muito em minhas obras. Então o tom sombrio desse capítulo curto eu o considerei bem impactante.

Boa leitura!



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O virginiano revia em sua mente as batalhas que tivera que enfrentar, mas, algo diferente acontecia a essas lembranças, pelo menos em sua maioria, os resultados não eram a incapacitação, e, sim a morte de todos os seus adversários. Aquilo o causava horror, ele conseguia ver o sangue em sua armadura e correntes. Ele corria o mais rápido que poderia, avistou um lago e correu para alcançá-lo, o jovem necessitava retirar todo aquele sangue de si, as lágrimas lhe embaçavam a visão. Se aquela água o purificasse e o aliviasse de toda a culpa e dor, ele preferia morrer do que trazer a morte a outro.

“Eles me chamam de santo

Mas não pude ser sempre misericordioso

Tentei ser mediador e dialogar sem elevar minha voz

Não quero ser um santo temido ou amado

Não desejo ser louvado em meio a desgraça”

 

Shun arrancou a armadura de si e andou até a beira do lado, ficando na parte rasa, fechou os olhos e pôs-se a banhar em meio as lágrimas insistentes. Ah se pudessem lavar sua alma! Quando abriu os olhos viu o lago vermelho, o reflexo de seu rosto com um sorriso sádico o desestabilizou.

— Ó doce criança assassina! – uma voz o chamou – Arrependido de tua escolha?

— Q-quem é você?! O que está fazendo comigo?! – tentava sair do lago, mas, sentia-se preso.

— “Uma dor por outra”, lembra-se? – respondeu a voz – Estás a pagar por tua escolha, porém devo admitir que estou acrescentando um “bônus” de sofrimento em tua pena.

— Por quê? – pôs suas mãos contra o peito num ato débil de autoproteção.

— Por tua insolência inocente criança – um vento cortante se manifestou realizando cortes pelo corpo do cavaleiro – Duas vezes, devo acrescentar. Nenhum mortal como tu resististe a mim, então é meu último dever eliminá-lo de dentro por fora.

— Hades? Isso não é possível!

— Uma pequena parte de meu cosmo ficou em ti quando me expulsara pela influência do sangue de minha detestável sobrinha – explicou – Sei que será uma tarefa completamente suicida para mim, mas, serás a minha última diversão criança insolente – materializou-se em frente ao cavaleiro – Quero que saiba que acordarás, o jogo será mais interessante assim. Fico curioso para saber quanto tempo será necessário para que fiques completamente louco e tires tua vida.

— Isso faria com que meus amigos sofressem ainda mais...

— És pueril demais, não foi ao acaso que escolhi tua alma criança – fizera o lago sumir e caminhou até Andrômeda que continuou paralisado – Sempre se sacrificastes pelos outros, essa é a maldição de tua constelação guardiã. Agora se abrires mão da vida que tens trará sofrimento aos outros, se não o fizer trará ainda mais sofrimento para si, interessante não?

— Irei encontrar uma forma de tomar o controle – encarou a figura do deus.

— Não durmas – tocou o queixo do virginiano – Dificilmente conseguiria influenciá-lo acordado, apenas o aviso que eu consegui emitir. Já tens a resposta, ela não vale muito tratando-se de tua condição, um humano precisa dormir para não entrar em colapso. 

— Por que está me contando isso?

— Minha intenção não é mentir para ti – acariciou as madeixas esverdeadas do jovem – O jogo torna-se interessante quando todos estão a par das regras – puxou-os com força em seguida e o cavaleiro de bronze arfava de dor – É mais nobre sacrificar-se em uma batalha do que cometer um ato tão desesperado e covarde quanto um suicídio – soltou-o – Vejo que Athena estás a tentar interceder por ti. Não posso desejar-vos sorte, afinal o final é nítido como as águas cristalinas, nós morreremos e eu divertir-me-ei um pouco durante o processo.

— Por quê? – o mais novo chorava de soluçar – Eu pensei que havia acabado, que meus amigos, nossa deusa e eu finalmente presenciaríamos a paz – abaixou sua cabeça – Eu... não teria como permanecer vivo sem livrar-me de sua presença – conseguiu libertar um braço e enxugou suas lágrimas – Essa será a minha última batalha. Se eu não conseguir livrar-me de ti Hades, terei que conformar-me com a minha própria morte.

— És ingênuo demais para acreditar na mentira da paz. A única forma possível era matar a todos e reiniciar a humanidade do zero – segurou e ergueu o cavaleiro de Athena pelo pescoço – Vais desistir tão fácil de sua vidinha insignificante? – ironizou – Não deixe esse jogo tão fácil Andrômeda! – jogou-o contra as pedras com violência – Eu posso ver o seu coração, na verdade sua defesa mental era tão frágil que pude ver suas memórias e seus sentimentos. Talvez eu faça mais algum esforço para influenciá-lo a levar mais gente consigo.

— Por favor, não! – gritou desesperado – Não o faça!

— Adoro quando imploram – o deus sorriu sádico – Somente com a condição de que não desistirá tão fácil cavaleiro. Eu não consigo recordar-me quando eu comecei a apreciar o sabor das guerras, mas, entendo que seu coração em parte lembrava o meu nos primórdios quando eu lutava apenas quando não tinha outra escolha – aproximou-se do jovem – Assim como tu que estás sem escolha criança – encostou seus dedos na testa de Shun – Agora acorde Shun, tu terás tua chance!

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse papo com Hades?
Eu juro que meu coração doeu ao escrever e revisar antes da postagem.
No próximo capítulo veremos como o pequeno Shun lidará com esse desafio desproporcional do deus dos mortos.



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