As vigaristas escrita por Letícia Pontes


Capítulo 7
Hotel




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Ana sentia-se disposta. Talvez fosse a adrenalina, mas talvehh z estivesse realmente bem. Ela não saberia dizer com certeza. Pegaram um táxi e ela foi no banco da frente. Estava animada como sempre fora e conversava com o motorista de forma amigável. As outras três se mantinham calada no banco de trás. Ana preferia falar, espantar as energias negativas em volta de todo mundo ali.

Mirela pensava sobre a última vez que estivera no Rio de Janeiro, não lhe trazia boas recordações já que foi quando a mãe deu os primeiros indícios do câncer, que não sabiam que na verdade já estava muito avançado. Ela se culpava de não ter se preocupado com ela antes. A mãe de Mirela sempre fora uma mulher independente, extremamente elegante, dominante, autoritária e dona de si. Mirela acabou por esquecer de que apesar disso era uma humana que já estava de idade avançada, deveria sim estar fazendo alguns exames de vez em quando. Isso ficou de lado e quando a doença veio, matou-a rapidamente.

Quanto a Tamires, só pensava em quanto iriam poder ganhar e sobre o que viria m seguida. Ela pensava muito sobre a morte de Ana, que era já certa que aconteceria em pouco tempo. Pensava em estratégias para esconder a amiga morrendo pouco a pouco e pensava sobre o que seriam delas três depois disso.  Tamires tinha medo de que as meninas esquecessem dela, que o grupo se desfizesse e ela voltasse a não ter amizade sincera.

Maiara queria se livrar do velho logo, ele estava tão apaixonado por ela que seria fácil engana-lo por um bom tempo, ela já havia pensado inclusive que isso poderia durar até sua morte. Pensou em casar-se logo com o idoso como ele sempre propusera, mas também pensava em como gostaria de encontrar um amor verdadeiro. Agora só precisava que as amigas caíssem em cima do cara que parecesse mais fácil de manipular, assim terminariam aquilo da melhor maneira. O plano era conseguir a maior quantia de dinheiro possível e vazar quando começasse a ficar suspeito.

Quando chegaram ao hotel, as reservas já haviam sido feitas nas melhores quartos do prédio ali em Ipanema. As meninas subiram cada uma para o seu quarto combinando de se encontrarem na piscina do hotel na manhã seguinte para o café da manhã.O velho Osvaldo queria muito que Maiara e ele se vissem naquela noite, mas ela convenceu-o que seria melhor no dia seguinte porque todas estavam muito cansadas do trabalho. Era o que haviam combinado entre elas também.

Quando amanheceu, Mirela estava mais do que disposta para o dia. Parecia que toda a negatividade e tristeza do dia anterior tinha ficado exatamente ali: No dia anterior. Colocou um biquíni e desceu de roupão para um café da manha na piscina, como combinado. Conseguiu reconhecer sua amiga Tamires fumando em um canto isolado , uma mesa em uma varanda pequena que dava uma bela vista para a piscina um pouco mais em baixo.

—Pode fumar aqui? - Ela olhou em volta preocupada

—Minha querida, pelo preço que estamos pagando nesse quarto, eu fumo onde eu quiser.

—Na verdade quem está pagando é o tal do Otávio.

—O nome dele é Osvaldo. - A voz da Maiara surgiu atrás dela. ela vinha de braços cruzados com Ana que parecia radiante naquela manhã

—Uau! - Tamires analisa a amiga. - Então a Aninha vai ser loira sedução nessa missão? - Ela observou a peruca impecável da amiga.

—Com certeza vou, e vejo que você não cansa desse cabelo castanho.

—Minha querida, preciso de algo discreto. - Ela pisca o olho tragando o seu cigarro.

Mirela estende a mão para ela pedindo o fumo e traga duas vezes antes de devolve-lo.

—Se a minha linda peruca  ficar fedendo a cigarro, eu queimo a cara de vocês. - Maiara fala coma  voz suave como se estivesse falando algo fofo, enquanto  arruma o cabelo vermelho fogo como se fosse a coisa mais preciosa de sua vida

—Okay, então como pretendem que seja o dia de hoje? - Mirela começa o assunto.

—Bom,  o Osvaldo  disse que um carro vem nos buscar pelas 9h para irmos para a mansão dele. Sim, é uma mansão, já estive lá. - Ela fala vendo os olhares das amigas de empolgação. - Ele gosta de elegância, então não mostrem menos que isso por enquanto.

Ana pega a bolsa de piscina que havia trazido e saca pastas pretas que trazia dentro entregando-as uma para cada uma das meninas.

—Coloquei todas as informações que sei sobre ele, seus filhos, sobrinhos e netos. - Maiara volta a falar. - Eu ainda não conheci nenhum deles, só sei o que ele fala e o que eu investiguei, mas saiba que são todos muito gatos, só precisarão achar os mais burros. - Ela riu.

As garotas brindaram os champanhes que pediram e riram animadamente do que viria.

Todas as quatro ali já haviam participados de golpes bem maiores e mais complicados, aquele se tratava apenas uma pequena diversão para curtirem juntas e por isso elas sabiam que independente do quanto conquistassem, seria bom. No momento todas estavam bem de  vida, a mais sossegada era Mirela que além do que já tinha adquirido, ficou com todo o dinheiro da mãe. Ela poderia viver bem por pelo menos mais uns quinze anos, mas precisava se manter ativa pelo menos de vez em quando. Quanto a Ana, não importava todo o dinheiro que tivesse, nada a salvaria da morte. Maiara acumulara uma boa quantia, no momento quase não a usava, já que o velho Osvaldo bancava tudo o que ela quisesse com o maior gosto.

Por fim, Tamires estava naquela vida a pouco tempo e tudo o que tinha, usava para ajudar os pais. Também juntava dinheiro pois pretendia se formar e ser alguém na vida além de uma vigarista profissional.

Todas as meninas se arrumaram da melhor forma e esperaram na hora marcada, no saguão do luxuoso hotel, para finalmente começarem a agir.

—Faz tempo que não interpreto um papel sensual. - Ana falava ansiosamente enquanto fazia poses de frente a um espelho enorme, atraindo vários olhares.

—Bom, essa é a sua chance. - Maiara se levanta alisando o vestido de renda verde escuro que usa. - O carro chegou. - Ela confere o batom vermelho no espelho e segue para o carro com as três em sua cola.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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