Oblivion escrita por Lucca


Capítulo 15
O Plano - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Quero começar agradecendo a todos os leitores que continuaram aqui apesar das minhas atualizações tão inconstantes.
Falta bem pouco agora. Acredito que consigo finalizar com dois ou três capítulos. E espero fazer isso antes da estréia da S5.
Após conseguirem um balde de água fria ao tentarem a ajuda de Nas, chegou a hora de Zapata apostar tudo com Keaton. Também temos um conversa importante entre Patterson e Jane.

Boa leitura.



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Tasha Zapata chegou ao local no horário combinado. Keaton já a esperava. O abraço foi mais afetuoso do que ela esperava. E preferiu ignorar o quase roçar no nariz dele no seu pescoço. O apartamento pequeno no fundo de uma lanchonete era bastante discreto. Sua entrada pela beco lateral à rua era uma vantagem adicional. Dificilmente alguém veria as pessoas que mergulharam naquela escuridão para os encontros secretos da CIA.

Keaton tinha sido muito importante para que Zapata conseguisse executar seus planos e se infiltrar na HCI Global ganhando a confiança de Blake. Forneceu informações importante além de garantir que a ficha da latina apresentada à filha de Crawford fosse a de uma aliada indispensável.

Para a CIA, tudo tem um preço. Zapata sabia disso e estava disposta a pagar caro, mas não via outra saída. Ao mesmo tempo que atuou com o agente dupla para Roman, também atendeu todas as solicitação de Keaton quanto à informações vazadas de dentro daquela poderosa organização internacional.

No início, o diretor da CIA não sabia do envolvimento de Roman naquele plano. Mais tarde, deve ter avaliado que o risco valiam os ganhos. Então, agiu como sua agência sempre fazia: manteve a discrição e deixou que as consequências negativas daquela operação recaísse sobre as costas do FBI, especialmente sobre a equipe do NYO liderada por Kurt Weller.

Zapata não sabia definir exatamente o que em Keaton a fazia apostar todas as suas fichas nele. Provavelmente era a confiança que depositara nela desde que a cercou no SIOC para oferecer-lhe um lugar em sua equipe da CIA. Ele não a questionava nem listava todos os perigos por trás de suas decisões como Reade fazia. Confiava na eficiência dela diante dos riscos e adversidades. Assim como Roman. E ela precisava disso para reafirmar. Profissionalismo, ela deduzia, algo que Reade jamais conseguiria alcançar com relação à ela.

A jogada certa agora, trazendo Keaton como aliado mostraria a todos seu valor. E, principalmente, mostraria a ela mesma seu valor curando seu ego ferido após ter sido zipada.

— Uau, a Europa te fez muito bem. – Keaton disse assim que entraram servindo uísque aos dois.

— Obrigada, Jake. Meu novo cargo na empresa não permite deslizes. Não é fácil convencer as pessoas que você é a pessoa mais capacitada para estar à frente da segurança quando se tem apenas 1,57 metros de altura. Salto e roupas adequadas ajudam. Aprendi com Nas.

— Fez escola direitinho. É preciso muito mais que músculos e testosterona para ousar desafiar aquela mulher. Mas estou muito feliz que tenha encontrado um tempinho para nós nessa viagem. – disse entregando o copo na mão dela e demorando um pouco mais do que ela gostaria no toque dos dedos nos dela.

— Vivi praticamente minha vida toda em NYC. Mesmo não querendo voltar, queria algo familiar para essas horas que vou passar aqui. Esperar no aeroporto me deixaria... irritada.

— Entendo. – ele disse aproximando a cadeira da dela e colocando a mão no seu joelho. – Você é a mulher mais focada e a melhor agente que conheço. O descaso de sua antiga equipe com você é incompreensível. Bem, se considerarmos sua dedicação ao trabalho e a bagunça que era o FBI, acho seguro dizer que sua presença ali incomodava...

— Ah, por favor, não quero falar deles. Vamos deixar o passado morto e enterrado. Conte-me sobre como as coisas na Big Apple.

— NYC segue sendo uma cidade maravilhosa. Finalmente reina a paz. Nosso tempo é tão escasso, Tash. Vamos falar de assuntos mais importantes. Você, por exemplo. – e a encarou – Esse seu perfume combina perfeitamente com você.

Tasha sorriu enquanto mentalmente desejava dar um belo chute nas bolas de Keaton por sua inconveniência.

“Eles está zipado. Só pode ser por isso que está agindo assim.” Pensou. “Paciência, Tasha!”

Uma hora foi todo o tempo que ela conseguiu suportar as investidas de Keaton. Nos primeiros 40 minutos, fingiu não perceber e esforçou em reconduzir a conversa para assuntos adequados à dois colegas que se admiram e respeitam profissionalmente. Nos últimos 20 minutos teve que deixar claro que sexo não era seu objetivo com aquele encontro. Manter as mãos dele sob controle foi a parte mais asquerosa da noite.

Por fim, se desculpou e disse que precisava ir.  Já tinha saído do apartamente e alcançado o beco quando ele, numa estratégia rápida, a cercou contra a parede deixando seus lábios a milímetros do dela:

— Vamos lá, Tash. Eu sei que você sempre quis isso. Depois que você entrar naquele avião, a gente finge que não aconteceu.

— Jake, não. Você é casado, lembra-se?

Ele riu sem se afastar:

— E você é como eu: capaz de colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente sem deixar que tudo que fez à trabalho tire sua paz.

— Não estamos trabalhando. – ela foi enfática usando as mãos para mantê-lo afastado.

— Qual é, Tash, nos conhecemos no trabalho. É a mesma cois...

Nesse momento, ele foi atingido em cheio pela coronhada na cabeça desmaiando. Mas não caiu antes que ela deferisse um golpe certeiro com o joelho bem no meio das suas pernas.

Reade e Roman não ousaram dizer nada. Apenas levaram Keaton para dentro e aplicaram o antídoto. Antes de saírem, Reade se certificou:

— Você tem certeza que é melhor estar sozinha quando ele acordar.

— Eu dou conta, ok? – ela parecia fria, mas os dois sabiam exatamente o perigo de confrontá-la quando sua irritação atingia aquele nível. – Além disso, isso tudo é efeito do ZIP. Quando ele acordar, terá passado.

Os dois concordaram e saíram.

Meia hora depois, Keaton despertou sentindo o gelo no ferimento na parte de trás de sua cabeça.

— Que raios foi aquilo?

Tasha se colocou em frente à ele:

— Finalmente você acordou. Já estava ficando preocupada. Como se sente?

— Como se tivesse levado uma pancada na cabeça, ora essa. O que aconteceu, Tasha? Foi você quem me bateu? Quero te lembrar que quem marcou esse encontro foi você. Tudo bem fazer o jogo de durona, mas aqui você passou dos limites...

Tasha respirou fundo. Nenhuma mudança. Esse filho da puta não estava zipado afinal. E não havia tempo para lamentar seu erro. Ela precisava agir rápido, então fingiu inquietação:

— Não fui eu, Keaton! Nem tudo se resume a jogo sexual. Três moleques. Não deviam ter mais de dezesseis anos. É por isso que essa cidade me irrita. Levaram sua carteira e meu cartão. Ainda bem que deixei a bolsa com a passagem e os outros cartões no guarda-volumes do aeroporto. Você está bem?

— Malditos moleques! – ele disse avaliando seu estado. - Esse prefeito infeliz que tem sido muito pouco rígido com a segurança pública. Mais prisões e menos projetos sociais resolveriam o problema.

— Você precisa de um médico? Pensei em chamar o resgate, mas depois achei melhor esperar você acordar. Não queria queimar o esconderijo nem que tivesse que justificar pra sua esposa porque estava com outra mulher quando foi assaltado.

— Não. Sem médicos, estou bem. Talvez um pouco de carinho pelo resto da noite faça com que me sinta melhor.

— Tarde demais, meu querido. Meu voo sai em meia hora. Preciso ir para o aeroporto. Espero que você tenha algum dinheiro guardado por aqui, porque vou precisar.

Keaton levantou meio atordoado, mas sabia que não seria ajuizado desacatar uma ordem de Zapata com aquele tom de voz. Deu o dinheiro à ela:

— Provavelmente estarei na Europa em duas ou três semanas. Podemos recomeçar de onde paramos. – ele disse ao se despedir.

Ela sorriu:

— Preciso consultar a minha agenda. Mas com certeza preciso de um novo encontro com você. Guarde bem esse momento, Jake. Vou querer que se lembre. – e piscou para ele saindo sem deixar que a tocasse.

Na rua, ela pegou o taxi e indicou o aeroporto. Desceu uma quadra antes onde Reade e Roman a aguardavam. Entrou no carro em silêncio. O fato de estar sozinha já dizia tudo. Se Keaton tivesse sido zipado, estaria com ela. Ninguém dentro do carro ousou dizer nada.

Chegando à casa de Patterson, os diálogos foram monossilábicos. Roman sequer ousou tentar qualquer conversa. Preferiu ir se deitar. A loura se despediu em seguida, mas antes de deixar a sala, aproximou-se de Tasha e deu um abraço que dizia mais que palavras.

Reade continuou sentando do sofá perpendicular à ela tomando uma cerveja. A forma como ele se mantinha calmo e indiferente fazia seu sangue ferver. Seria melhor se ele gritasse ou a acusasse. De repente, até o silêncio foi demais pra ela:

— Você estava certo e eu errada. Pronto, eu disse. A vitória é sua, Reade. – disse olhando para o nada.

— Tudo que eu queria é que, pelo menos uma vez, você deixasse de ver tudo entre nós como uma competição. Também não estou aqui para te julgar porque sei que a cada erro, você se levanta mais forte.

— Se você me conhecesse tão bem assim, saberia que o melhor era ter me deixado sozinha.

— Isso é o óbvio, Tasha. Mas não quero ser alguém que faz o que você espera. Quero ser quem faz o que você precisa. Todas as vezes que precisei, mas insistia em te afastar, ainda assim você esteve lá por mim. Então, eu só quis estar aqui por você. – e se levantou triste. -  quer saber, deixa pra lá. Boa noite, Tash...

Quando ele já estava saindo pela porta, ela disse:

— Reade!

— Sim...

— Você está certo e eu errada. Fica e me dá uma cerveja.

Na manhã seguinte na casa dos Wellers

Jane sorvia pequenos goles do chá de camomila devagar enquanto observava a inquietação de Kurt se movendo de um lado para o outro da cozinha. Toda a equipe estava lá discutindo formas de abordar Weitz e outras possibilidades para como deveriam agir dali pra frente. Foi um longo tempo de conversa enquanto compartilhavam o café da manhã.

Decidiram abordar Weitz no dia seguinte. Estavam sem tempo. Precisavam agilizar as coisas. Forjariam um assalto, injetariam o antídoto e observariam as reações dele ao acordar. Tudo rápido e certeiro. Dividiram funções para os preparativos e a equipe dispersou, cada um passando à execução da parte que lhe cabia. Kurt foi para o NYO

Patterson aguardou todos se retirarem para falar com Jane.

— Dias estressantes esses últimos, não é? – começou em pé no balcão ao lado da amiga.

— Muito. – Jane respondeu ainda olhando para um ponto fixo próximo da xícara à sua frente.

— Pensei que talvez você precisasse de alguém com quem conversar... – a loura resolveu fazer uma abordagem mais direta.

— Eu vou passar por isso, Patterson. Obrigada. Todos vamos ficar bem. – Jane disse tentando sorrir e virando um pouco a cabeça na direção da amiga, mas ainda sem a encarar enquanto se agarrava à xicara.

— Eu sei que vamos. Mas, até lá, seria bom você tentasse acrescentar algumas torradas ou frutas à esse chá no café da manhã.

Jane deu um longo suspiro e cedeu, virando-se para Patterson:

— Primeiro Kurt precisou se encontrar com a Nas. Depois a expectativa de ter que suportar o Keaton aqui. Pra piorar, hoje pela manhã, Kurt não queria mandar as crianças para a escola. Ele está tão protetor com eles que isso pode acabar colocando tudo que fizemos até aqui em risco. Toda essa tensão tem feito meu estômago devolver tudo que tento comer...

— Oh, Jane. Eu sinto muito. Você precisa ver um médico. Realmente tem sido muito difícil.

— Um médico não passa de um sonho agora. Eu não estranharia se tocasse uma sirene só de eu passar pela porta de um consultório ou hospital qualquer.

— Eu sei. Posso tentar alguém de confiança. Esse é o único sintoma.

Jane apertou os lábios e balançou a cabeça de forma afirmativa, apesar de sua expressão contradizê-la. Quando sua mão pousou sobre a barriga, Patterson compreendeu:

— Você já falou sobre isso com o Kurt? – a loura disse apertando solidariamente o ombro da amiga.

— Ainda não. Eu quero ter certeza primeiro. São só 8 dias e não tenho sido muito regular desde que o Ben nasceu. Pode ser só tensão e Kurt já está tão sobrecarregado...

— Você está sobrecarregada também. Sei que deve ser difícil, mas ele precisa saber.

— Ele vai surtar...

— Jane, ele te ama. Confie nisso.

— Você não sabe o quanto tem sido difícil pra ele, Patterson. Não quer nem deixar as crianças irem para a escola com medo de perdê-las. Com ou sem o apoio de Weitz, você sabe que precisaremos de mim na linha de frente na hora do embate final. Isso já é um pesadelo para ele. Se eu estiver grávida... Talvez se eu deixar pra contar depois...

— Ei, ei, ei. Jane Doe, pare agora. E ouça. Uma das coisas mais bonitas sobre você e Kurt é como conseguem enfrentar os obstáculos que a vida coloca JUNTOS.

Jane deu um novo e longo suspiro, pensando sobre tudo que a amiga disse. Qualquer escolha que fizesse parecia errada. Contar a Kurt o deixaria ainda mais preocupado e inseguro, não contar soava como traição. Talvez esse fosse o fardo que ela estava destinada a carregar sempre: seu erro, sua culpa, não importava qual fosse sua escolha. Patterson não precisava que Jane falasse sobre tudo que despertava seus conflitos. Havia acompanhado a história dela desde que saiu daquela bolsa na Times Square. Podia imaginar o quanto até as coisas mais simples se tornavam complexas com a bagagem que ela carregava. E já interferiu demais nesse assunto com tudo que disse. Cabia à Jane agora escolher um caminho. Mas ainda assim, como amiga, queria poder fazer algo por ela. Então, cobriu com suas mãos as mãos tatuadas da amiga que seguravam a xícara e disse:

— Você precisa de algo? Alguma comida que pareça mais agradável, algum tempo com um saco de boxer ou um teste de gravidez?

— O tempo com o saco de boxer parece realmente ótimo. – Jane disse finalmente sorrindo. – Mas acho que, pra esse momento, um teste de gravidez seria melhor... e ácido fólico.

Patterson se levantou e fez uma reverência:

— Seu desejo é uma ordem. Ainda essa tarde, terá tudo que precisa.  Ah, só pra manifestar minha real percepção dos últimos acontecimentos: eu adoraria, ao final disso tudo, deixar Keaton no lugar do saco de boxer. Eu até te ajudaria a bater.

Jane sorriu triste:

— Obrigada, Patterson. Você é uma grande amiga. Mas acredite em mim. Não vale a pena sujar as mãos batendo em gente como ele.

— Eu imaginava que você diria isso. Mesmo assim queria que conhecesse meu ranço por ele. E por Nas. Enquanto você e Roman estão no meu coração.

— E você está no nosso.

Patterson saiu, deixando Jane com seus pensamento. Mais tarde enviou a encomenda à amiga.

O dia transcorreu tranquilamente. Kurt chegou no meio da tarde, trazendo as crianças. Após uma exaustiva reunião, a diretoria do NYO foi dispensada mais cedo. Bethany e Ben estavam cheios de energia. O garotinho desenvolvia a parte motora rapidamente. Já levantava nos móveis com facilidade e, na última semana, demonstrava equilíbrio ao ponto de ficar em pé sozinho sem apoio. Os pais orgulhosos comemoraram. Provavelmente seu menino estaria andando até completar seu primeiro ano de vida. O que era um desafio considerando o quanto era curioso e disposto a explorar cada canto da casa. 

Brincaram, riram, rolaram pelo chão. Kurt parecia mais tranquilo e preparou um lanche da tarde para os filhos com muita fruta. Sentaram-se para um piquenique no meio da sala. Colocou uma uva na boca de Ben, depois foi a vez de Bethany. A terceira uva foi oferecida à Jane. Que sorriu para ele, abrindo a boca e devorando a frutinha. Continuaram até consumir todas as frutas.

Quando as crianças se afastaram em busca de brinquedos. Jane começou a recolher os potes do chão. Então sentiu a mão de Kurt pousar sobre a dela. Olhou para ele, esperando pela pergunta:

— Você conseguiu almoçar? – ele perguntou levantando as sobrancelhas e carregando o olhar de carinho por ela.

Ela sorriu procurando tranquilizá-lo:

— Consegui comer alguma coisa.

Kurt conhecia Jane muito bem pra saber que fechar um cerco protetor só despertaria oposição. Então, resolveu tentar outra estratégia:

— Algum outro sintoma? Se for necessário consultar um médico, posso ver uma forma de conseguirmos isso...

Jane colocou a pilha de potes sobre o sofá e sentou-se no chão ao lado de Kurt. Apertou os lábios antes de começar a falar como sempre fazia quando ia dizer algo que não lhe agravada. Ele segurou a vontade de apertar os olhos como sempre fazia quando se preocupava não querendo pressioná-la.

— Oito dias de atraso. – ela soltou as palavras de uma vez, como quem confessa um crime. E olhou para ele buscando captar cada nuance da sua reação.

— U...au. – ele soltou quase como um suspiro. E levantou as sobrancelhas olhando pra ela. – Isso definitivamente é um sintoma a se considerar. Diagnóstico quase certeiro.

— Pode não ser. – ela disse rápido, como quem quer lançar luz no final do túnel. – Eu não tenho sido...

— muito regular desde que Ben nasceu. – ele a interrompeu e completou reflexivo. – Você fez o teste?

— Ainda não. Foi uma semana difícil. Eu tive náuseas assim quando voltei da CIA.

Kurt endireitou a postura e a puxou para seu abraço. Jane se entregou aproveitando para envolver os braços do marido com os seus.

— Seu psicológico por ter tido uma reação semelhante à que viveu diante da possibilidade de termos Nas e Keaton aqui. – e depositou um beijou na sua testa.

— É... pode ser só isso.

— Pode sim. – ele falou e levou até a bochecha dela numa carícia delicada. – Ei, Janie. Olhe pra mim. – disse de forma bem suave. Ela obedeceu. – Pode ser estresse pós traumático voltando, mas eu ainda prefiro que seja gravidez.

Jane sorriu para ele e balançou a cabeça concordando.

— Obrigada. É só que... sem Nas e Keaton vai ser ainda mais difícil. – ela disse.

Ele estreitou os braços ao redor dela e deu outro beijo em sua testa.

— Nas e Keaton não farão falta. Nós temos o melhor team. E a melhor agente tripla bem ao meu lado, cobrindo minhas costas e eu as dela. Madeline e Shepherd não tem a menor chance contra Jane Doe, Remi Briggs e Alice Krugger.  Grávida ainda, eu não queria estar na pele delas. – e riu.

— Seu bobo. – ela disse se apertando contra ele, absorvendo cada detalhe daquelas palavras. Kurt era muito perspicaz, leu cada receio dela e encontrou uma forma de tranquilizá-la.

— Mais ainda assim, com certeza vai ser bem difícil. Principalmente se o novo bebê for igual aquele ali. – disse mostrando Ben que tentava escalar o móvel do outro lado da sala.

Jane observou o filho e depois voltou a olhar Kurt, levantando as sobrancelhas:

— Acho que não teremos como fugir disso. Quando se junta nós dois  resultado é esse.

Ele segurou o queixo dela e a beijou devagar. Quando parou, disse:

— Vai ser perfeito! Não, já é perfeito desde já. Pena que vou ter que te soltar pra ir até uma farmácia.

— Ah, não. Não é preciso. Eu tenho o teste.

— Sério? Melhor ainda. Então a gente fica mais um pouco aqui. Depois preparamos o jantar, damos banhos em nossos pequenos e sujos filhos e os colocamos na cama. – e beijou o pescoço dela, sussurrando – Quando os dois dormirem, eu vou te arrastar para o nosso quarto e para o banheiro, como nos velhos tempos...

— Hmmm, parece delicioso. E o que você espera que eu faça por você?

— Xixi num teste de farmácia. – ele respondeu tentando parecer sensual, mas caindo na risada ao final.

Jane riu com ele. Kurt sempre fazia tudo ficar perfeito.


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Notas finais do capítulo

E aí? Será que essa história ainda tem leitores? E pra você que continua por aqui: ainda vale a pena?
Sugestões e críticas são bem vindas, é só deixar nos comentários.
Obrigada pela leitura.



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