Oblivion escrita por Lucca


Capítulo 11
Surpresas!


Notas iniciais do capítulo

Acharam que eu tinha desistido, não é? Por algum tempo realmente achei que não encontraria tempo ou inspiração para continuar. O final das gravações de Blindspot foi trash demais pra mim.
Mas por cada um de vocês que tem dedicado um tempinho a essa fanfic, aqui está um capítulo novo! Não tem todos os detalhes que imaginei para ele, mas espero que isso me ajude a recuperar o ritmo das atualizações até finalizar essa história.

Relembrando... Nosso Team favorito está passando um final de semana num Hotel Fazenda. Lá, Kurt e Jane se desentenderam e depois se entregaram por completo ao amor que sentem um pelo outro.

Boa Leitura!



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Ben engatinhou pelo chão da cozinha, passando por Clem que estava sentado à mesa e apenas o ignorou. O bebê então se apoiou numa fruteira plástica para ficar em pé. Como o suporte era pouco resistente, tombou e a cabeça de Ben só não se chocou com o chão porque Patterson o segurou a tempo:

— Hei, ele quase se machucou. Temos que ficar atentos! – Ela disse com firmeza para Clem.

— Eu não entendo de bebês – ele se defendeu demonstrando pouco interesse pelo que ela dizia. – Por que Jane está demorando tanto? Estão lá há horas...

— Ela e Kurt tem muito o que ... acertar. – Patterson optou por ser discreta, mas a malícia no seu rosto não era.

— Você acha mesmo que os dois se acertam? Kurt está com Nas. – Clem insistiu olhando pela décima vez para o celular e ignorando as mensagens que continuavam chegando.

— Eles eram casados, então, devem se amar. Vão encontrar a sintonia perdida. O zip não apagou meu amor por minha filha. Não vai apagar o amor deles também. – a loura concluiu.

— Foi o maior erro de Madeline até agora: tentar separar esses dois. É tentar e falhar. Eu sei, tentei também. Ficava enciumado pela forma como Jane mudou por Kurt. – Roman disse se aproximando deles com Sophia no colo. – Você diz gostar tanto da minha irmã, estar disposto à tudo por ela, mas ignora o Ben. Então, um conselho de amigo: isso não é amor. Quando a amor começa, mesmo ainda sendo pequeno, um filho da mulher que você ama é tão valioso pra você quanto ela. O amor faz isso, se espalha e enlaça pessoas diferentes numa mesma sintonia.

Patterson absorveu as palavras tão lindas de Roman com sua filhinha nos braços sentindo seu coração se aquecer e se encher de esperança. Era completamente irracional, mas reconfortante o que ela sentia.

Nesse momento, Kurt e Jane chegaram. Bethany correu até o pai que a levantou e acomodou na sua cintura e Jane foi direto até Patterson pegar Ben.  Depois voltaram a se reunir e trocaram beijos nos filhos e um selinho entre si.

— Por acaso sobrou algo do almoço? Estou faminta. – Jane disse sem perceber que todos da casa tinham os olhos nela e no marido radiantes pelos dois.

— Não sobrou, mas a gente improvisa algo bem depressa. – Tasha disse colocando Miguel no colo de Reade e vindo da sala para a cozinha. – Pelo tempo que vocês dois demoraram “conversando”, devem estar totalmente sem reservas de energia.

O rosto de Jane enrubesceu imediatamente enquanto Kurt estampava um sorriso tímido, mas orgulhoso.

Clem olhou novamente no celular e o guardou. Isso estava deixando Tasha irritada:

— Quem te manda tantas mensagens, Clem? – a latina perguntou enquanto dispunha tudo que tinham na geladeira sobre a mesa para Kurt e Jane se servirem.

— Rich e Boston. Querem que eu volte pra lá. Kathy está perguntando por mim. – ele respondeu.

— E porque Kathy sentiria sua falta? – Reade perguntou vindo até a cozinha com Miguel no colo.

— Essa mulher é louca! Desde que a “sequestramos”, ela ficou dizendo que era o destino nos unindo já que o marido não era o homem que ela esperava. – e fez uma careta demonstrando que a conversa entre os dois devia ter assumido um conteúdo bem mais sexual.

— Mira, essa é uma grande oportunidade. Volte lá e tire tudo que puder dela. – Tasha disse eufórica.

— Você não está dizendo pra eu dormir com ela em troca de informações, né? – Clem parecia não gostar nada da ideia.

— Claro que não. Não pediríamos pra você fazer algo assim, Clem. Mas se ela está interessada em você, precisamos usar isso em nosso proveito. – Jane disse tentando ser gentil.

— Claro que sim! – Tasha se intrometeu – Todos nós fizemos grandes sacrifícios aqui. Eles tiraram nossas vidas de nós. Precisamos usar tudo que temos contra eles se quisermos vencê-los.

— Vencê-los não basta se perdermos a nós mesmo, Tasha. – Kurt disse. – Precisamos manter nossos valores. Eu mesmo não sei como vou lidar com Nas ao voltarmos. Manter o relacionamento com ela não será possível.

— Ninguém é mais a favor de nos mantermos íntegros quanto eu, Kurt. – Reade disse – Mas se você não manter as aparências com Nas, isso pode ser arriscado para nós. Também estou com Tasha sobre o interesse de Kathy por Clem representar uma excelente oportunidade para conseguirmos informações relevantes. Tudo bem deixar o sexo de fora, mas vocês dois precisam ao menos flertar com elas.

O diálogo se estendeu um pouco mais. Por fim, todos concordaram que Reade estava certo. O flerte era necessário como estratégia de luta naquele momentos.

Clem voltou para a casa onde Rich e Boston mantinham Kathy. Os demais foram curtir o pouco tempo que tinham no hotel fazenda. À noitinha, retornaram para NYC.

O dia seguinte começou agitado. Roman, Tasha, Ana e Patterson se debruçaram sobre o mais complicado enigma que já tentaram desvendar:  a mente zipada de Patterson. Foram horas de trabalho por quase nada.

Rich e Boston se esforçaram por dar privacidade para Clem e Kathy. Era incrível como após uma pequena dose de flerte ela atendia a tudo que ele solicitava.

À noite, Rich teve uma ideia: criar um novo jogo virtual colocando todas as variáveis possíveis sobre onde Patterson poderia ter guardado o antídoto, ali chamado de tesouro. Todos do team nerd fariam perfis fakes como jogadores. Assim, incluiriam Kathy na jogada sem que ela soubesse o que estava realmente investigando. Ela podia ser louca, mas seus talentos como hacker e a forma como conhecia Patterson detalhadamente não era algo disperdiçável no momento.

Patterson também participou da criação do software. Com todas aquelas mentes brilhantes trabalhando juntas, foi algo rápido de se fazer. Roman ficou responsável pelas chaves de segurança que impediriam Kathy de descobrir qualquer detalhe que eles não quisessem. Ele era bom nisso.

Usando o jogo, no decorrer da semana, pareciam estar avançando. Kathy ficou eufórica em voltar a se relacionar com Patterson. Graças ao flerte com Clem, ela não parecia nada preocupada com Sophia, concordando que a garotinha deveria ficar sob os cuidados da mãe.

Kurt voltou ao trabalho e aos encontros com Nas cada vez mais frios e distantes. Desde que ele anunciou que havia decidido retardar a ida de Bethany para o colégio interno, ela se distanciou. Realmente a agente da ASN não tinha qualquer empatia por crianças, mesmo que fossem filhas do seu namorado.

A sexta-feira chegou. Seria um dia especial no NYO. O RH decidiu fazer uma surpresa para os funcionários: seriam surpreendidos com a visita dos filhos para conhecer seu ambiente de trabalho e passar algumas horas lá. Kurt, como Diretor do FBI sabia do que aconteceria e mais, essa ideia tinha partido dele, por isso alertou todos na casa. Provavelmente Nas ou Madeline buscariam as crianças para levá-las ao NYO.

Mas o fato é que isso não aconteceu. Kurt chegou para trabalhar e logo viu o prédio sendo invadido pelas crianças que ficavam deslumbrada com seus pais, olhando para eles como se fossem verdadeiros heróis. Ver aquelas pessoas que davam tanto de si pelo FBI ter esse momento era recompensador. Aguardou ansiosamente que seus pequenos chegassem e nada. A visita terminou. As crianças partiram e seus filhos não vieram. Ao final da tarde, Madeline e Nas apareceram sozinhas.

— O evento foi um sucesso, Kurt. Todos os canais noticiaram essa iniciativa da sua administração e os índices de popularidade do FBI subiram bastante. Parabéns, filho. – Madeline disse lhe dando um discreto abraço.

— Popularidade não era bem a minha intenção quando propus a criação do programa...

— Claro que não. Todos sabemos que você é prático como eu e entende que coisas assim não acrescentam nada ao trabalho que fazemos à frente das agências de segurança. Seriedade, profissionalismo e comprometimento é que trazem resultados eficazes.  Mas infelizmente temos que atender à essas orientações ridículas dos recursos humanos. Conheço bem você, Kurt, por isso não fiz questão de trazer Bethany e Ben para cá. Sabia que isso só atrapalharia sua rotina de trabalho. – Nas disse se aproximando dele e dando um selinho.

Ele balançou a cabeça num gesto indecifrável entre concordância e discordância do que ela falou.

— Viemos te buscar para jantar e não aceitamos desculpas. – Madeline continuou.

Encurralado, Kurt aceitou. Quando pode, discretamente avisou Jane que chegaria mais tarde.

Jane passou o dia atenta às crianças aguardando que alguém viesse buscá-las. Quando não aconteceu, acessou o sistema de segurança para visualizar o NYO e observou Kurt triste em sua sala. Aquilo a incomodou muito. Quando tiravam algo dela não doía tanto quando tiravam algo de seu marido. Inconformada, decidiu agir por conta própria. Avisou os amigos que teriam que assumir suas funções naquela tarde pois tinha algo importante a fazer. Depois que as crianças chegaram da escola, foram às compras.

Kurt chegou já perto das 21 horas.  Imaginou que encontraria os filhos dormindo. Subiu as escadas silenciosamente. Quando se aproximou da porta do quarto, ouviu uma risadinha de Bethany. Isso o preparou para alguma travessura da filha. Empurrou a porta dizendo baixo:

— Papai chegou. Vocês estão aí?

— Surpresa! – Jane e Bethany disseram acendendo as luzes.

O quarto tinha uma decoração especial. Bandeirolas na parede diziam: “Você é nosso herói, papai!”. Os pequenos estavam vestidos como Kurt: calça, camisa social, gravata e crachás do FBI.

Kurt correu abraçar os filhos com um sorriso incrível no rosto. Sentou-se no chão com eles, pegando os dois no colo. Então observou o detalhes dos crachás: tinham as fotos das crianças e acompanhadas das identificações: “Filha/Filho de Kurt Weller, o melhor Diretor do FBI.

A pequena mesa de madeira do quarto estava arrumada com petiscos, doces e fotos, cada um deles com bilhetinhos: “Quando estiver cansado da papelada coma beijinhos da Bethany”; “Irritado com a burocracia? Olhe para o sorriso do Ben!

— Você é o melhor pai do mundo inteiro! – Bethany disse gesticulando a grandiosidade do que dizia com as mãozinhas.

Para surpresa de Kurt, Ben que estava no colo de Jane nesse momento, balançou a cabecinha para frente e para trás concordando com a irmã.

— Ele conseguiu, tia Jane! – Bethany disse aplaudindo o irmãozinho. – a gente tentou ensinar ele a tarde inteira.

Todos parabenizaram Ben por aprender a gesticular o “sim” com a cabecinha. Os olhos de Kurt se encheram de lágrimas. Seu filho com Jane dizer sim para ele como sendo o melhor pai do mundo era mais emocionante do que ele poderia imaginar.

Quando as crianças finalmente se distraíram com alguns brinquedos, Kurt puxou Jane pela cintura para um beijo e disse:

— Isso foi incrível. Como você conseguiu tempo para detalhes tão carinhosos?

— Eu sonhava com um momento assim há muito tempo, desde Ben nasceu. Então, eu já sabia onde procurar o que eu queria. Claro que meus planos originais era fazer isso lá no NYO. Kurt, você é muito importante para nós. É um grande pai, o melhor. Nós três sabemos que todos os sacrifícios que você faz é por nós. Quero que as crianças cresçam amparadas pelos seus valores porque vão alicerçar a vida delas com muito mais paz, amor e segurança assim como fizeram comigo. Obrigada por tudo. Temos um grande orgulho de você, papai Diretor do FBI.

Kurt levou a mão ao rosto da esposa e roçou o polegar sobre a linha do seu queixo:

— Sabe qual o meu segredo para ser o melhor pai e o melhor Diretor do FBI? – disse estreitando o abraço ao redor dela.

Jane olhou para o alto, levantando os sobrancelhas com uma expressão de quem está pensativa e arriscou com falsa inocência:

— Competência, honestidade e responsabilidade?

— Hmmm, essas coisas contam uns pontinhos sim. Mas meu principal segredo é ter a melhor assessora para assuntos familiares e profissionais. Ela não deixa escapar um só detalhe e torna os meus dias muito mais especiais. Obrigada, Jane.

Os dois trocaram mais um beijo discreto por causa da presença das crianças. Jane olhou para os filhos. Ben coçava os olhinhos de sono e Bethany também já dava sinais claros de cansaço:

— Então, senhor Diretor, sugiro que vá tomar um banho relaxante enquanto coloco esses dois na cama.

Kurt fez um biquinho:

— Minhas surpresas acabaram? Você tem certeza que não pode “trabalhar” até mais tarde hoje? É um dia especial.

Jane revirou os olhos:

— Talvez... Alguma exigência que eu possa providenciar?

— Hm, para manter o clima talvez você devesse estar vestindo uma de minha camisas completamente aberta com meu crachá e absolutamente mais nada!   

Jane não deixaria esse pedido passar, ainda mais agora que estavam tão bem. Assim que Kurt saiu do banho, encontrou a esposa o esperando exatamente da forma como sugeriu. O resto da noite foi perfeito para os dois.

Na manhã seguinte, o casal foi o último a chegar na reunião do team convocada no meio da madrugada. Patterson tomou a palavra e explicou passo a passo o que tinham feito durante o jogo. Kurt e Jane se entreolhavam meio perdidos ainda sonolentos, não tinham dormido muito.

— Resumindo, pessoal. – Ana Montes falou – descobrimos onde está o antídoto: no laboratório secreto do Centro de Controle de Doenças, guardado a sete chaves!

— Kurt, você conseguiria um mandato para alguns de nós entrarmos lá? – Jane perguntou.

— Se a Dra. Juliet Chang compreender a necessidade de discrição em enviar “agentes” sem um mandato oficial será maior vantagem para nós. Vou ligar pra ela assim que terminarmos aqui. Tasha e Reade, se preparem. Se ela concordar, vocês dois irão até lá hoje mesmo. Ela já os conhece e não vai suspeitar.

Nesse momento, Boston que tinha ficado com Kathy e Clem na outra casa, entra abalado:

— Pessoal, parem tudo!

— O que aconteceu, Boston? – Tasha perguntou atônita.

— Temos uma informação nova. Clem, ele estava com a Kathy, acho que os dois se beijaram... Na verdade não sei se rolou, ele nunca diz tudo. Foi quando ela contou...

— Pelo amor de Deus, quer dizer logo o que foi que ela disse? – Reade perdeu a paciência.

— Kathy disse que Madeline não articulou tudo isso sozinha. A grande mente por trás desse plano é a namorada dela. – Boston disse ofegante.

— Namorada? E desde quando minha mãe tem uma namorada? – Kurt parecia confuso e Jane levou a mão ao ombro do marido em apoio.

— Boston, você deveria ter dado essa notícia com mais calma. Já te disse o quanto Kurt é heteronormativo, nem me aceita só olhando enquanto ele e Jane fazem amor... – Rich colocou com um rosto pedindo piedade.

— Não é uma questão de sexualidade, Rich! É a pessoa com quem Madeline anda compartilhando além da cama, esse plano maluco! – Boston continuava falando sem dizer o que todos mais queriam ouvir.

Patterson se aproximou, colocou as mãos nos ombros de Boston e disse:

— Ok. Respire fundo e solte. – Mandou e ele obedeceu. – Está mais calmo?

— Definitivamente não. – Boston respondeu. – Vocês também não vão ficar.

— Então, só diga o nome pra gente, Boston. Não é difícil. – A loira tentou fazê-lo ser mais prático ainda segurando seus ombros.

— Ellen Briggs. – ele finalmente falou.

Jane soltou o ombro de Kurt sentindo-se atordoada e foi até Roman que a abraçou. Kurt se jogou na cadeira passando as mãos nervosamente entre os cabelos. Tasha soltou um palavrão em espanhol e Reade andava de um lado para o outro.

Além de Madeline, teriam que enfrentar Shepherd.


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Notas finais do capítulo

Espero que após esse longo hiatus, esse capítulo tenham mantido o interesse de vocês por essa história.
Por favor, compartilhem suas impressões, críticas e sugestões comigo deixando um comentário.
Muito obrigada pela leitura!



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