Artista enciumado. escrita por Apaixonada sama


Capítulo 1
ci/ú/mes.


Notas iniciais do capítulo

+ Postada no Undertale Amino Brasil, Undertale AUs.
+ Se não gostam do shipp, deem uma chance. ♥
+ Postado no Wattpad.
+ Postado em Spiritfanfictions.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781298/chapter/1

Para Blueberry, namorar com Ink!Sans não era a pior coisa do multiverso. Tudo era certamente combinado com o consentimento do irmão mais velho do pequeno esqueleto azulado. O artista comumente se encontrava em um estado romântico, com um fascinante costume de trazer presentes de suas viagens pelos outros universos, isto é, quando o pequeno não era convidado para ir junto.

No entanto, para haver um equilíbrio e segurança de ambos, Swap!Papyrus sugeriu que um comportamento entre eles fossem de um rapaz e o outro de uma moça. – Isso não chegou a ser problema, Ink aceitou tranquilamente se portar como “a mulher”, já que não se sentia apoquentado com pronomes femininos.

E isso apesar de ser bom, tornou-se assustador em certos períodos.

— Olha, Dream... Eu não queria ficar entre vocês dois, mas... Sim, eu sei, eu sei. Calma... — Blueberry suspirou enquanto escutava a voz do sonhador ressoar pelo telefone de gancho desesperadamente. — Por favor, a culpa não foi sua... Eu não suspeitava que ele fosse... Você sabe. Acho que foi a solução mais plausível.

Conformando-se lentamente com a situação, o esqueleto com o lenço azulado no pescoço ajeitou-se no sofá, permitindo suas pernas se cruzarem, enquanto suportava um aspecto inquieto. Dedilhou os dedos esqueléticos na mesinha de madeira, analisando. Guardou mentalmente que deveria fazer uma limpeza novamente ali.

— Escuta, não posso falar muito... Parte de mim não quer acreditar nisso. Eu queria muito que você pudesse absolvê-lo, sabe? Aceitar as desculpas dele. — Suas mãos se elevaram às têmporas, logo as massageando. — Dream, se você soubesse o quão transtornado ele está por causa disso, não, não é isso... Espera aí.

O monstro levantou a cabeça, espiando por cima das costas do sofá, curioso com a presença que estava residindo contraproducente ali. Encontrou Ink parado nos degraus mais baixos, faltando pouco para descender ao andar da sala. A sumidade manifestava um semblante aviltante ainda com os braços cruzados.

— Preciso desligar. — Pronunciou baixinho e sem chances de ouvir uma resposta, enganchou o aparelho no lugar. Pôs os pés na pantufa de coelho, alongando-se e indo em direção ao seu amante, estendendo os braços tentando rodear a cintura dele. — Dormiu bem, querid-

— Estava falando de novo com ele? — Indagou diretamente, subindo um degrau. Não deixando também, de transportar o olhar mórbido e frio, negando o carinho que lhe era proposto. — O que falamos já sobre isso?

— Sim, eu estava. Até minutos atrás. Queria convencer Dream de dispor você novamente ao Star Sanses... Mas, sabe como é... Ele não gosta muito de voltar atrás, diz que “regras são regras”.

— Sei.

Não vendo uma resolução muito eficiente, suspirou. Segurou carinhosamente os ombros do artista, puxando-o para mais perto e acariciando sua cabeça. Não foi repelido e nem aprovado, Ink permaneceu estático com os orbes internos queimando em um vermelho incandescente. Pode-se pressupor que sua raiva era maior naquele momento e, curiosamente, se esvaia lentamente. De certa forma, abraçou o pequeno esqueleto apertado e murmurando-lhe sentenças carinhosas.

Blueberry sabia que aquilo não iria durar por muito tempo.

 

A pequena contraparte se sentia confusa demais para saber em qual lado iria permanecer, após saber as verdadeiras intenções de Ink. Ele por sua vez, não era tão bom como um dia apresentou-se ser. Porém, não era “malvado”. Seus propósitos eram variegados e isso causava uma balbúrdia. Tudo isso como resultado, fora simplesmente o fato do esqueleto desenhista ser expulso do quarteto. – Não chegou a ser uma situação exceptuadora, soou como um pedido gentil do mocinho utopista: “Retire-se da nossa equipe, por gentileza.”, apesar de ter sido solicitado com uma grande cortesia, ainda sim, parecia uma afronta enorme.

— Aquele estúpido... — O artista resmungava enquanto tentava degustar de uma pequena fatia de bolo confeitado que havia cortado do grande círculo. Suas íris luminosas se elevaram até Blueberry. — O que há, também?

— Você poderia... Hum... Parar de ofender meu amigo? Eu sei que parece ruim ser expulso de uma equipe, mas... — Levou um quinhão do doce à boca, desviando os olhos ao piso ladrilhado. — Dream não é malvado... Não vê que está sendo difícil para todos nós?

— Dá um tempo! — Garfou o fundo do prato com força, arrancando um grito desesperado de Muffet, que assistia com atenção o casal. — Você está defendendo ele?!

— N-não... Ink, vamos fazer o seguinte? Esqueceremos que Dream existe, a partir de agora. Ele não vai notar ‘nadica de nada’.

De maneira forçada, ambos entrelaçam o dedo antes mesmo da resposta vocal. A interrupção romântica fora feita pelo celular do pequeno esqueleto vibrar acima da mesa e em seu display, exprimindo que era uma mensagem do tão dito sonhador.

— O que esse maldito quer com você? — As íris coloridas retornaram ao vermelho intenso enquanto Blueberry lia a mensagem. — Toda hora também.

— Calma, amorzinho. — Estendeu a mão, chamando um dos garçons e pagando a conta. Pediu para que embrulhasse o resto do doce, visando levar como um aperitivo para a viagem. — Então...

— Aonde vamos?

— Eu vou ver o Dream, ele tá precisando de mim... Não bem “precisar”, mas conversar. — Com um aceno de cabeça, agradeceu o garçom e entregou o prato para o mesmo. Ink levantou disparado, derrubando o porta-guardanapo, mas o pegou de forma ágil. — Ink... Por favor.

— Se você for, eu tenho que ir. Ninguém conversa com o meu namorado sem mim.

— É pessoal... — Pronunciou hesitante, pois se falasse a verdade, jamais iria conseguir se aceitar novamente, por achar um tanto rude o que ia dizer. — Olha, já sei! Que tal você ir ver os outros Multiversos? Ou a... Hm... Doodle Sphere? Traz tacos de lá.

O ciumento cruzou os braços, esboçando uma reação como se fosse “franzir o cenho”, saindo pela porta do estabelecimento. O azulado olhou para o monstro aranha, suspirando.

— Dá-me paciência, Muffet... — Ajeitou o lenço no pescoço e pôs novamente o embrulho em mãos.

— Boa sorte com esse aí... Ciúmes é um inferno. — Pronunciou com uma risadinha, acenando para o cliente que acabara de partir.

 

Ambos os esqueletos pequenos se encontravam sentados em uma cadeira ao ar livre, aproveitando a atmosfera tranquilizadora de Outertale. Frisk, o quarto integrante, se aproximou e puxou um dos assentos e confortou-se ali mesmo. Conversavam sobre o que ia fazer em relação ao artista. Não conseguiam chegar a um acordo mútuo que não parecesse tão agressivo.

— É difícil... — Dream conferenciou enquanto mordiscava um pedaço do bolo. Seus olhos dourados exibiam uma feição de preocupação e auscultava em volta, com medo de que Ink estivesse ali. — Nunca pensei que iria ter que expulsar alguém que eu chamei de companheiro.

— Não podemos deixar para lá? — Frisk rebuscou, bebericando um pouco do chocolate estrelado que havia comprado em um comércio dali. Ajustou-se novamente na cadeira. — É mais fácil do que ficar remoendo esse assunto, sem chegar à conclusão alguma.

— Frisk, as coisas não funcionam assim... A situação é delicada. — O sonhador mussitou de forma cuidadosa. Observou a fisionomia do humano tornar-se melindrosa. Suspirou. — É tipo um parasita que se alimenta da energia dos universos.

— Dream, por favor... — Blueberry rezingou-se, adicionando o açúcar na xícara afável e logo iniciou a cotejar à colherzinha no interior. — Ele não tem culpa.

— Mas fingir embaixo do nosso nariz já é demais... — Lamentou. — É tipo meu irmão: Embora não desejasse, nasceu assim... Mas a solução está fora de linha.

Antes que algo pudesse ser contestado, a criança humana arqueou os ombros, não evitando cair de sua cadeira, ainda assustada. Ink havia se materializado de dentro de seu chocolate líquido.

— Olá, amor da minha vida. — Beijou o topo da cabeça de Blueberry. — Saudações Frisk e hum...

— Você não precisa me cumprimentar, caso não queira... — Dream pronunciou com um tom de ressentimento.

— Gosto assim.

Com o pincel, desenhou uma cadeira e sentou-se próximo a um rochedo que havia ali. Frisk levantou-se aturdido, pondo a cadeira no lugar. Os esqueletos de antes se entreolharam com receio e o humano arfava pelo susto levado. A feição de Ink se tornou impaciente.

— Vamos lá, finjam que eu não estou aqui. Termine logo esse assunto, eu quero passar o tempo com o meu Blue novamente.

— Ink, você sabe... É algo meio restrito... — Antes que o esqueleto adornado de índigo pudesse terminar sua tese, recebeu uma interrupção brusca.

— É simplesmente para membros do Star Sanses. Faça o favor de se retirar, por gentileza... Você já foi retirado, aceite a nossa decisão. — O “líder” tomou a frente, apontando o cetro dourado para o intrometido. — Você sabe... Eu não sou mau. Muito pelo contrário, mas não aproveite do fato de que eu não consigo te odiar...

Ink arqueou uma sobrancelha imaginária.

— Dream, vamos deixar isso para lá... Acho que já sabemos o rumo disso. — Frisk obsecrou, se pondo entre os dois esqueletos. O utópico negou com a cabeça, como se recuperasse a consciência. — Eu preciso ir para casa, já passou do meu horário de dormir. A mamãe vai me matar.

— Certo, Frisk... Desculpe. — A dupla se desmaterializou, deixando apenas o casal sozinho.

O desenhista olhou de forma vitoriosa para o enamorado que remexia a cabeça negativamente. Deu a mão para ele, sentando na ponta do rochedo e olhando as estrelas, como se nada tivesse acontecido. – E sim, agindo ‘naturalmente’.

— O que afinal há com você?

— O quê? — Indagou olhando para o azulado.

— Isso... Você...

— Nada, huh... Espera, olha! — Apontou para uma estrela cadente rindo. — Aw!

“Ciumento...”, Blueberry permitiu pensar em silêncio, apoiando no ombro de seu namorado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Artista enciumado." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.