Percy Jackson e a Maldição de Eco escrita por BabiBressan


Capítulo 16
Capítulo 12 - O jardim demoníaco


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, mas eu juro que vai valer a pena. Modéstia a parte, esse foi o melhor capítulo que eu já escrevi.
Enfim, enjoy.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/78129/chapter/16

'Eu estava num lugar escuro, ao fundo uma luz prateada brilhava, chamando meu nome. Andei lentamente até aquele lugar horroroso e Luke estava ao centro, brilhando com uma luz prateada, era completamente assustador.

_A culpa é sua. - esbravejou ele. E antes que eu pudesse perguntar o que eu havia feito tudo sumiu'

Acordei com uma luz irritante em meu rosto e coloquei o travesseiro na cara. Encostei a cabeça em uma coisa dura e quando peguei percebi que era o colar que eu havia dado a Annabeth quando começamos a namorar. Eu sabia que devia ficar triste, mas algo não deixava, havia um bloqueio quanto a isso.

_ACORDA CAMBADA! - uma voz feminina gritou do lado de fora da barraca.

Levantei revoltado e abri o zíper da minha barraca lentamente, até que ela estivesse totalmente aberta.

No centro do círculo de barracas havia uma mulher de aproximadamente 22 anos. Sua pele branca contrastando perfeitamente com os cabelos negros como ébano trançados pendendo sobre um ombro. Uma flor exótica, meio rosa meio roxa estava atrás de sua orelha. Seus olhos completamente violeta fitava-nos por igual, emanando preocupação e um pouco de raiva. Reconheci-a de imediato, Perséfone, deusa da primavera e rainha das trevas. Também conhecida como madrasta de Nico di Ângelo.

_Lady Perséfone. - saudou Annabeth cordialmente. - O que a senhora faz aqui?

_Eu estou aqui para lhes dar a próxima missão de vocês. - anunciou ela.

_Eu achei que eram apenas os 12 deuses olimpianos. - ponderou Thalia.

_Não exatamente, filha de Zeus. Por exemplo, Hades não tem nenhum dos ingredientes que interessa a vocês no momento, e eu tenho. Mas eu preciso que vocês recuperem minha querida Anástasi.

_ O que Hades é isso. - perguntei.

_Anástasi significa ressurreição em grego. É a minha flor preferida, ela é toda colorida e dá a vida novamente à quem mastigar uma de suas pétalas. - Depois da informação, Perséfone começou a fantasiar. - Elas são tão gostosas, tem gosto de chocolate, mas ela não surte efeito em mim, só dá pra eu sentir aquele gostinho de chocolate dos deuses. - Perséfone meio que despertou de sua loucurinha momentânea - Bom, ela só funciona em noites de lua cheia. Que é hoje. Ela foi roubada por aquela vadia da Melione, que quer voltar a vida.

_Como assim? Melinoe está morta? - perguntei, com um arrepio descendo em minha espinha ao me lembrar daquela terrivel imagem em frente a mim. Thalia e Nico também não estavam muito animados com a visitinha à Melinoe.*

_Não exatamente. Sabe como é, né? - começou ela - Sendo a deusa dos fantasmas ela não pode sair do Mundo Inferior, e com minha preciosa florzinha ela vai poder entrar e sair quando quiser.

_Ela pode ressucitar qualquer um? - perguntou Thalia. No fundo eu sabia que ela rejeitaria a imortalidade para ficar com Luke, e se essa flor realmente funcionasse ela não hesitaria em nenhum segundo.

_Sim, garota. Qualquer um. - Os olhos de Thalia brilharam. O azul clareando de esperança.

_Muitas pessoas já usaram a flor? - perguntou Annabeth, obviamente, curiosa.

_Ah sim, muitas. AS pétalas nunca acabam sabe? Sempre que uma for arrancada outra nasce. Agora, vão logo, recuperem minha flor. - E com essas palavras mergulhamos em sombras e segundos depois estávamos no reino de Hades.

 Eu sabia exatamente onde eu estava. Perto de Sísifo e sua pedra.

_Ei, garota de cabelos espetados. Não quer tentar empurrar minha pedra de novo? - perguntou Sísifo esperançosamente.

_De jeito nenhum. 'Tô fora. Da última vez fiquei toda dolorida. - Thalia estremeceu só de lembrar.

Sísifo soltou um muxoxo e voltou a empurrar a sua pedra, inutilmente devo dizer, até o topo da montanha. A pena tomou conta de mim, mas eu sabia que se eu fizesse aquilo uma vez, não iria mais querer parar. Continuei andando e parei à beira do rio Lete, já ia me preparar para levantar as águas outra vez quando um grito me fez virar. O grito havia vindo de Thalia, e centenas de daímones formavam um círculo sobre nós.

Elas tinham o corpo parte de mulher, parte de morcego. Suas caras eram achatadas e pareciam mais raivosas do que da última vez e possuíam caninos e olhos salientes. O pelo cinza desbotado e a armadura cinza fragmentada corbriam seus corpos. Tinham braços encolhidos com garras ao invés de mãos, asas de couro cresciam de suas costas levemente curvadas e as pernas eram curtas, grossas e arqueadas.

_O que são isso? - perguntou Danielle completamente assustada.

_Daímones, espíritos do campo de batalha. - respondi esquivando das garras de uma daímon. Destampei Contracorrente e rodopiei-a, cortando o braço do demônio.

Uma outra daímon arranhou meu rosto, fazendo descer um líquido viscoso e vermelho, que há tempos eu não sentia. Sangue.

_Que merda é essa? - esbravejei.

_As garras das daímones venenosas, elas não quebram completamente a maldição Estigiana, sendo assim você ainda não pode morrer. Mas você sangrará como qualquer um de nós, e se machucará também. - explicou Annabeth, fazendo duas daímones explodirem em pó dourado.

Todos lutavam árduamente. Nico tinha um corte profundo no rosto e uma camiseta completamente estraçalhada. Thalia tinha um cabelo bagunçado, um corta na coxa, soltando sangue nas calças pretas e um grande e feio corte no braço esquerdo. Wendy e Danielle estavam com um arranhão no braço e completamente intactas, tirando o fato de Wendy estar com um tornozelo inchado. Annabeth estava num estado deplorável, seu cabelo completamente bagunçado, sua camiseta laranja do acampamento em fiapos, cortes profundos sangrando e um arranhão na bochecha direita. Talvez ela esteja pior que todos por su faca ser de menor alcance, mas ela estava um pouco destraída olhando constantemente para mim. Aquele desejo de protegê-la tomou conta de mim, puxei-a para trás de mim e cortei seis cabeças de uma vez só.

De trezentas daímones sobraram apenas umas 50. Estávamos todos cansados, suados e estraçalhados, mas em pé e lutando. Eu cortava asas de umas, as cabeças de outras, penetrava a espada no peito de mais algumas e jogava longe o corpo das que sobravam, e em quase uma hora, todas haviam sido decapitadas.

Andamos até o Rio Lete e eu concentrei minha energia naquelas águas escuras. Sentindo o familiar puxão no umbigo dividi o Rio em dois. Passaram todos em fila indiana começando por Nico, Thalia, Annabeth, Danielle e Wendy. Quando minhas forças finalmente se esgotaram Wendy já tinha passado e o Rio voltou a seu curso normal. Desejei não me molhar e fui nadando até o outro lado, morrendo de medo de perder a memória, o que, felizmente, não aconteceu.

 O mesmo cenário de meu sonho estava exatamente ali, em frente a mim. A mesma caverna, o mesmo brilho luminoso prateado e Luke.

_A culpa é sua. - dessa vez eu não acordei e consegui perguntar.

_Culpa de quê? - perguntei incerto. Vê-lo ali, como um espectro, morto, depois de quase um ano, me deixava fraco, vulnerável. No fundo eu sabia que a culpa era minha.

_Culpa da minha morte. Se você não fosse tão idiota, eu não precisaria morrer. Se você não tivesse nascido, eu não precisaria morrer. A culpa é toda SUA. - Meus joelhos tremeram assim que ele terminou de falar.

Eu queria negar, dizer que não era minha culpa, dizer que eu não tive escolha, mas nada saía da minha boca, porque no fundo eu sabia que a culpa era minha, toda minha.

_Me perdoe. - foi só o que pude dizer.

_Claro que perdoo, mas só se eu puder te matar. - Sugeriu Luke.

Eu estava a ponto de aceitar, mas algo me fez mudar de ideia. Os olhos de Luke nunca foram pretos.

_Não, você não pode me matar. MELINOE. - assim que o nome dela foi dito a imagem tremeluziu e aquela figura horripilante apareceu. Uma metade branca e uma metade preta, seu cabelo bagunçado flutuava e percebi que em suas mão havia uma flor, toda coloria. Anástasi.

Thalia estava chocada, provavelmente vendo a mesma imagem que eu tinha visto, mas ela me ouviu gritar com Melinoe e acordou. Uma raiva intensa tingiu aqueles belos olhos azuis como o céu, e ela avançou para Melinoe.

_SUA VACA! - Thalia abriu Aegis e tirou seu arco-e-flecha sabe Zeus de onde. A garota pulou no pescoço de Melinoe e fez um corte profundo no braço dela com a ponta de uma flecha. Melinoe urrou e Anástasi caiu junto com ícor dourado. Melinoe jogou a flecha de Thalia pra longe, junto com as outras e Thalia começou a bater com Aegis em sua cabeça. Seria uma cena cômica, se Melinoe não estivesse pronta para nos matar a qualquer maldito segundo.

Delizei de peixinho (irônico, não?) e peguei a flor de Perséfone antes que ela se estatelasse no chão. Thalia foi jogada com força contra a parede e antes de qualquer coisa mais acontecer estávamos de volta ao Acampamento ao lado da caverna de Eco. Lady Perséfone estava parada ao nosso lado, sorrindo para nós com uma flor alaranjada em uma das mãos.

_Parabéns, meio-sangues, vocês conseguiram. Aqui está a pétala de Ótan que precisavam para a poção ter efeito duradouro, agora me entreguem Anástasi. - A deusa me entregou a pétala da flor laranja e eu coloquei no saco dourado junto com a unha roxa do tigre Thor.

Assim que Perséfone foi embora, Thalia sentou na relva abraçando o joelho e pousou a cabeça lá.

_Hey, o que houve Thalia? - perguntou Danielle docemente.

_Lu-Luke. - Thalia gaguejava por causa das lágrimas. - E-eu n-não o-o vi. N-não pu-pude trazê-lo de vo-volta.

_Thalia, quando tudo isso acabar, você poderá usar o seu pedido para devolver a ele a vida. Acalme-se. - reconfortei-a. - Agora pare de chorar e vamos dormir, sim? está tarde e eu estou esgotado, aquelas daímones acabaram comigo.

_Vamos, Thaly. Pra barraca. - Annabeth conduziu Thalia para a barraca dela e antes de entrar em sua barraca ela veio e me deu um selinho. - Obrigada por me proteger. Mesmo depois da burrada que você fez, você ainda é o meu herói. Não quero perder sua amizade.

_Nem eu, Annie, nem eu. - A puxei para um abraço e beijei o topo de sua cabeça. - Boa noite, sabidinha.

_Boa noite, cabeça-de-algas. - e com isso fomos todos dormir, cada um em sua barraca.

Não pense que com o que Annabeth fez eu quis voltar correndo pros braços dela, aquela mesma força de hoje de manhã estava agindo agora. Meus sentimentos haviam se esvaido completamente do meu ser.

*Percy, Thalia e Nico enfrentaram Melinoe no conto 'A espada de Hades' do livro 'Os Arquivos do Meio-Sangue' 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deu um trabalho do cão escrever esse capítulo, mas ele ficou muito bom.
Reviews????
Heyyy, eu comecei uma fanfic em parceria com duas amigas e autoras aqui do Nyah. Dêem uma passada lá, a fanfic tá afundando e nem começou ainda. O nome dela é: Living a (a)normal life.