Terrenal escrita por A Grace


Capítulo 3
Natal.


Notas iniciais do capítulo

Hellow,

Esse é especial,
um pouco de como eu imagino que seja o natal na casa dos Malfoy´s .
Eu definitivamente amo esse capitulo e espero que vocês também gostem.

Boa leitura.



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Os portões pretos possuíam luzes encantadas que brilhavam como estrelas cadentes. O porta majestosa da entrada da mansão estava enfeitada com um arranjo prateado com o escudo da família ao centro. A neve cobria boa parte dos telhados e do enorme jardim , muito bem cuido de Astoria, tudo havia sido organizado para que a residência dos Malfoy's se tornasse o menos assustadora possível.    

A ceia de natal estava sendo produzida pelos elfos domésticos junto a um chef respeitadíssimo do mundo mágico. As decorações prateadas, escolhidas a dedo ,  embelezavam a casa e deixavam a ruiva extasiada. Estava tudo tão belo, elegante.  

Observava de perto o pinheiro gigantesco e grandioso que estava no centro da sala de estar, todo enfeitado em prata e verde, com flocos de neve enfeitiçados caindo a sua volta. Ela se sentia minúscula perto dele, mas de uma maneira acolhedora. Os cristais que adornavam a árvore, tão delicados harmonizavam com o ambiente.  O único contraste de toda aquela elegância era um pingente singular feito a mão, que ela supunha ter sido produzido por Scorpius quando pequeno. Era algo como um “S” misturado a um dragão, desenhado de maneira infantil. 

— Eu o transformei em um pingente com um feitiço. - A voz de Astoria chamou a para a realidade. - Scorpius o fez com cinco ou seis anos.. - ela sorria de maneira agradável e trazia consigo uma bandeja de chá.  

— Ele estava empenhado - a ruiva riu trocando sua atenção dos adornos para a mulher loira que se sentava no belo sofá de couro de dragão Ouviu a risada contida da mais velha e aceitou o convite para se sentar ao seu lado. 

— Então a senhorita não gosta de quadribol? 

— Tenho medo de altura - Ela bebericou o chá e observou o sorriso que a outra continha. 

— Ótimo, assim tenho companhia para o chá.- A mais velha comentou- Meu filho as vezes perde a noção quando se trata de quadribol ...  Mas não conte a Draco e Scorpius que falei isso- Rosie riu da brincadeira e assentiu com a cabeça. 

—Seu segredo está a salvo comigo, Senhora Malfoy. 

— Vamos combinar algo? - a sardenta olhou para a loira com curiosidade - Me chame de Astoria, ok?

 

O jogo de quadribol de Scorpius, Draco, Albus e Roxie durou cerca de três  horas e quando os quatro voltaram para dentro da casa Astória e Rose ainda conversavam animadamente. Scorpius sorriu ao observar a cena e seguiu os passos de Draco até as meninas sentadas na grande sala. Seu pai havia tido a incrível ideia de assustar sua mãe após o jogo de quadribol que haviam tido, surpreender a filha da Granger era apenas um bônus. 

Roxie carregava uma câmera bruxa para tirar foto das caras assustadas e Albus havia ficado encarregado de fechar a porta silenciosamente e carregar as vassouras.  Mas o problema com o Potter era simples: ele não era nada silencioso. O barulho das quatro vassouras batendo no chão chamou a atenção de todos, principalmente da matriarca da casa que procurou o marido com os olhos para repreendê-lo. Draco arrumou a postura e os mais novos riram da cena que se iniciava no meio do salão principal da casa. 

 

—Neve dentro de casa, Draco?

—Nada que um feitiço não resolva , Tori.

— Eu deveria fazer você limpar o chão com a língua, querido. 

 

A cara feita pelo patriarca fora inusitada , ele continha uma cara de criança culpa e os lábios finos se curvaram num sorriso ladino  , e ao fundo as risadas ecoavam dentro da casa. A distração de Rosie foi tanta que quando deu por si, Scorpius a abraçava com o corpo suado e gelado . Sua careta foi expressiva, odiava quando o menino fazia isso. 

—Me larga, Malfoy! - a ruiva exclamou espremida nos braços fortes do melhor amigo.- Você está nojento!

   -É assim que você vai me tratar , Weasley? - o garoto a apertou mais e enroscou sua cabeça no pescoço da ruiva , molhando o com os pingos de suor que caiam de seu cabelo loiro. 

— Ai que.. - um arrepio desconhecido passou por seu corpo e ela tentou não se focar nele se afastando gradativamente do menino- Nojento, Scorpius. 

A menina o olhava intrigada , contendo um sorriso pequeno no rosto . Tentou inutilmente limpar o pescoço com a barra da manga enquanto o de olhos acinzentados sorria a provocando , em desafio.Ouviu então o clique na câmera e olhou quase exasperada na direção da de cabelos encaracolados. Havia sido pega no flagra.   



— Mas se Albus não tivesse deixado tudo cair no chão, tudo teria saído de acordo com o plano. - Scorpius comentou quando seu pai terminou de contar o acontecimento da tarde para Blasio e Anthony. 

— Em minha defesa - Albus começou , erguendo o nariz e ajeitando os óculos.- me deixaram sem supervisão. 

— Potter, - Draco o olhou revirando os olhos , quase, amigavelmente- você terá sorte se for  chamado para um dos meus próximos planos . 

— Achei que tinha te ensinado melhor, Albus - O filho do loiro sussurrou alto para o amigo, arrancando risadas de todos da roda e um suspiro do Potter. 

— O que aconteceu? - a ruiva que acabava de adentrar a rodinha chamou a atenção dos demais para si. - Boa noite, senhores. 

Rose sorriu graciosamente para os mais velhos , que acenaram com a cabeça logo depois deixando os jovens sozinhos. A menina havia descido sozinha , deixando Roxanne e Rebecca no quarto discutindo. 

— Belo vestido. - A voz, já. grave de Anthony chamou atenção da ruiva que sorriu em agradecimento dando uma pequena voltinha. Ela trajava um vestido preto rodado, simples e elegante , com um par de saltos baixinhos - Estávamos falando de como seu primo é péssimo em obedecer ordens. 

A risada contida dela foi a resposta mais sensata, afinal ela sabia muito bem como Albus era horrível nesse quesito. Ele sempre estragava seus planos bem calculados. 

 

A mãe de Scorpius possuía um sorriso feliz no rosto e andava elegantemente entre as visitas, Astoria estava encarregada de chamar todos os convidados para se juntarem no imenso salão de jantar, onde os elfos acabavam de servir a grande ceia natalina. 

A aquela altura da noite, dez horas, Roxanne e Rebecca já estavam prontas e rodavam o salão de braços dados com Rose, que conseguiu que as duas fizessem um pacto natalino de não discutirem mais por besteiras- como o fato das duas estarem com a mesma cor de vestido- até o fim da noite. 

 Rose se sentou entre as amigas , a mesa que estava decorada com velas flutuantes e arranjos esverdeados. Conversaram sobre futuro, histórias, tonterias, em alguns momentos pegava Scorpius a encarando com um certo encanto nos olhos, em outros ela o observava, com carinho, enquanto ele falava sobre seus logros em Hogwarts. Todos riram das piadas de Albus e Anthony , apesar de estas serem de péssimo gosto.

Havia sido um jantar agradável, com trilhões de talheres e regras de etiqueta- que ela já estava acostumada, devido aos eventos que acompanhava a mãe no ministério.  

Após a ceia , todos se juntaram para a cerimônia da árvore, uma tradição criada por Astoria, onde Draco e Scorpius colocariam o último enfeite no pinheiro e ela enfeitiçaria os cristais para que brilhassem como diamantes, tudo ao som clássico do piano. Na opinião de Rose, havia sido o momento mais bonito da noite. 

 

Quando eles subiram para o quarto de Scorpius após a cerimônia da árvore a ruiva não imaginou que a cena que veria a seguir seria o contrabando de uma garrafa de Firewhiskey e outra de Hidromel.  Era a primeira vez que via algo do tipo acontecer. Sabia que os meninos já haviam bebido, Albus e Scorpius haviam comentado com ela sobre como Anthony tinha levado, escondido, no malão uma garrafa completa do whisky, mas ela não tinha dado a devida importância.

Não que ela mesma nunca tivesse bebido nada, afinal eles possuíam um estoque quase infinito de cervejas amanteigadas no salão da Sonserina, mas o teor alcoólico da cerveja não chegava nem  perto das coisa que ali disponíveis. 

Adentrou o quarto, deixando os amigos na varanda e observou o quarto branco e esverdeado do garoto. Riu quando seus olhos sobrecairam em um poster quase pornografico da lider de torcida do time de quadribol favorito do garoto, o Chudley Cannons. A morena semi-nua no cartaz piscava e sorria segurando seus pompons vermelhos. Rose revirou os olhos e se virou para a cama do rapaz. Caminhando lentamente, analisando cada detalhe do quarto gigantesco do menino, antes de se jogar na cama do rapaz e observar o céu encantado que o quarto possuía. 

Era diferente do de Hogwarts, o céu do quarto de Scorpius era nublado, quase como um céu minutos antes do início da tempestade, lembrava seus olhos. Ela sabia que o menino gostava mais dos dias nublados e que por isso ele era encantado pela atmosfera de Londres- que quase nunca fazia sol. Ela estava encantada por aquele teto da mesma forma que era encantada pelos olhos do melhor amigo. 

— Rosie, você vai amar Hidromel. - Escutou a voz de Roxy ao fundo e sorriu se virando de bruços na cama para observar a prima lhe mostrando o conteúdo do copo.

— Volte aqui , Rosita - Anthony a chamou, gesticulando 

—Isso, Rosie, venha!

—Você tem que provar.. - a morena parou por alguns segundos olhando em volta procurando algo - O que mesmo? 

Então todos caíram na gargalhada, Rose, que era a única sóbria, observou os amigos e sorriu, ela podia até não estar entusiasmada para beber , mas eles estavam num estágio de felicidade plena que a garota apenas conseguia sorrir ao admirar-los. 

— Scorp, traga sua garota para cá - Ela revirou os olhos com a frase de Anthony e lançou lhe o dedo do meio sem nenhuma cerimônia.  - ô os modos, pimenta!

— São para aqueles que merecem. - ela sorriu travessa da cama. 

— E eu mereço? - o loiro se encostou no batente que dividia a janela e o quarto e sorriu galanteador para a ruiva que lhe olhou com os olhos azuis faiscando. 

A ruiva negou com a cabeça , mantendo o sorriso quase provocador. Scorpius revirou os olhos e serviu seu copo de um pouco mais de hidromel antes de entrar em seu quarto e sentar-se na cama, ao lado da cabeça da ruiva.

 -Eu não mereço seus bons modos senhorita Weasley?

—Nem nos seus sonhos, senhor Malfoy.- A ruiva sorriu sentando na cama de maneira que suas pernas ficassem em cima das pernas dele, que repousou suas mão nas coxas dela e sorriu quase malicioso. 

— Acho que você não gostaria de imaginar quais são seus modos nos meus sonhos. 

A ruiva ficou vermelha, suas bochechas combinavam com seus cabelos, mas ela riu alto da cantada mal feita do jovem de quinze anos. 

—Eu sempre me comporto bem, tá?

—Por isso tem uma reputação tão boa, imagino - a risada sarcástica do garoto soou como melodia para seus ouvidos e ela sorriu torto.

Eles eram assim, ácidos , sarcásticos e um pouco amorosos.

—Rosie já bebeu? - A voz de Albus os tirou a atenção. E ela sorriu para o amigo que lhe ofereceu um gole do seu copo de hidromel. - Faça a sua garota beber, Hyperion!

— Por Merlin.. Eu não sou a garota de ninguém! - A ruiva exclamou com os olhos azuis faiscando. Se ajeitou , pondo-se um pouco mais perto de Scorpius e pegou o copo com bebida alcoólica da mão dele.

Ela observou receosa, não queria tomar, mas tampouco queria ficar para trás. Ela odiava , com todas as forças, ficar para trás. Sua mente gritava que ela estava sendo irracional , afinal , até mesmo Albus, que ela considerava um bebê, estava bebendo e se divertindo na varanda. Era apenas um maldito copo. Qual era o problema? E então ela virou o , goela abaixo. Sentiu uma queimação em sua garganta e um resquício de gosto de mel em sua boa. Sorriu, era uma sensação boa, até.

Abrindo os olhos após seu primeiro “shot”de hidromel a menina escutou os aplausos e risos de seus amigos que miravam a cena, esperando que a ruiva bebesse.Riu, eram tão bobos. Quando devolveu o copo para o garoto , viu um sorriso cafajeste se formar em seus lábios, ele esperou que o grupo de amigos se dispersassem de novo para então a puxar um pouco mais para perto soltando uma risada anasalada antes de proferir, baixo, as palavras que levariam a ruiva a uma certa loucura.  

— Eu gosto quando te chamam de minha garota. 

E então ele se aproximou o suficiente para que suas respirações se misturarem. A ruiva parecia pensativa com as suas palavras, ela queria ter uma resposta na ponta da língua, e simplesmente não conseguia pensar em nada coerente pois sua mente parecia ter desligado no momento em que seus olhos se perderam nas nuvens de tempestade do loiro.  Ela era a garota dele, para ele. Havia dito, não com todas as letras, mas... havia dito. Scorpius colocou uma mecha atrás da orelha da ruiva e repousou sua mão na bochecha da mesma, fazendo um leve carinho com o polegar. Ela fechou os olhos momentaneamente e aquilo pareceu ser a deixa exata para o menino.

Ele a beijou , a sabe tudo levou um susto abrindo os olhos levemente assustada mas logo os fechou sendo entorpecida pela sensação que aquele simples encostar de lábios a gerava. O Malfoy, então, pediu passagem  e a ruiva cedeu. O toque entre as línguas fez Rose esquecer as noções da realidade, ela não sabia o que estava sentindo, apenas sabia que era bom. 

Foi nesse momento em que ela entendeu o que era um beijo de verdade.


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Notas finais do capítulo

Então , gostaram ???
Como eu disse lá em cima, esse capitulo é um dos meus favoritos. Foi muito gostoso de escrever e saiu tão fácil da minha mente para o word que eu até me espantei.
O que vocês acharam?? Me contem tudo!!
Inclusive, quero fazer um pedido :
O que vocês gostariam de ver mais para frente na Fic??
Obrigada.

Miau



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