N/A : Se passa durante a quinta temporada 

Já passava da meia noite quando o celular tocou. Não era comum para Oscar receber ligações aquela hora, então quando ele atendeu o telefone ele já esperava por notícias ruins, o que ele encontrou no outro lado foi a voz arrastada de um dos seus colegas de trabalho. 

“Oscar, Oscarino, Oscarito” Andy disse. 

“Andy ?”

“Sim, o bom e velho Nard-Dog” 

“Porque você está me ligando essa hora ?”

“Porque o bartender do Poor Richard’s tirou minhas chaves, disse que eu não podia dirigir nesse estado, e aí ele me concedeu uma ligação para um amigo como é meu direito”

“Você bebeu demais para dirigir então o bartender tirou as suas chaves e disse pra chamar alguém pra te buscar, eu entendi certo ?”

“Isso é um bom resumo da situação. Você pode vir ?”

Porque eu ? Oscar pensou exasperado, mas já pegando suas chaves e seu casaco. 

“Sim”

Cerca de vinte minutos depois ele estava lá na frente do bar, e Andy estava sentado na calçada. 

“Você veio !” 

“Eu disse que ia vir”

“Pessoas as vezes dizem coisas mas não estão falando a verdade. Como eu vou vir te pegar, ou eu te amo e quero me casar com você e não com algum fazendeiro de beterrabas esquisito” 

No caminho até o apartamento Andy continuou falando sobre loiras baixinhas e malvadas, e sobre amor, ou a falta deste. Oscar de certas maneiras estava esperando por isso, no dia a dia do escritório Andy estava mostrando surpreendente profissionalismo e um certo nível de equilíbrio a respeito do fim do seu noivado e das circunstâncias deste, mas debaixo ele provavelmente estava uma bagunça. 

O apartamento era basicamente o que Oscar estava esperando, muitos de adornos de Cornell espalhados pelas estantes e paredes, alguns instrumentos musicais, e um monte de cds com trilhas sonoras de musicais da Broadway. 

“Obrigada por me pegar...você é um bom amigo Oscar” Andy disse se deitando no sofá.

A palavra surpreendeu Oscar um pouco, embora provavelmente não deveria. Desde a viagem ao Canadá ele e Andy eram mais ou menos amigos. 

“De nada. Até amanhã”

“Não fique, por favor. Só até eu dormir, por favor”

“Andy..”

“Por favooor”

“Tá...porque você ligou pra mim ?”

“Eu não sei, eu acho que porque eu sabia que você provavelmente estaria sozinho, então não seria tão inconveniente quanto ligar pro Tuna...isso saiu errado”

“Tudo bem”

“Não, não é. Você é um cara ótimo e eu devia ter considerado que talvez você tinha alguém com você lá”

“Eu não tinha, eu não tenho já há um bom tempo”

“Você deveria, você é ótimo e você merece se divertir... sabe se você me beijasse eu não te pararia. Eu acho que eu gostaria, eu quero eu quero dizer” 

Tal pedido nem merecia uma consideração, mas por um segundo Oscar se encontrou considerando. Claro Andy era meio ridículo como a maior parte das pessoas com quem Oscar trabalhava, mas ele era doce e isso era algo que Oscar não tinha o suficiente na sua vida. E ele estava literalmente pedindo, e poderia ser divertido. Mas quando o segundo passou Oscar se lembrou que Andy era um homem de coração partido que estava muito solitário naquela noite e que na maior parte do tempo se identificava como hétero. Então sim, ele tinha que ser o responsável nessa situação. 

“Vá dormir Andy”

“Okay...eu estava apenas brincando, você não vai mencionar isso amanhã certo ?”

“Não se preocupe”

“Certo...realmente um bom amigo”