Parkinson | PoV - One Shot escrita por Andréia Santos


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

POR FAVOR LEIA:

Essa fic é um PoV (Ponto de Vista) de uma pessoa que não enxerga que está sendo usada por alguém. Não tenho intenção alguma de romantizar traição ou relacionamentos abusivos. Leiam de coração aberto e, por favor, deixem suas críticas no final.



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I

 

Eu me lembro como se fosse ontem como tudo começou. Era meu aniversário de quinze anos e eu estava provando meu primeiro par de salto alto e lingeries mais provocantes. Meu corpo já era mais sinuoso desde meus 12, mas eu era infantil demais para notar a mim mesma e os olhares que os veteranos direcionavam para mim. Eu já estava pronta para me vestir novamente e fui surpreendida com a porta batendo atrás de mim: ninguém mais, ninguém menos que Draco Malfoy estava entre a passagem e eu me olhando com um olhar lascivo que eu nunca o vi lançar para nenhuma daquelas meninas com quem ele ficava.

Foi tudo bem intenso e urgente. Eu não tinha experiência alguma, mas confiei plenamente naquele que sempre foi minha paixão platônica. Seu toque era possessivo e meio agressivo, ainda mais quando ele intensificava seus movimentos. Seus beijos eram demasiadamente molhados e geralmente me pegavam de surpresa, mas eu me derretia todas as vezes que sentia sua língua dançar na minha boca. Em menos de 15 minutos eu estava com meus cabelos e lingerie completamente desalinhados e com uma mistura de fluidos escorrendo na parte interna da minha coxa e só conseguia pensar em quando aquilo poderia se repetir… para minha felicidade era apenas o começo.

Hoje estou completando meus 18 anos e Draco me convidou para jantar na casa dele. O prestígio do nome dos Malfoy ficou meio abalado e o senhor e a senhora Malfoy passavam muito mais tempo fora de casa tentando se inserir na sociedade novamente. O fato de a gente ter a casa toda só para a gente só me deixa mais nervosa. Nenhuma das “garotas do Draco” sequer entrou nos jardins e eu passava 90% das minhas férias na cama dele, mas nunca tinha sido convidada para um encontro que não fosse sexual. As minhas expectativas nunca estiveram tão altas e eu tenho quase certeza que será hoje que eu me tornarei a única.

 

II

 

Sabe quando você idealiza o casamento perfeito em sua cabeça? Sabe quando você passa horas admirando vitrines de lojas de vestidos de noiva, se imagina comprando seu enxoval e se pega tamborilando num globo terrestre divagando sobre lugares exóticos e românticos para lua de mel? Sabe essa sensação de euforia que fazer tudo isso causava? Essa era eu enquanto caminhava pelo caminho de pedra que levava à porta principal da Mansão Malfoy. Meu coração estava tão acelerado que eu podia jurar que dava para ouví-lo bater de longe, mas o que enfim me dominou quando eu me encontrei com meu amante foi um grande susto, pois ele não estava sozinho como eu pensei e sim com Blaise e as irmãs Greengrass.

A gente transou, claro - Draco e eu nunca desperdiçávamos a oportunidade de transar - O problema era que antes disso tive que assistir à duas horas de Astoria Greengrass dar em cima dele com seu jeito “inocente” e desenvoltura ao falar, mas Draco me garantiu que só ficou lá com ela porque Blaise queria ficar sozinho com a irmã mais velha daquela inconveniente. Eu fui embora bem cedinho no dia seguinte e não tive notícias de Draco por quase três meses. Não estávamos mais em Hogwarts onde eu sabia cada passo que ele dava e por muitas vezes minhas cartas acabavam voltando para mim. Eu só queria saber como ele estava, se estava querendo ficar comigo, se alguma menina maluca tinha tentado ser a “oficial” dele ou se eu enfim seria a “oficial” dele.

Quando eu comecei a trabalhar como assistente de alguns medibruxos no Saint Mungus foi que o contato foi retomado. Draco sempre quis seguir essa carreira e já fazia dois meses que ele estava trabalhando para isso - coisa que eu descobri quando ele quase derrubou as poções que eu carregava trombando comigo num corredor. Preciso nem dizer que a sala de suprimentos era o nosso ponto de encontro para rapidinhas e eu amava tudo aquilo, apesar de querer que ele ficasse mais tempo comigo em outros lugares. Por diversas vezes quase fomos pegos e Draco, num belo dia, decidiu que não podia se arriscar mais.

Draco se tornou um grande medibruxo em pouco mais de três anos e eu estava na primeira fila aplaudindo com orgulho sua nomeação. Até o Potter e a Sangue-Ruim estavam lá na solenidade. Num discurso inflamado Draco agradeceu pela oportunidade de provar que as pessoas mudam e eu me controlei para não dar uma gargalhada. Um Malfoy sendo altruísta era uma ideia risível e mais comédia do que isso só se ele dissesse que ia se casar.

 

III

 

Eu fecho meus olhos e vejo em minha mente as mãos de Astória Greengrass se entrelaçando com as de Draco na frente de todo mundo. No palanque que ele prometia ser o mais justo dos medibruxos ele erguia sua taça com uma mão e segurava aquela mulher sem graça pela cintura com a outra. Um anel delicado de brilhantes no dedo indicador da mão direita dela reluzia vez ou outra quando um feixe de luz conseguia alcançá-lo e eu não sabia se era isso ou minha vontade de chorar que não me faziam enxergar direito. Eu nunca pensei que, mesmo depois de anos sem a gente ter nossos encontros sexuais, Draco estaria com alguém como ela. Ela não tinha nada do que as outras tinham. Ela não tinha nada do que eu tinha. Por que porra ele queria ficar com ela?!

Foi no dia do casamento deles que a ficha começou a cair. Eu nunca poderia ser a pessoa naquele vestido porque eu sempre me dei de bandeja para ele. Astória tinha cara daquelas meninas que se guardava para a lua de mel e eu começava a me convencer que Draco acreditava que ela valia a espera. Ela não precisou de um salto alto ou de calcinha de renda para que ele a desejasse e estava esfregando na minha cara que tinha conquistado o lugar que eu desejo desde meus 11 anos.

A recepção estava cheia de pessoas que eu jamais imaginei ver nos jardins da Mansão Malfoy e isso me deixava tão frustrada. Eu segui o Lorde das Trevas por ele contando com o momento em que ninguém mais além de mim iria restar na vida de Draco e quem acabou sozinha fui eu. Eu bebi tanto uísque que nem notei que eu subi direto para o quarto do meu grande amor e fiquei me esfregando em seus lençóis esperando que ao menos seu cheiro não me deixasse. Se não fosse Blaise eu nem saberia que eu machuquei meus joelhos fazendo sexo oral à força em Draco que só não me azarou porque estava adorando gozar na minha boca já que Astoria e ele não faziam coisas do tipo. Se não fosse por ele, também, eu nunca entenderia porque Draco me odeia tanto agora.

 

IV

 

Scorpius Hyperion Malfoy era tão lindo e inteligente quanto seu pai. Eu sempre fiz questão de ficar por perto dele auxiliando-o no que for preciso. Ele sempre me disse que eu era sua professora preferida e eu o via como o filho que eu nunca tive. Eu era a senhora Dickinson dentro e fora de Hogwarts para que Draco não suspeitasse que eu estava tão próxima do filho dele. Ninguém sabia que eu havia me casado com um senhor chamado Timothy Dickinson e só voltei para a Grã-Bretanha para trabalhar em Hogwarts quando ele faleceu.

Eu assisti com desgosto ele se interessar pelo filho do Potter e os dois começarem a namorar. Ainda não conseguia entender como Draco permitia a amizade deles, que dirá um relacionamento, mas não me metia nem deixava transparecer minha desaprovação. Eu não era a senhora Malfoy, eu não era sequer a amante. Eu era um alívio desde o começo e fui isso até o último instante. Só me restam, às margens dos meus 45 anos, deixar meu filho de faz-de-conta ir e me contentar que a única coisa que vai ficar para mim de Draco é uma lembrança de um relacionamento que foi tão feliz mesmo sendo imperfeito e unilateral.


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Notas finais do capítulo

REPETIÇÃO DA NOTA INICIAL:

Essa fic é um PoV (Ponto de Vista) de uma pessoa que não enxerga que está sendo usada por alguém. Não tenho intenção alguma de romantizar traição ou relacionamentos abusivos. Leiam de coração aberto e, por favor, deixem suas críticas no final.



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