A Marca da Corça escrita por iBrunoAlcantara


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, não sou experiente com prólogos, mas achei este bem necessário.
Espero que gostem e, qualquer crítica ou sugestão, não tenham receio de deixar aqui.
Obrigado!



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Prólogo

Despedaçada por dentro e se acabando em lágrimas, Lílian não conseguia se conter.

Não era para menos: diante de si estava seu filho, seu primeiro e único, Harry Tiago Potter. Diferente da noite anterior, onde a alegre criança de um ano de idade brincava com a pelúcia e a pequena vassoura de brinquedo que ganhou do seu padrinho, Sirius Black, agora o pequeno estava morto – caído dentro de seu berço, atingido pela maldição da morte alguns minutos antes.

Era muito difícil para Lílian, como mãe, encarar uma cena como aquelas. Ela, ajoelhada diante do corpo, tentava impedir que as lágrimas continuassem escorrendo, sem sucesso.

Ao seu lado, Tom Riddle deslizou a mão áspera em seu queixo, enquanto ria baixinho.

— Minha querida Lílian, não chore, não vale a pena. – Disse ele, também acariciando seus cabelos. Sua voz era grave e um pouco rouca. – Uma moça tão bonita... É uma pena que não passe de uma sangue ruim.

As palavras já não faziam efeito algum em Lílian. Enquanto no andar de baixo o seu marido, James, encontrava-se morto por ter tentado retardar as ações de Lord Voldemort (como Tom Riddle era conhecido), o seu filho pairava sem pulso em sua frente e nada mais em sua vida fazia muito sentido.

— Pedro... – Murmurou ela, possuída por fúria. – Nós confiamos o segredo a ele.

— É difícil, muito difícil, confiar em alguém. – Voldemort prosseguiu, andando ao lado do corpo de Lílian. – Eu sei bem disso. Tomo muito cuidado com os meus seguidores.

Os brinquedos de Harry estavam bagunçados, o que aconteceu em uma breve tentativa de Lílian para impedir que Voldemort assassinasse friamente o seu bebê, sem sucesso. As janelas abertas permitiam que o ambiente ficasse contaminado pelo frio que fazia em Godric’s Hollow naquela noite, apesar de estarem no verão.

— Minha querida, por mais que eu esteja tentado em matá-la...

— Mate-me. – Pediu Lílian, erguendo a cabeça pela primeira vez e olhando Lord Voldemort nos olhos. – O que está esperando? Me mate. Eu já não quero continuar viva, Tom.

Ouvir seu nome de trouxa enfureceu Voldemort por alguns instantes, porém ele não daria à moça o que ela queria. Os olhos verdes de Lílian encontraram os do assassino, que naquele momento já eram vermelhos. Sua pele era tão branca que fazia seu nariz ficar um pouco camuflado. Os lábios finos e as orelhas pontiagudas nem pareciam pertencer ao atraente homem que Lílian conheceu por fotos antigas.

— Eu não me importo com o que você quer ou deixa de querer. Porém, um servo tão leal quanto Severo merece um pouco do meu reconhecimento.

— Severo Snape? – Lílian se assustou quando ouviu aquele nome. Já tinha algum tempo que não via seu antigo amigo e mais tempo ainda que não se falavam.

— Sim, Severo, um homem tão inteligente e um seguidor tão fiel. – Voldemort disse, passando a varinha por entre seus dedos. – Ele me contou, Lílian, contou sobre a profecia. Contou sobre Harry. Contou que ouviu uma conversa entre Dumbledore e Trealawney, onde uma criança nascida no fim de julho iria ser a responsável pela minha ruína, com um poder que eu desconheço... Eu preciso me certificar de que as crianças que cabem nesta profecia estejam mortas, você me entende?

— Mas como ele pôde? – Lílian não conseguia acreditar.

Ela e Severo já não eram mais amigos há muito tempo. De toda forma, a ruiva não conseguia crer que o homem que um dia fora muito seu amigo tinha sido o responsável por tudo aquilo.

— Não fique chateada com ele, ele pediu que eu poupasse você. – Voldemort continuou, agora brincando com os cabelos da ruiva. – E bom, como Harry Potter está morto, eu devo agora me certificar de que a última criança que cabe na profecia também esteja. Você sabe onde posso encontrar Neville Longbottom, querida?

Lílian estremeceu. Sabia que Neville também estava sendo escondido por seus pais, Frank e Alice, e sabia que Voldemort certamente iria conseguir matá-lo. Mas, infelizmente, não sabia onde eles estavam, já que vinham se trancando em casa sem muito contato com o mundo exterior há algum tempo.

— Você sabe que não. – Disse ela. – Já faz algum tempo que não estamos saindo de casa nem interagindo com outros membros da ordem.

— Acredito que Pedro tenha me mencionado isto. Uma pena que tenham se privado tanto para nada, mas eu encontrarei a criança mesmo assim. – Voldemort descruzou os braços outrora cruzados e armou uma posição de ataque. – Enquanto isso... Crucio!

A varinha de Tom Riddle apontada para Lílian fez com que ela caísse ao chão, agonizando em tortura e se rebatesse contra o piso de madeira que rangia bem alto.

Crucio!

Lílian não cedeu em momento nenhum: permaneceu calada, muito embora agonizasse em dor. Continuou sendo torturada, se esforçando ao máximo para não gritar, até que Voldemort interrompeu a maldição.

— Terminei com você... Por hoje. – O homem se agachou diante da mulher caída e ergueu seu queixo com o dedo indicador esquerdo. – Agora, garota tola, observe.

Voldemort, de dentro das vestes, tirou uma varinha. Era a de Lílian. Do chão, ela o assistiu deslizar o objeto pelo seu rosto antes de quebrá-la ao meio e deixar as duas partes caírem.

— Varinhas escolhem bruxos, Lílian – murmurou, agora com um tom de voz muito mais sério –, e a senhora não é uma bruxa. Veja bem... Já estou sendo muito misericordioso em deixá-la viva. Retribua o favor e volte para o mundo das trouxas. Nunca mais venha à ambientes mágicos ou tente se passar por bruxa novamente. Neste caso, eu não serei piedoso, mas não só com você. Matarei seu cunhado, sua irmã e seu sobrinho... Como é mesmo o nome dele? – O homem agora passava o dedo na têmpora como quem tentava se lembrar de algo. – Ah, Duda! Um bebê tão fofo, literalmente...

Aquilo começou a aterrorizar Lílian. Por mais que seu relacionamento com Petúnia, sua irmã mais velha, não fosse dos melhores, ela não podia permitir a sua morte também. Era a única família que ainda tinha.

— Eu não gosto de ser contrariado, Lily. Fuja, para longe, e não volte nunca.

Lílian ouviu tudo aquilo calada. Sua melhor resposta era o silêncio, mas ela também não queria falar. De nada adiantaria, afinal.

— Espero que tenha entendido.

E, após dar um breve tapinha no rosto de Lílian, Voldemort se levantou e deixou o quarto. Lílian sabia que ele não conseguiria aparatar, já que a casa estava protegida pelo feitiço Fidelio, então o assistiu desaparecer andando de suas vistas.

Em seguida, mais uma vez ela encarou seu filho. Um bebê lindo, com os olhos da mesma cor dos seus, cabelos escuros como os do pai e com tanto pela frente, morto tão pequeno. A janela aberta mostrava uma lua quase oculta pelas nuvens, onde logo a marca negra foi conjurada por seu criador.

Com dificuldade, ela foi até o pequeno Harry e o segurou em seu colo. Desabou em choro, ainda tremendo por ter sido gravemente atingida pela maldição Cruciatus. Alisou os cabelos do filho, admirando cada detalhe daquele rosto tão bonitinho que parecia ter sido desenhado, e o apertou com certa força em seus braços enquanto gritou de desespero.

Dentro dela havia ódio, muito ódio. Um ódio que nem ela mesma pensou que seria capaz de sentir um dia. E se não fossem Severo Snape e Pedro Pettigrew, nada daquilo teria acontecido.

Tudo era culpa deles – e ambos iriam pagar.


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