Broken - Jikook escrita por BustyOwl


Capítulo 3
2. Dr. idiota e o vigarista




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/781061/chapter/3

 JEONGGUK

 

Passou um mês desde o pior dia da minha vida, e desde então eu tinha sido capaz de confirmar uma verdade universal: música era presente de Deus para os corações partidos. Na primeira semana, eu chorei com a Adele e Mariah Carey. Na segunda semana, estava com Beyoncé e Pink. Na terceira semana, Eminem estava falando a minha língua, e na quarta foi dedicada para os anos 90.

— Gguk? Olá? Você ainda está aí?

— Sim, pai, estou aqui. — Ajustei o telefone no meu ombro, embalando meus sapatos na caixa. 

— Tem certeza de que você não precisa que eu vá ai—

—Appa, prometo que estou bem — Isso foi uma mentira. Sim, tinha passado um mês e eu ainda me sentia horrível, mas eu sabia que iria me sentir assim por um tempo.

— Quando coisas assim acontecem, você precisa da família, Gguk. É a única maneira de superar isso. Além disso, Seul não tem nada de Seunghagsa"

Expirei profundamente, peguei outra caixa vazia me dirigindo para o banheiro: — Que tal eu prometer ir visitar em poucas semanas, ok? Ainda tenho muito trabalho a fazer na cidade. Além disso, você sabe que eu não posso ir para casa agora. Pessoas vão olhar e julgar...

— Desde quando meu Jeongguk já se importou com o que os outros pensam dele? — Ele riu para o telefone.

Desde que eu fui humilhado publicamente - pensei

— Você está certo. Que se lixem todos e diga para a mãe que eu quero a maior festa de boas-vindas de volta do estado.

— Bom Garoto. Cabeça erguida.

— Cabeça erguida. Adeus papai te amo.

— Também te amo — respondeu ele, desligando.

Suspirando, eu joguei a caixa no chão e Gureum, esquecendo que ele não era mais um filhote de cachorro, tentou usá-la como uma cama mas passou através dela. Consternado, ele se afastou e se enrolou em uma bola de pelo branco e preto no canto. Eu estava prestes a me enrolar em uma bola ao lado dele, quando ouvi a campainha tocar.

Olhei em direção a cabeça do Gureum, mas ele ficou no seu canto.

— Não se levante, vou atender isso — disse a ele, quando a campainha tocou novamente.

— Vem! — Gemeu, se movendo através do labirinto que eu tinha criado. Eu vi quem era antes de abrir a porta. — Taehyung? — Park Taehyung, um dos amigos mais próximos de Yugyeom, estava na porta com duas xícaras de café em uma bandeja em uma mão e um saco de mercearia na outra. Desde o incidente, ele tinha tomado para si me vigiar todos os dias.

—Você emagreceu — Ele franziu a testa.

Olhei para minha calça de ioga e camisa de grandes dimensões. — Aish?

—Nada de Aish — passou por mim entrando no apartamento — Você precisa comer, Jeongguk hyung

—Tae, eu disse, que você não precisa fazer tudo isso por mim. — O segui até a cozinha, onde ele descompactou alguns dos meus tachos e panelas. —Ei!

— Eu vou guardar quando terminar — Ele mostrou-me um sorriso quadrado antes de procurar mais utensílios.

—Sério, Tae—

—Hyung, por favor, deixe-me fazer isso — ele murmurou sobre o fogão. —Não tem ideia de quão culpado me sinto. Meu melhor amigo fugiu com a mulher do meu irmão, deixando seu noivo sozinho para juntar os pedaços. Eu os apresentei um ao outro, Jeongguk-ah. Sinto-me culpado em direção a você, também. Então, por favor, deixe me fazer isso... Sei que não somos tão próximos, mas mesmo assim.

Olhei para ele por um momento. Era verdade, eu realmente não conhecia Taehyung. Gyeom e ele eram irmãos de fraternidade. Ele veio para noites de jogos e jantares que demos, mas fora isso, Tae e eu nunca estivemos perto. Tae tinha apenas acabado de fazer vinte e dois, cinco anos mais novos que o Kim e dois anos mais novo do que eu; talvez seja por isso que eu sempre o vi como irmão mais novo de Yugyeom... E de certa forma, meu irmão mais novo, também. O Kim e ele até se pareciam. Ambos tinham olhos e cabelos castanhos, mas os de Gyeom eram diferentes pela cor arenosa. Vendo Taehyung tão sério agora era estranho.

—Você sabe mesmo cozinhar? — Eu sorri, olhando através do saco que ele tinha trazido.

—Se eu posso cozinhar? — Ele zombou de mim como se ele ficasse horrorizado, por eu ter perguntado. —Quero que você saiba que eu faço as melhores malditas omeletes de Seul.

—Toda Seul? — Eu cruzei meus braços.

—Você me ouviu — Ele piscou. —Agora, onde está o resto das suas coisas?

—Nessas caixas — Apontei para aquelas rotuladas 'Cozinha' atrás dele. —Oh como vai sua música? Você é bem popular, né?

—Defina popular. Além disso, tenho que me concentrar na escola... Meu Deus, tudo isso é seu? Yugyeom comprou alguma coisa quando vocês viviam juntos? — ele murmurou, já abrindo a caixa. Eu não era cego em ver como ele tentou mudar de assunto, mas deixei pra lá.

—Na verdade não. Você sabe que ele vivia basicamente no escritório... ou pelo menos eu pensei assim. Eu não sei mais o que ele fazia com seu tempo... — Minha voz diminuiu, fazendo-o tirar uma pausa e olhar para mim. Levantei as minhas mãos, e balancei minha cabeça, como se isso fosse impedi-lo de ter pena de mim. —Como está seu irmão? — Eu tentei mudar de assunto.

—Igual a você.

Mudança de assunto, malsucedida.

Ele não disse mais nada, furiosamente cavando através da caixa: —Ugh, Deus, eu quero matá-lo! — ele gritou de repente, socando a mão dentro da caixa.

—Taehyung! — Eu gritei e Gureum latiu, mas era tarde demais. Ele tinha dado um soco direto onde as facas estavam embaladas. —Aish, merda! — ele gritou, apertando a mão dele agora sangrando. Segurando a mão dele, liguei a água e tentei limpá-lo.

—Porra, é muito profundo. Vou precisar de pontos. — Ele vacilou quando peguei uma toalha limpa e envolvi rapidamente ao redor da ferida.

—Onde estão as chaves? Temos que ir ao hospital. — Olhei em volta da bancada.

—Tudo bem, eu tenho um kit de primeiros socorros no meu carro. Eu sou um médico

—Estar na faculdade de medicina não faz de você um médico, Tae... pelo menos, não um bom o suficiente para costurar sua mão na minha cozinha.— Esperei ele me dar às chaves.

Franzindo a testa, ele pegou do bolso e passou-as para mim antes de segurar sua mão ferida, que começou a sangrar. Era muito ruim, já encharcando a toalha.

—Hyung, você está sinceramente fazendo muito disso —

—Sim, vamos," Eu disse, vendo o sangue descer pelo braço. Tirei-lhe do apartamento.

 JIMIN

 

Eu tinha acabado meu turno e estava entregando um gráfico para a enfermeira de plantão, quando ela parou e me disse. —Dr. Park, seu irmão foi trazido ao pronto-socorro —

Não a deixei terminar antes de sair correndo pelo corredor. —Está tudo bem, Dr. Par-

Ignorei, seguindo a linha azul no chão em direção as portas duplas, que conduziam à emergência. Digitalizando as camas, parei quando vi seus sapatos All Stars pretos.

Ele estava sentado na cama, rindo enquanto um dos meus residentes costurava a sua mão direita.

—O que aconteceu? — Perguntei, já em frente a eles.

—Jimin. Pensei que estivesse de folga —

—O que aconteceu com sua mão?

—Ele deu um soco nas minhas facas.

Virei em direção à voz. Levou-me um segundo para reconhecê-lo, e no momento em que eu fiz mais memórias inundaram minha mente do que eu podia controlar.

Ele estava no canto, segurando a jaqueta de Tae.

—... Ele deu um soco. Nas suas facas? — Virei-me para o meu irmão mais novo.

—É uma longa história — ele murmurou.

—Taehyung...

—Honestamente, foi um acidente. Eu o deixei alterado, e —

—Você ainda precisa estar aqui? — Perguntei sem olha-lo.

—Jimin! — Tae olhou.

Pelo canto do meu olho, eu podia ver seu endurecimento.

— Desculpe novamente, Taehyung. E obrigado! — ele lhe disse.

Taehyung sorriu e acenou com a cabeça. —Não, obrigado. Por favor, use o meu carro para voltar para casa.

—Está tudo bem, eu vou chamar um táxi 

—De que outra forma poderei voltar e fazer a você meus famosos omeletes?

—Só se concentre em melhorar. Nos vemos por aí — Ele reuniu suas coisas e saiu. Quando ele se foi, ele olhou para mim.

—Você realmente precisava ser tão idiota?

—Diz o palerma que socou facas — Eu retruquei antes de seguir o rapaz até a porta da saída. Esperei ele acabar de dar sua localização para a companhia de taxi e então fiquei na frente dele.

— Aqui – Entreguei uma nota de cinquenta. —Obrigado por trazê-lo aqui.

Ele olhou para o dinheiro, em seguida, de volta para mim. —Você tem o costume de recompensar as pessoas com dinheiro por fazer as coisas mais humanas?

—Cinquenta dólares realmente é uma recompensa? — revidei.

—Você é um médico rico. Desculpe-me, eu esqueci meu lugar — Ele estendeu a mão e fez uma pequena reverência —Por favor, senhor, posso ter uns trocados? 

Eu mordi o interior da bochecha, dei o dinheiro e me virei para sair, mas parei quando notei que ele foi até a caixa do projeto de doação na entrada lateral do hospital e jogou o dinheiro dentro.

Ele voltou ao seu canto, olhando para a rua. Suspirando, eu voltei para ele. —Olha, eu acho que começamos com o pé errado — Ele zombou. —Enfim — continuei. —Obrigado por trazê-lo aqui, mas da próxima vez, se você puder ignorá-lo, acho que seria melhor para todos.

—Você quer que ignore seu irmão? — ele disse lentamente.

—Você e eu sabemos que ele está fazendo isso por algum senso de culpa. Não consigo cortá-lo fora da minha vida, mas você por perto só faz duas vezes pior. Eu entendo que você pode se sentir solitário, mas, por favor, não abuse da bondade do meu irmão.

—Desculpe-me! — Ele levantou as mãos para me impedir.

—Eu só estou dizendo-

—Você apenas esta dizendo 'vá embora, leve de volta lembranças dolorosas com as quais eu ainda tenho que lidar', ao invés de fazer uma bola com tudo isso e tomar conta, escolhi ignorá-lo completamente e guardar todas as coisas que me lembram que também fui deixado em um casamento.

—Desculpe-me! — Ele estava fora de seu juízo.

Ele cruzou os braços. —O que? Não é isso o que está dizendo? Seu irmão não é uma criança. Se ele se sente culpado e quer resolver isso do jeito dele, é seu direito de fazê-lo. Você sabe quantas pessoas ruins vamos encontrar um dia nesta cidade? Claro que sim, você é um deles. Sem chance no inferno de eu ignorar uma pessoa boa só para você se sentir melhor.

—Você nem me conhece! — Qual é o problema desse cara?

—Não, eu não conheço você. Existe uma diferença — ele gritou, pisando longe de mim e para o táxi chegando. —Além disso, se eu me sinto só, me pergunto como você se sente, idiota.

A porta bateu, e eu fiquei olhando enquanto ele se afastava.

—Então, você conheceu Jeongguk — Tae riu próximo ao meu lado com a mão enfaixada recentemente.

—Jeongguk? Eu pensei que o nome dele era Jeon? — Ou pelo menos foi como ele tinha o chamado naquele dia feio.

Ele assentiu. —O nome dele é Jeon Jeongguk, ele é um artista muito famoso aqui na cidade. Você sabe a pintura a óleo que mamãe comprou foi feita por ele.

—O que? Aquela coisa custa quase 2 milhões de dólares.

—E você tentou dar cinquenta para o táxi — Ele riu.

Pausando, olhei para ele. —Você viu isso?

—No momento em que você o seguiu, eu sabia que não seria bom. — Ele assentiu com a cabeça e forçou um sorriso que eu sabia que não era sincero. —Sei que depois que o pai morreu você basicamente me criou ao lado da mãe, mas você precisa parar. Eu não sou uma criança. Às vezes sinto que você se concentra em mim só para ignorar a merda acontecendo em sua vida. Você podia fazer isso antes, mas não agora. Foi com você que isto aconteceu, e ainda você esta aqui tentando tomar conta de mim novamente. Estou bem. Honestamente, eu estou bem.

Ele se despediu de mim, enquanto se dirigia de volta para onde ele estava estacionado. Eu assisti por um momento, percebendo mais uma vez que eu o estava tratando como uma criança, antes de me dirigir de volta para o hospital. Eu não me incomodei em fazer contato visual ou conversar. Em vez disso, fui para o quarto do plantão e descansei em cima da cama.

Taehyung e eu tínhamos nove anos de diferença, ele tinha apenas dois quando nosso pai morreu de ataque cardíaco. Este ainda é classificado como primeiro lugar na lista dos piores dias da minha vida, minha mãe gritando para eu chamar a ambulância, Tae chorando na sala de estar como a babá freneticamente tentando ajudar minha mãe.

—Urgh, não quero pensar sobre isso — murmurei para mim mesmo, puxando para fora o meu telefone. O papel de parede ainda era de Jieun e eu nos abraçando. Eu tinha tentado mudá-lo pelo menos uma centena de vezes no último mês, mas não consegui fazê-lo ainda.

Se eu me sinto só, gostaria de saber como diabos você se sente idiota. A voz dele repetindo em minha mente. Quem diabos ele achou que era? Ele não me conhecia; Eu estava bem.

—Que tipo de nome é Jeongguk, afinal? — sussurrei para mim mesmo.

—Deus, senti saudades — uma estagiária disse enquanto beijava a mandíbula do enfermeiro. Ele começou a levantar o seu avental.

Sentei-me. —Isto parece Grey's Anatomy para você? — Eu gritei. Eles saltaram e correram tão rápido, que eu tinha certeza de que um deles caiu no seu caminho para fora.

Peguei meu telefone, fui para as configurações, em seguida, tentei mudar a maldita foto, mais uma vez, mas mais uma vez não pude fazê-lo.

Droga!

Logo depois meu telefone tocou. —Dr. Park falando.

—Então, eu descobri como você pode compensar Jeongguk hyung por ser um idiota — disse Taehyung. —Ele está se mudando para um novo lugar. Eu ia ajudar, mas — 

—Não estou interessado. Adeus.

Por que diabos ele tinha que ajudar a todos, pelo amor de Deus? Eu estava preocupado que se Tae, realmente, se tornasse um médico, ele iria tornar-se muito ligado aos seus pacientes.

Buzz.

Meu telefone vibrou como ele me mandando uma mensagem.

Por que, Deus? Por quê? 

 

 JEONGGUK

 

Às vezes eu odeio esta cidade. Eu olhei para o prédio de tijolos que era para ser minha nova casa. Alguns milhões de dólares por um apartamento de tamanho decente em Gangnam-Gu e o meu corretor de imóveis tinha tentado me fazer aumentar meu orçamento; ele estava sendo ridículo.

—O que você acha Gureum? — Eu perguntei quando mudei a caixa em minhas mãos.

Como sempre, ele estava menos que impressionado, mas ao menos desta vez não podia culpá-lo. Eu olhei para trás com desânimo com todas as caixas que estavam no hall. Ia demorar um pouco.

Talvez eu devesse ter contratado uns ajudantes? Pensei em como eu ia entrar no edifício. Gureum choramingou quando as patas dele escorregaram e deslizaram sobre o chão de mármore liso.

Rindo, peguei a coleira enquanto esperávamos pelo elevador. Felizmente, o piso do nosso andar não era tão brilhante.

34B era no final do corredor, e assim que eu peguei na maçaneta, ouvi outra porta abrir atrás de mim. Virando, fiquei cara a cara com o próprio Dr. Idiota.

Seus olhos castanhos me encararam em confusão. Ele olhou para a caixa em minhas mãos, então para porta e finalmente de volta para mim.

—Por favor, me diga que não esta se mudando. — Ele franziu a testa.

—Por favor, me diga que você não mora ali — Eu apontei para a porta atrás dele. Seus lábios formaram uma linha reta, e parecia que ele estava cerrando a mandíbula.

Gureum, querendo atenção também, correu para ele e começou a cheirar e esfregar o nariz em seu jeans, que só o fez espirrar sobre o tecido.

Bom menino.

—Aish! Raios o partam! Você pode domar seu lobo? — ele gritou, acenando em volta.

—Ele é um Husky Siberiano, não um lobo, seu bebezão — eu respondi, deixando cair a caixa no corredor e puxando Gureum, que espirrou nele novamente.

Seus olhos se arregalaram e uma sobrancelha se contorceu quando ele me olhou de cima a baixo. —Desculpa, ele é alérgico a idiotas. — Eu puxei o canino atrás de mim.

Eu jurei, que se ele pudesse ter me matado com seu olhar, eu estaria a sete palmos de terra naquele momento. Sem mais uma palavra, ele voltou para o apartamento, provavelmente para mudar as roupas dele.

Quando a porta fechou, eu peguei os lados do rosto de Gureum. —Bom garoto! — sorri, nos levando para nossa nova casa.

Realmente, com todos os apartamentos da cidade, por que diabo tinha acabado ao lado do dele? Encontrá-lo no hospital, deixou um gosto ruim na boca. Eu tinha essa imagem na minha mente, o homem com o coração partido, que foi deixado pelo amor de sua vida no altar. No entanto, com cada encontro, minha imagem dele mudava. Ele foi tão condescendente!

Como ele e Taehyung estão relacionados está além de mim. Eu voltei para pegar mais caixas e entrei no elevador.

Infelizmente, antes de fechar a porta do elevador ele saiu novamente, vestido com calças de treino e um moletom sem mangas. Desta vez ele não me deu atenção, colocando os seus fones de ouvido.

Eu senti que a viagem demorou uma eternidade, e quando as portas se abriram, eu fiz minha fuga rapidamente, indo direto para a parte de trás do U-Haul.

—Um vigarista como você não tem condições de contratar pessoal da mudança?

Ele, por algum motivo, parou e olhou para as caixas que eu tinha que subir. Vá para sua maldita corrida logo. Espere... —Vigarista?

Ele assentiu com a cabeça como se ele não soubesse por que eu estava confuso. —Eu vi os seus quadros. Não há maneira nenhuma no inferno que vale o que você cobra para vendê-los. Você está roubando as pessoas, portanto, você é um vigarista.

Sem palavras, minha boca caiu aberta.

—Isso não é atraente — ele disse, agindo enojado antes de ajustar os fones na orelha e me deixar na rua e sair.

—IMBECIL! — Gritei, ganhando alguns olhares de relance das pessoas na rua. Meu telefone tocou.

Atendi e sai —Olá!

—Isto é uma má hora?

Olhei para o ID de chamadas antes de falar novamente. —Namjoon. Desculpa, sim, não, podemos falar. Está tudo bem?

—Sim, estou realmente perto da sua casa. Podemos nos encontrar por um segundo?

—Sim, minha casa está uma bagunça, mas você pode vir — respondi, procurando por ele na rua. No entanto, ele não andava na rua. Ele, como todos os advogados de alta potência, chegou bem perto de mim em um carro elegante.

Quando ele saiu, eu vi que o cabelo loiro curto estava puxado para trás, e ele estava vestido com um terno sob medida. Uma palavra descrevia Kim Namjoon: intimidante. E foi por isso que eu o tinha contratado.

—Você não estava brincando — ele respondeu quando eu abri a porta para o mar de caixas e telas que revestia as paredes e os eletrodomésticos.

—Sim, sinto muito. Tem sido difícil mudar em tão pouco tempo. Na verdade, foi quase inacreditável. Apenas algumas semanas atrás, tinha procurado por trajes de casamento e destinos de lua de mel. E agora... Agora, isso era minha vida, em caixas.

—Eu teria esfaqueado ele — ele disse se movendo em direção a grande janela com vista para a cidade.

—Eu acredito — Eu sorri, olhando para fora também.

Ele me deu um arquivo. —Eu enviei isto há uma hora. Se ele não quiser rescindir o contrato, nós podemos sempre fazer barulho.

Ele nem sequer me perguntou se eu queria terminar meu contrato com as revistas Classe e Rebelde. Depois que a notícia se espalhou, ele elaborou esta proposta. Eu ainda não sabia que ele estava de volta ao trabalho; eu não ousei mostrar meu rosto em qualquer lugar perto de lá. Tudo estava acontecendo muito rápido, e não importa o quanto eu tento me levantar, sinto que eu estou ficando abatido no chão.

—Basicamente, você concorda em não falar do incidente, e em troca, eles vão dobrar sua rescisão. Falei com sua agente; aparentemente você tem mais de uma dúzia de ofertas, sem mencionar que ela disse que ia abrir uma nova galeria. Encerrando esse contrato sua agenda estará livre. Você é o vencedor em tudo isso.

Se eu sou o vencedor, então por que ainda me sinto como merda? 

—Deixe-me saber qual é sua resposta — sussurrei, entregando de volta o arquivo.

—Ok. Eu farei. E Jeon — Ele parou na porta. —Sei que ainda é cedo para dizer isso, mas eu sei que você está muito melhor sem ele.

Quando eu estava sozinho novamente, olhei pela janela. Quando eu comecei a tremer, eu podia sentir a temperatura no meu corpo aumentando. Meus olhos queimaram das lágrimas que eu segurei.

—Não — disse em voz alta. Não ia quebrar, não estava certo. Eu estava doente e cansado de chorar, porra. Movendo-me para as caixas, eu procurei por meus alto falantes portáteis, os coloquei no meu leitor de mp3 player e, colocando o volume tão alto quanto possível, coloquei uma tela em branco na parede. 

 

 JIMIN

 

Corri pelo menos duas horas, e quando voltei o U-Haul ainda estava aberto, com três caixas restantes. Não sabia se ele era estúpido ou apenas não se importava. Sim, aqui tinha uma boa vizinhança, mas você ainda não poderia deixar as coisas abertas assim. Eu os empilhei no canto, fechei a porta de trás do caminhão, levei as caixas para dentro.

Por que diabos eu estou fazendo isso? Ele muito provavelmente vai latir para mim de qualquer maneira. Andando até a porta, eu já podia ouvir a música aos berros.

Ótimo, ele é esse tipo de vizinho. De todos os lugares malditos em Seul, ele teve que escolher o meu prédio. Eu estava prestes a bater, mas a porta abrindo por conta própria me assustou um pouco.

—Olá...? — Eu tentei, mas minha voz foi abafada pela música. O cachorro dele olhou de relance para mim, mas não se incomodou em levantar. Seguindo o seu olhar, eu o vi. Ele estava ajoelhado no meio do apartamento, uma lona em plástico estava sobre o piso. Ele jogava tinta com as próprias mãos, quase como se ele estivesse perturbado. Depois de alguns lances, ele iria tentar limpar os olhos, parecendo não se importar que a tinta manchasse o rosto dele. Ele pintava e chorava tudo ao mesmo tempo enquanto estava de joelhos.

Coloquei as caixas dentro da porta dele, em silêncio, voltando para minha casa. Peguei uma garrafa de água da minha geladeira e tentei não pensar nisso. Isto era o porquê ter ele como vizinho era um problema! Não era culpa dele, mas só de olhar me irritou. Vê-lo chorar me irritou. 

—Ah! — joguei minha garrafa de água na parede. Eu precisava de uma bebida mais forte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Broken - Jikook" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.