Depois do Adeus - A ascensão do Lúcifer. escrita por OnlyGirl08


Capítulo 6
Demônio Leal


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Chloe acordou sonolenta, tivera um sonho onde Lúcifer voltara, mas partia depois. Seu coração doía ao lembrar, mas à medida que ia tomando consciência, sabia que tinha algo estranho. Acordara no quarto do sr. Morning Star e um grande ataque de pânico lhe acometeu, Lúcifer estava aqui de verdade e o perdeu mais uma vez.

—Não. – gemeu desesperada levantando-se da cama. Olhava toda a sala, o bar, a sacada e não havia vestígios dele. Pensou em ligar para Amenadiel na esperança de Lúcifer estar com ele, mas não teve tempo. Um som forte, como uma rajada de vento lhe chamou a atenção na varanda, a mesma que o havia perdido. Sentiu seu corpo amolecer, quase fraquejar, ao ver o anjo repousando ali. Seu corpo estava úmido, as asas se recolhendo, Lúcifer caiu de joelhos no chão e os olhos vermelhos, como se tivesse chorado, o rosto tencionado de amargura.

—Lúcifer. – Chloe murmurou e se ajoelhou ao seu lado. A manhã ainda estava raiando, o céu um pouco enegrecido com luzes laranjas pintavam Los Angeles. Lúcifer puxou Chloe pela cintura e a abraçou com força contra si, repousando sua cabeça em seu ombro. – Está tudo bem! Eu estou aqui. – Chloe tentou tranquiliza-lo.

—Obrigado, Detetive. – Lúcifer comentou e respirou fundo, se recompondo. – Achei que fosse voltar antes de acordar você.

—Achei que não mentisse para mim. – Chloe sorriu, tentando deixá-lo melhor e amenizar o clima.

—Não menti, na verdade nem mencionei se iria ou não. – Lúcifer se defendeu. Ele ergueu-se e estendeu a mão ajudando a mulher a ficar em pé.

—Está molhado. – ela comentou tocando seu terno.

—Pois é. Meio dramático, mas estava chovendo quando saí. – ele bufou. – Meu torno italiano novo.

            Chloe tirou o blazer encharcado e o colocou sob a poltrona, mas não conseguia desviar os olhos do tórax de Lúcifer, a camisa branca de linho úmida deixava a mostra seu peitoral e sentia todo o desejo reprimido, todos os sonhos eróticos que já teve em segredo agitando-se em seu corpo.

—Tudo bem, Detetive? – Lúcifer perguntou olhando com cautela a loira.

—Sim. Eu estava pensando se o Diabo fica resfriado também. – ela comentou sorrindo nervoso, mas Lúcifer riu e sua risada foi tão gostosa que ela voltou ao normal.

—Claro que não! Mas fico feliz pelo interesse. – ele comentou voltando ao seu estado normal de espírito. – Estava pensando, que tal tomarmos um café da manhã numa cafeteria antes de irmos à delegacia ver nosso caso com os humanos?

—Claro! – ela sorriu.

—Vou tomar um banho, já volto! – Lúcifer saiu às pressas e Chloe sentiu seu corpo desmoronar no sofá. Como pôde ficar tão carente desse jeito? Principalmente num momento onde Lúcifer estava fragilizado.

                A dupla andava pela ensolarada Los Angeles a caminho da uma cafeteria com uma ótima vista da praia. Lúcifer estava revigorado, seu humor pretensioso havia voltado ao normal e Chloe seguiu o embalo. Os dois sentaram numa mesinha com um guarda-sol na parte aberta do café. Uma mocinha se aproximou com os cardápios.

—Bom dia! O que desejam pedir? – ela perguntou sorrindo, Lúcifer sorriu para a menina e ela arregalou os olhos e ficou vermelha.

—Que tal bacon e ovos, Detetive? – ele perguntou sem nem reparar no efeito que causou.

—Pode ser. – disse Chloe mais para dispensar a menina.

—E então. – Lúcifer cruzou as pernas e tirou os óculos de sol. – Conte-me o que fez nesses meses. Quantos caras maus pegou sem mim!

—Ah, bem, eu voltei a trabalhar sozinha, mas o Dan e a Ella sempre ajudam bastante nos casos. – ela comentou. – Admito que sua ajuda fez falta. – ela comentou sorrindo.

—É claro que fez! – ele comentou. – Ande, Detetive, está muito tímida! Fiquei meses fora. Como está sua cria? Quero vê-la depois!

—Trixie? Ah, está bem! Ela sentiu muito a sua falta. – Chloe comentou surpresa com a animação de Lúcifer em ver sua filha.

—Também senti falta. Ela é bem espertinha aquela garota. – Lúcifer comentou fascinado.

—Aqui, senhores. – disse a menina trazendo o café da manhã. Quando ela saiu Chloe perguntou.

—Como foi lá... bem, no inferno?

—Horrível. Mais torturador do que nunca. – ele resmungou. – Eu... não me orgulho da pessoa que eu tenho que ser quando estou lá. – ele comentou e sua voz estava sombria, Chloe achou melhor não comentar sobre. Para aliviar a tensão ela estendeu o braço e pegou sua mão, ele voltou de seu devaneio.

—Estou feliz que esteja aqui. Senti muito a sua falta! – ela confessou.

—Também senti, Detetive. Eu só consegui suportar porque você era a minha força. Ironicamente é minha fraqueza também, como já sabe. – Chloe sorriu. De repente o celular de Lúcifer toca. – É Maze, acho que ela vai me quebrar se eu ignorar ela por mais tempo. Só um minuto, Detetive! – ele se levantou e foi para o outro lado atender.

                Chloe provou do suco e o bacon enquanto apreciava a vista. Poré, logo depois um homem sentou-se em uma mesa próxima e puxou assunto.

—Você é Chloe Decker? – ele perguntou. Chloe, suavemente tocou o coldre.

—Quem é você?

—Fique tranquila, estou em paz. Na verdade eu não contive a curiosidade em descobrir quem era a razão do Lúcifer estar desobedecendo o Pai de novo. – o homem tirou os óculos e Chloe viu dois olhos verdes cristalinos. – Miguel, prazer. – ele estendeu a mão, mas Chloe continuou parada.

—Miguel? Tipo, o Miguel da Bíblia? – ela perguntou e o avaliou. Miguel era bonito, assim como Lúcifer. Era alto, tinha cabelos acobreados e encaracolados e covinhas.

—Pode se dizer que sim. Hm... O que você tem de tão especial? – ele murmurou curioso se inclinando na cadeira.

—Se afasta dela. – Chloe ouviu Lúcifer atrás de si.

—Ah, irmão! – Miguel levantou e sorriu. - Estava conversando com sua amada. Bonita, admito, o pai caprichou. – ele sorria de forma genuína.

—Miguel, o que você quer? – grunhiu Lúcifer.

—Como disse, eu vim em paz, vim trazer uma notícia que é de interesse do rei do inferno. - e olhando para Chloe acrescentou – Em particular, por favor.

—Detetive, por gentileza. – pediu Lúcifer.

—Tá, eu te encontro depois, certo? – Chloe disse, mas ela só queria confirmar que veria Lúcifer novamente.

—É claro! – ele sorriu.

                Chloe então os deixa a sós e vai até seu carro do outro lado da rua, ela pretendia se encolher e ficar esperando a conversa dos dois, mas Lúcifer fica em pé, esperando Chloe ir embora. A contragosto, Detetive dá partida e dirige até a delegacia.

                Lúcifer senta de frente ao irmão que agora provava o resto da comida que Chloe havia deixado.

—Isso aqui é muito bom. – ele apontou para o bacon. - Posso levar um pouco pro céu?

—Diga logo o que nosso pai fez.

—Certo, - ele tossiu e se ajeitou na cadeira e recitou as palavras: “Diga a Samael que consertarei o que havia sido quebrado”

—Quebrado? O Pai está ficando biruta. – Lúcifer riu. – Era só isso?

—Sim, parecia ser algo importante!

—Sempre será importante vindo de Deus, não é? Deve amar esse trabalho medíocre de correio que você faz para ele. Patético, irmão. – Lúcifer se levantou.

—O recado está dado, Samael.

—Não me chame assim! – Lúcifer grunhiu se levantando. – Se era só isso, tenho mais o que fazer. Há quase mortos a solto e eu preciso resolver isso antes que os demônios não deem mais conta. – Lúcifer se retirou.

                Chegando na delegacia, Lúcifer viu Dan conversando com um policial e foi até ele.

—Dan! – chamou Lúcifer. – Como estão as coisas? Cadê a Detetive.

—Ela já saiu. Estou de saída também.

—Alguma novidade do caso dos zumbis?

—Sim. Estão mortos! Os corpos que ainda não havíamos localizados também achamos sem vida.

—Mortos? Mas...

—Estranho, não? Ella está investigando, acha que pode ser um efeito cataléptico viral, mas estamos investigando ainda algumas indústrias alimentícias e farmacêuticas que podem ser suspeitas. 

—Certo, obrigado Daniel! – Lúcifer então saiu às pressas para o estacionamento subterrâneo. Aproveitou o horário que não havia ninguém.

—Certo, Lúcifer, você só estava aqui por um objetivo. Consertar os portões! Precisa voltar. – ele convencia a si mesmo. Suspirou e sentiu seu coração acelerar em desespero e protesto.

—Onde você pensa que vai? – ouviu a voz feminina cheia de ameaça atrás de você.

—Droga... – sussurrou ele antes de se virar e sorrir. – Maze!

—Lúcifer, você ia voltar. – Maze cruzou os braços. A calça justa de couro preta tornava ela mais ameaçadora do que a pele endemoniada no inferno.

—Como eu disse, eu vim para ver a situação dos vivos que voltaram do inferno. Não posso ficar aqui mais do que nunca, os outros demônios são uns idiotas, não vão conseguir retê-los se o portão estiver aberto.

—Eu vou com você. – Maze disse. – Vou voltar com você, Lúcifer.

—Maze, - Lúcifer sorriu e tocou em seu ombro. – Você é o melhor demônio do inferno, e minha melhor amiga. Sei que é leal e é justamente por isso que não posso puni-la desta forma. Há pessoas que amamos que precisam de você aqui.

—Lúcifer, eu vou com você. Não me abandone de novo. – Maze disse séria.

—Vai ser para sempre, Maze. – Lúcifer alertou.

—Eu vou aonde você for. – ela confirmou sem hesitar. Lúcifer suspirou e abriu as asas.

—Então vamos para casa.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Eu amo uma dupla ♥
E vocês??



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