Um sonho no Campo escrita por CM Winchester


Capítulo 2
Capitulo 1




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Lancei um olhar para o homem que dirigia sua caminhonete. Ele tinha os mesmo olhos verdes e cabelos loiros meus. Seus olhos me encararam.
— Tudo bem?
— Você sabe que para mim é estranho.
— Saber que você tem um pai?
— É. - Respondi. - Quer dizer. Saber que eu tinha eu sabia. So que ela nunca disse quem era.
— Isso me pegou de surpresa tambem.
— Bom. Vai ser so por uns meses.
— Não é algo negativo, Sofia. Eu sinceramente quero recompensar o tempo perdido.
— Você tem filhos?
— Não. - Ele balançou a cabeça. - Quer dizer, tenho. Mas não do meu sangue. Minha esposa tem um casal de filhos. Eu sempre quis ter filhos. Mas... Fiquei infertil. E quando casei com Elise ela ja tinha dois filhos então os criei como se fossem meus filhos.
— E como ela aceitou a ideia?
— De você? - Assenti. - Ela aceitou numa boa. Foi antes de conhece-la. E ela esta animada com a sua chegada. Chegou a ler a carta da sua mãe. - Balancei a cabeça negando.
Minha mãe tinha deixado o testamento e junto uma carta que deve ter sido escrita quando eu era criança por que demoraram algum tempo para achar o novo endereço do meu pai.
— Ela explicou que estava assustada. E... Não queria morar na fazenda. Não era a vida que ela deseja para si apesar de me... Amar. - Ele ficou olhando a estrada enquanto falava. - Então foi embora. E criou você sozinha. Não sei se ela conseguiu a vida que ela almejava?
— Hum... Ser medica? - Perguntei e ele assentiu.
— É, ela conseguiu. - Ele murmurou. - Fico feliz que tenha conseguido.
— Ironico que ela tenha salvado tantas pessoas e ninguem conseguiu salva-la. - Murmurei lançando um olhar de canto para ele que assentiu.
— Infelizmente a vida é essa. - Ele murmurou.
Estacionamos em frente um portão e ele o abriu com o controle. Ele dirigiu ate a frente da casa. O lugar era enorme. Tudo verde. E muita terra.
Ele estacionou em frente a casa.
— Bem vinda ao lar. - Ele murmurou olhando para a casa. - Não é muita coisa. E... Não tem muita coisa no seu quarto. Mas podemos comprar com o tempo.
— Não preciso de nada. - Respondi o encarando. - É serio.
— Mesmo assim. Eu sinto que devia recompensar pelos anos que se passaram.
— Sem pressão Henry. Você não sabia da minha existencia. - Dei de ombros. - Tudo o que preciso esta na minha mochila e atras da sua caminhonete. Nada mais.
— Bom... Se quiser alguma coisa é so pedir. Não precisa ficar envergonhada e tal.
— Ok. Mas duvido que eu va precisar. - Respondi antes de descer da caminhonete.
A porta da casa se abriu e uma mulher desceu. Ela era loira tambem. Com os olhos azuis que chegavam quase a ser cinzas. Ela sorriu vindo ate a mim.
Ela me abraçou. Bem apertado depois se afastou sorrindo.
— Fico tão feliz em conhece-la Sofia. - Ela falou sorrindo. - Meu nome é Elise.
— Oi. - Respondi sem saber muito o que falar ou fazer.
— Esta com fome? O almoço esta pronto, Henry. - Ela o beijou na bochecha.
— So chame o Peter ou o Ian. Preciso de ajuda aqui.
— Ah. Ok. - Ela subiu os três degraus da porta correndo e entrou.
Um garoto loiro desceu as escadas.
— Oi Sofia. - Ele falou sorrindo. - Me chame de Ian.
— Oi. - Falei.
Ele tinha os olhos verdes e um sorriso alegre. Estava com a pele meia queimada do sol e do vento. Mas ainda assim era bonito.
— Do que precisa de ajuda, patrão? - Ele lançou um olhar para Henry.
— Me ajude aqui. - Henry puxou a capa da caminhonete o que deixou visivel minha ducatti vermelha com preto.
— Que moto. É sua? - Ian perguntou e eu assenti. - É uma belezinha. Parabens pelo bom gosto.
Ri baixinho do seu jeito.
Eles tiraram a moto de dentro da caçamba.
— Leve-a para a garagem. - Henry mandou e Ian assentiu.
Ele empurrou a moto em direção um tipo de casa ao lado da casa grande. Devia ser a garagem.
— Vamos entrar. - Ao me virar fui quase atropelada por uma garota.
Ela passou correndo e discutindo.
— Sandra? - Elise gritou, mas a garota não virou para nós.
— O que aconteceu? - Henry perguntou encarando Elise que estava com a cara fechada.
— Ela quer ir em uma festa no final de semana e Peter não quer... Você sabe como ele é. E sabe como ela é. - Ela revirou os olhos depois sorriu. - Aquela é a minha filha, Sofia. Sandra é mau humarada quando não consegue o quer. Ela odeia ter que depender do irmão. Mas é uma boa pessoa. Acho que vocês vão gostar uma da outra.
— Espero. - Lancei um olhar para a garota que saia de um galpão puxando um cavalo e o montava. - Do contrario... Bom... Eu não sou muito de levar desaforo para casa. - Lancei um olhar para Elise que sorriu.
— Vi isso na sua personalidade. - Ela passou o braço pelos meus ombros. - Vamos lá. Você deve estar com fome. E quero que conheça meu outro filho. Peter é totalmente o oposto de Sandra. Peter? - Ela praticamente gritou assim que entramos na casa.
— Aqui.
Lancei um olhar para o lugar. Era uma enorme sala acoplada a cozinha e havia uma escada ao lado de onde vinha a voz. Um garoto que devia ser da minha idade estava descendo as escadas. Se eu achei o loiro bonito. Esse era mil vezes mais lindo.
Ele parou na minha frente e estendeu a mão. Seus cabelos eram castanhos claros e o olhos eram azuis como os olhos de Elise puxando por cinza. Tinha um pequeno sorriso. Sua pele era branca e como a do loiro estava queimada do frio e do sol. Mas isso não o deixava menos lindo.
— Peter.
— Sofia. - Apertei sua mão e notei que ela estava suada.
— O que aconteceu com a Sandra? - Elise perguntou e Peter revirou os olhos.
— Você sabe muito bem. Não quero ir nessa festa. - Ele deu de ombros e colocou as mãos nos bolsos da calça jeans.
Ele me lançou um olhar depois voltou a encarar sua mãe.
— Bom... Uma hora ela volta. Vamos almoçar.
A comida de Elise era maravilhosa. Ian almoçava com nós e Sandra não voltou. Depois do almoço eu me ofereci para lavar a louça.
— Não precisava. - Elise falou enquanto secava a louça.
— Estou acostumada. - Dei de ombros. - É tipo rotina.
— Acostumada?
— Minha mãe trabalhava muito. Então a casa ficava por minha conta manter organizada ate a faxineira ir uma vez por semana.
— Sua mãe trabalhava muito?
— Ela era uma otima medica. Colocava o trabalho a frente de tudo.
— Sinto muito. - Ela murmurou e eu a encarei.
Ela tinha entendido o  quanto eu odiava aquilo. Ela tinha entendido que o trabalho vinha ate mesmo na minha frente que era filha.
Acenei com a cabeça e voltei a lavar a louça.
A tarde Henry pediu a Peter que me levasse para conhecer o lugar.
— Nossa é realmente grande. - Falei impressionada com o lugar.
— Henry teve sorte quando conseguiu comprar a fazenda.
— Quando nossos pais ficaram juntos? - Perguntei.
Era meio estranha a pergunta, mas ele havia entendido.
— Eu tinha 7 anos e Sandra tinha 5 anos. Ele é uma boa pessoa, mas nunca consegui chama-lo de pai.
— E seu pai?
— Morreu antes de Sandra nascer. - Ele respondeu. - Eu não lembro direito. Foi o que a mãe me contou. - ELe ficou em silencio um pouco enquanto caminhava ate o grande galpão e o abria. - Henry ficou surpreso quando ligaram.
— Não é para menos. - Falei. - Tipo de repente ligam para ele e avisam que ele tem uma filha com 17 anos. Não deve ter sido uma noticia muito animadora.
— Apesar da morte da sua mãe, sim ele ficou animado por ter uma filha. Nós todos sabemos o quanto ele queria um filho.
— Eu não quero odia-la... Mas ela poderia ter me dado um pai. Tipo eu sempre quis um. Sempre quis conhecer o meu pai e ela so dizia que eu não tinha pai.
— Ela fez isso achando que era o certo. - Ele sorriu. - Aqui estão os cavalos.
Passei pelas baias vendo cada um deles. Eram lindos.
— Você ja tinha visto algum?
— Não frente a frente. - Respondi parando perto de um cavalo negro.
Ele aproximou o focinho e eu fui toca-lo.
— Não! - Peter gritou e eu o encarei assustada minha mão tocando o focinho do cavalo. - Ele... Ele nunca... Deixou alguem alem de mim toca-lo. - Ele se aproximou do animal que eu acariciava. - Isso é estranho. Noturno sempre morde as pessoas. Por isso tem uma baia separada longe dos outros.
— Ele é manso. - Toquei seu pescoço e fiz carinho atras da orelha. - Você gosta Nortuno? - Toquei sua testa e encarei Peter. - O que?
— É... Impressionante. Você gosta de animais?
— Mais ou menos. Nunca pude ter um. Mas o cachorro do meu ex namorado gosta muito de mim. - Dei de ombros.
— Deve ser isso então. Ex namorado? - Ele perguntou curioso e eu assenti.
— Posso saber por que terminaram?
Franzi a testa o encarando, mas resolvi responder mesmo assim.
—  Por que não gostavamos tanto assim um do outro. Quer dizer eu não gostava tanto assim dele. Sabe se é para namorar tem que ser um cara que faça meu coração acelerar... Sei lá. Coisa boba de meninas. Mas e você? Alguma namorada?
— Acho que não fiz o coração de nenhuma acelerar. - Ele riu baixinho.
— Isso eu duvido. Acho que é o contrario. Nenhuma fez o seu coração acelerar.
Ficamos nos encarando por um tempo.
Nosso silencio foi quebrado por alguem que entrava cavalgando no galpão.
Me afastei assustada de Peter sem nem ao menos ter notado que estavamos tão perto.
O que foi isso?


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Notas finais do capítulo

Aceito qualquer comentário. Capitulo novo toda semana.



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