happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 41
Eu não preciso duvidar de qualquer modo


Notas iniciais do capítulo

Oi, amiges

(posso fingir que não sumi por um pouco mais de um mês?)

Mas assim, voltei em grande estilo. Tenho uma proposta aqui: estou para finalizar a fanfic, então o que acham de fazermos uma semana Felizes Para Sempre? Faltam sete capítulos e vou postar um em cada dia da semana (espero que eu consiga, mandem energias positivas)

Enfim, o primeiro capítulo é uma mistura Jasper e Edward com uma surpresinha aqui ou ali... Espero que gostem!

Boa leitura ♥



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Capítulo 41 – Eu não preciso duvidar de qualquer modo

|JASPER|

A Itália foi uma realidade alternativa onde apenas coisas boas pareciam acontecer, mas ao mesmo tempo, finalmente, depois de meses que aparentaram intermináveis, as coisas estavam apenas boas demais em casa também.

Começamos o ano de forma bem animada quando eu contei para Alice sobre o curso de piloto que eu começaria e, logo na terceira semana de janeiro, tivemos mais uma coisa para ser comemorada: Alice tinha sido selecionada para uma entrevista para trabalhar na Calvin Klein. Em meio a nossas carreiras sendo traçadas, tínhamos as noites animadas onde desenvolvemos a oportunidade de planejar juntos o nosso casamento.

Não era que eu não me importava com os detalhes, ou que eu não sabia que aquele seria, com toda a certeza, o dia mais feliz da minha vida inteira, mas eu não poderia negar que estava deixando Alice fazer tudo exatamente como ela queria, até porque, parte de mim sabia que ela tinha uma ideia do seu casamento do sonho e o meu era que ela cumprisse aquilo, era apenas maravilhoso que minha futura esposa tivesse um gosto impecável e soubesse do que eu gostava também.

—Eu tive uma ideia maravilhosa – Alice avisou sentando-se na cama ao meu lado.

Agradeci aos céus que ela fez aquilo porque o livro que Bella tinha me emprestado era chato para uma caralhada de vida, eu não aguentava mais ler aquela porcaria.

—Sobre o que? – perguntei fechando e colocando em minha mesa de cabeceira.

—Nosso casamento – ela contou misteriosamente se enfiando embaixo das cobertas.

Sorri para minha noiva e a trouxe para mais perto de mim.

Todos os nossos toques, apesar de serem muito novos para mim, ainda assim sempre eram muito reconfortantes, minhas mãos se lembravam dela, meu coração, os pelos de meu corpo, todos eles reagiam à Alice de forma que nunca pareceu que minha mente esqueceu e, a cada momento que passávamos emaranhados em nossa cama, vestidos ou despidos, de qualquer forma, nunca pareceu menos do que correto.

—Conte – pedi depositando um beijo singelo em seus lábios.

—Sobre os padrinhos, eu sei que você quer que Peter e eu concordo em convidar Maria. Já concordamos sobre Matteo e Camila também, mas o que acha de adicionarmos mais gente da Itália? Pensei sobre Marco e Bobby e Lucca – Alice mordeu os lábios, ansiosa – Eu vou conversar com o Lu direitinho, mas...

—Se ele concordar, eu também vou – jurei – Mas e as mulheres? Seu número vai ficar muito inferior ao meu – reparei.

—Bom, eu vou convidar a Tina, Victoria e Tanya – Alice contou sorridente.

—Tanya? – repeti surpreso.

Uma ideia cresceu em minha mente quando pensei no nome que Alice disse.

—Sim. Lembra-se dela? – Alice perguntou insegura.

Tentei não demonstrar que eu lembrava muito bem da nossa amiga.

—Mais ou menos, amor, acho que me lembro – sorri docemente – Ela ainda está namorando com o filho do chefe de polícia de Forks?

O sorriso de Alice quase dobrou de tamanho quando ela reparou que eu realmente me lembrava de Tanya.

—Está, amor. Alistair – Alice sorriu – Vou pedir o telefone dele para ela, vocês eram bem amigos, sempre se deram bem – ela disse e eu assenti animado com a ideia.

—Eu vou gostar disso – falei sorrindo – Está bem... Nossos coadjuvantes estão todos escolhidos, mas agora o que realmente importa vem a seguir: decidiu quem vai chamar para ser sua madrinha? – perguntei ansioso.

Há semanas Alice e eu conversávamos sobre aquilo. Não sabíamos se deveríamos chamar Rosalie e Emmett ou Edward e Bella para serem nossos primeiros padrinhos. Era claro que os quatro representavam peso igual para nós na importância que tinham em nossa vida, mas entraria um casal por vez e tentávamos escolher quem seria o primeiro, quem deles nos ladeariam.

—Sim! Eu acho que será a forma mais justa de fazer tudo – Alice introduziu me fazendo sorrir.

.

—Está bem, falem logo o que eu posso fazer por vocês porque estou meio sem tempo. Tenho tanto o que resolver hoje – Edward reclamou sentado no sofá de casa.

Eu sempre me surpreendia com a facilidade que Edward tinha de ser extremamente descompensado, mas eu sabia que Alice nunca deixava barato as doideiras dele.

—Todo mundo sabe que, do grupo, você é o menos ocupado, Edward – Alice ridicularizou.

Emmett estava deitado no chão brincando com Henri e assustou o neném quando gargalhou exageradamente alto.

—Vai te foder – Edward murmurou escondendo seu rosto no cabelo de Bella.

—Certo, sem fugir do assunto – pedi inocentemente – Vamos focar aqui... Nós escolhemos os padrinhos – falei e, no mesmo momento, Emmett se sentou ereto.

—Eu vou quebrar a televisão se não for eu – ele avisou com a feição séria.

—Eu, como padrinho, me comprometo a comprar uma nova para vocês, noivos... Obrigado pela confiança e eu sigo sendo o favorito porque os meus dois melhores amigos me convidaram para ser padrinhos dos dois momentos mais importantes de suas vidas... Parece que eu sou o mais ocupado, pigmeu – Edward falou tudo em um fluxo rápido de palavras.

—Nossa, se cala, eu imploro! – Alice bufou alto.

—Então eu sou mesmo o padrinho do casal mais amado do universo? – Emmett indagou animado – Vocês sabem, certo? Torci mais para vocês ficarem juntos do que torci até por mim mesmo com a Rose!

—EMMETT – minha irmã repreendeu atacando uma almofada nele.

—É brincadeira, ursinha – meu cunhado riu tirando a almofada do rosto.

Henri se mantinha risonho com toda a agitação na sala e eu sorri para meu sobrinho.

—Mas que cassete, a gente está falando – Alice reclamou desgostosa – Não podemos nem dar um momento para o mistério que vocês não deixam, que droga!

—Você vai mesmo dar mais uma pausa dramática? – Bella ridicularizou e eu sorri para minha vítima.

—Antes de qualquer coisa, estão todos preparados para o surto da Bella? – indaguei me fingindo de sério.

—Oi? – Bella bufou – Eu não vou surtar, é o casamento de vocês, qualquer coisa que decidirem será respeitada – Bella garantiu e eu guardei meu sorriso.

Alice piscou em direção a ela.

—Quer apostar? – cantei esperto.

—Com certeza! – ela sorriu se levantando e me esticando a mão.

E ponto para mim.

—Pois muito bem, – Alice retomou a palavra – seguimos uma premissa muito correta criando, assim, uma rede de apadrinhamento em casamentos que, se vocês quiserem, todos poderão seguir – Alice anunciou realmente animada, ela saltitava no lugar sem sequer dar conta.

Abracei sua cintura beijando-lhe os cabelos.

—Seguimos a questão “irmãos”, então eu gostaria de chamar Rosalie para ser a minha madrinha – Alice anunciou e olhou sugestivamente para mim.

—Ah, sim, e como seguimos “irmãos”, eu gostaria que o Edward me desse as honras – falei cordialmente.

Edward pulou do sofá e começou a se remexer apontando os dedos para Emmett enquanto ria.

—Eu sou o favorito – ele comemorou dando uma pirueta que me fez rir abertamente da animação.

Eu meio que tinha a consciência que não era muito sobre o fato dele me amar tanto assim, tinha mais a ver com a feição derrotada de Emmett, mas de qualquer jeito, eu aceitava porque eu estava perto do meu próprio triunfo.

—Mas, de qualquer jeito, gostaríamos muito que os irmãos Swan aceitassem entrar logo atrás por serem tão importantes quanto nossos próprios irmãos de sangue – falei melosamente.

Emmett descruzou os braços, mas seu bico de chateação continuou saliente.

—Está bem, né?! Se é o que eu ganharei – ele deu de ombros.

Eu ri alto, minha noite estava ainda mais animada do que eu tinha pensado de início.

—Falando em ganhar, sinto muito, Jazz, mas eu realmente não vou surtar – Bella sorriu docemente abraçando a mim e a Alice e eu quase me senti mal, mas só quase mesmo.

—Você não está surtando?

—Não. Não mesmo – ela disse ao nos soltar.

—E você não surtaria com nada nesse momento?

—Eu me sinto bem tranquila – Bella riu.

—Apostamos na cor dos nossos cabelos? – sugeri e ela franziu o cenho.

—Oi?

—Se você surtar eu escolho uma cor para pintar seu cabelo e, se você não surtar, você quem escolhe a cor do meu – sugeri com a sobrancelha arqueada.

—O que vocês vão fazer? – Bella pediu desconfiada.

—Nada, mas estou sentindo uma vibe vinda de você – dei de ombros.

Vibe?

—Quer apostar ou não?

—Tanto faz, Jazz, vamos nessa porque irei amar você de cabelo verde.

—Tem que sair antes de agosto, sim? Não quero a minha madrinha e muito menos o meu marido de cabelo colorido – Alice pediu revirando os olhos.

—Não terá problema com isso, princesa, até porque sua madrinha é a minha irmã – provoquei.

—Qual é a sua? – Bella bufou e apertando minha mão com força – Esteja preparado para se camuflar quando formos para Forks, soldadinho de chumbo – Bella zombou, exatamente como eu queria, completamente envolvida na onda de apostas.

Emmett começou a se animar também e eu deixei a ideia passar um pouco, apenas para que Bella sentisse a vitória dela. Até mesmo tintas ela começou a pesquisar na internet durante nosso jantar, completamente prepotente como apenas ela e Emm saberiam ficar depois de ganharem uma aposta e, por isso, sempre seriam meus alvos favoritos para apostar contra.

—Ah, Lice, falei com Peter e Maria e eles toparam por completo – falei, forçando distração enquanto retirava os pratos da mesa.

—São as pessoas que ficaram no deserto com você, não? – Edward perguntou curioso.

—Sim, dindo, os próprios – brinquei.

—O que eles toparam? – Emm indagou enquanto lavava os pratos que eu tinha colocado na pia.

Rosalie tinha descido para colocar Henri para dormir e Bella mexia em algo distraidamente no celular enquanto Edward e Alice faziam uma playlist de lavar louça para Emmett – que já estava quase terminando os pratos.

—Serão nossos padrinhos também – Alice comentou distraída.

—Mesmo patamar que os irmãos Swan – falei para provocar Bella... Quase lá.

Ela levantou o olhar para mim e revirou os olhos.

—Eles passaram um tempão com você no deserto, Jazz, eu entendo – Bella respondeu sorridente.

—Também chamei Marco, Matteo e Lucca – sorri de canto.

Todos os nossos amigos italianos tinham gostado da ideia de serem padrinhos e, até mesmo, a Italian Pack se ofereceu para tocar no casamento, o que amamos, mas ainda assim contrataríamos DJ porque, óbvio, eles não podiam ficar a festa toda tocando.

—Todos importantes para Alice – Bella riu desafiante.

—Mas aí cria desigualdade com Alice, não? – Edward perguntou sentando-se na cadeira.

Eu amava meu cunhado.

—Não, eu convidei Camila, Tina e Tanya para fecharem o time de damas de honra – Alice contou conectando o celular na caixinha de som num volume mais baixo, Emmett sorriu contente com a música que tocava.

Eu vi, concentrei-me com louvor na feição de Bella ficando vermelha e seu cenho franzindo.

—Que? – ela indagou encarando Alice – Tanya? Como em Tanya Denali? – minha irmã de coração perguntou.

Sorri confortavelmente sentado em minha cadeira.

—Sim, ela é minha amiga e mora em Seattle, uma coisa ajuda a outra, estou com saudades dela e mais do que feliz de poder vê-la em breve – Alice disse inocentemente sem ver a raiva borbulhando sob a pele de Bella.

A Swan caçula respirou profundamente forçando os olhos fechados e massageando a ponte de seu nariz.

—Não precisa se conter, Bells, você já surtou – apontei rindo abertamente.

Emmett virou o rosto para a feição estressada de Bella.

—Eu não estou surtando – ela se defendeu com o maxilar travado.

—Bells, você está surtando muito— Emmett gargalhou.

Minha amiga me encarou por um momento.

—Eu te odeio, Hale, apenas se lembre que eu sou estagiária de um dos neurocirurgiões mais famosos de Nova Iorque – ela falou entredentes.

—Pena, eu que não me importo – eu provoquei com falsa feição de pesar – Você caiu na Sumber Aposta e eu vou te fazer honrá-la. Não é assim que a banda toca no bonde Swan-Cullen-Hale, não há misericórdia aqui – eu ri e percebi que Edward segurava a risada.

—Que se foda – Bella disse se virando para Alice – A Tanya? – ela perguntou completamente desgostosa e extremamente descontente.

—Ah não, é sério que você ainda tem essa rixa? Você já é uma adulta, Bella – Alice bufou se sentando em meu colo.

—Nossa, ousado da sua parte achar que a Bella vai ser racional em assuntos tolos como esse – Edward riu.

—Se mantenha fora disso – Bella avisou ao namorado, o tom perigoso – Sério, Alice, você me rebaixou ao patamar de Tanya?

—O que ela te fez? – minha noiva perguntou desacreditada.

—Ela... – Bella pensou por um momento – Ela é bonita – ela reclamou.

—Um crime que eu também carrego – Emmett suspirou secando as mãos ao terminar com a louça.

—Eu sabia – murmurei rindo baixo.

—Que absurdo, sério – Bella se levantou.

Se virou sem falar com ninguém e começou a marchar para fora do apartamento.

—RACIONALIZA LÁ E ME MANDA MENSAGEM QUANDO VOCÊ REPARAR QUE ESTÁ SENDO INCOERENTE – Alice gritou por sobre o ombro antes de escutarmos a porta do apartamento bater.

Edward se levantou pouco tempo depois.

—Vou amaciar a fera – Edward avisou – Valeu pela janta. Jazz, bem jogado com a super aposta – ele riu e batemos punhos.

Emmett também se despediu de Alice e eu. Fui trancar a porta atrás dos dois, negando com a cabeça enquanto ria internamente.

—Você é diabólico – Alice reparou.

—Nada, a Bella jajá liga ou aparece aqui para se desculpar, ela só pira por alguns momentos, é ótimo – falei contendo a gargalhada que ameaçou explodir.

.

—Tudo bem, entramos em um consenso – Alice avisou se jogando na cama depois de ir à escada falar com Bella.

Minha noiva não queria ir até a casa dela e Bella se negou a subir até aqui. Elas tiveram que se encontrar no meio do caminho. A briga durou exatos quinze minutos.

Levantei a coberta para Alice se aninhar ao meu lado e ela veio sem eu precisar explicar.

—O que decidiram? – perguntei curioso.

—Antes de qualquer coisa, parabéns porque você enganou até a mim com sua feição de sonso ao não assumir que se lembrava e, aparentemente, muito bem de Tanya – Alice falou e pude ouvir o sorriso em sua voz.

Abracei com maior vontade a cintura dela, enterrando o meu rosto em seu cabelo.

—Um dos maiores prazeres dessa vida é ganhar aposta contra os Swan. Se eu te contasse que eu sabia que Bella ia fazer show, você ia ter preparado o terreno melhor, longe de mim querer perder uma chance de deixar o rosto dela no chão – falei risonho.

Alice beliscou meu braço, mas a risada que acompanhou o ato me deixou mais tranquilo.

—Foi fácil, ela disse que só não queria se sentir no mesmo patamar que a Tanya, disse que se sentia mais importante e sabia que era, que estava apenas sendo irracional e tal. Daí, eu sou uma genia, não sei se você sabe – ela começou me fazendo sorrir – E eu ofereci a ela para ficar com as alianças – Alice contou.

—Mas isso é trabalho do padrinho...

—E o padrinho é o meu irmão, se dissermos que ele tem que andar de quatro até o altar com a Bella em suas costas ele faz e feliz, sorrindo para todos os convidados – Alice disse rindo.

Errada ela não estava.

Comecei a beijar o pescoço dela com carinho, afastando o cabelo de lá.

—Como eu acabei com uma mulher tão linda e inteligente assim? – sussurrei no ouvido dela, reparando a forma que o corpo dela se retraiu sob minhas mãos, sabendo que tive o resultado que queria.

Sempre ficava excitado em escutar e falar sobre o nosso casamento, pensar em todo o futuro que se estendia em nosso horizonte me animava em níveis desconhecidos. Alice reagiu se esfregando um pouco mais em mim, gemendo contidamente e apertando suas costas em meu peito.

—Não sei, mas desde sempre escutei que minha inteligência me daria boas coisas – ela disse se virando para mim – O que tem para me oferecer hoje, Jazz? – ela indagou colando sua testa com a minha.

Sorri invadindo sua blusa com minhas mãos quentes, sorrindo para sua falta de sutiã.

—Eu diria que, basicamente, qualquer coisa que você quiser – jurei ganhando um sorriso amplo.

E eu sabia, aceitaria mais mil desafios em minha vida se acabasse sempre com ela daquela forma, mas teria sempre predileção para as provas que tivessem ela como parceira.

.

|EDWARD|

O celular despertou, como eu estava ficando habituado, às cinco e doze da manhã. Afundei meu rosto no travesseiro o mais fundo que consegui, mas sendo responsável, afinal, eu não poderia perder o horário. Sentei-me na cama com um rosnado contido.

—Eu amo muito você, Isabella Swan, espero que saiba disso – murmurei para mim mesmo.

Vesti o casaco grosso, outra calça por cima da minha de pijama, touca e um cachecol grosso de Bella que eu adorava porque era fofo e muito quente. Alcancei a coberta que Rosalie nos deu e segui para fora de nosso quarto. No aparador eu peguei a chave do carro e na porta eu calcei meus tênis, um bocejo intenso me tomou, convenci a mim mesmo que logo eu voltaria a dormir.

Dirigi até o hospital em que Bella costumava fazer voluntariado e, agora, ela estava estagiando.

Logo que voltamos da Itália, Nicky ligou para Bella oferecendo o cargo para ela. Ele jurou que não estava o fazendo por gostar dela, inclusive ele a estava disputando com um cardiologista, prometeu mais de uma vez que ele a queria por sua ética de trabalho e por confiar no potencial que ela tinha, era apenas um programa curto, três meses, depois ela começaria a trabalhar com o cardiologista, então algumas outras especialidades até o final do curso dela – o que a ajudaria a escolher a área em que ela iria querer atuar e, claro, quase me desmontou de tanto orgulho que eu sentia da minha namorada.

Remexi-me com o desconforto que a palavra ainda me trazia, mas deixei a ideia correr para fora da minha mente ao estacionar o carro na frente da entrada principal do hospital.

Eu sempre tinha que tomar cuidado para onde parar, apesar de não querer que Bella passasse frio, ainda não podia comprometer o funcionamento do local e nem atrapalhar possíveis emergências, então tomei cuidado e parei no meu lugar habitual, olhando ao redor, tentando pela centésima vez achar a maldita fresta na porta do carro que deixava o vento entrar.

—Oi, vida – Bella cumprimentou sorridente entrando no carro.

Sorri para ela reparando em seu nariz bem vermelho por sua pequena caminhada até o carro. Estiquei-me para o banco traseiro alcançando a coberta que eu havia trazido para ela, a enrolei da melhor forma possível com a coberta em meio a risadinhas dela e murmúrios sobre eu ser exagerado.

—Oi, meu amor – falei depois de achar que ela estava aquecida o bastante.

Beijei todo seu rosto com carinho antes de a tomar em um beijo apaixonado, ela sorriu no meio do beijo.

—Exageradinho – ela disse e eu sorri, beijando-lhe o nariz.

—Se você tivesse de lidar consigo mesma doente, saberia o porquê do meu medo – brinquei sorridente.

Fomos para o nosso apartamento em meio a conversas amenas, ela me contava sobre o plantão e como admirava cada vez mais Nicky.

—Entretanto, fora toda essa admiração e, claro, a gratidão que eu sinto por ele ter se interessado pelo meu currículo e estar empenhado em me mostrar cada singularidade de sua profissão, cada dia eu tenho mais certeza que não é o que eu quero – ela contou quando já quase chegávamos em casa.

—Nem pensar?

—Eu gosto do que ele faz, mas é muito sério mesmo. Claro que toda a medicina o é, mas não sei, amor, o cérebro é muito misterioso para mim. Não é o que eu quero – ela comentou.

—Bom, eu acho que você tem futuro na cardiologia, você tem cuidado do meu coração pelos últimos anos e o confio a você – brinquei e ela fez careta, gargalhando.

—Muito piada ridícula – ela riu alto, será que ela tinha ideia do quão linda ela ficava daquele jeito? – Mas continua, eu amo você assim mesmo – garantiu risonha.

Estacionei o carro na garagem e saí apressado, mais do que apenas pelo frio, mas também movido pelo sono e a vontade de cair na cama com Bella embolada em mim.

—Vamos, vamos – pedi sorridente abrindo a porta para ela.

Eu amava que Bella sabia que eu gostava de fazer aquilo e sempre esperava que eu fosse abrir a porta para ela. A ajudei a sair do carro, até porque eu tinha conseguido prender o cobertor de uma forma interessante nela, não tentamos a tirar do quente.

—Eu não vou conseguir dormir sem tomar banho – ela disse enquanto subíamos as escadas, ela abraçada a mim.

—Amor... – reclamei, com sono.

—Vamos tomar de banheira – ela sugeriu e eu bufei, demoraria ainda mais.

—Uma ducha rápida – sugeri e ela sorriu, assentindo.

Bella entrou em casa tirando as roupas e eu sorri.

—Uma coisa eu assumo, você sabe me animar para fazer qualquer coisa que você mandar. Prenda-me com algemas, sou seu prisioneiro – brinquei juntando os punhos, Bella revirou os olhos entrando no banheiro.

Corri atrás dela.

Em meio a um banho não tão rápido, senti meu coração completo, como sempre sentia, os olhos verdes brilhantes que sorriam para mim do jeito único de sempre me faziam sentir que tudo no mundo estava no lugar que deveria, e talvez fosse egoísmo, mas eu estava muito apaixonado. Mesmo depois dos anos, da separação, da dor.

Deitamo-nos na cama, embolados, quentes, e logo escutei a respiração de Bella entrar em um padrão constante e tranquilo. Reparei em alguns raios de sol escapavam por entre as cortinas, mas não foi aquilo que me tirou o sono, nem mesmo meu braço que começava a formigar embaixo o pescoço dela.

Desde nossa viagem para a Itália, quando meu pai me entregou o que lhe tinha pedido no começo de dezembro, aquilo queimava meu bolso, mala e pensamentos sempre que eu me lembrava da caixinha de veludo mais velha que eu.

Uma herança da minha avó paterna, o seu anel de noivado. O anel de Bella, desde a primeira vez que a vi no gramado conjugado da casa de nossos pais.

Ela dormiu, eu fiquei parado, a melodia que eu escrevi há alguns dias ressoando em minha mente, a letra sendo formada com facilidade. Eu sabia o que sentia por ela, tinha certeza do que queria, ela só tinha que concordar, querer também e, apesar de ter feito aquela pergunta um milhão de vezes, aquela vez parecia diferente, parecia mais séria, mais certa.

Sorri quando deu meio-dia, Bella ainda tinha algumas horas de sono e eu tinha tempo de planejar tudo corretamente. Peguei o violão e fui para o carro treinar um pouco e ver se a música tinha mesmo ficado boa. Quando fiquei satisfeito, subi apressado.

Eu a jurei que a próxima vez que eu a pedisse em casamento seria de verdade e eu não sabia em que momento aquilo seria mais real do que naquele em que eu sentia tudo com tanta veracidade.

Cozinhei o almoço com calma, ravióli de cogumelos – que eu apenas confiei na minha sorte para que tivesse ficado gostoso – e então fui até o quarto, escondi meu violão embaixo da cama. Revirei o estojo de maquiagem dela achando um batom.

Logo que Bella se mudou para esse apartamento, brincávamos de deixar recados com um batom velho no espelho, mas o batom acabou e deixamos o costume morrer, mas agora aquela parecia uma boa ideia.

Escrevi a frase: Casa comigo, amor?

Voltei para o quarto com uma calma que eu não sentia. A verdade é que eu achava que meu coração ia sair do peito a qualquer instante, deixei a caixinha de veludo em meu bolso.

—Vida, vamos comer? – chamei deitando-me embaixo da coberta com ela.

—Não quero – ela murmurou e eu ri.

—Você já está dormindo há nove horas, Bebells – contei e ela abriu um olho.

—Não está mentindo? – ela perguntou suspirando.

—Não, minha vida, acho que nunca fui tão transparente em minha vida – falei intensamente.

Bella me olhou com o cenho franzido, por fim se deu por vencida e encaixou a cabeça no vão do meu pescoço, depositando um beijo casto ali.

—Bom dia, amor – ela disse baixo, me fazendo sorrir.

Era o que eu mais queria, que aquele dia fosse realmente bom, que fosse lindo.

—Vai ser um dia excelente, vida – garanti e ela riu.

—Você cozinhou e está se gabando, não é? – ela disse ao sentar-se na cama.

Dei de ombros sabendo que não conseguiria omitir por muito mais tempo.

—Vá lavar as mãos que eu já te sigo – sugeri mordendo a bochecha para não gritar para ela ler o espelho.

Bella sorriu de canto, os raios de sol tímidos de uma tarde de inverno a deixaram perfeita, nada menos e nada mais que sem um defeito.

Segurei minha respiração.

—Estou faminta – ela comentou saindo do quarto.

Abaixei-me para alcançar o violão e me sentei na ponta da cama, de frente para a porta aberta que me dava visão do corredor. O silêncio de Bella foi ensurdecedor por um minuto, a torneira nunca foi aberta, então ela saiu lá de dentro, a feição surpresa, se virou para mim com a boca aberta e eu sorri começando a cantar.

Eu quero te fazer sorrir sempre que você estiver triste. Te carregar por aí quando sua artrite estiver ruim, tudo o que eu quero fazer é envelhecer com você— reparei que Bella não conseguia se mover, então sorri começando a caminhar até ela – Eu pegarei remédio quando sua barriga doer, construir uma fogueira se o aquecedor quebrar. Oh, poderia ser tão bom envelhecer com você. Eu sentirei sua falta, te beijarei, te darei meu casaco quando você estiver com frio. Preciso de você, te alimentarei, até deixarei você segurar o controle remoto. Então me deixe lavar os pratos na nossa pia da cozinha. Te colocar na cama quando você beber de mais— sorri ajoelhando-me no chão, Bella tampou a boca, chorando e eu me segurei para não estragar tudo logo ali – Oh, eu poderia ser o homem que envelhece com você. Eu quero envelhecer com você— sussurrei ao final da canção.

Ela ainda estava sem reação e aproveitei aquilo. Colocando o violão de lado, tirei a caixinha de veludo do bolso e arrumei minha pose para apenas um joelho ficar no chão, estiquei a mão para que ela segurasse e ela o fez, me fazendo criar confiança.

—Eu te disse que a próxima vez seria a mais real de todas. Eu nunca não quis me casar com você, mas de todas as vezes é essa a que sinto isso com mais certeza. Eu sei que não tenho um ótimo emprego e que você está começando sua carreira agora, mas nunca somos impedimentos um para o outro, sempre somos a catapulta. Eu te amo, realmente quero tudo com você e, sei que é tolice, mas meu lado mais orgulhoso me pede para deixar a sociedade toda saber que somos um do outro. Então, verdadeiramente, do fundo do meu coração que é igual ao seu. Casa comigo, Bella?

Lembrei que tinha que abrir a caixinha com o anel, então o fiz, ela sorriu docemente para mim, não deixou meus olhos por um segundo.

—Eu caso – ela sussurrou.

Eu senti que ia desmaiar naquele momento, Bella pareceu ver aquilo, porque se abaixou segurando meu rosto.

—Eu te amo, Edward, é claro que eu quero me casar com você – ela repetiu – Eu te amo.

—Eu amo você.

Nos beijamos no mesmo instante e ela se jogou de forma doida em cima de mim, que derrubei o anel no chão e a gente bateu contra meu violão, mas naquele momento apenas uma coisa importava:

Nós íamos nos casar.


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Notas finais do capítulo

É isto, amigos. Temos Jazz ganhando uma sumber aposta e Bella finalmente dizendo sim para o Edward. Já não era sem tempo!

Espero que tenham gostado e me falem o que vocês acham da ideia da semana de capítulos diários postados he he he.

Nos vemos amanhã (?)



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