Meu coração em suas mãos escrita por Eduardo Marais


Capítulo 33
Epílogo




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Regina abre a porta do quarto em sua casa e permite que o marido entre antes dela.

A reunião com os familiares tinha cansativa, e tudo o que os dois mereciam agora, era um bom descanso. Momentos de intimidade e proximidade.

— Estou inseguro...

— Por que? Você tem a mim e é um Sombrio. Está com seu bracelete e já confirmamos que o verdadeiro. Do que tem medo?

— Não é medo, minha amada. – ele começa a retirar as roupas com que passara o dia. – Os olhares de seus familiares...

— Dos nossos familiares...todos que estiveram aqui são seus familiares, agora. – ela se aproxima e enlaça o pescoço dele, com seus braços. Fica na pontas dos pés. Amava ficar tão perto, sobretudo, quando ele a envolvia pela cintura. – A convivência irá fortalecer os laços e todos saberão que nos amamos. O amor verdadeiro.

Por segundos, ele fica em silêncio. Depois, levanta a esposa nos braços e a leva para a cama. Deitam-se ali.

— Reconheço aquele olhar acusador...é o mesmo que via em meu reino, quando uma esposa perdoava uma agressão recebida do marido, depois de ter pedido ajuda para outras pessoas. Eu a agredi, você não escondeu o meu crime e...e agora, retornamos para retomar nosso casamento...é quase a mesma situação...

Regina se senta na cama. Não estava gostando do rumo da conversa. Altera o tom de voz:

— Você veio para meu reino atrás do coração de seu pai e do meu coração! Conseguiu o coração dele, mas não teve coragem de me matar! Qual foi o seu crime? Impedir algumas pessoas escancarassem sua missão? Impedir que todos soubessem que você é um Sombrio!  Esse é o crime? Tentar salvar a vida daqueles a quem você ama? Ficar dividido entre dois amores e decidir que deveria viver e quem deveria morrer? É esse crime de que fala?

Sem dizer mais nada e espantado, William apenas observa a explosão da esposa. Sorridente ou brava, aquela mulher conseguia continuar linda e poderosa. Como ela conseguia aquilo? Ele sorri.

Definitivamente, o príncipe reconhece a veracidade e o poder do amor que existia no coração daquela mulher. Era tudo tão mágico! E ele a deseja ainda mais, muito mais do que poderia esperar de seu corpo.

— Eu quero que você fique com o bracelete que controla os meus poderes, Regina.

— Por que devo cuidar de algo tão importante para sua vida?

— É minha prova de amor e pedido de perdão pelas minhas mentiras.

Regina sorri e estende as mãos para segurar a gola da camisa do marido.

— Você já provou que me ama realmente, quando entregou seu coração em vez do meu, para a poção. Deu sua vida pela minha vida e dos nossos filhos. E se eu não tivesse conseguido ser vitoriosa na divisão do meu coração? Quer prova maior de amor, do que dar a vida por alguém?

— Este bracelete...

— O que me importa é que estamos vivos e conseguimos finalmente determinar o nosso começo nesta nova história.  - Regina sorri e traz o rosto de William para bem próximo ao seu. Beija-lhe com lábios com propriedade.

Na manhã seguinte, silenciosos, despertos e apenas encarando um ao outro, eles decifram e decoram cada um dos traços de seus rostos. O amor exalava pelos seus olhos.

— Tenho uma solução para acabar com sua insegurança. Iremos moldar nossas vidas a novos costumes, nova cultura, novo reino e novas pessoas. Colocaremos a pedra fundamental de nosso casamento, e a partir dela começaremos a cuidar de nossas vidas. A família Mills Velac terá o seu próprio reino, construído por nossas mãos, assim como fizeram os seus pais. – Regina se mostra linda mesmo após acordar e sem nenhuma indumentária. – Não construiremos literalmente, mas metaforicamente falando.

Um longo beijo é a forma mais gostosa de dizer: tenha um bom dia!

“O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno. ”  (Henry Van Dyke)

Em Nova Iorque, o casal constrói o seu reino. Suas regras, seus sonhos, aprende com seus erros e aprimora os seus acertos. Vivendo mentirosamente como meros cidadãos comuns, em um recém casamento e com a chegada iminente de dois bebês, Regina e William vão aprendendo que a vida fora da redoma protetora de um conto de fadas, não é nada diferente do que a vida na realidade de uma cidade grande.

Ali também havia sua mágica, suas feras, seus ogros, suas fadas e criaturas fantásticas disfarçadas de cidadãos apressados e ocupados com seu dia a dia, numa selva de pedras agitada e constante que não dorme, mas que exige descanso de quem a habita, para tolerar seu ritmo louco e intenso. Perfeitamente comparada à cidade de Storybrooke.

Regina estava feliz. William estava feliz. E era tudo o que importava para aqueles dias. Depois, viriam os bebês e o ciclo seria fechado.

Depois doo banho naquela noite, ela se ocupara brevemente em atualizar sua família sobre os acontecimentos em seus meses de afastamento e do crescimento dos bebês em seu ventre. Todos os dias, surgiam novidades daqueles meninos inquietos.

— Venha para cama, Regina. – William acaricia o colchão e depois toca o próprio corpo. – Tem algo aqui que eu gostaria que você avaliasse...

Um sorriso maroto é a primeira reação da verdadeira linda mulher. Ela envia a mensagem para a mãe, desliga o celular e caminha pesadamente para a cama. Acomoda-se com dificuldade ali e é envolvida pelos braços do amado.

Com o corpo bem unido ao dele, consegue sentir as batidas sincronizadas de seus corações. Ou seriam as batidas de seu coração dentro daqueles dois corpos?

Ela gargalha. Finalmente, tinha conseguido escrever seu próprio final feliz, mesmo que tivesse alguns errinhos de concordância.

Mas era o seu final feliz.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Meus profundos agradecimentos a quem destinou tempo para acompanhar esta história. Até a próxima. Edu.



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