Boys Before Flowers escrita por amandaH, DennyS


Capítulo 6
Capítulo 6 - O que o dinheiro não compra


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, amores! ^^



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~*~

CAPÍTULO 6

O que o dinheiro não compra

 

 

—Ai! Ela me mordeu!

—Tirem as mãos de mim! – gritou Sakura tentando se soltar dos dois homens de terno preto que a raptaram. – Quem diabos são vocês?! O que vocês querem?!

—Acalme-se, senhorita! Não vamos lhe fazer mal!

Sakura gritou pedindo por socorro e se esperneou dentro do carro, que só agora percebia ser uma limusine. Sakura conseguiu acertar um soco em um dos homens e avançou para uma das portas do carro, mas estava trancada.

Ela gritou novamente forçando a porta, quando na frente do carro, o vidro escuro que separava o motorista dos passageiros da parte de trás se abriu, revelando o rosto de Uchiha Sasuke.

Ele estreitou os olhos para ela sem dizer nada e lhe lançou um meio sorriso. Sakura congelou. O olhar dele me dá medo... Ele vai me matar! Pensou ela aflita. Está me levando para o meu túmulo! Tenho que sair daqui!

—TIA TSUNADE! TIO JIRAYA! – gritou novamente tentando abrir a porta. – SOCORRO!

—Vamos acabar logo com isso. – Disse Sasuke aos seus capangas.

Sakura sentiu seu nariz e boca serem cobertas por uma toalha e em segundos ela perdeu a consciência. A última coisa que viu foi o rosto de Uchiha Sasuke olhando de volta para ela. Seus olhos escuros e cruéis.  

~*~

—Até que ela tem um corpo bonito. – disse uma voz de mulher. – Tem braços e pernas fortes. Acho que ela pratica esportes. Natação talvez...

Sakura sentia seu corpo pesado. Ela não conseguia se mover, nem abrir os olhos, mas sentia mãos lhe tocando.

—É verdade. Não é nada mal. Mas olha que mal gosto para roupas íntimas. – respondeu outra mulher que parecia lhe tirar o sutiã.

Sakura forçou-se a abrir os olhos e conseguiu. Ainda tonta, viu-se dentro de uma sala branca rodeada de mulheres vestidas de azul. Alguém murmurou alguma coisa e a virou de bruços. Mãos pequenas e delicadas começaram a massagear suas costas e Sakura mergulhou na escuridão novamente.

~*~

Quando recobrou a consciência, Sakura estava em um lugar silencioso e frio. Ela abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi um teto branco e muito alto. Seus olhos desceram e percorreram o amplo cômodo captando os detalhes. Havia um lustre de cristais no teto e molduras douradas nas paredes. Ela se sentou e percebeu que estava deitada sobre uma poltrona grande e dourada.

—Mas o que está... – ela olhou para baixo e tocou o tecido do que parecia ser um vestido muito sofisticado. Olhou para suas mãos e ficou confusa ao encontrar suas unhas pintadas e bem-feitas.

No seu pulso direito havia uma pulseira, uma correntinha dourada e delicada que sustentava uma pérola.

Sakura se colocou de pé e olhou à sua volta confusa. Ela estava em uma sala opulenta, que parecia ser um museu da França. Ela avistou do outro lado da sala o que parecia ser um enorme espelho de moldura dourada e caminhou até ele. Assustou-se ao ouvir os próprios passos sobre o chão branco de mármore que ecoaram pelo cômodo e percebeu que não estava usando seus sapatos pretos e surrados.

Quando ficou diante do espelho, Sakura arregalou os olhos.

Quem era aquela que olhava de volta para ela?

Sakura levantou uma mão lentamente e tocou o próprio rosto. Seu cabelo rosado descia em ondas suaves por seus ombros desnudos, sua pele parecia suave e macia, seus olhos estavam delineados de preto, deixando o verde mais brilhante e intenso. Seus lábios estavam num tom rosa escuro e brilhavam parecendo mais volumosos.

Sakura desceu o olhar atônito para o resto de seu corpo sem acreditar que estava vendo a si mesma. O vestido curto e rodado que usava era vermelho e lindo. Ela nunca em sua vida tinha usado algo tão bonito.

E os sapatos? Eram maravilhosos! Suas pernas pareciam mais longas por causa do salto alto.

—Está gostando do que vê?

Sakura virou-se bruscamente ao ouvir aquela voz às suas costas.

Uhciha Sasuke estava parado à soleira da porta com o ombro encostado no portal e as mãos escondidas nos bolsos. Os olhos dele eram estreitos e escuros, olhando Sakura de cima a baixo. Ela o fitou confusa por um momento, forçando sua cabeça a voltar a funcionar.

O que Uchiha Sasuke estava fazendo ali? Espera... O que ela estava fazendo ali e que lugar era aquele? Sakura estava tão desorientada e confusa que tinha se esquecido que havia sido raptada por aquele lunático.

—Onde eu estou? Que lugar é esse? – perguntou ela exasperada.

—Você está na minha casa. – Respondeu ele cruzando os braços.

Sakura arregalou os olhos e percorreu pelo cômodo que tinha o tamanho de todo o apartamento que morava com os tios.

 -O que achou da sua aparência? Foi um tratamento de primeira classe. Alguém como você nunca poderia desfrutar de algo assim se não fosse por mim.

Sakura estreitou os olhos e cerrou os punhos. Quem esse idiota pensa que é?

—Por que me trouxe aqui? O que é tudo isso? – Perguntou ela gesticulando para o vestido, sapatos e maquiagem.

Sasuke caminhou lentamente até ela, o olhar estreito, as mãos nos bolsos. Sakura sentia seu coração bater acelerado enquanto o encarava.

—Desista. – Disse Sasuke parando na frente dela.

—O que? – Sakura piscou os olhos confusa. Não tinha reparado no quanto Sasuke era alto até aquele momento. Mesmo de salto alto ela tinha que levantar a cabeça para olhar nos olhos dele.

—Você não declarou guerra? Desista dessa ideia. – Sasuke caminhou lentamente ao redor dela enquanto falava. – Tudo que está usando e o tratamento no spa passa de cem milhões de ienes.

—Cem milhões?! – o queixo de Sakura quase bateu no chão. – O que você pretende fazer? Está planejando usar isso para me comprar?

Sakura se virou bruscamente para ele que tinha parado às suas costas.

—Eu posso te dar tudo o que você quiser. – Disse Sasuke impassível.

Sakura olhou dentro dos olhos dele. Olhos escuros e frios e não encontrou nenhuma emoção ali. Ela não era capaz de decifrar os sentimentos dele. Não fazia ideia de quais eram suas reais intenções para leva-la em sua casa e lhe oferecer tudo que ela quisesse.

—Por que você faria isso? – Ela perguntou cética, arqueando uma sobrancelha.

Sasuke apenas deu uma risada e não lhe respondeu.

—Qual é a graça? Você acha que gosto dessas coisas? – ela gesticulou para o vestido. – Tudo isso é... É repugnante!

—Repugnante? Então por que, agora há pouco você estava se encarando muda diante do espelho?

Sakura cerrou os punhos por não poder responder imediatamente. Qual era o motivo realmente? Ela estava apenas impressionada? Talvez sim, já que nunca tinha cuidado da sua aparência antes. Mas Sasuke a interrompeu quando ela abriu a boca para responder.

—O coração de uma pessoa pode ser facilmente comprado com dinheiro. Você não é diferente. Você é só uma pessoa comum. – Sasuke deu de ombros e caminhou até uma mesa perto do espelho. – O dinheiro pode comprar até amigos, você só precisa lhe dar um presente caro.

Sakura sentia seu coração palpitar com violência. Ela gostaria de dar outra voadora naquele idiota.

—Vou retirar o cartão vermelho. – disse Sasuke servindo-se de uma bebida. Sakura arregalou os olhos por um instante surpresa. Uma leve onda de esperança percorrendo o seu ser diante da possibilidade de todo aquele pesadelo acabar. – Você só tem que aceitar a derrota e me tratar como todos os outros.

Claro que aquilo estava fácil demais.

—Te tratar como um rei? – perguntou ela com ironia.

—Sim. – Disse ele simplesmente antes de dar um gole na bebida que com certeza, pela sua idade, não deveria estar tomando. – Sorria! Você deveria estar muito feliz por estar usando tudo isso e ainda receber uma chance de permanecer na escola. Vamos, sorria!

Sakura apertou os punhos e caminhou até ele furiosa.

—Você é idiota? Eu devo ter chutado sua cabeça com muita força! Como eu posso sorrir por causa disso? – Sasuke a encarou atônito. Ele tinha certeza que ela aceitaria sua oferta. – Você não pode me comprar como se eu fosse um brinquedo! Há ainda coisas nesse mundo que não podem ser compradas com dinheiro!

Sakura retirou as joias que estava usando e os sapatos.

—Você me trouxe aqui a força, me drogou e ainda mandou estranhos me despirem! Eu deveria ir até a polícia! – Ela estava tão cega pela raiva que quase ia retirando o vestido vermelho na frente dele sem perceber. – ONDE ESTÁ O MEU UNIFORME?!

Como Sasuke não se mexeu, Sakura correu para fora da sala e foi procurar por suas roupas ela mesma.

Depois de correr por corredores amplos e entrar em salas enormes que não davam a lugar nenhum, Sakura encontrou uma empregada e pediu sua ajuda.

~*~

Sasuke observava da janela do corredor do segundo andar, a Haruno deixar a mansão Uchiha com passos duros e rápidos sem ao menos olhar para trás. Era como se não estivesse nenhum pouco impressionada, como se quisesse apenas se livrar dele o mais rápido possível.

Sasuke estava intrigado e ao mesmo tempo furioso.

Quem era aquela garota? Por que ela era tão diferente?

~*~

—Haruno Sakura deve estar no fundo do mar agora. – Disse um dos colegas de Sakura apontando para o lugar dela que estava vazio.

Sakura tinha acabado de entrar na sala e ninguém a notara. Tinha conseguido chegar na escola na hora do intervalo, porque conseguiu encontrar um ponto de ônibus depois de deixar o bairro chique da cidade. Quando saiu da mansão Uchiha, caminhou por uma longa rua sem saber exatamente para onde estava indo, mas por sorte chegou à uma avenida.

—Como ela pôde bater no Sasuke-kun na frente de todo mundo? – Perguntou uma garota indignada.

—Ela já deve estar morta agora. – Disse outro dando risada.

Sakura caminhou até o seu lugar e bateu com a mochila na mesa.

—Eu ainda estou viva, droga! Algum problema com isso?

Seus colegas arregalaram os olhos e se afastaram aos poucos.

—Mas Haruno-san, você não deveria deixar a escola agora pelo seu próprio bem? – Perguntou uma garota que fazia parte de um trio. Sakura percebeu que estavam sempre juntas falando do C4. Não tinha dúvidas de que eram fãs deles.

—Acho que ela vai precisar de mais um incentivo. – Disse a outra garota do trio e todos riram saindo da sala.

~*~

Há ainda coisas nesse mundo que não podem ser compradas com dinheiro. Disse aquela garota pobre e irritante. Sasuke estava intrigado. Ainda não conseguia acreditar que ela não tinha aceitado sua oferta. Desde que se entendia por gente, o dinheiro podia comprar qualquer coisa. Era muito simples, ele só precisava dizer as palavras e qualquer coisa estava ao alcance de suas mãos.

—Mandou nos chamar, Uchiha-sama?

Sasuke levou seus olhos até a porta da sala particular num clube cinco estrelas do centro da cidade. Era um lugar que pertencia a ele e seus amigos. Um lugar para fazerem o que quiserem. Um dos muitos lugares que ele bastou querer para conseguir.

Sasuke deu um aceno de cabeça e os quatro garotos parados na porta entraram, com ombros encolhidos e as cabeças baixas.

Sasuke não se moveu de seu lugar, apenas levantou os olhos para encarar os garotos amedrontados.

—Uchiha-sama quer que demos outra lição na Haruno? – Perguntou o garoto que sempre falava pelos outros. Deveria se achar o líder do grupo, ponderou Sasuke. Já tinha percebido que os quatro imitavam o F4 e que na ausência destes, se achavam os donos da Konoha Elite.

—Dar uma outra lição? – Perguntou Sasuke arqueando uma sobrancelha. – E o que fizeram da última vez?

—Nós... nós a assustamos, Uchiha-sama. – Gaguejou outro garoto e o que se achava o líder olhou feio para ele.

—Mas, Sabaku Gaara-sama... – Falou o outro que mal se mexia.

—Só fizemos o que você pediu. – Interrompeu o líder.

Sasuke se levantou lentamente e se aproximou deste último. Com um movimento brusco, Sasuke o puxou pelo colarinho com uma mão.

—O que eu pedi?! – Perguntou Sasuke entredentes. – Eu não mandei ataca-la em um vestiário. Falei para vocês criarem uma cena no refeitório, na frente de todos quando ela tentasse sentar no lugar de vocês!

Sasuke empurrou o garoto com tanta força em cima dos outros que os quatro caíram no chão.

—Nós... nós podemos fazer isso, Uchiha-sama! – Disse o líder estatelado no chão. – Nós podemos...

—NÃO! – Gritou Sasuke cerrando os punhos. – Ninguém vai tocar na Haruno! Vocês entenderam?

Os quatro garotos sacudiram a cabeça nervosamente enquanto se levantavam e se afastavam na direção da porta.

Sasuke respirou fundo e fechou os olhos.

Ninguém vai tocar na Haruno... As palavras se repetiram na sua mente e ele deu uma risada. Aquilo soava estranho. Era como se ele estivesse preocupado com ela, o que era um absurdo.

Apesar de que a imagem de alguém a machucando o incomodava. Era um sentimento estranho, porque ele nunca precisou se preocupar com ninguém, por isso não entendia ao certo o que estava sentindo.

Não seja idiota. Não estou preocupado com ela. Pensou, voltando a se sentar no enorme sofá de couro preto. Haruno Sakura o desafiou e Sasuke não podia aceitar que aquela pobretona o derrotasse em seu próprio jogo. Era por isso.

A Haruno era diferente dos outros, então Sasuke não podia contar com mais ninguém para faze-la desistir.

Era o seu jogo. Então ele mesmo deveria jogá-lo.


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