A megera. escrita por Tostes Prih


Capítulo 3
O baile de máscaras




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780863/chapter/3

P.O.V Melanie:

 Os Selecionados chegaram algumas horas antes do baile, pela minha janela eu olhava cada carro que chegava. Logo malas e mais malas eram retiradas e o candidato entrava na companhia de Roman, um de nossos funcionários de alta confiança que era o encarregado para cuidar do bem-estar dos selecionados e prepara-los para os eventos que viriam. A maioria já estava no castelo e nada do tal Príncipe, comecei a me arrepender de tê-lo selecionado. Talvez fosse um esnobe, e por isso estava atrasado, achando que por sua posição todos estavam sempre esperando por ele.

 Saí da janela e comecei a andar pelo quarto. Será que aquilo era uma boa idéia? Conviver por alguns meses com oito homens no castelo e ainda por cima ter que escolher um deles como marido? Eu já estava começando a me arrepender. Nunca pensei que fosse ficar tão ansiosa com aquilo, e olha que nem havíamos iniciado o evento ainda. Comecei a imaginar as entrevistas para a televisão e todos os eventos que viriam: eliminações de candidatos, passeios românticos forçados. Eu já estava enlouquecendo por antecipação. Ainda dava tempo de fugir do país e deixar o trono vazio? Talvez Sabrina encontrasse um jeito de ocupa-lo mesmo não sendo princesa, ela sempre quis isso mesmo.

 Eu nunca contei a Tia Helena, mas ser rainha não seria uma opção se eu pudesse escolher. Várias vezes me peguei desejando uma vida normal, poder escolher alguma outra profissão comum e ser livre para casar com quem eu quisesse, quando quisesse e escapar de todas as críticas que eu recebia constantemente por não ser uma princesa dentro do padrão. Caminhei até a cômoda perto da minha cama e peguei em minhas mãos um porta-retratos com uma foto dos meus pais. Desejei que minha mãe estivesse comigo nessa hora, com certeza saberia o que fazer. Eu me sentia totalmente despreparada.

  Alguém bateu na porta, caminhei descalça até lá para abrir.

— As meninas do cabelo e maquiagem estão á caminho! – Thalia entrou como um furacão no meu quarto. – Seu vestido está chegando também. Prefere a máscara preta ou branca?

— Branca. – Respondi desinteressada. Eu estava com tantos sentimentos fervilhando em mim, que roupa e maquiagem eram minha última preocupação naquele momento.

— Sua prima está se arrumando toda, parece disposta a chamar mais atenção que você. – Disse ela com um risinho.

  Thalia não era apenas uma funcionária do castelo, era minha amiga também. Era apenas uns dois anos mais velha que eu, morena, esguia e americana. Chegou a França recém-formada e buscando emprego, por sorte estávamos precisando de uma Relações Públicas e logo de cara encantou a todos com sua simpatia. Até então nunca tinha tido nenhuma amiga de verdade, e foi muito mais fácil me sentir à vontade com ela, pois era simples e direta, assim como eu. Era por isso que ela tinha tanta liberdade em me falar sobre Sabrina daquela forma quando estávamos sozinhas.

— Deixe a oxigenada tentar. – Falei rindo. – Ela deve estar empolgada por termos um príncipe aqui.

— Abre o olho Melanie, ela sempre quer tudo o que você tem.

— Pode deixar que eu me cuido. – Respondi.

— Falta uma hora para iniciar o baile. Fique aqui aguardando e só desça para o salão quando eu vier te chamar.

—Pode deixar general. – Brinquei enquanto fazia sinal de continência.

(...)

Depois de um tempo tendo meu cabelo puxado para todo lado, e um pincel de maquiagem esfregado no rosto, eu estava pronta e de péssimo humor, eu odiava aqueles exageros. As meninas que fizeram meu cabelo e maquiagem me ajudaram a entrar no vestido e praticamente saíram correndo dali. Logo Thalia bateu na porta novamente.

— Pronta?

— Para conhecer oito estranhos esnobes? Não, mas vamos lá!

Caminhamos até o salão. Passei por vários guardas pelo corredor. A segurança aumentava quando tínhamos eventos no castelo. Ainda mais um evento dessa magnitude. Parei no topo da escada enquanto observava o movimento lá embaixo com Thalia ao meu lado.

— Não esquece a máscara- Disse ela me entregando a máscara branca com penas e detalhes prateados que combinavam perfeitamente com o meu vestido.

No salão várias pessoas já dançavam ao som de uma música instrumental, todos com o rosto coberto por máscaras. Haviam câmeras transmitindo tudo, o povo deveria estar acompanhando cada detalhe em casa. Quisera eu naquele momento estar de pijamas assistindo televisão em um sofá. Respirei fundo, e desci as escadas.

— Para te dar uma ajudinha coloquei todos os selecionados com máscaras pretas e iguais. Assim você sabe que estará dançando com um selecionado e não precisa perder tempo com os convidados.- Explicou Thalia descendo ao meu lado.

— Obrigada. – Agradeci.

Circulei pelo salão tomando cuidado para não tropeçar ou causar mais um vexame para minha lista de desastres em eventos. Caminhei até a mesa de petiscos e logo um rapaz veio em minha direção. Pela máscara percebi que era um dos selecionados. Agradeci mentalmente á Thalia por me ajudar com isso.

— Gostaria de dançar senhorita? – Perguntou ele educadamente enquanto se curvava e pegava minha mão para beijá-la em um cumprimento.

— É claro. – Respondi o mais polida possível.

Assim que eu consenti ele pegou em minha mão e me conduziu ao meio do salão. Parecia ser alguém muito confiante e sabia exatamente o que estava fazendo ao dançar. Já eu era um desastre...

— Ai! – Ele gemeu quando pisei em seu pé pela quinta vez.

— Me desculpe, estou um pouco incomodada com esse sapato.

  Ele riu.

— Não quero ser curioso, mas estou dançando com a Princesa?

— O que me entregou? - Perguntei rindo também.

— Seu modo despojado de ser. Qualquer outra dama jamais reclamaria de usar sapatos de salto.

— Como vê não sou como as outras damas, ainda dá tempo de desistir. – Falei ofendida.

— Não se ofenda, eu gostei. – Disse ele com um sorriso. - Me faz ficar à vontade.

  Até que a experiência não era das piores. Eu estava gostando de dançar e conversar com ele. Comecei a ficar curiosa para saber quem era o homem por trás da máscara.

— Pode me dar o seu nome?

— Mas não é contra as regras do baile? Thalia foi muito específica.

— Eu não conto se você não contar. - Não acredito que eu estava flertando com ele. Aquela não era eu!

Ele me puxou mais para perto e eu pude sentir seu perfume enquanto ele sussurrava em meu ouvido:

— Jean Philip Girard á seu dispor majestade.

— Muito prazer!

Enquanto dançávamos um outro rapaz se aproximou.

—Posso? – Perguntou para Jean interrompendo a dança.

— É claro. – Respondeu ele contrariado.

Começamos a valsar novamente. Droga! Quando eu estava me familiarizando tive que trocar de parceiro. Aquilo era muito estranho para mim.

— Parece desconfortável. – Disse ele em tom de preocupação.

— Estou bem. – Respondi.

  Próximo a mim eu podia ouvia a jornalista que cobria todo o evento narrando tudo para as câmeras:

— Até esse momento não conseguimos reconhecer a princesa com a máscara. Apenas sua encantadora prima Sabrina que acabou se revelando para as câmeras quando sem querer derrubou sua máscara. Ela não é adorável?

— Sem querer, sei. – Resmunguei.

— O que disse? – Perguntou ele confuso.

— Nada! – Resolvi puxar conversa. – E então está ansioso com a seleção?

— Um pouco. – Respondeu ele. – O castelo é intimidante, e esse evento sem sabermos quem é ela, me deixa um pouco nervoso.

— Ela?

— A princesa. Pode ser qualquer uma, e quero causar uma boa primeira impressão. Fica difícil sem reconhece-la.

— Seja você mesmo, o lado bom das máscaras é a liberdade.

— Tem razão senhorita. – Disse ele de forma divertida.

Se eu era ruim na dança, o rapaz era pior que eu, muito desajeitado como se nunca tivesse estado em um baile antes. Eu não sabia quem ele era, mas era tranquilizador saber que eu não era o único membro da nobreza que não havia nascido com pé de valsa. Ele tropeçou enquanto dançávamos e eu comecei a rir.

— Do que está rindo? – Perguntou ele.

— Você é ainda mais desastrado que eu.

  Enquanto eu dizia isso ambos nos aproximamos demais e batemos nossas cabeças.

— Me desculpe você está bem? – Perguntou preocupado e envergonhado.

— Sim, não se preocupe. – Respondi rindo. – Tomara que as câmeras não tenham pego essa parte.

— Venha, vou pegar uma bebida para você. – Ele me conduziu pela mão até um local mais afastado e me sentei enquanto ele foi buscar o drink.

  Logo Jean se aproximou de novo, depois dele ter me falado o nome eu pude reconhece-lo apesar da máscara.

— Posso me sentar enquanto o cavalheiro não volta para pisotear seus pés um pouco mais? – Perguntou ele rindo.

— Não seja maldoso. – Respondi – Ele deve estar nervoso, nem todo mundo é tão confiante como você.

— Quem disse que estou confiante? Depois de saber quem você é, eu estou a ponto de morrer de ansiedade e louco para conhece-la um pouco mais.

  Um galanteador. Geralmente eu abominava garotos assim. Mas ele era tão natural que parecia ser parte dele agir daquela forma. Não pareceu forçado.

— Todos terão uma oportunidade.

  O outro candidato chegou com as bebidas.

 - Aqui está. – Disse me estendendo uma taça.

 - Vou deixá-los a sós e ver se descubro onde está a Princesa. – Disse Jean enquanto me dava uma piscadela e saía.

— Falando na princesa. O que posso esperar dela? – Perguntou o mascarado sentando-se ao meu lado.

— Ela não vai medir esforços para se livrar dos farsantes. – Falei.

— Ouvi dizer que ela é um pouco...egocêntrica e mimada.

— São boatos de quem não a conhece. Se me permite um conselho, sugiro que não use essas palavras em uma conversa com ela.

—É claro me desculpe. Só queria saber qual parte dos boatos é verdade e o que é mentira.

— Parece que você tem uma péssima imagem dela, porque?

— O que esperar de alguém que nunca foi vista em contato com seu povo? Que parece causar confusão por onde passa e vive se escondendo nesse castelo em sua vida de luxo dentro de uma bolha?

Eu estava começando a me irritar com aquele candidato. Pelo tom de voz eu percebi que ele não gostava de nenhum pouco de mim. Então porque teria entrado para a seleção?

— Acho que você deve conhece-la antes de julgar.

— Só estou analisando os fatos. – Disse ele erguendo as mãos em sinal de rendição. – Não sabia que eu tinha aqui uma fã da Princesa maluca. - Disse com um sorriso irritante e irônico.

Quem ele achava que era para se referir a mim com aquele tom? Em um segundo meu bom humor foi embora. Me levantei e fiquei em pé na frente dele enquanto virava minha taça em sua cabeça.

— Não sou uma fã, sou a própria Princesa. E sugiro que me respeite e me conheça antes de sair afirmando coisas sobre mim. – Falei tirando a máscara.

Logo Tia Helena e Thalia vieram correndo.

— Não é para tirar a máscara agora. – Choramingou Thalia.

— Dane-se. – Respondi irritada.

  Tia Helena, enquanto isso socorria o rapaz.

— Está tudo bem? Nos desculpe pelo comportamento dela. Está um pouco nervosa com a Seleção senhor...

— Louis. Príncipe Louis. – Disse ele tirando a máscara que estava molhada pela bebida.

  Ao ver que ele era o príncipe tia Helena ficou ainda mais nervosa, começou a se desculpar sem parar.

— Por favor Alteza queira nos perdoar. Ela sente muito.

— Não sinto não! O que eu sinto é um arrependimento enorme de ter te selecionado. – Disse com raiva olhando-o.

— Está tudo bem. – Disse ele tranquilizando tia Helena.

Thalia levou o príncipe para um local onde pudesse se secar, tia Helena me arrastou para um lugar privado.

— Você está louca, como pode jogar bebida no príncipe?

— Ele é um idiota! – Reclamei.

— Se você pretende ir até o fim com isso tem que ser mais tolerante com os candidatos. Por favor. Um casamento com ele seria uma importante aliança para o país.

— Mas nem que o mundo todo dependesse disso eu me casaria com aquele imbecil.

— Mas você mal o conheceu.

— E já não gostei, imagina quando conhecer melhor.

— Ele é nosso convidado, não tem volta atrás. Então seja mais tolerante e amável com ele até a eliminação ou até ele resolver ir embora por vontade própria.

Interessante. Eu ia fazer de tudo para que aquele babaca voltasse correndo para o país dele, se desistisse da Seleção por vontade própria a culpa não seria minha. Príncipe Louis mal chegou e já estava na minha lista negra.

 

  P.O.V Louis:

Tentei controlar minha raiva quando a maluca virou toda sua bebida em minha cabeça. Eu não tinha a mínima noção de que estava falando com a própria Princesa da França. Eu teria que ser mais cuidadoso, ou perderia a simpatia dela e seria eliminado, ou pior: poderia ser descoberto e aí adeus minha chance de engrenar no jornalismo investigativo. Minha sorte foi que a Tia dela parecia gostar de mim, isso me ajudaria a me manter lá por mais tempo. Bando de gente fútil, me tratando bem apenas porque achavam que eu era um Príncipe.

  Thalia a Relações Públicas me encaminhou até a cozinha onde logo arrumaram alguns panos para me secar. Ela não parava de se desculpar pela mimada.

— Por favor, perdoe o comportamento da princesa. Deve ser o nervosismo.

— Não se preocupe está tudo bem. - Respondi pela milésima vez.

  Logo a prima da Princesa entrou pela cozinha.

— Alteza. Meu nome Sabrina. – Ela fez uma reverencia, e eu fiquei parado sem saber o que fazer.

  Vendo que eu não me mexia a loira meteu a mão quase no meu rosto, apertei e balancei sua mão em um cumprimento e ela me olhou confusa.

— Louis. – Disse meu nome.

— Encantada. Se me permite gostaria de me desculpar pela minha prima, fiquei sabendo o que houve. Saiba que esse comportamento não é de família. – Disse ela sorrindo.

  Era impressão minha ou ela estava flertando ao mesmo tempo que tentava denegrir a própria prima disfarçadamente?

— Está tudo bem, de verdade! Fiquem tranquilas.

— Se me permite gostaria de convidá-lo para uma dança, assim podemos aliviar o clima pesado.

  Antes que eu pudesse responder me vi sendo puxado pela mão e guiado de volta para o salão. Minha máscara ficou na cozinha e Sabrina vendo que eu estava sem máscara tirou a sua também e começamos a dançar.

  - Então como é lá em Pommedo’r? Nunca tive a oportunidade de conhecer.

— É um pais muito lindo. – Falei me lembrando de como era quando eu estive lá. – E o povo é muito acolhedor.

Enquanto falava com ela eu observava a princesa que também sem máscara voltava para o salão e começava a dançar com um rapaz que aparentava ser outro selecionado.

— Está animado para passar um tempo aqui na França? – Perguntou a loira.

— Sim, vai ser uma oportunidade excelente de conhecer melhor a cultura de vocês.

A Princesa ria e dançava. Aparentemente eu era o único de quem ela não havia gostado. Eu ia precisar me retratar se quisesse ganhar a confiança dela. Percebendo que eu não parava de olhar para Melanie, Sabrina disse:

— Não se preocupe com ela. Deve ser maluca de ofender alguém como você.

— Como eu? – Perguntei confuso.

— Bonito, educado e Príncipe. – Disse ela com os olhos brilhando ao falar.

— Na verdade a culpa foi minha, eu a ofendi.

— Mesmo assim, ela não tem modos de princesa. Não devia ter reagido daquela forma. É típico dela. – Disse revirando os olhos.

Percebi que havia uma disputa entre Sabrina e a prima, e até um pouco de inveja e eu usaria isso tudo a meu favor. Talvez não era de Melanie que eu devia me aproximar para tirar informações, mas sim de sua prima que parecia disposta a contar o que quer que fosse para derrubar a prima. Com aquela princesa temperamental e a prima fofoqueira, aquela Seleção ia render muito material, e eu estaria sempre por perto para expor cada detalhe sórdido da verdadeira face da realeza da França.

 

P.O.V Arthur:

Eu estava morrendo de ciúmes vendo Sabrina dançar e rir sem parar com um cara qualquer. Talvez fosse uma péssima idéia ter entrado na seleção. Estava claro que não ia funcionar, ela sequer olhou para mim desde que o baile havia começado.

— Para de encarar ou vai estragar tudo. – Disse Melanie se aproximando.

— Quem é o cara? Não era proibido tirar a máscara? – Perguntei para ela.

— O cara é um babaca príncipe de não sei onde, e ele tirou a máscara porque virei bebida na cabeça dele.

  Ótimo! Um príncipe era tudo o que Sabrina queria, por isso estava tão colada nele.

— O baile mal começou e você já agrediu o cara mais importante da sua Seleção? – Perguntei rindo. Melanie tinha o poder de me distrair dos problemas.

— Primeiramente que todos são iguais. A partir de hoje, não existe destaque para ninguém na minha Seleção, seja Príncipe, Duque, Conde ou o que quer que for. E não pude me segurar ele é um idiota.

— Idiota e Príncipe: combinação que a Sabrina adora. – Resmunguei com raiva. - Como me reconheceu com a máscara? – Perguntei confuso.

— Reconheço seu cabelo loiro reluzente e seu topete de longe! – Brincou ela - Agora venha, como selecionado tem que dançar comigo e quero provocar a Sabrina.

Dizendo isso ela arrancou minha máscara e me puxou para o meio do salão a alguns passos de onde Sabrina dançava com o Príncipe. Assim que Sabrina me viu ficou um pouco desconfortável.

— Olhe para mim. – Disse Melanie virando meu rosto para ela.

— Certo mandona.

— Agora finja que disse algo no meu ouvido, de forma bem íntima.

  O que aquela doida estava armando? Mesmo sem saber o que era, me abaixei e fingi sussurrar em seu ouvido. Ela deu um risinho estranho e se colocou na ponta dos pés para sussurrar para mim de volta:

— Agora pegue a minha mão e me puxa lá para fora.

  Fiz o que ela mandou e saímos do salão, andamos até o saguão e nos sentamos.

— Se a idéia era provocar a Sabrina porque saímos de lá?

— Você é muito lerdo mesmo. – Reclamou Melanie enquanto tirava os sapatos. - Ela vai achar que saímos para ficar a sós, nos beijarmos e essas coisas.

— Ou vai agradecer por ficar sozinha com o Príncipe todo para ela. – Retruquei.

— Acho que não. – Disse ela rindo e olhando para algo atrás de mim. – Rápido chegue mais perto.

Assim que me aproximei dela, ela começou a rir alto, como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do mundo. Olhei-a confuso mas entendi tudo quando ouvi a voz de Sabrina atrás de mim.

— Melanie, não é de bom tom sair da festa e deixar os Selecionado lá sozinhos. – Disse ela brava.

— Ora! Estou aqui tentando conhecer melhor um deles.

— Pare de ser idiota, você já conhece o Arthur. Faça o favor de voltar.

Suspirando como se tivesse irritada Melanie se levantou, deu uma piscadela de cumplicidade para mim e saiu com os sapatos na mão, me deixando sozinho com Sabrina. Talvez o plano da minha amiga doida estivesse realmente funcionando.

— Sério Arthur? Da Melanie eu esperava essa falta de etiqueta, mas de você nunca. – Reclamou enquanto sentava ao meu lado.

— Pare de reclamar, você só está com ciúme. – Respondi rindo enquanto ela me olhava com raiva.

— Eu? Com ciúmes de você quando a minuto atrás estava dançando com um príncipe?

— Não se esqueça de que ele veio pela Melanie. – Falei em tom provocativo.

— Ninguém me deixa esquecer disso nunca. – Disse ela cruzando os braços.

— Talvez se não ficasse dançando com ele ninguém dissesse nada. – Reclamei.

— Agora você é quem está com ciúmes? – Questionou ela levantando uma sobrancelha.

— Isso quer dizer que antes você estava?

— Não muda o assunto e responde minha pergunta. – Rebateu ela.

— Eu respondo se você responder. – Falei olhando-a nos olhos.

— Eu não sei. – Admitiu ela.

— Eu sei de uma coisa... – Falei enquanto me aproximava dela.

— O que? – Perguntou nervosa com a proximidade. Nossos lábios agora estavam quase se tocando.

 - Que eu preciso voltar lá e dançar mais uma música com minha princesa. – Falei com exagerada animação enquanto me levantava e deixava ela frustrada com o beijo que não tinha acontecido.

 Enquanto dava as costas para ela pude ouvi-la gritar:

— Eu te odeio Arthur.

— Eu sei querida, eu sei.

— Não me chame de querida! – Senti um sapato passar voando rente a minha orelha esquerda.

  Parei rindo e virei para olhá-la.

— Você acabou de perder o controle e agir como a Melanie?

Envergonhada ela virou o rosto para o outro lado. Recomecei a andar de volta para o salão. Melanie estava certa, talvez eu tivesse adquirido algum valor aos olhos de Sabrina quando ela reconheceu a possibilidade de me perder para a prima. Com um sorrisinho de triunfo nos lábios eu adentrei novamente o salão de baile.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A megera." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.