Dois dias de fuga escrita por sam561


Capítulo 5
Desabafos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Todos já haviam jantado e lavado a louça, a tia de Mônica havia ido para seu quarto e os deixou livres para que fizessem o que lhes desse vontade.

 

 O vento fresco estava convidativo para se sentar na varanda e pensar na vida. Aproveitando o momento, Cascão chamou Cascuda para conversar por vídeo.

 

“Oi, meu amor, como está?” a loira perguntou animada.

 

 “Sentindo um vento fresquinho pra refrescar as ideias, sabe?” ele respondeu.

 

“Eu até queria ter ido, mas tive que estudar pra segunda fase de um vestibular.” a garota falou e Cascão sorriu.

 

"Eu entendo, é o seu futuro, gata. Mas está descansando também? Não quero que você fique super pilhada, todos merecem descansar.” ele falou dando algumas voltas.

 

“Você é tão fofo preocupado comigo, Cas...” a voz de Cascuda soou fofa e o Araújo sorriu mais.

 

“Nos preocupamos com quem amamos.” ele falou enquanto olhava para as árvores, cujas folhas balançavam com o vento.

 

Próximo de onde Cascão conversava com Cascuda ao telefone, estava Magali, que, acidentalmente, ouviu a conversa do casal enquanto bebia água, ele estava sendo um namorado tão bom com a loira que a Fernandes suspirou um tanto invejosa. Seu namoro com Quim não fora ruim, mas era longe de ser bom para ambos. A moça saiu de lá e foi até o batente da porta da sala onde se sentou enquanto olhava às estrelas, sentindo os olhos encherem de lágrimas sem saber o porquê. Não demorou para que alguém fizesse companhia a ela.

 

"E ai, parceira de atividades?" era DC, com mais jabuticabas.

 

"Essas suas jabuticabas não acabam nunca?" ela perguntou com a voz embargada enquanto limpava os olhos, não adiantou muito.

 

"Eu peguei muitas e uma bermuda com bolsos é sempre útil em um pomar." ele disse, ficando em silêncio em seguida.

 

O vento bagunçou os cabelos negros de ambos e ele se sentou ao lado dela, ainda sem dizer nada.

 

"Não vai perguntar o que tenho?" ela perguntou ainda tentando parar de chorar.

 

"Eu deveria, né? Mas sou o Do contra." ele disse sorrindo forçado e ela não evitou uma risada.

 

 "Doidinho como sempre." a moça balbuciou.

 

Algo dentro de Do Contra dizia que ele devia perguntar o que havia de errado, ele não queria ser invasivo e nem fazer o que qualquer pessoa faria, mas a garota não parava de chorar e isso estava o preocupando.

 

"Mas ainda sou Maurício, um cara que, como qualquer outro, tem curiosidades e não pode ver alguém que gosta chorando. O que aconteceu?" ele perguntou com a voz hesitante ao fim.

 

Magali olhou para ele e engoliu a saliva antes de limpar novamente os olhos.

 

"Eu não sei. Eu simplesmente estou chorando porque ouvi uma conversa do Cascão e Cascuda e lembrei do Quim. Eu nem devia estar assim!" ela riu sem humor.

 

 "E por que não? Você gostava dele, não?" DC respondeu com outra pergunta.

 

"Sim, eu gostava muito. Eu o amava! Mas ele terminou comigo!" ela exclamou parecendo revoltada.

 

"Por que vocês terminaram? Nunca entendi, vocês pareciam ter um relacionamento tão forte..." ele perguntou e ela riu novamente.

 

"Não tínhamos. Quim sempre foi ausente e inseguro, eu nunca me importei muito com isso, sabe? Mas não posso ser mentirosa comigo mesma e dizer que não me incomodava. Quando ele terminou comigo, ele disse que sempre estávamos distantes e que seria melhor terminarmos. Eu, é claro, tentei argumentar que aquilo era normal, ele trabalhava e eu estudava, estranho seria se estivéssemos sempre juntos." ela começou e DC assentia, incentivando a continuação.

 

"Mas então ele disse que eu era o motivo da insegurança dele em tudo, dizia que eu era bonita demais para ele e que quando eu entrasse na faculdade, um cara padrãozinho que me desse mole faria eu derreter por ele ou que eu poderia pegar vários. Ele sempre se colocava para baixo! Eu tentei dizer o quanto o amava do jeito que ele era, mas ele preferia se jogar no fundo do poço cada vez mais. Então, por isso, ele quis terminar. Ainda me disse que se continuasse comigo sempre iria se sentir mal e acabaria tendo um colapso ou acabaria fazendo alguma besteira. Fora que tinha o pai dele me odiando." ela falou e o rapaz a olhava surpreso.

 

 "Eu me culpei por nosso término e pela baixa autoestima dele. Eu sinto saudades dele, mas ele já está em outra, e o Quinzão ama aquela menina. Eu sei que devia estar me preocupando com outras coisas como meu futuro profissional, mas eu gostava muito dele." Magali desabafou tudo que não havia dito nem para seus pais e melhores amigos.

 

DC colocou sua mão direita no ombro dela.

 

"Você se culpa demais, Magali. Se a fila andou para ele, você também precisa superar, por mais que machuque. Aprendi com meu término com a Mônica que se algum dos dois não está bem na relação, é porque há algo errado. E se mesmo tentando não der certo, é hora de seguir em frente.” ele começou.

 

“Agora você vai começar uma nova fase em sua vida que pode ser começada com o pé direito. Já ouviu dizer que para amar alguém você precisa se amar primeiro?” o Takeda perguntou e a moça assentiu o olhando fixamente.

 

 “Se o Quim não se amava, como ele iria te amar da maneira que você merece? Se agora, com a atual dele, existe esse amor próprio, fique feliz por ele e siga sua vida. Você é uma pessoa maravilhosa, Magali. Acredito na teoria que para todos ainda vai chegar alguém que vai te mostrar uma nova forma de amor que você nunca pensou que existiria, e essa será a sua forma ideal." o rapaz falou calmo com um tom de voz reconfortante. A dona dos cabelos longos o abraçou forte.

 

"Obrigada, Maurício." ela agradeceu o chamando pelo nome verdadeiro e ele sorriu.

 

"Obrigado." ele respondeu e ela sorriu, era DC que estava ali no fim das contas.

 

"Mas e você, rapaz? Eu notei que algo estava errado hoje cedo. Você me ajudou, deixa eu te ajudar também." ela olhava nos olhos de DC, estavam negros e brilhantes como duas jabuticabas.

 

O rapaz sentia que podia falar com ela com sinceridade, não sabia o motivo.

 

"Minha excentricidade não alegra a todos, meus pais são um exemplo. Eu passei em primeiro lugar no curso de direito com uma bolsa de 100% e recusei, não corri atrás, sabe? Escolhi na pressão do momento e vi que não é isso que quero. Eles acham que eu neguei apenas para contrariar, mas o maior problema não é esse, sinto que...estou perdendo minha essência." ele confessou.

 

"Como assim?" ela perguntou.


          "Eu já não contrario mais como antes. Meus nãos têm sido realmente nãos, Magali, e eu estou pirando com isso! Eu estou seguindo a maré depois de tanto tempo nadando contra e não estou nem dando a devida atenção para isso, estou preocupado demais em como será minha vida para pensar em responder ao contrário.” ele começou a explicar com o semblante triste.


         “Me disseram para crescer e ser normal, sinto que estou cometendo um erro em não ouvir eles, mas também é um erro ouvi-los." o dono do topete desabafou como nunca havia feito com ninguém.


         "DC, você mesmo me disse que também é Maurício. Você não está perdendo sua essência, só está se adequando. Realmente sofremos muita pressão esse ano, fica difícil ficar são o tempo todo. Seus pais só estão pensando em você, mas você não precisa perder seu jeito excêntrico para ser alguém, é ele que te torna único e essa pessoa maravilhosa que ama jabuticaba.” ela disse dando um sorrisinho ao fim arrancando um pequeno de Do Contra.


         "Senta com eles e fala o que você quer fazer da sua vida, no fim das contas é você quem vai vivê-la, foi isso que fiz antes das minhas preocupações serem meu antigo namoro, eu também estava com dúvidas, mas quem não tem? Você vai ganhar o mundo sendo você mesmo." Magali aconselhou e o amigo sorriu sincero mostrando os dentes e no fim encostou sua cabeça no ombro dela.


        "Tenho que conversar mais vezes com você, Magricela." ele disse com a voz relaxada a moça sorriu acariciando os cabelos dele.


        "E eu digo o mesmo, Doidinho." ela respondeu.

 

Ambos se sentiam mais leves e que tinham um confidente. Era involuntária a tendência à sinceridade entre eles.


                                                                                      *

Carmem estava sentada no batente da porta da cozinha acariciando um dos cachorros, que estava quase em seu colo.


         "O que faz sozinha aqui?" era Cascão guardando seu celular, ele rodeou a casa falando com a namorada e só parou por conta da bateria dela ter acabado.


        "Sou acostumada a ficar sozinha." ela disse em um tom melancólico e ele se sentou ao lado dela.


        "Acredita que até agora tem terra nas minhas unhas?" ele comentou e ela riu.


        "Eu consegui tirar há pouco." a loira respondeu mostrando as unhas.


        "Vou deixar você em paz. Já fiquei na tua cola o dia todo." ele ia levantar quando ela o impediu.


        "Não, fica aqui. Você é uma ótima companhia, Cascão." ela disse ainda acariciando o cachorro e o rapaz sorriu.


       "Uau. Você dizendo isso? Que milagre. Cãozinho, você é mágico." ele respondeu olhando o cão que bocejou, levantou e saiu. Os dois ficaram em silêncio apenas ouvindo os grilos.

 

A lua estava brilhante naquela noite, embora estivessem em um lugar silencioso e calmo, o interior deles estava agitado.

 

"Eu não sorria como hoje há muito tempo. Pressão escolar, todos me achando fútil, a ausência dos meus pais...são coisas que fazem a gente querer gritar ou fugir de tudo, mas a realidade é essa. Eu invejo essa sua falta de preocupação com tudo, Cascão." Carmem disse abraçando os joelhos.

 

O rapaz suspirou ficando sério.

 

"Na verdade, eu também ando bem preocupado com as coisas." ele disse e a moça o encarou.

 

“Sério?” ela perguntou.

 

“Eu vou ser sincero com você, esse foi um ano complicado. Eu quase reprovei, eu me sentia atolando cada vez mais na lama e vendo meus sonhos cada vez mais distantes, mas esse ano não foi fácil para ninguém, eu simplesmente não queria parecer mais um pessimista no meio de vários, então tentei ao máximo ser o cara animado.” ele falou e a moça o olhava atônita.

 

 “Eu queria animar todo mundo nesse momento difícil, mas no fim...eu também precisava que me animassem.” o Araújo disse olhando para baixo ao fim, estava com vontade de chorar.

 

 Carmem ficou em silêncio olhando para ele com o vento bagunçando seus fios amarelados, não sabia o que dizer ao cara que nunca aparentava sofrimento.

 

“Cascão...qual é o seu sonho?” ela perguntou com a voz serena.

 

O rapaz olhou para ela.

 

“Ser jogador de futebol, de início pode ser qualquer time, mas no futuro quero jogar no meu time do coração.” ele disse animado com os olhos castanhos brilhantes e a loira sorriu.

 

 “Você tem futuro. Joga muito bem.” ela disse e ele assentiu encabulado, mas seu sorriso foi diminuindo.

 

“Mas meus pais querem que eu faça alguma faculdade antes, e acho que eles estão certos.” o rapaz respondeu.

 

 “Não, não estão. A vida é sua, Cascão, vai deixar de seguir seu sonho assim?” ela questionou incrédula.

 

“Carmem, eles não são contra meu sonho, eles só não querem que eu fique sem um diploma, o mundo de hoje é cruel até com quem tem. Eu até quero ter um diploma, mas eu não sou bom em nada, eu consegui tirar zero em 99% das matérias, como vou tentar fazer algum vestibular se nem o que eu quero eu sei? Eu sempre tive em mente que seria um jogador, mas agora vejo que devia ter tido um foco duplo.” ele desabafou e a loira suspirou, até fazia sentido.

 

“Mas e você? Qual é o seu sonho?” ele perguntou e ela o encarou surpresa, não costumavam perguntar isso, muitos tinham em mente que ela seria apenas herdeira.

 

“Estou em dúvida entre moda e arquitetura. Todo mundo me diz que nem preciso fazer faculdade, mas às vezes penso em mim mesma daqui uns anos e não sei se me sentiria realizada.” a Frufru respondeu.

 

 “Seus pais te apoiam?” ele perguntou.

 

“Não sei. Eles sempre deixaram claro que eu era rica o suficiente para nunca precisar trabalhar nem nada, então nunca falamos sobre faculdade. Mas minha empregada me apoia.” ela sorriu abertamente e Cascão sorriu para ela compreensivo e com um pouco de pena.

 

“Você está bem com isso?” ele perguntou e ela o olhou com os olhos brilhantes.

 

“Pra ser sincera, nem tanto. Eu sinto como se...como se eles nunca se importassem comigo de verdade, eles não foram à formatura ou colação de grau porque estavam em algum país, mas quando tiveram uma emergência de trabalho aqui eles largaram tudo lá para virem. Minha vontade nem era ser prioridade, apenas que se importassem comigo.” ela desabafou e Cascão a olhou sem saber o que dizer.

 

“Às vezes eu queria ter esse seu lance de ter que fazer alguma coisa porque os pais disseram, mostra que eles se importam. Mas não tiro a dor que deve ser para você. Enfim... a vida segue.” a loira disse olhando para o céu estrelado.

 

“É complicado isso. M-mas ainda tem essa sua empregada. Foco em quem te foca!” ele falou desconfortável e ela sorriu sem tirar os olhos do céu, sabia que seria desconfortável se encararem.

 

Os dois ficaram em silêncio apenas ouvindo os grilos novamente, estavam em um ponto delicado e não sabiam se aprofundavam ou deixavam quieto. O celular de Cascão tocou novamente, era Cascuda.

 

“Eu não posso te dizer que curso escolher, mas, quando você virar jogador, eu vou estar lá.” ela disse se levantando.

 

 “Eu vou fazer um gol para você. E...Carmem?” ele falou também se levantando e ela olhou esperando o que ele ia dizer.

 

“Eu também te apoio. Boa sorte com a escolha, vai tirar de letra.” Cascão sorriu abertamente e ela retribuiu o sorriso entrando na casa.

 

Os dois nunca entenderiam o motivo de se darem tão bem, mas notavam que sempre podiam contar um com o outro para melhorar o astral.


                                                                                 *

Cebola e Mônica, diferente dos amigos, quiseram ficar dentro de casa descansando da longa caminhada que fizeram. Até alguns minutos atrás estavam aos beijos no corredor que ligava a cozinha à sala, agora, para recuperar o fôlego, estavam sentados juntos no sofá assistindo a um filme romântico, as pernas do casal estavam entrelaçadas e não prestavam muita atenção no filme.

 

“Cê? E se em vez de assistir esse filme chato a gente conversasse? Você tem andado tão distante...” ela comentou e ele riu.

 

 “Nós, na verdade. Você eu sinto que está escondendo algo de mim.” ele disse e a Sousa gelou.

 

 “Impressão sua.” a moça disse sorrindo falsamente.

 

 “Mônica, não precisa mentir para mim.” Cebola falou olhando fixamente para a namorada que suspirou.

 

“Ando meio ocupada com meu futuro. Meus pais só me veem em duas profissões que eu nem quero fazer, mas me sinto mal em não fazer alguma delas, eles investiram tanto em mim...” ela desabafou com a voz trêmula.

 

“Mô, tenho certeza que seus pais pensam no seu melhor e você precisa falar para eles o que acha, né?” ele disse com a voz acolhedora e ela deu um pequeno sorriso.

 

 “Vou pensar nisso, mas e você? Por que tem estudado tanto? Você é muito inteligente, Cê, podia dar uma pausa às vezes.” a moça disse.

 

“Sinceramente? Acho que nem eu sei, meu pai acha que meu intercâmbio precisa trazer um resultado extremamente imediato e eu...eu tenho medo de não acontecer isso, talvez eu esteja estudando tanto para fugir de toda essa pressão, fora a do próprio terceiro colegial.” o rapaz desabafou sentindo lágrimas rolarem por seu rosto e logo tratou de limpá-las.

 

“Acho que você devia ouvir seu próprio conselho, Cê.” ela sorriu e Cebola lhe deu um beijo.

 

 “E sobre a gente? Tivemos aquele papo mais cedo sobre futuro e...” Cebola falava e Mônica suspirou.

 

 “Por que nenhum de nós conseguiu responder?” ela perguntou o olhando e ele lambeu os lábios, mas não disse nada.

 

“No meu caso, eu tenho medo.” Mônica respondeu e o namorado franziu o cenho.

 

“Medo? De quê?” Cebola perguntou.

 

 “De você não ser quem eu sempre quis. Passamos por muita coisa para ficar juntos, descobrir que não era pra ser seria tão...doloroso.” a moça explicou.

 

“Acho que também tenho esse medo, de eu não ser ideal para você. Você merece o mundo, Mônica, e meu maior medo é não poder ser esse cara que você merece.” ele falou sincero.

 

O casal soltou um suspiro simultâneo e ficaram alguns segundos em silêncio. No filme, a mulher soltou uma risada estridente antes de beijar o protagonista. Cebola e Mônica sorriram e se encararam.

 

“Vamos fazer assim, enquanto for para ser, será.” a Sousa falou e ele levantou o mindinho.

 

 “Viver o romance enquanto ele existe?” Cebola perguntou com o dedinho levantado e ela entrelaçou com o próprio mindinho.

 

“Viver o romance enquanto ele existe!” Mônica respondeu com um sorriso e os dois se beijaram após a declaração.

 

O casal se aconchegou e assistiram ao filme ruim ora dando beijos, ora falando coisas bonitas. Eles de fato preferiam aproveitar um ao outro e não prestar atenção no filme.   

                                                
                                                                                                      *

Não tardou para que todos se juntassem ao casal clássico na sala e começaram a falar sobre o filme ruim que passava e, quando deram conta, estavam conversando entre si e falaram, inclusive, algumas partes de suas pequenas angústias, não desabafaram como fizeram com a respectiva dupla, mas comentaram. A sala possuía apenas um sofá de três lugares e duas poltronas, Magali estava ao lado do casal, Carmem em uma poltrona, Do Contra em outra e Cascão no braço do sofá.

 

 “Sabe o que eu acho? Que todos nós devemos visitar um psicólogo. Sem brincadeira, gente, eu fui no começo do ano e foi ótimo.” Magali disse com os pés no colo de Mônica.

 

“Não sendo um da minha família, eu concordo. Ou melhor, eu discordo.” DC disse dando um sorriso largo.

 

“Chega um pouco desse papo adulto. Vamos ser jovens, gente!” Carmem disse animada.

 

“Carmem está certa, daqui pra frente é só ladeira a baixo.” Cascão riu e a loira lhe deu um tapinha no ombro.

 

"O que você sugere, senhorita juventude?” Mônica perguntou com as costas apoiadas em Cebola.

 

“Quer apostar quanto que ela vai sugerir ‘verdade ou desafio’?” Cebola sussurrou a Cascão, que estava ao seu lado, mas Carmem ouviu.

 

 “Até seria legal, Cebola, mas só com a gente não tem graça. Nessa vibe de abrir o coração podemos falar sobre nós mesmos e até perguntar algo que sempre tivemos vontade de perguntar e nunca tivemos coragem. Sem julgamentos.” a Frufru sugeriu e todos pareceram gostar da ideia.

 

“Legal. Podemos usar uma garrafa igual em verdade ou desafio.” Mônica disse e todos se sentaram em círculo no tapete.

 

“Espera, gente. Tudo dito aqui, fica aqui, ok?” Magali disse e, automaticamente, olharam para Carmem.

 

“Não é porque ando com a Denise que saio espalhando tudo igual a ela, ok? E outra, não é tudo que ela espalha, ela sabe guardar segredos quando necessário.” Carmem disse revirando os olhos.

 

“Ah, DC, sabemos que você tem esse seu lance avesso, mas dessa vez pode falar de um jeito que vamos entender?” Cascão pediu.

 

“Raxied edop.” ele respondeu de trás para frente e todos suspiraram.

 

“DC... por favor.” o Araújo pediu e ele deu ombros.

 

 “Como ele conseguiu falar assim de primeira?” Carmem sussurrou para Mônica, que negou com a cabeça.

 

 “Tudo bem, vou ser legal com vocês.” Do Contra disse e todos aplaudiram se aconchegando para começarem a brincadeira, finalmente se divertiriam.


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