Acordei, sobressaltado. Um barulho perto da janela do meu quarto tinha-me tirado de um sono profundo. Sentei-me, ainda na cama, e fiquei a observar o que se passava. Rapidamente percebi do que se tratava, e levantei-me calmamente, indo na sua direcção.

Nessie entrava pela minha janela, a brisa fria da noite batia-lhe na cara e despenteava-lhe os cabelos, mas, para mim, ela nunca pareceu tão bonita como naquele momento. Perfeita, era a única palavra que vinha à minha mente, e não consegui evitar sorrir. Ela também me olhava, nos olhos, profundamente, como sempre parecia fazer. Ela olhava-me sempre de uma forma que me dizia que conseguia ver a minha alma, ler cada pensamento que eu tinha, não na minha cabeça, mas sim no meu coração. A minha Nessie.

- Tive saudades. – Ela disse, quebrando o nosso contacto visual e olhando para os pés. Consegui perceber que ela corara. Sorri mais uma vez e aproximei-me dela.

Toquei-lhe no queixo, fazendo com que ela olhasse para mim, e afaguei-lhe o rosto. Ela fechou os olhos e inclinou o rosto na direcção do meu toque, dizendo-me que ela precisava daquilo tanto quanto eu precisava. Inclinei levemente o rosto, tocando os seus lábios com os meus, e senti-a estremecer. Ela parecia sentir, sempre que nos beijávamos, os mesmos arrepios que eu sentia, era como se fosse sempre a primeira vez.

- Eu também. – Respondi. Ela não disse nada, apenas me abraçou, forte, intensamente.

- O pai e a mãe não me querem deixar ver-te. – Ela disse, a voz abafada pelas lágrimas que eu sentia escorrerem pela sua face perfeitamente esculpida. Ao ouvi-la dizer aquilo, ao ouvir a voz falha e triste dela, o meu coração parecia partir-se, e eu senti a dor dela, a dor de não querer magoar os pais, e de não me querer magoar a mim também, a dor de ter de escolher entre nós.

- Eu sei – Disse, acariciando o cabelo dela e apertando-a ainda mais contra mim. – Mas nós vamos resolver isto, Nessie, não chores. – Não conseguia vê-la chorar, era doloroso demais.

- Não estou a chorar – Ela retorquiu, limpando rapidamente as lágrimas e afastando-se de mim para me poder olhar. – Mas precisava estar contigo, meu Jacob. – Ela disse, e eu não consegui evitar sorrir. Eu era o seu Jacob, para sempre, mesmo quando ela já não me quisesse.

- Vem, Nessie, vem deitar-te, está frio aqui ao pé da janela e tu estás toda a tremer. – Peguei-a ao colo, como fazia quando ela era criança, e caminhei até à minha cama, deitando-a. Ela puxou-me e eu deitei-me de seguida, abraçando-a. Passados alguns minutos, ela pareceu adormecer, e eu permiti-me pensar sobre tudo o que estava a acontecer.

Nessie pov

Fingi que dormia, abraçada por ele, até que o meu Jacob acabou por adormecer. Virei-me para o olhar, ele dormia tranquilamente. Ele era tão lindo quando dormia, o seu rosto sereno, os lábios curvados num pequeno sorriso, indicando que ele estava a sonhar com alguma coisa boa, a sua respiração regular, o ritmo do seu coração. Abracei-me a ele, e fiquei a ouvir o seu coração bater. Ao fim de algum tempo, consegui acalmar-me, mas não dormi. Observava-o a dormir, e desejei poder entrar nos seus sonhos, onde não havia os meus pais, os problemas que advinham deles, onde não houvesse tempo nem espaço, nada, apenas eu e o meu Jacob.

Estava tão concentrada nos meus pensamentos que não me apercebi quando ele acordou.

- Nessie, não consegues dormir? – Perguntou-me, a sua voz ainda embargada pelo sono.

- Não, estava a ver-te dormir. – Confessei, envergonhada.

- Estava a fazer muito barulho, não te deixei dormir? – Perguntou, preocupado.

- Não, estavas perfeito. Eu estava apenas a pensar, só isso. Volta a dormir, por favor. Deves estar cansado.

- Prefiro ficar acordado, também. – Ele respondeu, mas eu sabia que ele estava cansado. – Os meus sonhos contigo são maravilhosos, mas a realidade é sempre muito melhor. – Ri, e ele sorriu-me inocentemente.

- Ai é? – Perguntei, aproximando-me ainda mais dele. – E não me queres contar como são esses sonhos? – Perguntei maliciosamente, e ele fingiu pensar no assunto.

- Hmm… - Ele sorriu – Não, não quero.

- Jake! – Exclamei, fingindo-me ofendida – Conta-me, eu tenho o direito de saber! – Ele disse que não com a cabeça – Por favor, vá lá…

- Desculpa Nessie, mas os sonhos de um homem são os seus sonhos. – Ele disse, rindo. Eu bufei e afastei-me dele, indo para o lado oposto da cama, longe do corpo quente e convidativo do meu Jacob. De repente, estava muito frio e a minha pele ressentiu-se com a distância da dele.

- Óptimo, então fica lá com os teus sonhos, porque é só isso que vais ter, sonhos! – Resmunguei.

- Amor, não fiques assim. – Eu não disse nada – Vem cá, Ness – Disse Jake, puxando-me para o seu corpo. Eu estava agora de costas para ele, e ele começou a beijar o meu pescoço, deixando um rasto de fogo por cada lugar que tocava, fazendo-me arrepiar e suspirar, fazendo-me querê-lo.

Jacob continuou a beijar o meu pescoço, depois os meus ombros. Lambia e mordia a minha pele, deixando-me desesperada por mais, eu precisava de mais.

Senti as suas mãos ásperas e quentes puxarem a minha camisa de dormir e tocarem a minha barriga, e subindo lentamente em direcção aos meus seios, fazendo-me arquear as costas na sua direcção, permitindo-lhe um melhor acesso. Gemi quando ele apertou um dos meus seios, ao mesmo tempo que lambia o lóbulo da minha orelha.

Depois, a mão que acariciava o meu seio desceu lenta e tortuosamente até às minhas coxas, percorrendo as minhas pernas várias vezes, fazendo-me suspirar por antecipação. Quando a mão dele tocou a parte do meu corpo que mais precisava dele, eu contorci-me e levantei a mão em direcção ao seu rosto, dizendo-lhe, na forma que eu fazia melhor, o que eu precisava. Por favor, Jake.

- Por favor o quê, Ness? – Perguntou-me com a voz rouca, fazendo-me arrepiar.

Faz amor comigo.

Senti-o prender a respiração e morder-me o ombro. Depois virou-me bruscamente, fazendo com que ficasse com as costas na cama e beijou-me os lábios com urgência. Puxei-o para cima de mim, sentindo o seu corpo pressionar o meu deliciosamente. Jake tirou a minha camisa, deixando-me apenas de roupa interior, e desceu os seus beijos pelo meu pescoço e colo, dirigindo-se aos meus seios. Beijou um, enquanto uma das suas mãos acariciava o outro. As minhas mãos foram automaticamente para o seu cabelo, puxando-o mais para mim, prendendo-o ali. Gemi, enquanto ele sugava o meu seio e eu imaginava o que vinha a seguir.

Ele voltou a beijar os meus lábios, ainda com mais urgência do que antes, mas ao mesmo tempo com amor e ternura. Senti-o tentar tirar as minhas cuecas, mas logo desistiu e rasgou-as, fazendo-me sorrir e enlaçar as pernas em torno da sua cintura, pressionando o meu membro contra o meu sexo, fazendo gemer ao mesmo tempo que eu também gemia.

Jake estava apenas de boxers, pelo que foi fácil livrar-me da roupa dele. Ele começou a estimular-me, acabando com toda a minha concentração. A única coisa que eu conseguia fazer agora era entregar-me às sensações que o homem que eu amo me proporcionava, sem me preocupar com quem pudesse ouvir, ou quem pudesse tentar separar-me dele.

Eu já não aguentava mais, eu precisava dele, dentro de mim, quente e forte. Jake, por favor, eu preciso de ti.

E ele entrou em mim, fazendo-me gemer a contorcer-me debaixo dele, arranhando as suas costas. Os seus movimentos começaram rápidos, e queria mais e mais. Eu precisava dele para sentir que ia correr tudo bem, que ele ia ficar comigo para sempre, que ia ser sempre o meu Jacob.

Eu senti-a que não ia aguentar muito mais, e logo veio, aquela sensação de libertação, de êxtase, de cores e de um lugar onde era só eu e o meu Jake e o prazer que dávamos um ao outro. Jake veio de seguida e quando ia sair de dentro de mim, eu enlacei as minhas pernas na sua cintura novamente, mantendo-o ali.

- Fica mais um pouco – Disse, envergonhada. Ele beijou-me ternamente.

- Amo-te, Nessie.

- Para sempre? – Perguntei, apertando-o contra mim, insegura.

- Para sempre, eu prometo. – Ele olhou-me com uma intensidade que me fez ter a certeza de que ele falava a verdade. Deixei-o ir, e deitei-me no seu peito, enquanto ele fazia carinho no meu braço.

- Jake, porque é que os meus pais não querem que eu fique contigo? – Perguntei, baixinho. Jake respirou fundo antes de me responder.

- Nessie, tu cresceste muito rápido. Para a tua mãe e para o teu pai és ainda uma criança, e eles sentem que te vão perder, sentem que a menina deles está a escapar por entre os seus dedos, e estão assustados. – Ele disse, como se já tivesse pensado muito no assunto – Eles estão apenas assustados, Ness, dá-lhes tempo.

- Jake, eu dou-lhes todo o tempo do mundo, mas eu tenho medo que eles façam qualquer coisa e eu não possa estar contigo.

- Tu vais estar sempre comigo, Nessie. – Ele disse, fazendo-me olhar para ele. – Eu prometi, lembraste? – Ele disse, tocando na pulseira que me tinha dado quando eu era bebé. Eu sorri e beijei o seu peito nu.

- Se tu fugires de mim, eu corro atrás de ti. – Disse, sem perceber que o dizia em voz alta. Ele riu e beijou o meu cabelo.

- É justo, apesar de seres mais lenta do que eu, Ness. Acho que não ias ter muita sorte. – Ele riu mais uma vez, e eu não consegui evitar rir também.

- Estás a duvidar das minhas capacidades desportivas? – Disse, desdenhosa – Se eu fosse a ti tinha cuidado, Black.

- Estou cheio de medo, Cullen – Ele disse, virando-me na cama e enchendo-me de cócegas.

Ao olhar nos seus olhos, naquele momento, eu percebi que nada nos ia separar, e que enquanto eu tivesse o meu Jacob comigo, eu não precisava de mais nada.