A Última Chance escrita por Caroline Oliveira


Capítulo 1
Tragédia


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao primeiro capítulo! Ele será uma introdução à história, mas não sei se o consideraria um prólogo, por isso já o tratei como início.
Eu pretendo postar capítulos uma vez por semana, mas isso vai depender da faculdade, da inspiração, dentre outros fatores.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780685/chapter/1

Era uma manhã de primavera em Londres. Um dia de semana, um dia comum. As pessoas andavam de um lado para o outro pelas ruas, os carros percorrendo as estradas. Pais de família dirigindo-se a seus trabalhos, mães levando os filhos à escola, entre tantos outros londrinos em busca da conclusão de suas tarefas diárias.

Aquele, entretanto, não era um dia comum para os Pevensie. Helena e Daniel Pevensie finalmente chegariam dos Estados Unidos com a filha mais velha, Susana. Lúcia e Edmundo voltariam de Cambridge, vindos das férias na casa de Eustáquio Mísero e Pedro, o filho mais velho, buscaria os dois na estação pela manhã, já que fora o primeiro a chegar em Finchley.

— Pedro! – Lúcia exclamou ao descer do trem, avistando o irmão com os grandes olhos azuis, que mesmo após 15 anos de existência nunca perderam o senso de aventura e curiosidade.

— Lu! – O rosto de Pedro iluminou-se ao ver os irmãos e ele exibiu o sorriso que costumava arrancar suspiros em muitas garotas na faculdade de medicina.

Lúcia correu em sua direção, arrastando a pequena mala. Edmundo, embora mais contido como de costume, também estava feliz. Era verdade que, após a última visita à Nárnia, a convivência com Eustáquio ficara sobremaneira mais agradável e ele e Lúcia puderam aproveitar as últimas semanas com os Mísero. Edmundo, todavia, não podia negar o quanto era bom voltar para casa e ficar com sua família.

Lúcia deu um abraço apertado em Pedro, que ficou surpreso com sua altura. É aquela coisa: por mais que Lúcia crescesse, sempre seria uma criança para Pedro e seus pais.

— Você cresceu! – Observou o mais velho – E está bonita – Ele se prolongou na última palavra, fazendo Lúcia rir levemente corada. – Cuidado, viu! Não quero saber de garotos colocando os olhos em você!

— Até parece! – Retrucou Lúcia, revirando os olhos – Susana é quem deixa uma fila de meninos babando por onde passa, não eu!

Lúcia já havia superado aquela pontada de inveja que desenvolvera quase sem perceber por sua irmã. Aquilo era passado, uma lembrança. Aslam a ensinara que ela era importante sendo quem ela era e de que vale a beleza se o coração não é puro? Não que Susana não tivesse bons sentimentos em seu íntimo, mas, se não fosse pela fé de Lúcia, os irmãos jamais teriam conhecido Nárnia.

— Mal chegamos e já está colocando Lúcia numa redoma? – Edmundo brincou, se aproximando.

— E você já começou a implicar comigo? – Pedro ergueu as sobrancelhas. Edmundo largou a mala e deu um abraço no irmão, batendo em suas costas e recebendo tapas também.

Embora brigassem bastante quando Edmundo era criança, a relação com Pedro tinha se tornado uma parceria inquebrável após a visita a Nárnia em que conheceram o príncipe Caspian, agora rei. Pedro percebera que Edmundo sempre estivera ao seu lado apesar de tudo e que já estava na hora de vê-lo como seu braço direito, como um igual.

— Nossos pais já chegaram? – Lúcia indagou ansiosa assim que os dois se separaram.

— Ainda não – Informou Pedro – Estava previsto que chegariam hoje, mas deve ter havido algum atraso. Vamos para casa. Daqui para o final do dia eles devem estar aqui.

Pedro escondeu sua preocupação dos irmãos. Na última vez que os pais vieram, algum tempo antes de levar Susana consigo para os Estados Unidos, o casal Pevensie fora razoavelmente pontual. Obviamente, imprevistos acontecem, porém... de alguma Pedro sentia que havia algo errado.

E assim deixaram a estação. Pedro comentara pelo caminho que havia aproveitado sua chegada antecipada na casa para organizá-la. A residência passara muito tempo fechada, então o mais velho abrira todas as janelas e portas para arejá-la e aparou a grama do quintal.

— A casa estava quase escondida pelo mato, não é? – Edmundo comentou ao ver a imensa pilha de grama em um canto do quintal – Não sabia que era tão bom em serviços domésticos – Ele disse quando alcançaram a entrada da casa, o terraço de madeira havia sido passado a pano.

— Dona Marta praticamente me fez de escravo, então eu sou quase um dono de casa agora – Pedro lamentou com um meio sorriso.

Ele passara meses na casa do professor Kirke enquanto estudava para entrar na Universidade. Era seu sonho ser médico, portanto dedicou-se ao máximo e conseguiu entrar.

— Vamos ver se faz panquecas melhores que as que fiz na casa do Eustáquio! – Lúcia retrucou e Edmundo riu com a lembrança.

— Lúcia quase pôs fogo na casa! – Edmundo denunciou e Pedro sorriu surpreso.

— Ei, não é para tanto! – Deu uma tapinha no ombro do irmão – As panquecas ficaram borrachudas? Talvez! Mas o fogo não passou da panela!

As horas se passaram. Os irmãos sentaram-se à sala para colocar as novidades em dias. Edmundo e Lúcia contaram em detalhes a viagem em Nárnia - Pedro tinha conhecimento da ida deles, mas a riqueza de detalhes do relato cara a cara jamais caberia numa folha de papel de carta - desde a discussão com Eustáquio até a chegada às portas do País de Aslam ao atravessar o Mar de Lírios.

Pedro, por sua vez, relatou tudo o que houve naqueles meses: as tardes estudando na biblioteca do professor, o chá das cinco que compartilhava histórias sobre Nárnia com Digory, a alegria de ingressar na Universidade, as coisas que aprendeu, as novas experiências.

Até que o relógio bateu cinco da tarde. Eles almoçaram fazia tempo e estavam praticamente no lanche quando se deram conta que não havia nem sinal dos pais nem da irmã.

— Acham que aconteceu alguma coisa? – Lúcia perguntou, sentindo-se mal por não ter notado a ausência do restante da família com o passar das horas.

— Estou preocupado, Pedro – Edmundo alertou.

— Não deve ser nada – Pedro escondeu a própria preocupação outra vez. Depois da guerra, ele fora habituado a zelar por seus irmãos seja qual fosse a situação, então pensava que agonia pela chegada de seus pais e Susana fosse um excesso seu.

— Será que falaram algo no rádio? – Lúcia levantou-se do sofá e caminhou para a mesinha ao lado do sofá onde Edmundo havia se jogado. Ligou o rádio e aumentou o volume.

Música. Pulou a frequência. Jogo de futebol. Pulou. Radionovela. Pulou.

... muitos feridos nos últimos vagões— Falava um narrador. Edmundo e Pedro pularam de seus lugares e Lúcia os olhou aflita – Não se sabe o que causou o acidente, os bombeiros suspeitam de falhas na via férrea e de instabilidade na conexão entre último e penúltimo vagões. Traremos mais informações assim que possível.

— É a rádio local – Percebeu Edmundo, reconhecendo a voz do radialista. – Não é o que estou pensando, é?

— Logo vamos saber – Pedro saiu do sofá rapidamente e caminhou até a porta.

— Vamos com você! – Lúcia se impôs, seguindo-o. Edmundo foi logo atrás.

— Não – O mais velho negou no ato e passou a falar enquanto vestia o sobretudo para sair – Fiquem aqui, aproveitem para desfazer as malas. É bom que alguém fique em casa para o caso de aparecerem. Se até às 7 horas eu não conseguir notícias, eu volto.

— Pedro, deixe de ser mandão uma vez na vida – Edmundo reclamou, mas seu tom não era grosseiro – Estamos tão preocupados quanto você e não somos mais crianças!

Pedro se voltou para eles. Beijou a mão de Lúcia, que o olhou com lágrimas nos olhos, e colocou a mão no ombro de Edmundo.

— Deixe-me ser seu irmão mais velho uma vez na vida – Ofereceu um sorriso de canto a Edmundo, até o gesto sumir tão depressa que parecia nunca ter acontecido – Se... se o pior tiver acontecido, eu... não quero perder vocês também.

— Pedro... – Lúcia sussurrou assustada. Ela queria implorar que ele não falasse aquilo, que não a fizesse imaginar a cena mais terrível que sua mente poderia produzir: seus pais e irmã mortos, ensanguentados, vítimas de um acidente de trem.

— Já volto – O loiro tirou a vista deles antes que se deixasse cair em lágrimas, vista a aflição que o consumia desde o almoço.

Ele deixou a casa.

— Era bom demais para ser verdade, não é? – Lúcia indagou encarando o chão, evitando chorar a todo custo.

— O que quer dizer? – Edmundo perguntou e observou o tom de desesperança da caçula, o que não era intrínseco a ela de forma alguma. De todos os irmãos, de longe Lúcia era a mais otimista, a mais crédula.

— Todas as vezes em que pensamos que vamos ficar todos juntos... Algo acontece. Há quanto tempo não vemos o papai? Há quanto tempo não almoçamos juntos no domingo? Ou vamos ao parque no sábado à tarde?

— Parecem coisas de outra vida, não é? – Ele não queria contribuir para a tristeza de Lúcia, mas não podia evitar. Era o mais apegado o pai, via-o como um herói e não o ter por perto lhe magoara muito na infância, a ponto de torná-lo rebelde e cruel. – Vamos esperar, Lu. Talvez não seja nada com eles.

— Estou com um mal pressentimento – Confessou ela, tocando o coração – E sabe o que acontece quando sinto isso.

Ele também odiava admitir isso. Que Lúcia quase sempre estava certa.

Pedro Pevensie

Foi apenas fechar a porta com certo cuidado para que eu deixasse o desespero me consumir e começasse a correr. Sentia que as pessoas estranhavam a minha pressa e a aflição em meu rosto, já que horas mais cedo, era alegria que estampavam meu semblante. Sequer contei em quantas esbarrei pelo percurso, pedindo desculpas repetidas vezes.

Enquanto rumava para a estação, eu me obrigava a pensar que era tudo uma tempestade em copo d’água. Era apenas um atraso, um imprevisto. Que logo meus pais desceriam de outro trem com Susana, que logo atravessariam o centro da cidade e o quanto antes chegariam a nossa casa. Talvez eu até os encontrasse no caminho.

Corri tão depressa e tão absorto em pensamentos que cheguei a me surpreender quando alcancei meu destino. Separado do local por uma larga avenida, lá estava a estação de trem.

Uma multidão se agitava na grande entrada. Os carros amontoavam-se num congestionamento sem fim e as pessoas se infiltravam entre os carros para saber o que acontecia no local.

Policiais continham a população e abriam caminho entre ela para macas e equipamentos de emergência passarem, guiados por enfermeiros e médicos, e até bombeiros.

— Por Aslam, o que aconteceu? – Indaguei em voz alta, dirigindo-me ao local também.

Os motoristas passavam curiosos pela fachada, recebendo uma onda estridente de buzinas irritadas, incomodando os ouvidos quando ousei passar pelos carros.

Infiltrei-me na multidão, abrindo espaço sem qualquer gentileza entre as pessoas. Precisava achar Susana, precisava achar meus pais. Eu só precisava chegar à plataforma e encontrá-los vivos.

—  Acalmem-se ou tomaremos medidas drásticas! – Ameaçava um guarda, mas ninguém parecia disposto a obedecer, inclusive eu. Nunca fora um rapaz rebelde, porém pedir calma enquanto a família de muitos, a minha família, estava lá dentro era nitidamente vão.

Espremi meu corpo entre os de homens e mulheres que gritavam por notícias ou qualquer outra coisa que não consegui discernir e finalmente cheguei ao limite da multidão cercado por guardas. Vez ou outra eles deixavam alguém escapar, visto que eram poucos para conter a multidão aflita.

Numa dessas bobeiras, consegui escapulir. Senti a mão grande de um dos guardas agarrar o colarinho do meu sobretudo por frações de segundos, mas sua força não era páreo para a minha urgência.

Corri como quando minhas irmãs e eu fugíamos da feiticeira branca sobre o Grande Rio, ainda congelado pelo inverno de cem anos, o ar faltando aos pulmões durante a busca incessante por um lugar seguro.

Entrei na estação, pulando os três degraus de escadas num salto. Depois, virei à direita, passando pela bilheteria como um saio, saltando a catraca e não me importando se seria preso por isso.

Desci os inúmeros lances de escada rumo a plataforma como um raio, desviando de meio mundo de pessoas que tiveram suas viagens canceladas pelo acidente.

Chegar à plataforma foi ainda mais desesperador. Inúmeras pessoas com hematomas, cortes e ferimentos superficiais logo na entrada. Mais à frente, mais alguns grupos que sofreram fraturas nos membros, outros recebendo colares cervicais.

Passei por todos eles, caçando minha família com olhos de águia, procurando pelos olhos azuis de Susana, os cabelos loiros de meu pai, o rosto de minha mãe, qualquer coisa que me lembrasse deles.

— PEDRO! – A voz me atingiu com um choque. Virei imediatamente em sua direção com os olhos arregalados e a boca entreaberta. Susana estava a dez ou doze metros de mim, o rosto muito vermelho de choro e inúmeros curativos no lado esquerdo do braço, pescoço e rosto.

Senti meus lábios tremerem. O que eu temia havia realmente acontecido. Eles estavam naquele trem.

Corri até Susana, ora desviando, ora batendo em alguém, dessa vez sendo mau educado em recusar-me a parar para pedir desculpas. Ela veio até mim o mais rápido que pode, o semblante desolado, os olhos cheios de lágrimas, perdidos.

Acolhi-a em meus braços o mais forte que pude, levando sua cabeça contra o meu peito como nossos pais faziam quando chorávamos na infância.

O alívio de vê-la bem apesar de tudo se dissipou rápido demais. Como eu estava de frente para a parte da plataforma de onde ela viera, procurei meus pais com os olhos ainda abraçado a minha irmã. Não encontrei. Nem sombra deles.

Susana estava sozinha.

— Susana – Desfiz o abraço bruscamente – Onde estão nossos pais? – Indaguei, só ali percebendo o quão ofegante eu estava.

— Pedro... – Ela desviou o olhar de mim, perdido de novo. As lágrimas caíam, mas seus lábios não corresponderam à típica expressão de choro. Ela parecia... traumatizada.

— Susana, onde eles estão? – Sacudi-a levemente para que voltasse a me olhar.

Seus lábios tremeram, o corpo reagindo à tristeza profunda.

— Eles se foram – As palavras saíram amargamente naquele sussurro. Eu havia escutado, mas me recusava a absorver aquilo como verdade. Susana percebeu isso – Eles... eles estavam no último vagão... Eu saí para ir ao vagão-restaurante e... o vagão deles se soltou... – Ela baixou a cabeça derrotada, cheia de dor.

— Não... – Balancei a cabeça, sentindo o choro fazer meu rosto formigar. Tinha certeza de que tinha ficado vermelho. – Não me diz isso, Su...

— Eles morreram, Pedro – Ela segurou meus braços – Ninguém do último vagão sobreviveu, ele bateu contra uma rocha... – Cobriu o rosto com as mãos. – Deveria ter sido eu.

— Não, Susana, para – Implorei, puxando-a contra mim.

Choramos juntos na estação. Ficamos surdos para a agitação em nosso redor, apenas o silêncio gritante de nossa dor – de nosso luto – era ouvido.

Meus joelhos cederam e eu arrastei Susana ao chão.

Por que, Aslam? Por que permitiu que nossos pais voltassem? Eu preferia que tivessem ficado na América por quanto tempo fosse necessário, o resto da minha vida se fosse preciso! Eles não precisavam voltar, não para morrer daquele jeito!

O que eu diria a Lúcia e a Edmundo, que ficaram em casa se agarrando ao último fio de esperança de que talvez esse não fosse o trem que os trazia?

Eles haviam crescido. Susana havia crescido. Todos nós havíamos crescido. Longe deles. Seus rostos tinham se tornado meros borrões que nossas mentes tentavam a todo custo manter nítidos.

— Temos que contar aos outros – Fora difícil pronunciar aquelas palavras. Concretizar a ação fora ainda pior.

Lúcia Pevensie

O relógio bateu as sete horas e nada de Pedro voltar. Ainda era claro, afinal no verão anoitecia tarde. Mas eu não esquecera de sua promessa de retornar se não tivesse notícias.

Quando ainda eram seis horas, eu me enfiei na cozinha para pedir a Aslam, que, mesmo distante, em outro mundo, não permitisse que o anúncio do rádio tivesse sido o aviso da... morte dos meus pais. Da minha irmã, de quem eu passara meses sentindo inveja por mal ter chegado nos Estados Unidos e já ter chamado a atenção de oficiais do exército... e eu sequer tivera tempo de me redimir, mesmo que ela não soubesse dos meus ciúmes infundados.

Eu sentia sua falta, sentia falta de uma companhia feminina. Mais do que isso: sentia falta dela. Da garota de personalidade forte que batia de frente com Pedro sempre que achava necessário, mas de coração puro e gentil capaz de conquistar qualquer um que ela permitia atravessar as muralhas de pedra que erguia inconscientemente ao seu redor.

Era no que eu pensava com carinho quando a porta finalmente abriu.

— Pedro? – Chamei no ato, pulando da cadeira da cozinha e me dirigindo à sala imediatamente.

— Oi, Lu – Pedro entrava com Susana. Segurava com sua mala.

— Ah, graças a Aslam! – Um alívio me preencheu e eu corri para abraça-la. Edmundo se adiantara: tomou-a nos braços antes mesmo que eu terminasse de falar.

O perfume de Susana não mudara, apesar de todos os frascos de diferentes fragrâncias que devia ter recebido dos pretendentes americanos. Eu a abracei forte logo que Edmundo a soltou.

— Onde estão mamãe e papai? – Ouvi Edmundo perguntar. Susana estremeceu no abraço. Algo estava errado. Meu coração doeu outra vez.

— O que aconteceu? – Desfiz o abraço com Susana ao falar. Foi quando percebi que ela estava ferida, com vários curativos.

Os dois se entreolharam. Os pares de olhos azuis se cruzaram numa decisão que tomariam visualmente. Não estava gostando daquilo. Nem um pouco.

— Falem logo! – Exigi, arregalando os olhos. Queria saber de uma vez, não importava o que fosse.

— O acidente, Lúcia... – Susana começou ao largar a pequena mala, que percebi estar lascada e amassada. – O vagão onde estávamos... se soltou do trem...

— Não – Edmundo protestou – Não, isso não aconteceu! Não!

— Edmundo, calma – Pedro pediu, aproximando-se dele.

— Eles... morreram, é isso? É isso que está tentando dizer? – Meu irmão falava como se tivesse sido profundamente ofendido. Ele franziu o cenho, os olhos castanhos se enchendo de lágrimas – Fala, Susana!

— É, é isso! – Susana estourou – Morreram quando o vagão se soltou e bateu desgovernado em uma rocha ao sair dos trilhos...

Minhas pernas bambearam e eu me deixei cair sentada no chão. Sequer senti o impacto.

O urro seguido de um choro amargo não demorou a sair de minha garganta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Admito, o capítulo é bem melancólico kkkk mas espero que tenham gostado da narrativa. Me contem o que acharam nos comentários! Se tiverem dicas para melhorar a escrita, ou se eu tiver cometido algum erro ortográfico, me deem aquele feedback para que eu possa melhorar!
Espero que tenham gostado! Beijos e fuii!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Última Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.