Uma canção de Sakura e Tomoyo: Vamo alla flamenco escrita por Braunjakga


Capítulo 10
Receios




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Capítulo 8

Receios

 

Tomoeda, Japão

24 de junho de 2007

 

I

 

Era noite. Assim que soube do retorno de Tomoyo, a família Kinomoto convidou a menina para um jantar num restaurante muito distinto de Tomoeda. Estavam Touya, Nakuru e Fujitaka com as amigas. O restaurante, por ser chique, estava calmo e silencioso. Uma música tradicional japonesa tocava no fundo com instrumentos tradicionais da terra do sol nascente.

— Senhor Fujitaka, muito obrigada pelo convite! Eu também tenho uma coisa para todos vocês. — Tomoyo sacou da bolsa uns papéis feitos de papel moeda com holograma muito brilhante. — Aqui está um convite para a nossa apresentação no Novo Teatro Nacional de Tóquio, se souberem de mais alguém que quer ir… 

— Hoe! É mezzanino! — disse Sakura, admirando-se com o ingresso. 

— Já estive lá umas vezes e é um lugar muito distinto mesmo! — explicou Fujitaka.

— Esse convite deve ser caro, né? — disse Nakuru.

— Que é isso! É cortesia! Já entreguei pra Chiharu, Naoko e Rika também! Elas disseram a mesma coisa!

— Papai, esse restaurante não é caro também não, hein? É muito chique! — perguntou Sakura, pasmada.

— Não se preocupa, Filha, que eu já vim aqui outras vezes! 

— Hoe!

— Além disso, seu irmão já vai se formar e vai me ajudar a pagar essas contas e mais outras.

— Isso é, se não acabarem com meu dinheiro antes… — disse o irmão de Sakura, olhando para Nakuru, pedindo uma iguaria exótica no valor de dez mil ienes. 

Tomoyo levava a boca um prato de Udon enquanto Sakura comia arroz com ovos. Nakuru se servia com um negócio esquisito parecido com cobra e os demais comiam coisas como lagostas e frutos do mar. Todos tomavam bebidas quentes quando o professor universitário falou com Tomoyo:

— É uma surpresa mesmo que você tenha aparecido por aqui! Eu já estava dando você como perdida! — Fujitaka sorriu, não acreditando nem mesmo no que dizia.

— E não é você, papai, que sempre diz que se a gente tiver que se encontrar com alguém de novo a gente vai se encontrar? O Yukito diz a mesma coisa! — disse Touya.

— Sempre tem alguma coisa dentro dos nossos sonhos que diz o contrário, né, meninas? — disse Nakuru, piscando os olhos.

— Estou vendo que o pessoal tem sonhado bastante por aqui, não é? — disse Tomoyo, sorrindo de olhos fechados. 

— E como… — disse Fujitaka, olhando preocupado e discretamente para Touya.

— É alguma coisa de grave, gente? — disse Tomoyo, percebendo a gravidade no olhar dos dois.

Sakura começava a ficar vermelha por causa da indiscrição dos dois. Tomoyo era muito perceptiva para qualquer coisa envolvendo Sakura.

— Nada de mais, nada de mais! Esses três vivem com a percepção aflorada e dá nisso! — disse Nakuru, tentando devolver a normalidade para o jantar.

— Bem, vamos voltar ao nosso jantar, né, pessoal? — Fujitaka sorria. — E então, Tomoyo, me diga mais sobre você, o que estava fazendo esse tempo todo… 

 

II

 

O quarto de Sakura continuava o mesmo desde a última vez que Tomoyo colocou os pés no local. A única diferença era o computador que a cardcaptor colocou na escrivaninha, maior que a anterior onde ela colocava o livro das cartas. 

— Tudo bem se eu passar a noite hoje aqui? — disse Tomoyo, tímida por usar o pijama de Sakura. Não havia tanta diferença na altura das duas.

— Deixa de besteira! Você pode passar todas as noites que precisar aqui! — disse Sakura, chamando Tomoyo para se deitar na cama. Assim que se cobriu, a garota de olhos púrpuras ficou mexendo no celular.

— Tá falando com seus amigos, é?

— Pra eles não ficarem preocupados… Eles não sabem que eu estou aqui… Vai que acontece alguma coisa e eles precisam me falar… 

— Entendi… 

Tomoyo colocou o celular em cima do criado mudo e ficou olhando para o céu pela janela, cheio de estrelas.

— Sakura, você sonhou alguma coisa quando eu estava fora daqui?

A cardcaptor olhou para o lado, mas logo percebeu que não poderia enganar Tomoyo por muito tempo.

— Faz cinco anos isso, não sei por que meu pai fica falando nisso… 

— Será que eles tiveram o mesmo sonho? Eu vi uma foto recente sua com a Hikaru e o Subaru do lado da foto da sua mãe… Você se encontrou com eles, não é? 

Sakura se calou, tentando buscar as palavras para se explicar.

— Faz cinco anos que sonho isso… A primeira vez que eu sonhei esse sonho, eu passei tão mal que vomitei… Daí, eu fui sonhando mais vezes e, me acostumei… O pior de tudo isso é que meu pai e meu irmão sonharam a mesma coisa um tempo depois… 

Tomoyo ajeitou o travesseiro na cama para ficar sentada, escutando Sakura.

— Eu me lembro do que o Kero dizia pra você, dizia que esses sonhos eram previsões de fatos futuros. Você tinha o mesmo tipo de sonho quando estava pegando as cartas. O quê você vê nos seus sonhos? — perguntou Tomoyo, preocupada. 

Sakura ficou em silêncio, mas depois respondeu:

— Um dragão de diamante aparece pra me atacar. Que nem aquele dragão vermelho que eu tive que enfrentar uns anos atrás quando mataram o pai da Naoko… 

— Um dragão de diamante? E o que acontece depois? Ele te ataca, você ataca ele… 

— Eu saco a carta espada e não consigo lutar com ele. Daí, eu acordo. Mas não é só isso… 

— Não é só isso?

— Das outras vezes, o dragão até tenta soltar uma bola de fogo branca contra mim, mas daí aparece um cara com a cara do Shoran usando uma armadura vermelha como sangue! Ele corta a bola de fogo em duas parte com uma espada enorme! Do tamanho da gente!

— Como é que é? — A quantidade de detalhes que Sakura falou deixou Tomoyo confusa e espantada.

— É isso que você ouviu! A mesma armadura que os caras dessa Ordem do sei lá o que usam! 

— Era igualzinha a que tava com o pai da Naoko e comigo?

— Não, tinha mais coisas nela, tinha capa, capacete…

— Será que era o Syaoran mesmo, Sakura? Você viu ele direito? Pode ser um engano…  

— Agora que você perguntou, aquele cara que aparece não é igualzinho, igualzinho ao Shoran não, só era parecido… Ele tinha uns olhos azuis bem diferentes mesmo… Ele não é tão moreno também… 

Sakura começava a chorar só de lembrar a ameaça. 

— Seu pai e seu irmão sonharam a mesma coisa também, não é?

— Sim, com os mesmos detalhes. Os mesmos sonhos… O Kero-chan tenta acalmar a gente, dizendo que vai proteger a gente, mas não dá! Não dá, Tomoyo!

— Calma, Sakura! Parece que é a mesma coisa, mas também não é! Em um sonho você é atacada e no outro é defendida! Isso está muito confuso! Como um dragão enorme desses aparece do nada? 

— Eu não sei, Tomoyo, mas não é difícil esse tipo de coisa acontecer na minha vida! 

— Pode ser que esse sonho nem se realize e… 

— Eu sei que esse sonho vai virar realidade um dia! Só não sei quando! Eu não sei o que fazer mais! Não sei nem se vou viver, nem sobreviver! O Subaru pediu pra ter calma, esperar e ligar pra eles quando algo acontecer, mas como eu vou fazer isso? Eu tô com medo, viu? Tô com muito medo! 

Tomoyo segurou Sakura em seus braços e apertou a cabeça dela contra seu peito. A cardcaptor agarrava os ombros dela, chorando.

— A gente não sabe como isso vai acontecer, Sakura, eu só peço que você não se esqueça do seu mantra invencível, está bem? Isso é uma coisa que só você pode enfrentar, a gente nem sempre vai estar com você… Mas saiba que, saiba que… Se você não esquecer disso, você sempre vai enfrentar o que tiver que enfrentar! De cabeça erguida! Você tem uma estrela muito forte dentro de você que ilumina tudo ao seu redor. Confia um pouco mais nela… 

Sakura abraçou Tomoyo com muita força e continuou a chorar nos ombros dela. A morena acariciou os cabelos dela, as costas dela, sentindo com mais intensidade ainda o cheiro do perfume dela. Fez de tudo para se segurar e não sonhar acordada.

— Senti tanto a sua falta…

— Eu estou aqui agora, Sakura… Eu estou aqui… 

 

 Continua… 


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