Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 21
Prisão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780523/chapter/21

Equipe caverna

James parecia admirado com o que via. A caverna era pequena quando você via de longe, mas bastou aproximar-se para perceber que estava muito enganado. A estrutura devia ter quilômetros de distância, sempre rodeada por cogumelos de duas cores diferentes.

A primeira coisa que chamou sua atenção foram os buracos feitos no gelo onde, muito provavelmente, Natsu tenha tirado os cogumelos para levar até o Mestre.

Adentrando mais ao fundo na caverna, James viu os vários caminhos que podia escolher para avançar. Decidindo na sorte, avançou no primeiro da direita, logo parando para recolher algo estranho, depois de colocar suas luvas.

O objeto parecia uma bolsinha marrom pequena, com o símbolo da Fairy Tail. O homem tentou se lembrar de onde já havia visto a bolsa. Vasculhou casa uma de suas memórias, até que parou em uma em específico: o interrogatório de Lucy.

Um pouco mais para frente, surpreendendo-o mais ainda, encontrou uma peruca preta, semelhante ao cabelo da mulher que Erza e Gray disseram ter visto, junto a um molho de chaves celestiais.

— Claramente, isso é dela…

Em alerta, guardou os objetos em saquinhos de plástico transparente e pegou a lácrima de comunicação.

— Boa noite, aqui é o James Délnamo. Encontrei uma pista crucial e solicito a prisão preventiva de Lucy Heartfilia até amanhã de tarde.

— Sim! Senhor! — respondeu uma voz do outro lado.

— Agora você não escapa, garota.

Saindo da caverna, James negou ter encontrado algo para não causar alarde. Viu quando todos suspiraram aliviados e quase sentiu-se triste. Nunca imaginou que a loira poderia matar o rosado, mas as evidências não o deixavam mentir.

Decidido a por um fim em todas as investigações, saiu de Magnólia e foi até a sede do Conselho. Não importava se era de noite, pois sabia que o local nunca fechava, justamente para evitar a perda de pistas

O objetivo era a sala de evidências. Quando um crime acontecia, era ali que todas as provas ficavam guardadas, devidamente identificadas e organizadas.

O local era espaçoso, cheio de armários e arquivos guardados em gavetas. As paredes em verde escuro e o chão de madeira, deixavam tudo com um ar um pouco sombrio. Indo até o armário de número quatro, James retirou uma caixa onde estavam tudo o que encontraram até o momento.

Puxando uma caneta do bolso, o homem escreveu onde e quando encontrou o bolso de chaves, as próprias chaves e a peruca. Com isso anotado, retirou uma pasta da caixa e pegou o depoimento da loira, riscando a parte que dizia que não havia visto o rosado antes dele desaparecer com a tal mulher misteriosa.

Ao lado, escreveu as evidências encontradas no local. Se duas pistas já faziam a loira ser suspeita, cinco automaticamente a faziam virar a acusada do crime.

Por mais que não se sentisse bem com a situação, cumpriria seu trabalho e prenderia a culpada, nem que tivesse que ir contra a Fairy Tail inteira.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

No dia seguinte.

Lucy acordou desanimada naquela manhã. Queria ter encontrado algo a mais no Templo, para que pudesse inocentar tanto ela, quanto Gray, mas não esperava que a situação fosse piorar. Perder suas fazia sentir-se mais ainda com as mãos atadas.

Durante a noite, Happy não desgrudou do cachecol de Natsu. Lucy sabia o quanto ele estava sofrendo, por isso apenas deixou o gatinho dormindo tranquilo, lembrando-se do amigo.

Diferente dos outros dias, sua vontade de sair de casa era zero naquele momento. Ela e Happy passaram a manhã e a tarde sentados, assistindo qualquer filme que encontravam. O dia só ficou um pouco diferente quando Erza e Gray chegaram e juntaram-se a eles.

— Algum progresso ontem? — perguntou a ruiva.

— Gajeel achou o cachecol do Natsu e minhas chaves sumiram — respondeu a loira.

— Suas chaves? O Gajeel podia muito bem ter achado na neve.

— Nós procuramos… Aquela mulher apareceu de novo para nos avisar, achamos que ela é quem pegou…

— Entendo… Vamos pegá-la da próxima vez e recuperaremos sua chave — disse determinada.

— Obrigada! E vocês, como foi?

— Não aconteceu nada. James entrou sozinho na caverna e voltou de mãos abanando.

— Voltamos à estaca zero…

— Lucy Heartfilia? — alguém chamou da porta

— Já estou indo — levantou-se apressada e curiosa. — Boa tarde, em que posso ajudá-la? — perguntou para a mulher morena a sua frente.

A mulher vestia um uniforme do Conselho e estava acompanhada por outras quatro pessoas, três homem e uma mulher.

— Estou aqui em nome de James Délnamo.

— Aconteceu algo?

— A senhorita está presa pela morte de Natsu Dragneel.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Prisão, um lugar que Lucy conhecia apenas por histórias e, naquele momento, encontrava-se dentro de uma. O caminho até ali foi tranquilo, já que não apresentou nenhuma resistência, pois sabia que se resistisse poderia ser muito pior.

A morena que foi buscá-la era uma pessoa muito legal, acreditava na inocência da loira, mas precisava cumprir as ordens, afinal, aquele era seu trabalho. Lucy descobriu que seu nome é Mendy e trabalhava para o Conselho há quase dez anos.

Mendy explicou o porquê de sua prisão. Por ser amiga da vítima, Lucy acabou entrando na lista de investigados automaticamente. Fora as pistas que a acusavam do crime, as quais foram mostradas para si antes se a levarem para a cela.

Lucy não fazia ideia de que seu bolso e chaves estavam na mesma caverna onde Natsu foi visto pela última vez, mas agora as peças se encaixaram: armaram para ela. Infelizmente, era sua palavra contra a do Conselho Mágico e acreditava que jamais aceitariam sua versão da história, por mais que insistisse.

A cela onde foi colocada ficava no subsolo da sede e, diferente do que imaginou, ela parecia bem normal. O conjunto de celas baseava-se em um corredor com dez salas de cada lado, todas vazias. Mendy disse que aquele local servia para prisioneiros que não utilizavam magia. Por mais que não considessem Lucy um ameaça por estar sem as chaves, confiscaram seu chicote e colocaram uma pulseira mágica em seu pulso, para bloquear sua magia.

Os dias passaram sem Lucy perceber, pois nunca a levaram para fora. Sentava-se na cama e ficava pensando nos acontecimentos, deixando a tristeza tomar conta de si. No geral, o tratamento não era tão ruim, claro que a comida não era das melhores, mas dava para aguentar. Porém, isso mudou rapidamente e de um dia para o outro.

Apesar de acusarem a loira, as investigações continuaram a todo vapor e foi aí que a situação piorou drasticamente. Em seu apartamento foi encontrado um frasco de poção de gelo, escondido dentro de duas meias. Após analisarem, descobriram que aquela foi a mesma poção usada no rosado.

O tratamento que recebia passou a ser o pior possível.

Raramente a deixavam sair para tomar banho, às vezes esqueciam de propósito de levar comida ou água, as pessoas falavam gritando e eram agressivas. Começaram a tratá-la como uma assassina. Até quem não acreditava nisso passou a aceitar os fatos.

Lucy suportou calada, falar não adiantaria, seu foco era apenas arrumar um jeito de fugir e parar com as recentes alucinações que vinha tendo.

Desde que foi presa, o fantasma em chamas de Natsu parecia rodear sua cela. Sempre a olhava sorridente, como se dissesse que tudo ficaria bem. O problema é que, quando alguém descia até lá, o fantasma sumia sem deixar rastros, fazendo-a duvidar de sua própria sanidade.

Durante uma das noites, ela acordou assustada. O calor insuportável fazia com que seu sono sumisse, mas bastou olhar para frente que logo entendeu o que acontecia. O fantasma estava diante da sua cama, que resumia-se a um colchonete no chão, olhando para a parede e sussurrando palavras desconexas.

A curiosidade foi maior do que o receio e ela começou a tentar conversar com seu visitante. No mesmo momento, uma dupla de guardas passou pelo local e viu ela conversando com o nada, eles não enxergavam o tal fantasma. Por conta disso, avisaram James que decidiu mandar um médico até o local.

O diagnóstico foi normal, não tinha nada de errado com a maga, mas não foi isso que o médico disse para o Conselho. O senhor baixinho e sem cabelo, sentia pena da loira e acreditava em sua inocência, por isso afirmou que a loira estava tendo alucinações e, se continuasse presa, ela morreria antes do dia de seu julgamento.

Infelizmente, sua tentativa falhou. O Conselho pouco se importava se ela morreria ou não, para eles, Lucy não passava de uma assassina que merecia o que estava passando. Para a loira, restava apenas esperar e torcer para que o real culpado fosse encontrado logo.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

O clima na guilda estava pesado. Ninguém conseguia acreditar nas últimas reviravoltas. Ver Lucy presa por um crime que não cometeu, só causou raiva em todos. Acreditavam firmemente na inocência da loira e estavam dispostos a descobrir quem era o responsável pelas pistas falsas.

Gray, Happy e Erza vasculharam o apartamento da loira depois que o Conselho o fez e encontraram fios negros dentro da gaveta da loira. Dificilmente acreditariam em si, mesmo assim, a ruiva pegou os fios com uma luva e colocou em um saquinho novo.

— Hoje faz exatos dois meses que a Lucy foi presa. Visitas são liberadas depois desse tempo… — a ruiva quebrou o silêncio.

— Você tem algum plano, Erza? — perguntou Happy, ansioso pelos próximos passos.

— Sim. Nós vamos ajudar a Lucy a fugir!

— Normalmente, eu falaria que isso é loucura e que vamos ser presos como cúmplices, mas não me importo — disse Gray, pegando uma folha de caderno. — Quais os passos?

— Eu vou visitar a Lucy. Como o Conselho é muito seguro, com toda certeza pedirão para que eu tire minha armadura. Nessa hora, eu irei pegar alguma chave dela para que ela possa fugir.

— É um bom plano. Quando ela sair, temos que ter um lugar para ela ficar… Conheço uma casa em uma cidade distante, ela é muito alugada por magos que vão em missão. Dificilmente as notícias chegam lá, ninguém vai nos dedura. Ou assim espero — sugeriu o moreno.

— Alugue a casa, vou conversar com o Mestre sobre o plano. Happy, vá com Gray até a casa e ajude-o a colocar cortinas nas janelas para evitar problemas.

— Aye! Ah! Eu tenho algo para dizer que pode ajudar.

— O quê?

— Lucy consegue invocar os espíritos sem usar a chave, ela também pode atrair as chaves para si se elas estiverem longe.

— COMO É QUE É? — Gray arregalou os olhos.

— Lucy aprendeu por acaso em uma missão que fez comigo e Natsu. Com tudo o que vem acontecendo, esquecemos de contar…

— Isso é ótimo, vai ajudar na fuga!

— Então, eu só preciso pegar algo na sala de confiscados e levar para ela, não uma chave em si

— Tipo?

— Qualquer coisa que corte aquelas pulseiras que o Conselho usa.

— Quando pretende ir?

— O mais rápido possível. Temos que tirar a Lucy de lá, não sabemos como ela está sendo tratada.

— Considerando a última pista, acho que não muito bem…

— Mais um motivo para irmos rápido. Agora, parem de corpo mole, vamos tirar nossa amiga daquela prisão!

— SIM!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que deu ruim para a Lucy. O que vai acontecer agora? Veremos depois.

Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Espectro Flamejante" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.