1ª Música: # Stammi Vicino [Aria] ~ Apresentação especial de Michelle Crispino (Vocalista), Yuri Plisetsky (Violino) e Georgi Popovich (Violoncelo).

…

Aconteceu em um dia como qualquer outro. Lá estava eu, o grande gênio do piano Viktor Nikiforov, deitado no meu sofá, bebendo mais um copo de vodka e me sentindo completamente entediado e sem inspiração para tocar. Sua última composição, Stammi Vicino, foi criada a partir dos meus sentimentos de solidão. De desejar alguém especial ao meu lado. 

Mexendo no meu celular, vejo que um dos trending topics do Twitter tem o mesmo nome que minha música e quando aperto, vejo mensagens de pessoas falando sobre um patinador de gelo e um vídeo onde um rapaz está patinando ao som de minha música. Um rapaz que está usando minha música sem minha autorização. Eu fico furioso e decido que isso não pode ficar assim. Ele anota em um papel o nome do tal patinador e liga para sua advogada.

“Lena? Eu gostaria que abra um processo contra um tal de... Yuri Katsuki?” Eu digo, não conseguindo falar o sobrenome dele direito.

“Você quer dizer Yuuri Katsuki? Viktor, você tem certeza que quer fazer isso?” Minha advogada pergunta, me fazendo franzir a testa.

“Faça.” Eu digo, logo terminando a ligação.

…

[Video: Exibição de Yuri Katsuki - Sochi Grand Prix Final - Stammi Vicino]

…

Me surpreendo quando dois dias depois, recebo a ligação de Lena. 

“Viktor. O julgamento pelo seu processo contra Yuri Katsuki está marcado para amanhã.” Ela diz, me assustando.

“Isso foi rápido.” Digo, abrindo um sorriso. 

“Eu acredito que é por causa de Katsuki. Afinal ele só está aqui na Rússia para competir.” Lena diz, e eu escuto ela mexendo em uns papéis. “Você sabe quem ele é, Viktor?”

“Só sei que ele usou minha música sem meu consentimento. Eu não me importo com o resto.” Eu digo, decidido a ignorar todo o resto.

“Muito bem. Até amanhã, Viktor.” Ela diz e eu me despeço, desligando o telefone.

Amanhã eu vou olhar para o rosto desse tal de Katsuki e rir da cara dele quando eu ganhar. 

…

Estou sentado na mesa, ao lado de minha advogada quando me surpreendo ao ver Yakov entrar na sala, suado e com o rosto vermelho.

“Yakov! Você está aqui para me ver ganhar desse tal de Katsuki?” Digo, bastante animado.

“Vitya.” Ele diz, ficando ainda mais vermelho. “Você está maluco?”

“O que?” Pergunto, surpreso com ele.

“Ou será que essa sua cabecinha já se esqueceu?” Eu o olho, completamente confuso. “Pelo visto você se esqueceu sim.”

“Do que eu me esqueci?” Eu pergunto, franzindo a testa para ele.

Mas Yakov não responde. 

A porta se abre e vejo tres pessoas entrando na sala. Uma mulher e um rapaz de aparência asiáticas, e um homem de cabelos loiros que está usando terno e gravata.

“Katsuki.” Yakov diz, e eu vejo o rapaz asiático, que estava de cabeça baixa, o olhar e abrir um sorriso triste.

“Senhor Feltsman.” Ele diz, se curvando de leve. 

Eu fico surpreso, porque não esperava que ele fosse… Fofo? 

Ele então me olha com seus olhos castanhos e engulo a seco quando ele vira o rosto. 

“Sentem-se por favor.” O juiz diz, seriamente. “Vou dar início ao julgamento fechado. Acusador: Viktor Dmitrievich Nikiforov. Acusado: Yuuri Katsuki. Senhorita Helena?”

“Meu cliente acusa o Senhor Katsuki de usar uma de suas composições sem sua autorização.” Minha advogada diz.

Ao meu lado, Yakov leva a mão no rosto e fica balançando a cabeça. Noto que Katsuki franze a testa.”

“Vossa Excelência, acredito que haja algum mal-entendido, pois meu cliente recebeu sim autorização da Feltsman Music e de Senhor Nikiforov para usar a música.” O homem de cabelos loiros, que ao que parece é um advogado, retira de sua bolsa uma pasta, onde nele há um papel com a marca da gravadora de Yakov….

Sinto meu sangue congelar ao perceber que de fato no documento, há a minha assinatura e a de Yakov.

“Victor?” Lena pergunta, ao meu lado.

“De fato, aqui está comprovado que houve sim uma autorização e assinado por Nikiforov. Então… gostaria de que o Senhor Nikiforov me explicasse o que está havendo aqui.” O juiz diz, e eu me sinto sufocado.

“Está tudo bem.” Eu escuto uma voz delicada e olho com surpresa para Katsuki, que está de rosto abaixado. “Como meu advogado disse, foi só um mal-entendido.”

“Deseja abrir um processo contra Nikiforov?” O Juiz pergunta para ele, que nega com a cabeça.

“Yuuri…” A moça do outro lado do rapaz começa a dizer, mas este a olha.

“Minako-sensei.” Katsuki diz, e os dois conversam em uma língua estranha. 

“Acredito que não, Vossa Excelência. Meu cliente só quer voltar para o hotel que ele está hospedado e se preparar para voltar para a América.” O advogado dele diz e eu começo a me sentir mal por ele, afinal estamos em São Petersburgo, Na Rússia.

“Muito bem. Eu encerro o julgamento aqui.” O juiz diz, batendo seu martelo. “Senhor Katsuki?”

“Sim?” O rapaz pergunta, olhando para o juiz com surpresa.

“Parabéns pelo título de Pentacampeão da Final do Grand Prix. Se não tiver problema, poderia me dar seu autógrafo? Eu e minha família somos grandes fãs.” Eu olho para o juiz com os olhos arregalados, não esperando por isso.

“Ah, muito obrigado.” Katsuki diz, com o rosto corado. “Aqui está.”

Ele me olha mais uma vez. antes de ser arrastado para fora da sala pela mulher que o acompanha. Yakov sai e do lado de fora, me dá um tapa na nuca. Forte.

Ouch. 

Bem… Essa eu mereci.

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2ª Música: # History Maker ~ Apresentação especial do vocalista Jean-Jacques Leroy e sua banda.

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3ª Música: # Carabosse  ~ Apresentação especial de Yuri Plisetsky (Violino) e Georgi Popovich (Violoncelo).

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Yuuri Katsuki.

Nunca alguém foi capaz de me intrigar tanto.

Mas também, eu nunca ia imaginar que aquele rapaz fofo e tímido se torna um monstro no gelo. 

Yuuri Katsuki. 5 vezes campeão da Final do Grand Prix e 4 vezes campeão mundial, além de diversos outros títulos e recordes. Abençoado seja esse tal de HamsterLord por ter colocado no Youtube diversos vídeos das apresentações dele, porque… Yuuri Katsuki é de tirar o fôlego. Eu posso sentir a harmonia dele com a música, a história que ele retrata em cada programa. Sinto meu corpo se arrepiar quando percebo que ele está patinando Stammi Vicino. 

Afinal ele entendeu o que eu estava sentindo quando eu criei Stammi Vicino.

Yuuri Katsuki.

Imediatamente peguei papel e uma caneta, começando a compor uma nova música. 

Uma nova música para ele, inspirada por ele. 

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Estou nos Estados Unidos, terminando de gravar minha nova música com o vocalista Jean-Jacques Leroy. Ele me parece ser um cara legal, exceto quando ele me diz que só conhece minhas composições por causa de Yuuri Katsuki.

"Eu e Yuuri somos amigos e algumas vezes ele já patinou usando minhas músicas." Ele diz, me fazendo congelar. "Ele é um cara super maneiro, que com a ajuda do melhor amigo dele, ajuda a divulgar músicas de bandas indies. Acredito que logo você irá receber os resultados após ele usar a sua música em um evento internacional."

"Oh." Eu apenas digo, não sabendo o que dizer mais sobre isso.

"Eu ouvi que alguém tentou prejudicar ele recentemente, mas que tudo deu certo no final. Yuuri não merece passar por esse tipo de coisa." Leroy diz, e eu começo a me sentir mal porque ele me olha friamente, o que me faz imaginar que ele sabe o que aconteceu.

Eu engulo em seco e me vejo desejando pelo resto do dia que eu possa ter a oportunidade de pedir desculpas a ele.

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Não faz nem uma semana que o vídeo de History Maker foi publicado no Youtube, e já alcançou mais de 8 mil visualizações, com quase 6 mil curtidas. Isso é totalmente excitante, se não fosse por um único detalhe. Muitos comentários dizem que eles estão ali por causa de Yuuri Katsuki. Eu não esperava que ele comentasse sobre History Maker em seu Twitter, depois do que eu fiz com ele. Mas eu acabo me sentindo mal quando Yakov me liga para informar que as vendas de meus álbuns pela internet aumentaram muito. Afinal, isso só está acontecendo por causa de Katsuki.

Heh, que bela vingança ele está fazendo.

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4ª Música: # Le Parfum de Fleurs ~ Apresentação especial de Yuri Plisetsky (Violino) e Georgi Popovich (Violoncelo).

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5ª Música: # The Inferno ~ Apresentação especial da Banda Orquestral da Primeira Escola Municial de São Petersburgo.

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6ª Música: # Tales of the Sleeping Prince ~ Apresentação especial de Mila Babicheva(Vocal), Yuri Plisetsky (Violino), Coral e Banda Orquestral da Primeira Escola Municipal de São Petersburgo, Banda de Leroy.

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Quando Yakov me liga dizendo que Katsuki deseja novamente usar uma composição minha, eu me surpreendo. 

"Que música ele quer?" Pergunto, escutando Yakov digitando em seu computador. "History Maker?"

"Ele quer Tales of the Sleeping Prince." Yakov diz, me fazendo arregalar os olhos porque essa música é a minha primeira composição que foi gravada e lançada em meu nome. 

"Como...?" Começo a perguntar, não entendendo como ele conhecia essa música. 

"Katsuki me disse que é seu fã e que Tales of the Sleeping Prince foi a primeira música sua que ele escutou." Yakov diz, me deixando chocado. 

Ele é meu fã? Ele AINDA é meu fã? Mesmo depois do que eu fiz?

"Yakov, de a Yuuri Katsuki permissão para patinar usando qualquer composição minha." Digo, respirando fundo.

"Você tem certeza, Vitya?" Ele pergunta, me parecendo surpreso com minha decisão.

"Sim." Digo, olhando para meu laptop, que continua a exibir os vídeos de Katsuki. "Que ele considere isso meu pedido de desculpas pelo que aconteceu."

"Muito bem. Irei entrar em contato com ele imediatamente." Yakov diz, desligando logo depois.

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Estou em Moscou no fim de Novembro, como convidado para tocar em uma escola de música. Quando eu chego no hotel que eu deveria estar hospedado, me assusto com a grande quantidade de repórteres, fotógrafos e outras pessoas pelo saguão. Me desvencilhando dessas pessoas com um pouco de dificuldade, sigo para a recepção.

"Boa noite." Digo, sorrindo para a moça que me atende. "Eu tenho um quarto reservado sob o nome Nikiforov."

"Um momento por favor." Ela diz, checando o computador dela pela minha reserva.

"O que está acontecendo?" Pergunto, me virando para olhar toda aquela multidão.

"Estamos no meio da Copa Rostelecom, e os patinadores de gelo estão hospedados neste hotel." A moça diz, com um sorriso no rosto. "Achei a sua reserva, senhor Nikiforov. Assine este documento aqui e use este cartão para abrir a porta de seu quarto."

"Muito obrigado." Digo, assinando e pegando o cartão.

Eu entro no elevador e aperto meu andar, aliviado por ninguém mais ter entrado. Eu cruzo os braços e me encosto na parede, cantarolando History Maker para passar o tempo. Quando escuto o barulho do elevador, eu pego minha mala e  me aproximo da porta, que se abre e me faz bater acidentalmente em alguém que estava para entrar.

"Me desculpe." Eu digo e escuto ao mesmo tempo, me surpreendo ao reconhecer aquela voz.

Yuuri Katsuki.

Eu o vejo arregalar os olhos para mim, obviamente não esperando me encontrar ali. Ele abaixa o rosto e eu instintivamente o pego pela mão, o fazendo congelar.

"Yuuri Katsuki." Digo, o fazendo me olhar com surpresa. "Me perdoe pelo que eu fiz."

"Por que você fez aquilo?" Ele pergunta, e eu respiro fundo antes de responder.

"Isso o que eu vou te dizer não justifica o que eu fiz, mas o que eu quero mesmo é que apenas entenda uma coisa. Eu não me lembrava de ter assinado aquele documento." Digo, o vendo abrir a boca para começar a falar. "Por favor, me escute primeiro."

Ele fecha a boca e afirma com a cabeça, me olhando atentamente.

"Eu estava passando por um período muito difícil. Eu não conseguia criar mais nenhuma música, depois de Stammi Vicino. Eu passava dias e mais dias em casa, entediado, desanimado e sem inspiração. Quando eu assinei aquele documento, eu não prestei a atenção no que ele tratava nem me importava com isso, o que eu me arrependo até hoje por que eu sei que tudo seria diferente se eu tivesse lido com atenção." Eu digo, me sentindo a pessoa mais idiota do mundo. "Mas então, eu acabei criando History Makers."

"Dancing on blades, you set my heart on fire..." Ele canta, e eu acabo sentindo meu rosto ficar quente, não esperando aquilo dele. "Você estava falando de mim, não é?"

"Sim." Afirmo, embaraçado.

"Você está aqui para assistir o campeonato?" Ele pergunta, me pegando de surpresa.

"Não. Eu estou aqui porque uma escola me convidou para tocar." Digo, o fazendo inclinar o rosto e sorrir.

"Oh? Parece ser divertido. " Ele comenta, e eu me vejo sorrindo também.

"Você poderia ir comigo. Pode me ver tocando ao vivo." Digo, e o vejo ficar corado.

"Ai meu deus, você sabe que eu sou um grande fã!" Ele diz, levando as duas mãos para o rosto, e com isso fazendo a minha mão que ainda o segura vá também.

Isso nos faz dar risadas, e eu me vejo ficando cada vez mais encantado com esse rapaz.

"Quando é?" Ele pergunta, e eu juro que isso faz com que eu sinta meu coração bater mais forte. "Talvez eu possa ir sim."

"Esse sábado, as 9 da manhã." Eu respondo, o vendo se animar.

"Hmm. Meu voo só é de tarde, então eu ia passar a manhã descansando. Mas irá valer a pena trocar isso por uma chance de assistir Victor Nikiforov ao vivo." Ele diz, abrindo um sorriso tímido.

"Tem certeza?" Pergunto, me sentindo bastante excitado ao saber que ele estará me acompanhando.

"Sim." Ele diz, dando risada também.

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7ª Música: # Shaw we Skate [Tema do filme The King and The Skater] ~ Apresentação especial de Yuri Plisetsky (Violino), do vocalista Jean-Jacques Leroy e sua banda.

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8ª Música: # Terra Incognita [Tema do filme The King and The Skater II]  ~ Apresentação especial de Leo de la Iglesia (Acordeão), Coral e Banda Orquestal da Primeira Escola Municipal de São Petersburgo.

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9ª e 10ª Músicas: # In Regards of Love: Eros e In Regards of Love: Ágape ~ Apresentação especial de Leo de la Iglesia (Acordeão), Yuri Plisetsky (Violino), Emil Nekola (Castanholas), Jean-Jacques Leroy (Baterias) e Isabella Yang (Vocal)

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Eu nunca pensei que iria sentir tanto prazer em tocar músicas, como estou sentindo agora. Tudo porque ele está ao meu lado, escutando a minha música de olhos fechados e com um leve sorriso no rosto. Mas nada havia me preparado quando comecei a tocar History Maker e ele começa a cantar. Eu decido cantar algumas partes junto com ele, que me olha com surpresa mas não perde o ritmo. Logo, eu me vejo me divertindo bastante, algo que nunca pude sentir enquanto eu era compositor.

Imagino a reação de Yakov quando ele assistir os vídeos que certamente os alunos gravaram e publicaram no Youtube e nas redes sociais.

O tempo ao lado de Katsuki passou tão rápido que logo eu termino minha apresentação. Após autógrafos, fotos com os alunos e receber o dinheiro do diretor da escola. Eu e ele nos vemos do lado de fora, agasalhados contra o frio. Eu e ele nos olhamos e eu me sinto triste por ter que me separar dele. Fico sem saber o que falar para ele, até que pego uma parte do dinheiro que recebi e estendo para ele, já que ele me ajudou com os vocais.

"Aqui." Digo, o fazendo inclinar o rosto para mim. "Por ter me ajudado."

"Eu fiz porque eu queria, não por dinheiro." Ele diz, me surpreendendo. "Mas se não quiser ficar com o dinheiro, então poderia comprar almoço para nós."

Almoço?

"Claro!" Exclamo, não acreditando na minha sorte.

Eu o levo para um bar, onde serve comidas deliciosas e possui uma pista de dança. Eu e ele comemos bem, e quando eu pensei que nada mais poderia me surpreender hoje, ele se levanta e oferece a mão direita para mim.

"Vamos dançar!" Ele diz, sorrindo e eu me vejo dançando junto com ele. 

Logo, ele está dominando a pista, mostrando suas habilidades com diversos estilos de dança diferentes. Quando eu e ele dançamos tango, eu me sinto completamente atraído por ele e pude perceber pelo olhar dele que ele sente o mesmo. Nós somos aplaudidos, e eu fico aliviado por ninguém ali estar nos julgando.

"Uma pena que não há uma pole aqui." Yuuri comenta, suado e com um sorriso animado no rosto. 

Ele me olha, lambe os lábios e dá uma piscadela para mim, e eu fico congelado tentando entender que Yuuri Katsuki sabe Pole Dancing.

Meu deus, ele é puro Eros!

"Me dá um segundo. Eu preciso ir no banheiro." Digo, me afastando dele e indo ao banheiro onde, sentado em uma privada, faço o primeiro rascunho para uma nova composição inspirada em Tango, intitulada Eros.

Não me julguem, por favor. Essa parte me deixa muito sensível e qualquer detalhe que aconteceu entre a criação da composição é algo bastante pessoal para mim.

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"Você podia ir para Barcelona mês que vem." Yuuri diz, me fazendo olhar para ele com surpresa.

Nós estamos dentro do táxi, indo de volta para o nosso hotel, onde Yuuri logo deve pegar suas malas e ir para o aeroporto.

"Como assim?" Pergunto, não entendendo o que ele queria dizer.

"Final do Grand Prix." Ele diz, com o rosto corado. "Você poderia ir me ver. E nós podemos andar juntos pela cidade."

"Ah... Eu preciso ver se vai dar para ir." Digo, logo me arrependendo ao perceber que ele fica desanimado com isso.

"Eu entendo. Eu tenho ingressos para dar, e como minha família está no Japão, eu só tenho Minako-sensei para me dar suporte."

"Espera!" Eu digo, o tocando no braço. "Eu quero ir."

"Sério?" Ele pergunta, surpreso por eu ter mudado de decisão tão facilmente.

"Sim." E eu sinto meu coração bater forte ao ver ele abrir um largo sorriso para mim.

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Para trabalhar em cima de Eros, eu volto para a América, onde Jean-Jacques Leroy me apresenta um tocador de acordeão chamado Leo de la Iglesia, que estudou a composição e me deu dicas de como trabalhar usando tango, um estilo de música totalmente diferente do que ele costuma criar.

"Você quer nomear essa música Eros?" Leroy pergunta, franzindo a testa ao meu lado. "Eu acho muito fraco."

"Eros? Não é um nome grego para um dos tipos de amor?" Leo pergunta, me fazendo arregalar os olhos.

"Isso é verdade." Digo, e eu me vejo pensando em Yuuri ao mesmo tempo que observo a composição na minha frente.

"Wikipédia diz que existe mais nomes, como Ludus, Storge e Ágape, por exemplo." Leroy diz, observando o celular dele.

"Ágape?" Pergunto, o olhando com surpresa.  

"Amor incondicional, puro." Ele diz, e eu volto a olhar para a composição.

"Ágape..." E subitamente me veio na cabeça uma nova alternativa para a composição.

Pegando papel e caneta, eu começo a reescrever Eros, usando um estilo diferente. Um estilo mais calmo, mais puro e o nomeando Ágape.

"Puta merda." Leroy xinga, surpreso por ter me visto compondo tão rapidamente.

"Está incompleto. Eu não sei como prosseguir daqui." Digo, vendo as duas composições.

"Vamos falar com aquele violinista russo que você gosta. O tal de Plisetsky." Leroy diz, afirmando com a cabeça.

"Eu tenho um amigo que sabe tocar castanholas." Leo comenta, animado.

Graças a ajuda deles, eu consegui completar Eros com sucesso. Mas tanto eu quanto Yuri concordamos que está faltando algo em Ágape.

"Já pensou em colocar uma mulher soprana, velho caduco." Yuri diz, do outro lado do Skype. 

Obviamente, eu ignoro a boca suja dele, me concentrando no que realmente importa.

"Mas que língua é capaz de fazer jus a essa música?" Pergunto, franzindo a testa ao pensar nas possibilidades.

"Talvez latim?" Uma voz feminina diz, nos surpreendendo.

Eu vejo que na porta há uma moça muito bonita de cabelos negros curtos.

"E verdade!" Leroy diz, dando tapa na própria testa. "A voz de Isabella é perfeita e ela sabe Latin!"

E para a minha surpresa, eu termino naquele mesmo dia não só uma como duas novas composições. Quando dou a notícia para Yakov, ele literalmente chora do outro lado da linha.

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11ª Música: # Intoxicated ~ Apresentação especial do Rapper e DJ Otabek Altin

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12ª Música: # Still Alive ~ Apresentação especial do Rapper e DJ Otabek Altin e do vocalista Jean-Jacques Leroy e sua banda.

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13ª Música: Partizan Hope ~ Apresentação especial da Banda Orquestral da Primeira Escola Municipal de São Petersburgo.

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14ª Música: # Stammi Vicino [Duetto] ~ Apresentação especial de Michelle Crispino, Sara Crispino (Vocalistas), Yuri Plisetsky (Violino) e Georgi Popovich (Violoncelo).

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Em Barcelona, eu e Yuuri conversam bastante. Inclusive sobre o nosso amor por cachorros, por música e por viagens. Yuuri conta para mim sua jornada como patinador até chegar ao nível que ele é hoje, e o eu me vejo encantado com o que escuto. Yuuri Katsuki é um exemplo de talento, de força de vontade e principalmente, de determinação. Quantas e quantas vezes ele deve ter pensado em desistir de patinar no gelo?

Naquela noite, eu decido dar a Yuuri algo muito importante meu. Meu amor. Começou com um simples beijo, que o pega de surpresa e faz ficar com o rosto muito vermelho ao perceber o que realmente aconteceu. Mas então, ele me abraça e com uma força surpreendente, ele me ergue do chão, rindo do meu pânico. Ele me coloca no chão e toca no meu rosto com as duas mãos, sorrindo e me beijando novamente. Dessa vez, sendo um beijo de verdade. Longo e molhado. Delicioso.

E terminou no quarto de hotel dele, com ele dentro de mim, mas quem sou eu para reclamar de algo que eu queria a um bom tempo? 

Eu o vejo patinando no gelo e choro quando ele patina History Maker. No meu colo, meu caderno com uma nova composição, ainda sem título, está quase pronta. Quando Yuuri escuta a música completa, não só sugere o nome como Yuri on Ice, como também exige que use ela e Eros como seus programas principais da última temporada dele, cujo tema é 'Amor'. Yuuri também comenta sobre Stammi Vicino, e eu me vejo surpreso com o que ele diz. 

"Seria bem legal se o personagem de Stammi Vicino não ficasse mais sozinho."

E assim eu criei a versão Duetto da música, tirando as partes mais tristes e colocando um vocal feminino para ser a acompanhante do protagonista desta história, que não está mais sozinho.

Eu também criei uma outra música, mas como achei que ela era melosa demais e que Yuuri não iria gostar, eu a joguei no lixo. 

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15ª Música: # Yuri on Ice ~ Apresentação especial de Jean-Jaques Leroy (Bateria), Yuri Plisetsky (Violino) e Yuuri Katsuki (Patinação - NWR no GPF 2015)

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As luzes do auditório se apagam e no telão, surge uma arena de gelo onde no centro, está um homem de aparência asiáticas, usando roupas escuras e brilhantes, e de ficando de olhos fechados. Fãs de Yuuri certamente irão reconhecer o vídeo como da Final do Grand Prix que aconteceu poucos dias atrás.

"Senhoras e Senhores, Yuuri Katsuki do japão irá patinar ao som de Yuri on Ice." 

Naquele momento, uma luz amarelada se foca em mim, que começo a tocar no exato momento que o Yuuri da tela começa a se apresentar. Yurio e JJ se juntam a mim para completar a música e quando eu termino, estou chorando de emoção ao ver que meu amado bateu o próprio recorde mundial usando uma composição minha. 

Eu me levanto do meu piano e me curvo para frente, sendo aplaudido pelo público. Me virando para sair do palco, estranho o fato de que ninguém mais se mexia do lugar, mesmo que o concerto tenha acabado. O que eu não esperava era ver Ketty Abelashivi, amiga e uma das compositoras de Yuuri, passar por mim e se sentar no meu piano. 

O que está havendo ali?

...

16ª Música [Extra]: Serenade for Two ~ Apresentação especial da Banda Orquestral da Primeira Escola Municipal de São Petersburgo, Ketty Abelashivi (Piano) e Yuuri Katsuki (Vocal).

Eu fico de boca aberta ao escutar a composição que joguei fora sendo tocada por eles e... cantada por Yuuri? Ai meu deus, eu não acredito nisso!! Principalmente quando ele termina de cantar e se ajoelha na minha frente e PUTA MERDA...

"Victor Nikiforov, eu poderia dizer muitas e muitas coisas aqui e agora, mas acredito que essa música deve ser o suficiente. Desculpa por ter pego ela sem sua autorização, mas quando vi os papéis no lixo, não acreditei que você tenha feito isso com uma música tão bonita. Então, você quer casar..." Eu não deixo ele nem terminar de falar e já me jogo nele, o abraçando e gritando o tempo todo a única resposta que eu poderia dar naquele momento.

"Sim!"

~ Fim ~