Luz dos Olhos escrita por Archer


Capítulo 1
Prólogo




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Qual o mais importante, uma amor verdadeiro ou uma amizade sincera?


Tudo depende do ponto de vista, afinal, no amor deve haver amizade; e a amizade não é composta por amor?

Às vezes é bom acreditar que realmente existe destino, alguns casos nos dizem por que.

Hermione Granger, apesar de tudo se tornou uma mulher importante, no auge da juventude, com apenas 26 anos já havia construído uma sólida carreira de sucesso como médica, havia posto seu nome no rol dos mais bem conceituados médicos de Londres, assim como seu pai fez em Chelsea.

De personalidade sensível desde a infância, sempre mostrou amor e talento para as artes, tinha pinturas como hobbie e ainda alimentou este sonho de carreira por longos anos.

Sempre fora uma criança insegura, especialmente por ter sido uma criança solitária, mas tornou-se uma mulher independente e culta, seus assuntos favoritos incluíam história, psicologia e mitologia além das artes é claro.

Sempre fora muito inteligente e dominava os cinco idiomas mais requisitados do mundo com êxito nos sotaques, falava português, inglês, espanhol, alemão e francês.

Possuíam muitos talentos e tinha em si resumido o que qualquer homem buscava, qualquer um teria orgulho de apresentá-la para os pais e exibir aos amigos, exceto por um detalhe: ela acreditava decididamente que não possuía qualquer atributo físico especial ou beleza.

Apesar de todo o luxo que lhe rodeava, Hermione teve uma infância muito difícil, a começar pela sua aparência, acima do seu peso normal, ela tentava esconder seus quilos a mais em roupas muito largas que acabavam dando a ela uma aparência de ser mais gorda do que ela realmente era.

Também tinha um problema de visão, nada muito sério, mas precisava de óculos, porém como Hermione não tinha muita aptidão a escolher peças de vestuário e acessórios, e muito menos tinha alguém que a orientasse, acabava por escolher modelos feios e fora de moda, o que lhe acrescentava mais pontos negativos em sua aparência que sempre fora muito mal julgada por aqueles que não a conheciam.

Essas coisas lhe rendiam apelidos indesejáveis que ajudavam ainda mais a diminuir sua autoconfiança que já era baixíssima.

Ela não ia a festas, nunca era convidada para as reuniões ou até mesmo pra sair, também não se arriscava a convidar garoto nenhum, por ser muito tímida, timidez esta que nunca fora combatida pelos pais, muitas vezes alimentada por comentários hostis.

O destino conspirou muito contra ela na sua infância e adolescência, demorou um pouco mais que o normal para que seu corpo começasse a se modificar, porém aos poucos, com a chegada da maturidade, os hormônios crescendo, sua aparência foi se modificando naturalmente, de maneira que ela veio a se tornar uma bela mulher escondida nos traços e hábitos apagados do passado.

Seu problema de visão fora concertado, com uma cirurgia simples, ela ainda precisava de óculos, porém os graus eram muito mais baixos.

Ela poderia optar por uma lente de contato, mas continuava a usar os horríveis óculos de sempre por pura comodidade.

Seu rosto era pálido do pouco sol que recebia e tinha uma grande expressão de tristeza e nostalgia, escondendo a sua beleza natural de menina.

O corpo havia emagrecido e tornado-se muito belo e bem feito, Hermione nunca fora adepta de esportes, mas começou a tomar precauções básicas para a saúde e procurava fazer exercícios físicos com freqüência, e isto a havia ajudado, mas mesmo belo seu corpo ainda estava escondido atrás das mesmas enormes roupas de sempre.

Sua estatura era boa, uns 1.70m ou até mais talvez, cabelos pretos espessos, cacheados, e longos e maltratados por falta de tempo e vontade, possuía olhos castanho cor de mel, profundos, lindos, talvez até magnéticos que ficavam escondidos atrás dos seus terríveis óculos, os quais ela nunca se preocupou em trocar.

Hermione preocupava-se demais com seu futuro, e esquecia-se do presente.

Um presente que ela construiu com muito esforço e luta e não sabia desfrutar, não se preocupava por estar desperdiçando sua juventude sem vivê-la, mas isto mudaria muito em breve, por que o destino resolveu recompensa-la por toda dor que ela sofrera...

—Bom dia Lynn, como está?

— Bom dia minha querida, estou muito bem obrigada, e você?

—Perfeitamente bem.

— Aproveitou sua folga?

— Ah sim, foi muito proveitoso, pude pôr a maioria dos documentos atrasados em ordem, nossa é muita coisa, a gente vai deixando até que um dia os papéis tomam conta da nossa casa. A senhora sabe como é não é?

Lynn deu sorriso forçado, aquelas desculpas de trabalhos atrasados já não estavam mais convencendo.

— Sim eu sei, mas e no feriado, você tem planos?

— Ah, optei por trabalhar no feriado, se não for realmente necessário eu irei pôr o resto daqueles documentos em ordem.

— Achei que iria ver seus pais.

— Ah não, realmente não desta vez, meus pais vão fazer aquela velha reunião de família onde ele bebe além da conta e faz aqueles discursos memoráveis, sobre o orgulho que ele tem de eu ter seguido seus passos. Não vou mesmo.

— Mas Hermione, você precisa ver seus pais de vez em quando, eles sentem sua falta.

— Hã, eu acho nem tanto, nos falamos sempre. Hum, Lynn, o Doutor Digg já está ai, eu preciso falar com ele...

— Hermione, eu estou preocupada com você querida, está trabalhando demais, isso não é normal para jovens da sua idade.

— Ora Lynn que bobagem, não precisa se preocupar comigo, eu estou muito bem. Adoro trabalhar.

— Eu sei disso filha, mas trabalhar tanto quanto você faz, eu não vejo nenhum médico aqui ser tão dedicado quanto você. Trabalho aqui há três anos e nunca vi você tirando férias. Você sabe que lhe tenho muito carinho, você me deu a mão quando os outros me viraram as costas, quero que fique bem.

— Lynn eu agradeço imensamente todo o carinho e preocupação que a senhora tem por mim, mas eu realmente estou bem.

— Posso lhe fazer uma pergunta?

— E o Viktor?

Hermione não esperava que esta fosse à pergunta e demorou um pouco pra responder, como se buscasse as palavras certas.

— O que tem o Viktor?

— Ele gosta muito de você.

— Eu também. Ele é um bom amigo.

— Minha filha, ele quer mais que ser seu amigo.

— Lynn eu gosto muito do Viktor também, mas nunca daria certo.

— Por que não? Vocês são jovens podem muito bem sair juntos, passear, se divertir.

— Não posso dar falsas esperanças a ele Lynn, não posso insinuar uma promessa que eu não vou poder cumprir. Não tenho o mesmo sentimento por ele, e nunca terei.

— Por que não Hermione? Você não é presa a ninguém. Ou você já está apaixonada por alguém?

As últimas palavras da secretária levaram Hermione a buscar a resposta em seu passado, como uma máquina do tempo.

Sim, ela estava apaixonada, sempre estivera, mas este amor lhe trazia suas piores lembranças á tona.


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