Suíte francesa capítulo final escrita por Alyssa Sullivan


Capítulo 1
Suíte Francesa capítulo final parte 1


Notas iniciais do capítulo

Posto o finalzinho depois se gostarem.



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Suíte Francesa – Capítulo final

Já havia passado quatro anos desde a última vez em que vi Bruno, entretanto, as lembranças ainda estavam bem vívidas em minha memória. O som da sua voz, seu toque, seus beijos e também aquela doce melodia.

Pensar naqueles breves momentos em que estive com ele eram o que me consolavam dos tempos angústia em que passávamos. A guerra não era boa para nenhum dos lados.

Depois que fugimos da vila, Benoit e eu, tivemos apenas algumas notícias do que tinha acontecido com os que ficaram. Fiquei sabendo que Maleine tinha tido um bebê, uma menina que Benoit nunca tivera a oportunidade de conhecer, felizmente Madame Angillier ficara comovida e se encarregara de cuidar para que eles não passassem necessidades.  E por falar dela, pobre Madame! Um ano após a nossa partida, chegou a notícia que Gaston, seu filho e meu marido, havia morrido em um campo de concentração. Agora eu era uma mulher viúva.

Eu era viúva de um homem que mal conhecera e também de um amor que não pudera viver. Foi há um ano também que recebi a notícia de que Bruno tinha morrido na frente Oriental numa das batalhas mais sangrentas que a história já teve. Suas tropas sucumbiram a fome e ao frio intenso de menos 40 graus negativos. Depois disso, ninguém que me conhecera nunca mais tivera notícias minhas.

Nesse meio tempo em que estive desaparecida eu trabalhei em um bordel em Paris não como prostituta, mas como eu tinha estudado piano, tocava algumas músicas durante a noite em troca de um lugar para dormir e um prato de comida. Entretanto, apesar de todo o martírio e sofrimento, poder tocar e ouvir o som das notas produzidas pelo piano era um alívio para a minha alma, era como se de alguma forma eu fizesse com que ele permanecesse vivo.

Todos me perguntavam de onde vinha aquela bela e triste canção e eu apenas respondia que tinha sido composta por um amigo que morrera na guerra. Um soldado francês, acreditavam eles.

 Madme Celine, a dona do bordel, também me garantia que nenhum “hóspede” tocasse em mim ou que eu fosse encontrada pelo exército nazista, afinal eu também era uma fugitiva, para todos os efeitos eu tinha matado dois soldados e ajudado um fugitivo. Se me encontrassem, eu não apenas seria morta, como também torturada.  Por isso, eu tocava por detrás de uma sala escondida. As pessoas só podiam ouvir o som da batida das cordas. Era Marie, uma das moças que trabalhava na casa quem tocava fingia tocar no piano que fica no salão grande há apenas uma camada de cortina que me encobria. Contudo, sabíamos que nada estaria garantido naquele mundo caótico em que vivíamos.

Paris estava ocupada por tropas alemãs já havia um tempo e qualquer um que desse abrigo a um fugitivo de guerra seria preso e condenado igualmente. Portanto, meu futuro era incerto por ali. Até que, em novembro de 1944 quando eu estava tocando a canção que ele me dera “Suíte francesa”...


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Notas finais do capítulo

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