Conectando-se escrita por Dri Viana


Capítulo 12
Capítulo 12 - "... Se o Grissom resolvesse te procurar e pedir uma chance, o que você faria?"


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas! Demorei, mas tô aqui com um novo capítulo. Meu agradecimento a cada uma que leu a história. Em especial a Tinkerhell, Fofura, Ana Camila e a Pamella que deixaram seus comentários no capítulo anterior. Meninas obrigada pelo carinho e as palavras. Agora fiquem com mais um capítulo.



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Grissom estava bastante curioso para saber se Sara contaria da visita do pessoal. E, principalmente, o que ela diria em relação a ele. Porém em hipótese alguma poderia puxar estes assuntos com ela, senão despertaria a sua desconfiança.

Deste modo precisou esperar até que ela mesma mencionasse algo a respeito. E, para sua sorte não foi necessário muito tempo de espera para isso. Bastaram algumas poucas trocas de mensagens para logo Sara estar comentando sobre o que ele queria saber.

Em um áudio empolgado, ela primeiramente lhe contou sobre a agradável e muito animada visita de mais cedo dos colegas de trabalho sem sequer desconfiar que Arthur também esteve entre o grupo, porém ele atendia por outro nome bem mais conhecido pela perita. Em seguida, desconhecendo por completo que o amigo virtual e seu chefe eram a mesma pessoa, ela então passou a relatar para Arthur sobre Grissom e seu comportamento durante o café em sua casa, assuntos estes que eram do interesse maior do supervisor em saber dela.

"Ele me pareceu diferente, sabe Arthur? Até o Greg reparou nisso e comentou comigo ainda pouco enquanto trocávamos mensagem."

Ao ler aquilo Grissom ficou confuso quanto ao que poderia significar aquele 'diferente'.

"Mas é um 'diferente' bom ou ruim?"

 

Ele torceu para ler uma resposta positiva dela.

Dez segundos depois a resposta de Sara veio em um outro áudio.

"Está mais para estranho mesmo. Ele está mais leve, descontraído e falante, coisas bem incomuns de serem vistas no Grissom. E tem mais, acredita que ele me abraçou quando me cumprimentou, falou que sentiu saudades e na hora de se despedir ainda me deu um beijo demorado no rosto?"

O supervisor esboçou um sorriso ao final do áudio, porque era nítido na voz de Sara certo espanto ao relatar o que ele havia feito na casa dela.

"E você o que achou disso tudo? Gostou?"

A expectativa em saber se ela viu suas ações com bons olhos, era gigantesca.  Surpresa, ele percebeu na hora que ela ficou, principalmente quando confessou que sentiu saudades.

No fundo, ele adoraria ter ouvido dela um "eu também" como resposta, mas levando em consideração que não estavam sozinhos e que ele nos últimos tempos não vinha se comportando nada bem com ela, ouvir uma resposta positiva como aquela de Sara era pedir muito. Mas saber ao menos que ela apreciou seus gestos de afeto já lhe deixava feliz e esperançoso de estar no rumo certo.

Sara leu a pergunta de Arthur e levou três segundos pensando no que mandar em resposta.

Se dissesse que não havia gostado do que Grissom fez, estaria dizendo uma batia mentira já que havia apreciado cada um de seus gestos, principalmente o abraço. Na hora se viu voltando no tempo e parando bem exatamente na noite da despedida dele de São Francisco onde trocaram um braço parecido com aquele e o último que havia ocorrido entre eles até antes daquela manhã na casa dela.

Obviamente, eles haviam trocado alguns abraços nesses anos dela em Las Vegas. Todos em felicitações de aniversários ou em comemorações a datas festivas como, por exemplo, Natal. Porem nenhum foi com o mesmo afeto e carinho de horas atrás.

"Eu gostei, não vou negar."

Ela admitiu porque com Arthur não precisava mentir quando o assunto era seu chefe e seus sentimentos por ele. Logo em seguida, ela completou, explicando:

"Só que sinceramente, fiquei bem surpresa e confusa com essas ações dele. Mas se bem que ficar assim em se tratando do Grissom não é lá tanta novidade assim pra mim. Ele sempre me deixa de ambas as formas, principalmente confusa. Na verdade, ele é um mestre em me confundir com suas ações de ora ser carinhoso, ora ser indiferente comigo."

Do outro lado da tela, um supervisor ficou alegre pelo início do áudio e triste e envergonhado com o final dele. Suas ações para com Sara não eram nem de longe motivo de orgulho, muito pelo contrário. Mas sem o conhecimento de sua amada estava tentando consertar as coisas.

Outra mensagem de Sara chegou não dando tempo de Grissom enviar uma resposta pela mensagem anterior.

"Sabe o que eu acho, Arthur? Que deve ter uma mulher por trás dessa mudança de humor do Grissom. Posso estar errada, mas para mim... ele conheceu alguém lá em Santa Mônica, que está lhe fazendo bem."

Assim que escutou aquele áudio, Grissom quase teve uma síncope. E o pior de tudo foi sentir o tom de voz entristecido com o qual Sara falou aquelas coisas.

— Não, Sara. Você está errada. Não conheci mulher alguma em Santa Mônica. E a única mulher que há pra mim é você, honey. - ele dizia, balançando a cabeça em negação enquanto ouvia outra vez o áudio dela.

"Ele por acaso confirmou que tem alguém?"

O supervisor obviamente era ciente da resposta, porém Sara nem sonhava com isso.

Dois segundos depois e a mensagem dela veio desta vez escrita e não em áudio.

"Pelo contrário, ele negou."

— Neguei, porque essa é a verdade, Sara. - resmungou ao ler a resposta dela. Logo em seguida enviou outra mensagem.

"Se ele disse, deve ser verdade, não é? Ou acha que ele mentiria a esse respeito?"

"Talvez omitir, sim, por não se sentir confortável em contar a verdade. O Grissom é muito reservado com a vida particular dele, Arthur. Vai ver que achou melhor esconder a verdade, sei lá." 

— Não, Sara. Meu Deus! - com um suspiro o supervisor cobriu os olhos com uma das mãos ao rosto.

Agora como ia desfazer essa ideia errada que ela criou sobre ele?

O ruído sonoro indicando uma nova mensagem, fez o supervisor tirar a mão de cima dos olhos. Apressadamente, ele tratou de escutar o novo áudio enviado por Sara.

"E se não houver alguém ainda, acredito que logo haverá. Talvez, ele se envolva até com a Sofia, uma novata que pelo que notei não tirava os olhos dele durante o café aqui em casa."

— Sofia? Claro que não!

Mal tinha prestado atenção na novata durante o café. Se olhou para ela duas vezes foi muito e, ainda por cima, de relance. Só foi trocar alguma conversa com ela e lhe olhar com um pouco mais de atenção durante a carona que educadamente lhe ofereceu. Fora isso nem teriam se falado.

Sofia podia ser bonita, atraente e ter se mostrado uma pessoa bem agradável no pouco tempo em que conversaram durante a carona e enquanto esperaram o mecânico, mas a verdade é que ela sequer lhe interessou como mulher. 

Ele não se via tendo algo com ela ou qualquer outra que não fosse a mulher com quem trocava mensagens. E precisava de alguma forma, tirar essa ideia errada que Sara criou na cabeça de que ele tinha alguém ou que eventualmente poderia acontecer algo entre Sofia e ele.

A única com quem ele queria ter algo era Sara, se não fosse tarde demais para ela aceitar lhe dar uma chance quando se revelasse à ela.

"Sara não acha que está vendo coisas demais? Essa Sofia pode nem ser o tipo de mulher que o Grissom goste. E tem mais, não acho também que ele se envolveu com alguém em Santa Mônica. O fato dele estar 'diferente' não quer dizer, necessariamente, que seja em razão de ter conhecido alguma mulher, pode ter outra razão, sei lá."

Ele torceu para que aquele discurso todo em sua defesa, não tenha soado 'fervoso' demais perante o julgamento de Sara.

Bastaram apenas poucos segundos para descobrir que sua torcida não valeu de nada após ler a resposta de Sara.

"Ué, logo você bancando o advogado de defesa do Grissom? Que novidade é essa, Arthur?"

— Droga! Acho que dei uma bola fora ao tentar me defender. - reclamou o supervisor.

Agora como sairia daquela enrascada que se meteu??

Foi tentar sair de uma situação e acabou criando outra.

"Você em toda oportunidade detonou o Grissom e até chegou a dizer que ele merecia uns sopapos pelas atitudes nada legais que te relatei que ele teve comigo ao longo desses anos, agora do nada resolve defendê-lo, é?"

— Barth, você e essa mania de achar que distribuir sopapos resolve as coisas.

Se bem que o supervisor sabia que merecia não uns, mas MUITOS sopapos pelo modo como se portou com Sara desde que ela veio trabalhar com ele.

"Não é que eu esteja bancando o advogado dele, apenas expressei a minha opinião.", desconversou e para não dar tempo de réplica à Sara, o supervisor já foi logo emendando a seguinte pergunta: "Mas Sara se o Grissom resolvesse te procurar e pedir uma chance, o que você faria?"

Ele prendeu a respiração quando enviou a mensagem. E só conseguiu soltar o ar cinco segundos após Sara ter visualizado o que lhe enviou.

Os segundos que antecederam a vinda da resposta dela foram angustiantes. Ficar olhando para as palavras "gravando áudio ...", escrita logo abaixo do nome de Sara na barra superior do aplicativo, só fez crescer sua angústia e ansiedade.

Por um segundo chegou a temer pelo que escutaria e até se arrependeu de ter feito a pergunta diante da demora que já levava. Mas agora, dane-se, já foi!

Sua espera ainda se estendeu por mais poucos segundos até que por fim, se encerrou diante da chegada da resposta de Sara.

Sem perder tempo ele se sentou na cama e segurando firme o celular perto da orelha, escutou com toda a atenção ao áudio.

"Olha, Arthur, eu vou ser bem franca com você... Todos esses anos em que estou aqui em Las Vegas, eu sonhei não uma, nem duas e tampouco três vezes, mas sim MUITAS vezes com o Gil vindo me pedir uma chance e eu aceitando-o toda feliz da vida porque estar com ele era tudo o que eu mais queria...", ele sorriu ao ouvir suas palavras. Estar com ela era tudo que ele mais queria, só que o medo lhe impediu de realizar aquele desejo.  Um medo que agora ele não tinha mais. "...Só que ao longo desse tempo foram tantas as decepções com ele, que hoje em dia perdi qualquer esperança do Gil me procurar com a intenção de pedir uma chance. Inclusive, acho quase impossível dele tomar a atitude de vir até mim pedir qualquer chance que seja. Mas se... Veja bem 'Se' remotamente um dia ele me procurasse, eu...", ela pausou e foi possível ao fundo o supervisor ouvir um leve suspiro de Sara. Só então depois de mais uns três segundos de silêncio no áudio, que ela completou sua fala: "Não sei mais se estaria disposta a dar tal chance não."

***

Acomodado no banco de trás do táxi rumo ao laboratório após parar momentos atrás em uma loja de eletrônicos para adquirir uma bateria extra ao seu celular, Grissom ia pensativo. Muitas horas haviam se passado desde as mensagens trocadas com Sara pela manhã, e ao longo daquele dia todo por diversas vezes a resposta nada positiva dela veio atormentar sua mente.

"Não sei mais se estaria disposta a dar tal chance não."

Essa declaração foi como um balde de água fria jogado com toda força na cara de Grissom, lhe tirando o ar e afogando suas esperanças de ser aceito por Sara.

"Nem mesmo se ele mostrasse arrependimento por suas atitudes nada bonitas ao longo desses anos com você e dissesse que te ama, você não daria essa chance?",

A lembrança da réplica que enviou a ela após ter recuperado-se do duro golpe que lhe caiu a resposta anterior dela, povoou sua mente.

"Arthur é complicado."

"Hum... Por acaso... Você não gosta mais dele?"

Se ela disse não, seria bem feito para ele por renega-la todos esses anos.

"Não se trata disso!... A verdade é que mesmo não devendo... eu ainda gosto dele!", aquela sua resposta foi como um bálsamo ao seu coração, trazendo-lhe uma nesga de esperança de que nem tudo estava perdido. "Não é da noite para o dia que você deixa de gostar de alguém. Só que Grissom já pisou muito em meu coração com seus "não's" e rejeições, que agora quem não quer mais se arriscar sou eu. E se ele acabar se arrependendo futuramente? Vai ser pior. Além do mais, eu decidi virar a página 'Grissom', lembra? E é isso que estou fazendo." 

— Senhor chegamos!

O chamado mais firme e alto do motorista arrancou Grissom da lembrança das mensagens trocadas com Sara logo após a fala na qual ela disse não saber se estaria disposta a dar uma chance ao supervisor.

Depois dessas últimas mensagens trocadas por eles, o supervisor encerrou o papo com Sara e desde então não lhe mandou mais nada. Ela, no entanto, já havia lhe enviado umas três mensagens que ele não respondeu.

— Claro! - ele puxou sua carteira do bolso. Logo em seguida já estendia ao sujeito o valor pré-estabelecido no começo da corrida.

— Obrigado. E Tenha uma boa noite, senhor.

O supervisor apenas assentiu e saiu do carro.

Enquanto seguia departamento adentro, sentiu o celular em seu bolso vibrar. Imaginou que fosse Sara, mas como o celular continuou a vibrar insistentemente, ele deduziu que se tratava de uma ligação que provavelmente não seria dela. Puxou o aparelho e o nome de seu amigo Arthur piscava na tela. A ligação não poderia ser mais oportuna e providencial.

— Barth!

— Até que enfim, hein?! Não ouviu meu recado? Te liguei pela manhã uma porção de vezes e só caía na caixa postal.

— Eu vi suas mensagens de ligações e escutei seu recado. - enquanto falava ele passou por Judy e apenas sinalizou com a mão para a mulher que lhe cumprimentou assim que o viu. - Pretendia te ligar mesmo só que acabei esquecendo. Me desculpe. Mas que bom que ligou. Preciso falar com você.

— É, o que houve?

— Um instante que estou chegando em minha sala e lá eu te falo.

Em poucos segundos ele já estava dentro de sua sala e longe de olhos mexeriqueiros. Não queria conversar com Arthur pelos corredores do laboratório e correr o risco de alguém escutar o assunto e sair espalhando por ali. Nem pensar!

— Agora podemos falar com mais liberdade. - avisou após trancar a porta e seguir em direção a sua cadeira para logo em seguida já estar acomodado nela.

O seu assunto pelo visto é mais sério que o meu. O que foi, amigo?

Sem esconder sua profunda tristeza e desapontamento, Grissom relatou com detalhes ao velho amigo sobre as mensagens trocadas pela manhã com Sara.

Arthur ouviu a tudo muito atento e se limitando a apenas resmungar "hum" e "sei" vez ou outra, porém sem de fato fazer interrupções na fala do amigo. Deixou Grissom livre para falar tudo o que queria e sentia. E quando por fim seu amigo terminou e pediu a sua opinião sobre a situação toda, Arthur assim o fez.

— Olha Gil, me desculpe, mas... Ela tem razão de não querer arriscar. Você pisou na bola legal. Foi um... Idiota com ela todos esses anos. E se quer mesmo reparar seus erros e ficar com ela, então meu camarada... Você vai ter que 'suar a camisa' para reconquista-la.

— Eu achei que o seu plano já fosse a reconquista?

— Não deixa de ser em parte. Mas a real reconquista vai vir mesmo quando contar a verdade a ela.

Você disse que depois que eu contasse a verdade ela ia me aceitar, só que não sei não.

— Temos que ser realistas. Ela vai levar um susto. Talvez tenha uma reação negativa. Mas sejamos positivos sobre a reação dela ser também positiva.

— Quer saber a verdade? Nem sei mais se vale a pena continuar com esse plano depois do balde de água fria que foram as mensagens de Sara.

— Ah, não! Não me faça ir até Las Vegas só para te dar uns bons sopapos, bugboy!

Grissom teve até que afastar o celular do ouvido porque Barth praticamente berrou do outro lado da linha.

— Barth, ela disse que não me daria uma chance.

— Você não ama aquela mulher?

Sabe que sim!

— Então vá a luta. E caso ela não reaja bem ao saber a verdade... Reconquiste-a, Gilbert... Reconquiste a Sara!

***

Ela lançou um olhar ao celular descansando ao seu lado no colchão e se sentiu tentada a mandar outra mensagem, já que a anterior ficou sem resposta assim como as demais ao longo do dia.

— O que houve com você, Arthur?

Desde que trocaram mensagens pela manhã ele não lhe respondeu mais. No entanto recebeu todas as suas mensagens já que pelo aplicativo ela podia saber disso. Então se ele recebia por que não respondia?

Vai ver que ele esteve ocupado o dia todo e não houve tempo para conversa com ela. E agora a noite, mais precisamente, naquele horário deveria estar bem mais ocupado já que estaria no trabalho. Só lhe restava esperar até amanhã para se falarem.

— Paciência!

***

— Ei! Está tudo bem com você?

Agachado enquanto coletiva uma evidência do chão, ele apenas ergueu os olhos e encarou Catherine que estava de pé há poucos passos de distância dele.

— Está! - limitou-se em responder e logo em seguida retornou o olhar para a tarefa que fazia. Mesmo sem estar olhando mais para sua amiga de trabalho, Grissom sentia o olhar dela sobre ele. - Quer me perguntar mais alguma coisa, Catherine? - questionou de cabeça baixa e atento ao seu serviço.

— Na verdade, eu quero.

— Pergunta! - a incentivou enquanto se colocava de pé.

— Onde foi parar aquela alegria e o falatório todo que vi em você durante o café na casa da Sara? Veio dentro do carro tão calado e está tão sério que me faz pensar que o sujeito no café era um clone seu, mas na versão alegre. 

Ele não queria, mas acabou esboçando um discreto sorriso pela fala de sua amiga.

— Eu estou falando sério! - ela comentou enquanto retirava as luvas de látex. - Você agora não se parece em nada com o cara do café.

— Catherine no café estávamos em um momento de descontração. Aqui estamos trabalhando. Não cabe ser daquela forma agora.

— Greg consegue ser divertido fora do trabalho e no trabalho.

— Greg é o Greg. E eu sou eu. Já terminei por aqui, vamos. - com sua maleta em uma das mãos, o supervisor passou pela amiga.

— Eu ia adorar ver aquela sua versão divertida também no trabalho. - ela comentou antes que de ver o supervisor cruzar.

— Um dia, quem sabe. - ele replicou em tom alto já do lado de fora do quarto.

— Até parece mesmo. - duvidou a loira com um sorriso.

Já tinha sido uma batia e grata surpresa o comportamento dele alegre e relaxado na casa de Sara, que duvidava que outro como aquele fosse possível de acontecer tão cedo.

***

Passava das oito da manhã quando Grissom entrou em casa cansado pelo último turno. Ainda estava se reabituando com o horário do trabalho. As férias o deixaram mal acostumado.

Nem bem se sentou no sofá e Hank apareceu para lhe fazer companhia.

— E aí, amigão? - o cão pulou no sofá e se deitou logo em seguida. - Aposto que deve ter dormido aqui no sofá a noite toda, não é? - enquanto falava Grissom afagava a cabeça do cachorro que repousava em sua coxa direita.

Quando ficava solto, Hank adorava se esparramar no sofá e dormia nele por horas. Sua cama na lavandeira só era usada quando o dono o deixava preso. Fora este momento, o sofá era seu local preferido para tirar um sono.

— Onde estava quando cheguei, hein?

Ele estranhou quando entrou em casa e não viu o cão dormindo ali. 

De repente o sinal sonoro do celular descansando na mesinha de centro, bem diante de Grissom chamou não só a atenção do supervisor como também de seu cão que ergueu a cabeça rapidamente da perna do dono.

Pelo horário Grissom deduziu que só poderia se Sara. E ao esticar o braço e apanhar o celular, ele só confirmou sua dedução. Era uma mensagem de 'bom dia' dela.

O turno todo ele pensou nela e em suas palavras. Assim como também pensou MUITO em tudo que Arthur disse. Chegou a conclusão que seu amigo tinha razão.

Amava Sara e mesmo que ela tenha 'jogado a toalha' e virado a página quanto a ele, Grissom não ia desistir dela e deles. Ainda que tenha pensado por um breve instante o contrário ontem muito em função do que ela disse, a conversa com Arthur resgatou de volta sua coragem perdida por conta da frustração e do medo da rejeição.

Seguiria com o plano e faria de tudo que estivesse ao seu alcance para o final desse plano ser feliz, com Sara aceitando lhe dar uma chance.

"Bom dia, querida!"

"Bom dia. Estava ocupado ontem?"

"Sim. Me desculpe, por não responder suas mensagens.", mentiu.

"Tudo bem. Eu imaginei que fosse esta a razão mesmo para não responder. Como está?"

"Cansado. Trabalhei até tarde ontem."

"Não me diga que eu te acordei?"

Mal ela sabia que ele sequer ainda tinha ido dormido.

"Não. Pode ficar despreocupada."

Houveram mais algumas trocas de mensagens onde Sara contou como estava e em seguida cada um falou o que estava fazendo no momento. Enquanto Sara contou que estava tomando café, Arthur revelou que estava sentado no sofá.

"Quais seus planos pra hoje?"

Ela contou que tinha fisioterapia mais tarde e depois da sessão Greg a levaria para dar uma volta. Talvez eles até fossem ao cinema já que era a folga do amigo e ele queria porque queria arrasta-la para ver um filme que estreou recentemente.

Interpelado logo em seguida pela amada sobre quais eram seus planos para o dia, Arthur falou que ficaria apenas em casa trabalhando. O supervisor tinha poucos dias para deixar todas as duas pendências resolvido antes de assumir seu novo posto e passar a supervisão da equipe para as mãos de Catherine.

Grissom ia começar a digitar uma nova mensagem para Sara, quando chegou uma dela que lhe fez prender o ar. 

"Arthur, eu posso te ligar?"


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Notas finais do capítulo

Eita, nós!

E agora, gente? Como sair dessa enrascada? =-O



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