Bem Perto escrita por ro_dollores


Capítulo 2
Acaso


Notas iniciais do capítulo

Preciso reparar uma injustiça. AGRADECER A GRANDE AJUDA DE LOH SOUZA,OS CRÉDITOS DESSA CAPA MARAVILHOSA SÃO TODOS DELA, assim como a postagem do Facebook, minha gratidão do fundo do coração. OBRIGADA Rapha Sidle pelo incentivo para que postasse. Aos comentários, não tenho palavras suficientes para descrever minha grande alegria. Super, mega, hiper beijo no coração de cada uma.



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Sara cruzou os pés sobre a mesa de centro da sala e jogou o corpo para trás.

Os nomes dos suspeitos estavam perfilados aleatoriamente na tela, e ela bateu o indicador no queixo, sua mania quando estava pensando em profunda concentração.

As fichas de identificação haviam sido analisadas para que ela pudesse traçar cada perfil. Na verdade, ela acreditava ser uma gangue muito bem estruturada com ataques efetivos e bem articulados. O mentor, com toda certeza, tinha uma mente com inteligência acima da média.

Ela desligou seu notebook e esticou o corpo, sentindo uma fome incrível, estava somente com o café da manhã e algumas garrafas de água. Já tinha passado da hora dela pensar em um belo prato de massa cheio de sabor. Ela pulou animada e foi tomar uma ducha, depois vestiu uma bermuda clara, uma camisa desenhada com pequenas rosas vermelhas de uma grife famosa, calçou sandálias de couro e saiu para o restaurante, há menos de quinhentos metros.

Seus cabelos molhados formavam cachos perfeitos, a pele rosada de seu rosto lhe dando um ar saudável e jovial, chamando a atenção de alguns olhares masculinos assim que adentrou no recinto.

As mesas estavam quase todas ocupadas, havia uma bem ao canto com dois lugares e o garçom a direcionou até ela. Ao longo do caminho, pequenos assovios e convites para que ela fizesse companhia para alguns, ela ignorou todos eles, rindo para si mesma. 

Ela estava bebendo seu suco de frutas quando avistou Grissom, seu vizinho bonitão, procurando uma mesa, ela viu quando o atendente lhe forneceu uma banqueta junto ao balcão do bar até que um lugar fosse liberado.

Sem que pudesse raciocinar direito, ela se viu erguendo a mão em sua direção, chamando sua atenção, ele a viu imediatamente e sorriu com certa timidez. Por vontade própria, sua mão gesticulou para que se aproximasse, ele obedeceu hipnotizado, atravessando o enorme salão com passos irregulares. 

 “Se … não estiver esperando alguém … sente-se comigo, acabei de chegar … se não se importar, claro!”

“Eu nunca me importaria ….” - ele se viu abrindo a boca sem cerimônia, como se fosse um galanteador destemido, treinado na destreza, se arrependeu imediatamente imaginando o que ela pensaria dele. Seu rubor deveria ter sido muito forte, pois ela parecia ter notado imediatamente.

De repente ela olhou bem dentro de seus olhos e uma sensação inexplicável tomou conta dela. Foi muito estranho. Ela resolveu deixar aquela reação de lado e aproveitar a companhia.

“Bem … se vamos dividir uma mesa … acho que preciso saber se posso confiar que não vai roubar minha sobremesa, ou alguém aparecer por aquela porta e me ameaçar!”

Grissom deu uma gargalhada curta com a brincadeira dela e balançou a cabeça.

“Não vou roubar sua sobremesa … desde que não roube a minha!” - ele respirou fundo e inclinou a cabeça. - “Não se preocupe que ninguém vai ameaçá-la, eu … corro o mesmo risco?”

“Sou uma boa moça … eu acho que você também é um bom … rapaz e … você não corre o mesmo risco.”

“Que bom ….”

“E então … o que faz aqui?” 

“Estou de férias … ou algo parecido com isso … estou no meio de um projeto …. e você?”

“Também estou de férias … ou algo parecido.” - ela repetiu rindo, depois fazendo um pequeno repuxo com os lábios que ele quase precisou se segurar para não morder seus próprios lábios, tinha sido quase sensual e ele sabia que tinha sido  involuntário. - “e também estou em um … digamos … projeto, estou tentando me dar um tempo, aproveitar um pouco a paz deste lugar!”

“A casa … pertence aos seus pais?”

“Sim … você conhece os Hudson?”

“Os proprietários? Não! Uma amiga … me indicou … do trabalho!”

“O que você faz?”

“Eu sou … entomologista … na verdade, perito em um laboratório de criminalística… na cidade de Las Vegas!”

“Perito?”

“Sim …”

“Meus colegas já fizeram algumas parcerias …”

“Você é da polícia?”

“De São Francisco … divisão de investigação.”

“Acho que realmente tivemos algumas parcerias …” 

“Bem … então já sabemos que não somos uma ameaça um ao outro …!”

Ela se serviu de uma boa porção, fechou os olhos e mastigou devagar sua massa.

“Isso está muito bom!”

Ele olhou para ela e arqueou uma de suas sobrancelhas, sua reação deveria ter, de novo,  chamado sua atenção, pois ele imediatamente quis saber.

“Algum problema, Sara?”

Ela deixou os talheres descansando ao lado do prato e cruzou os dedos, apoiando os antebraços na borda da mesa.

“Isso pode parecer estranho, mas … eu tenho a sensação de que já nos encontramos em algum momento!”

“Eu me lembraria, com toda certeza.” - Ela jamais passaria despercebida, não aqueles olhos lindos e o perfume, algo nele parecia ter se conectado a ela com muita facilidade.

“Esse é o ponto! Eu me lembraria de você, também!”

Ele tinha a impressionado, não era por conta de ser um homem bonito, aqueles braços, o jeito de falar, parecia tão assustadoramente em casa com ele.

“É … eu participei de alguns seminários forenses … tenho alguns artigos publicados … talvez seja isso …” 

“É … talvez …” - Não era a verdadeira ideia de tê-lo conhecido antes, mas algo mais profundo que apenas a menção de seu nome. 

De repente, eles foram surpreendidos por um homem de cabelos negros, porte atlético, e dentes muito brancos.

“Sara?”

“Sim … e você é?”

“Robben …”

“Meu Deus!” - ela se levantou e o abraçou muito apertado. - “Como você está diferente …”

“Melhor … eu espero. Você está exatamente igual … ainda linda …” - Ele olhou para Grissom que estava o encarando, muito curioso. - “Desculpe …. senhor, eu não quis dizer …”

“Não se preocupe, vá em frente!” - Ele fez de novo aquela coisa com a cabeça inclinada e o movimento do maxilar.

Sara começou a rir, foi uma cena bem engraçada.

“O que você faz aqui?”

“Minha empresa faz todo o monitoramento, estou supervisionando se a manutenção está sendo efetiva!”

“Me conte … onde foi parar seu sonho de entrar para a polícia?”

“Meu pai adoeceu … esse é um negócio de família … sou o filho mais velho, então … tive que adiar!”

“Que pena …”

“É um bom negócio, estou bem com isso! Bem ... eu tenho que ir … foi um prazer vê-la.”

“Meu também … até mais.”

Eles se abraçaram novamente e ela ficou olhando para seu amigo desaparecer entre as mesas.

“Como são as coisas … ele é quem mais me incentivou a seguir em frente … e olhe onde ele mesmo foi parar!”

“A vida nem sempre é justa …”

“E como sabemos disso.”

Eles pediram a sobremesa e ao ouvir o que Grissom acabara de dizer, algo dentro dela deu um estalo.

“O que você disse?”

Ele olhou para o garçom, depois para ela.

“Como?”

“O que você acabou de pedir?”

“Red Velvet …”

“Sim … mas e o que disse depois?”

“Que coloque um pouco de chocolate branco em pó e uma quantidade extra, em separado, de cream cheese e um club soda … eu gosto assim!”

Era exatamente o que Bruce fazia! 

Ela levou a mão à boca e arregalou os olhos. 

“Sara?”

“Desculpe Grissom … conheci alguém que gostava dessa sobremesa exatamente deste jeito.

“Que coincidência! É muito bom, já provou?”

“Sim … é … diferente!” - ela saiu de seu transe e olhou para o garçom. - “Para mim apenas uma pequena porção de bolo de damasco, por favor!”

Quando ele se afastou, foi que Grissom realmente percebeu que ela estava pálida.

“Você está bem?”

“Sim … eu … apenas … me lembrei …”

“Ele é importante para você, não é?”

Ela deveria dizer a ele, ou não? Que mal havia?

“Foi importante… ele já se foi …”

“Sinto muito!”

“Tudo bem … já tem um tempo!”

Eles comeram a sobremesa em silêncio, depois pediram a conta.

Grissom fez questão em pagar.

“Eu lhe devo essa, lembra?”

Sara era segura, e para dizer a verdade, gostou de seu cavalheirismo.

“Se insiste …”

Os dois caminharam lado a lado, ele com as mãos nos bolsos e ela abraçando seus próprios braços.

“Eu queria dizer que sua companhia foi muito agradável.”

“Eu lhe digo o mesmo. Obrigada!”

“Só sinto muito por fazê-la se lembrar ... “

“Bruce … ele se chamava Bruce.”

“Como aconteceu?”

“Acidente de moto! Foi morte instantânea!”

“E vocês dois … eram casados, namorados?”

“Namorados, por dois anos, praticamente noivos, estávamos planejando morar juntos”

“Deve ter sido muito difícil!”

“Sim … mas a vida tem que seguir!”

“A vida tem que seguir!”

Os olhos dele foram para o infinito, ela sabia que ele também tivera uma perda!

“Você também … perdeu alguém?”

“Minha mãe, há três meses!”

“Sinto muito também!”

“Eu não tinha muito tempo para visitas, mas foi muito difícil! Éramos apenas nós dois, mesmo distante, éramos muito ligados!”

“Deve ser muito complicado quando se trata de pais …”

“Sim … ela é uma boa lembrança!”

Bruce também era. Apenas lembranças!


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Notas finais do capítulo

Você já experimentaram este bolo vermelho? Como amo doces e tenho uma irmã postiça Super Confeiteira, já provei uma versão parecida! Mas essa combinação foi coisa da minha cabeça de doida mesmo. Espero que continuem gostando. Beijos! Ah ... É uma fic curta!



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