Contos inacabados escrita por Maurício
Notas iniciais do capítulo
Relacionamento aberto, se não gostar não leia
Vi ele entrando na cozinha, tão desarrumado como sempre com os cabelos revirados e a cara amassada de quem teve uma ótima noite. Não pude impedir um sorriso irônico ao pensar nisso.
— Não sei porque o pai não deixa eu sair com o Tomás - Minha irmã continuou a reclamação sobre a discussão mais recente que teve com nosso pai, principal motivo de ela estar dormindo no nosso apartamento durante essa semana - Ele nem reclamou quando você disse que ia morar com Lucas.
Vi enquanto ele olhava na minha direção tentando entender qual era o motivo de ter seu nome citado. Dei uma piscadela na direção dele ao ver que tinha quase derrubado o café ao tentar se servir ainda olhando para mim
— Você é a princesinha dele, Bi - disse com calma, pela enésima vez - ele não vai deixar de te mimar assim tão fácil
Ele revirou os olhos ao entender que era mais do mesmo.
— Mas eu já tenho 20, Tato, até quando isso? - perguntou indignada, sua voz subindo uma oitava no final
— Talvez quando parar de chamar seu irmão de Tato - Ele disse com o sarcasmo marcando sua voz
Me deu um beijo rápido de bom dia, como já era nosso costume. Pude sentir que minha irmã rolava os olhos, mesmo sem a olhar
— Controla o seu namorado - ela disse agressiva - ou coloco ele na gaiola
Dessa vez o rolar de olhos foi meu, sem controlar um sorriso satisfeito. Ouvi o barulho do banheiro, uma descarga abafada e a torneira se abrindo, e me virei com um sorriso malicioso para ele
— A noite foi boa? - Ele soltou um bufar indignado com minha provocação e foi, finalmente, se sentar na cadeira de sempre.
— Podiam ser menos escandalosos, pelo menos - minha irmã alfinetou
Ele, com toda a maturidade de um jovem adulto de 25 anos, deu com a língua na direção dela
— Sabe que ela não está errada - disse, me deliciando com a vergonha irritada dele
— Quietos, os dois! - Bufou, causando gargalhadas de mim e minha irmã
Não foi surpresa quando ela tomou meu namorado por orelha e começou a contar toda a história da discussão desde o início.
— Bom dia lindo - Uma garota ruiva entrou na cozinha com um sorriso animado, e num rompante beijou o Lucas, como se marcasse território
Não pude evitar um sorriso matreiro para a cara de desagrado da minha irmã, ela realmente não gostava de ser interrompida ou ignorada.
— Tem gente querendo tomar café, com licença ferrugem - Meu sorriso se alargou ainda mais com o veneno que minha irmã parecia despejar nas palavras.
Ri abertamente com o rosto envergonhado e ofendido que a ruiva exibiu ao se separar do meu namorado repentinamente, não pude ignorar o sorriso travesso que ele exibia ao se divertir tanto quanto eu com a cena mais que comum.
— Não liga pra ela não, Tati. Ela é meio chata pela manhã - O Lucas disse, aproveitando para devolver a provocação inocente de mais cedo.
Depois de uma pequena briga infundada, que só confirmava o quanto minha irmã tinha um péssimo humor matinal, ela saiu num rompante da cozinha gritando algo sobre estar atrasada
— Não vai apresentar? - perguntei com uma sobrancelha arqueada
— Tati esse é o Matheus. Matheus, Tati - ele disse fazendo um gesto entre eu e a ruiva
— Ela é bonita - disse com uma piscadela na direção dele ao mesmo tempo que minha irmã gritava que estava saindo
Me levantei levando as coisas que usei até a pia e começando a lavar sem pressa. Ouvi o casal se despedindo atrás de mim, ela manhosa perguntando quando o veria de novo e ele ainda descompassado pelo sono.
— Você precisa parar de deixar sua irmã dormir aqui quando briga com seu pai - Ele falou voltando até a cozinha e enlaçando os braços na minha cintura - Ela vai ficar mal acostumada - terminou no meu ouvido
— Eu sempre quis alguém que fizesse isso por mim - Continuei lavando, agora as coisas que ele trouxe, enquanto ele descansava a cabeça no meu ombro. - Fora que ela já tem metade do guarda-roupas com as coisas dela
— O que só prova meu ponto
Soltei um riso bobo terminando com a louça, a voz manhosa dele sempre me deixava mais leve. Me virei de frente, o empurrando lentamente e ignorando o gemido descontente que isso causou, olhei bem fundo nos olhos dele, a imensidão azul maltratada pelo pouco tempo de sono.
— Ela fica no meu quarto, Luc, e não vejo você reclamando quando acorda e o café já está feito - declarei pacificamente ouvindo um muxoxo em resposta
Ficamos ali por mais alguns minutos, eu apoiado na bancada e ele apoiado em mim num abraço sonolento e carinhoso.
— Estou com saudades de você - Ele disse depositando um beijo no meu pescoço - Sempre chega alguém e atrapalha
— Não vi você reclamando disso hoje de madrugada - Ele levantou o rosto olhando ofendido na minha direção
— Vai tomar banho, tem almoço na sua mãe hoje - Me desvencilhei do abraço indo até o banheiro do meu quarto
— Idiota - gritou, ainda irritado comigo por cortar o clima
— Também te amo - gritei de volta entrando no chuveiro com a porta aberta num convite que, felizmente, ele não demorou para aceitar
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Gosto de criticas construtivas, só sejam gentis...