Lúcifer's Legacie escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 17
Vampires




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P.O.V. Lestat.

A casa dele era tão comum e ordinária que pra mim era estranho.

Ele queria expor a identidade sobrenatural de Jessica.

—Algumas coisas nunca mudam.

—O que quer dizer com, algumas coisas nunca mudam?

—A sua raça faz qualquer coisa por dinheiro. Inclusive expor um ser único e meio celestial.

—Eu não vou fazer isso por dinheiro.

—Então, porque?

—Para provar que estou certo.

Humanos. Revirei os olhos.

—Você percebe as consequências dos seus atos? A repercussão que isso terá? O perigo ao qual estará submetendo Jessie? Se já é difícil mantê-la a salvo sem os humanos se metendo... com vocês no meio será impossível.

P.O.V. MacGyver.

Mantê-la a salvo.

—A salvo? A salvo de que?

—Você vive numa democracia, nós não. Nós vivemos numa monarquia e a maioria do submundo vive numa sociedade aristocrática. E adivinha que pessoa é a única que pertence a três espécies diferentes e três das famílias mais poderosas do submundo?

—Jessica.

—Precisamente, mas o fato dela ser a herdeira do Trono é a menor das preocupações.

—Porque?

—Porque Jessica Leah Volturi é a única de sua espécie. Uma híbrida de três criaturas diferentes. Uma Shadowhunter com uma vó Nephilim e um pai vampiro. Shadowhunters são humanos, porém eles tem sangue de anjo literalmente. O que os diferencia dos mundanos como você. Eles mantém vocês á salvo dos demônios.

—Demônios?

—Sim. Demônios existem também. O pai de Jessie é um vampiro.

—Como você.

—Oh, não. Ele é de uma raça diferente, mais forte, mais potente, mais letal. Foi por causa deles que á muitas eras atrás Deus mandou o anjo Raziel criar os primeiros Shadowhunters. A família Volturi é realeza vampira. A família Herondale é realeza Shadowhunter. E Hope Morningstar é filha de ninguém mais ninguém menos do que o arcanjo que vocês conhecem como... Lúcifer. Charlotte Herondale, agora Volturi é simplesmente a neta dele. E caso não saiba o mito de Nephilim diz que... o Nephilim é sempre mais poderoso do que o anjo que o gerou. Se mil homens sonhassem mil dias e mil noites com Poder, não daria o que Jessie tem só no dedo mindinho. Ela matou Akasha.

—Quem é Akasha?

—Lilith. A mãe de todos os demônios. Todo demônio, vampiro, feiticeiro, toda e qualquer criatura com sangue demoníaco teve origem nela. A primeira mulher do mundo, ex-esposa de Adão. Mas, o fator determinante é que... Jessica tem sangue puro de anjo. Seu sangue abençoado, lê-se celestial/divino tem um poder pelo qual muitos estariam dispostos a matá-la. O vampiro que se alimenta do sangue dela... vira o que ela chama de... diurno. Ganha a capacidade de sair ao sol.

Tive que me sentar. Passava as mãos pelos cabelos nervosamente. Eu pensei que seria uma resposta simples. Sim, ela é vampira e ponto, mas anjos e demônios e shadowhunters?

P.O.V. Riley.

O branquelo esquisito lá da rua apareceu na minha porta. Gente, ele é muito branco. Ele não é caucasiano, é cataléptico.

—Posso ajudar?

—Eu lhe trouxe flores.

—To vendo.

E essas lentes de contato vermelhas não ajudam. Não tenho nada contra gente branca, sério. Mas, esse cara consegue ser esquisito.

P.O.V. Demitre.

Ela está em choque.

—Não gostou delas?

—Elas são lindas.

Disse pegando o buquê da minha mão. 

—Vou colocar elas na água. Quer entrar?

—Seria um prazer.

Olhei em volta e a residência dela era um cubículo. Um apartamento minúsculo, minusculamente pequeno. Mas, haviam fotos dela e daquela que imagino ser sua mãe. E um homem branco, ela não era tão negra. Era mulata.

—Ele é seu pai?

—Biologicamente falando, não. Afetivamente? Sim. Mais ou menos. As coisas entre o Jack e eu são... complicadas de explicar, mas funcionam. Ele namorou minha mãe quando eu era criança por anos, mas ai assim como os outros caras que ela namorou e o meu pai... ele sumiu. Se mandou. E a sua família?

—Meus pais morreram.

—Lamento.

—Não lamente. Eu não me lembro deles. Eu tive uma esposa e filhos, mas eles também morreram.

—Sinto muito.

—Não mais do que eu. Sonja era minha esposa. Tínhamos dois meninos. Andrei o mais velho tinha dez anos e Igor o mais jovem... tinha sete.

—Foi um acidente de carro?

—Homicídio. O homem invadiu a casa, minha esposa implorou por misericórdia, mas ele não tinha nenhuma.

Eu matei minha família. Era um recém criado, nada importava além do sangue. Não percebi o que estava fazendo, até ter feito.

P.O.V. Riley.

Que terrível.

—Cara, que barra ein? E o cara foi preso?

—Não. Está morto.

—Você o matou?

—Não. Imagino que tenha sido algum de seus comparsas.

P.O.V. Lestat.

Agora ele finalmente começa a compreender.

—Então, se um vampiro se alimenta do sangue da Jessie... pode sair no sol. Ela fez com você?

—Não. Ela e eu estamos de mal.

P.O.V. MacGyver.

O tom da voz dele era aveludado, estava sempre sussurrando.

—Porque está sempre sussurrando quando fala?

—Hábito, eu suponho. Tente viver duzentos e cinquenta anos nas trevas, á margem da sociedade, falando baixo para os humanos não te ouvirem. Então, podemos conversar. Mas, basicamente... Jessica tem gosto de luz do sol numa bela garrafa ruiva. E eu estou aqui a tempo suficiente para saber que com vocês humanos é simples. O que vocês não entendem, vocês temem e o que temem, tentam destruir. Sei que ela é doce, meiga, amável, mas não se engane loirinho. Nós somos criaturas predatórias. A parte doce, meiga e amável é apenas a parte angelical.

—Como ela é vampira, ela é meio demônio?

—Ela tem sangue demoníaco sim. Sangue angelical, mundano e demoníaco. É o que a torna a Tribrida. Sei que se o seu Governo e os líderes mundiais descobrirem que alguém como ela existe, que existe alguém com o potencial dela, que é praticamente ilimitado. Eles vão interpretar como ameaça e as coisas não acabarão bem. Para eles. Afinal, suas armas são total e completamente ineficazes contra três seres celestiais raivosos.

P.O.V. Jessie.

Recebi uma ligação. Era um número desconhecido.

—Alô?

—Jessie.

—Marius? Como tem o meu número? E mais importante de tudo, como sabe usar um celular?

—Tive ajuda.

Percebi pelo tom da voz dele que ele tava de tramoia.

—Desembucha. O que você aprontou?

Ele mudou para vídeo chamada e... Filho da mãe.

—Diga olá David.

—Marius eu vou te esganar. Se encostar um dedo no David... você já era.

—Oh, mas ele não precisa se ferir. Podemos chegar a um acordo.

Eles estavam no escritório do David. No Centro de Pesquisas Paranormais  Talamasca. O meu local de trabalho.

—O que você quer?

—Sabe o que eu quero.

Ele queria ser diurno.

—Vou quebrar teu galho, mas se o David estiver machucado quando eu te achar... a jurupoca vai piar.

—Tem minha palavra de que ele estará em perfeito estado.

Esse cretino acha que pode armar pra mim? Ah, mas ele não sabe com quem mexeu.

—Eu já chego ai.

Disse desligando.

—E com um presentinho mané.

Peguei o meu estojo com as minhas ferramentas especiais que ganhei de aniversário da tia Maze. E sei fazer todas elas funcionarem.

Estava a caminho do carro quando ele me intercepta.

—Onde está indo?

—Ao Centro. Marius e eu vamos ter uma conversinha. Agora dá licença ou vai sobrar pra tu também, francês.

Ele saiu do meu caminho. Esperto.

Entrei no carro e meti o pé. Quando eu cheguei só tinha a sala do David acesa, o resto tudo apagado. Ah, Marius de Romanus, tu era uma vez.

 


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