Provocações escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ola sejam bem vindos.
Façam uma boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780059/chapter/1

Urahara havia acordado cedo aquela manhã.

Havia tomado banho e até mesmo penteado o cabelo.

E o mais surpreendente é que ele estava tão feliz que só faltava ganhar asas e voar.

— Qual o bichinho que o mordeu? – Tessai perguntou já sabendo a resposta.

— Uma pequena abelha, que enfim foi atraída pelo meu néctar. – O homem dissera deslizando as mãos por seus cabelos e esboçando um irritante sorriso de autoconfiança.

Tudo começara, graças a inesperada esperteza de Matsumoto, que havia sugerido um encontro às cegas.

No início, Soifon o feriu com o Homonka, e só não feriu com o segundo golpe, porque Yoruichi apareceu e usou seu poder de persuasão que só funcionava em Soifon de qualquer maneira.

Mas, ajudou que ela aceitou sair para jantar, e a muito custo, ele conseguiu puxar assunto, mas as coisas só fluíram por causa da música, sua pequenina era um pé de valsa, e o deixou com calo nos dedinhos de tanto dançar.

Mas, isso a deixou mais leve e receptiva, graças a bebida também. Então, no fim eles trocaram um selinho e ela aceitou ir a um segundo encontro, e por causa disso Urahara era o nerd mais feliz do pedaço.

...

Enquanto isto, na segunda divisão, uma certa taichou pequena e razinza, estava um tantinho mais leve e tranquila naquele dia, para alívio de seus subordinados.

O motivo disto, era o menos provável possível, tanto que até Suzumebachi havia ficado sem palavras, porque para a própria Zanpakutou o que tinha acontecido era surreal demais. Não tinha outra explicação, e como ela não gostava de não ter explicação para alguma coisa, resolveu ficar quieta, para alívio de Soifon que teve um motivo a mais para ficar um pouco mais light.

Ela até ignorou o atraso de Omaeda e conseguiu se concentrar em seus relatórios, sem incomodar-se com o crack-crack irritante dos biscoitos do seu fukataichou.

Mas, toda sua calmaria, estava por ir por água baixo com a chegada de um envelope.

...

— Senhora, deixara isso no correio? – Um dos integrantes da Onmitsu Kidou manifestara-se apenas quando sua superiora lhe dera a devida autorização.

— Estranho! – Soifon falara olhando com desconfiança o objeto.

Pensara por um momento em levá-lo na decima segunda divisão, mas acabara por deixar isso de lado, não queria o chato do Mayuri bisbilhotando suas coisas. Sem contar que pedir favores para Mayuri era pior do que prometer comprar sorvete para uma criancinha.

— Suzumebachi, se você não morreu, análise isso para mim. – Soifon falara se referindo a especialidade de seu Zanpakutou em venenos, e sua capacidade de criar antidoto para qualquer substância desde que ela tivesse tempo de analisá-la, e isso era um tempo de três segundos.

— Querida, faz tempo que eu aguento o gelo do seu coração, então... – Soifon rolara os olhos, indiferente ao jeito que Omaeda e o Randon desconhecido a encararam.

— Nenhuma ameaça, a não ser que seja uma bomba para explodir seus poucos neurônios... – Soifon decidiu ignorar sua Zanpakutou inconveniente, em parte porque estava curiosa, com o conteúdo do envelope.

Para sua surpresa, era um tipo de álbum.

Era vermelho carmesim e tinha um ridículo coração na capa.

De repente, perdera o interesse, deveria ser um dos presentes de Eikichirou, animado com sua estadia em Kagamino.

 Mesmo assim folhara a primeira página e deparara-se com um título para lá de inusitado, com letras:

AMIGAS, AMANTES, NAMORADAS DE URAHARA-SAMA.

Inesperada, o ciúme encheu seus olhos pelo desejo de sangue, o sangue daquele idiota.

Só de folhar o livro ela notara que havia várias fotos, em cada página.

Depois de tomar o cuidado, ela fizera um aceno dispensando até mesmo Omaeda, porque temia por sua reação.

Duas das primeiras páginas a deixaram vermelho como um tomate, porque eram duas mulheres nuas.

A página seguinte, era de uma linda ruiva, com grandes seios.

A terceira era de uma peituda, com um cabelo cor de rosa. Sério?

E quando chegou na quarta, ela nem conseguira prestar atenção porque seus olhos estavam marejados.

Aquele imbecil, estava brincando com ela. Certamente, ela era uma página para aquele álbum ridículo.

Pensando bem, todas as mulheres que ali estavam, era todas muito bem fisicamente dotadas, do tipo que ela não teria como competir, porque beleza era um dote que a natureza havia lhe negado.

— Ih, o bichinho da insegurança morde mais uma vez... – Suzumebachi se manifesta.

— Não tem como esperar que os outros achem o que tem de bom em você, quando nem mesmo você consegue... Precisa confiar mais em você...

— Não me venha com esse manual de autoajuda barato... – Soifon falara secamente.

— Então procure ele... – A zanpakutou arriscou um último palpite.

E a taichou decidiu-se.

— É, eu vou ir atrás daquele idiota... – Soifon dissera fungando enquanto tentava secar em vão as lágrimas que insistiam em cair o que era irritante.

— Para conversar? – Soifon dissera levantando-se resoluta.

— Não para quebrar a cara daquele infeliz. – Ela falara com uma aura sinistra em torno de si.

...

Urahara que estava concentrado no treinamento parara de se mover por um instante, mesmo assim recuperara-se a tempo de desviar de uma investida de Ichigo que estranhara o movimento, do loiro.

— O que houve? – O ruivo perguntou.

— Sinto como se alguém quisesse me matar. – Urahara dissera sendo acometido por um arrepio que se tornou em algo mais profundo, quando um Senkamon abrira-se e dele saíra uma mulher tão bela, mas estranhamente tão ameaçadora.

O homem lhe sorrira, e abrira a boca para lhe cumprimentar, se dissesse a coisa certa, ele até ganharia um segundo selinho.

— Precisamos conversar. – Mas, acabara sendo interrompido pela mulher petite que o arrastara, puxando-o pelo colarinho.

Ichigo observara a cena sem entender como uma mulher tão pequena arrastava tão facilmente um homem proporcionalmente tão grande.

— Oh, o amor, meu caro. – Tessai falara surgindo atrás de Ichigo do nada que dera um salto bem longe.

...

— Sou todo seu, pequenina. – Urahara cantarolara alegre, sem esconder a alegria de ter um momento a sós com sua pequena abelha, mesmo percebendo de longe que ela estava querendo matá-lo, mas isso já não era exatamente uma novidade.

Soifon respirou e inspirou, tentando em vão se acalmar.

Controlando-se para não dar com o livro no meio da cabeça daquele imbecil, ela estava esforçando-se para agir com um pouco mais de compostura e lhe mostrar o livro.

— Reconhece? – Ela perguntara entredentes.

Urahara piscou várias vezes, e depois desmanchou-se num sorriso.

— Oh, você encontrou... Onde estava? – Ele dissera inocentemente.

Arqueando a sobrancelha quando uma nuvem sinistra se formara em torno do corpo da mulher.

— Eu recebi isso hoje de manhã. – Ela disse quase não entendendo porque estava agindo daquele jeito.

— Você está com ciúme. – Suzumebachi dissera dando uma risadinha irritante.

— E não me diga que eu estou com ciúme, porque não estou. – Soifon dissera usando o último resquício de seu autocontrole para não bater no homem, que o encarava de um jeito bobo, tudo porque ele estava encantado que aquela mulher tão dura, estava com ciúme.

— Argh... Diga alguma coisa... – Ela disse bufando. – E para de me olhar assim. – Ela falou fazendo um bico.

— Esse livro... – Urahara começara a falar.

— É um registro de todas as suas safadezas. – Ela o sentenciou antes que ele conseguisse abrir a boca.

— Aposto que só está brincando comigo, não chego nem aos pés dessas mulheres, você quer o que? Me ridicularizar? – Soifon começara atropelar as palavras, o que deixara o cientista um pouco surpreso, Soifon sempre pareceu uma pessoa tão segura e dona de si, que ele não pensou que ela seria esse tipo de mulher.

— Ah, eu posso providenciar silicones para você e estará tudo certo. – Ele falara em tom brincalhão, mas deu-se por conta que tinha dito a coisa errada, quando ele havia levado com o livro no meio da cara.

— Aí, meu nariz, ai, meu nariz... – Ele se vira cantarolando uma música infantil que ele havia escutado na rádio infantil outro dia.

— Meu amor não precisa ficar assim, é tudo brincadeira... – Ele começou a falar em tom apaziguador, mas ele continuava dizendo a coisa errada.

Porque a mulher acabou dando-lhe com o livro no meio da cabeça e a pancada foi forte que ele ficou atordoado.

Porcaria, seu padrão feminino era a Yoruichi. E, ela era desencanada com relação ao próprio corpo e não levava a sério suas piadas, no máximo que ela fazia era retrucar a altura, mas o que Urahara não entendia é que sua relação com Yoruichi era uma relação quase de irmãos, nakamas, diferente de Soifon que estava recém descobrindo sua própria feminilidade e por isto, não tinha a autoconfiança necessária.

— Shaolin, espere... – Ele conseguira alcançá-la, a tempo antes que ele saísse por aquela porta.

— Kisuke para o seu próprio bem, me solte... – A mulher falou baixo e ameaçador.

— Não, sem você me escutar... – O homem dissera penalizado por perceber que sua idiotice, havia a feito chorar. Lágrimas corriam livres por sua bochecha.

— Eu fiz esse livro a muito tempo, com mulheres que eu conheci em minhas andanças em meus anos de exílio... – Urahara começou a falar, ciente que a reiatsu dela estava oscilando. – Mulheres bonitas e atraentes, qualquer homem gosta. – Urahara dissera percebendo que ela havia num gesto involuntário sacado sua espada.

— Mas, tem uma coisa que eu quero que você veja... Por favor, me escute. – Ele dissera, tardiamente, quando sua shikai havia se transformado em uma bankai e ao seu comando, ela literalmente mandara tudo para os ares.

...

Yoruichi vinha caminhando na sua forma de gato, Ishida vinha na sua direção pela rua. O Quincy dera um suspiro, porque os vizinhos iriam vê-lo conversando com um gato como se ele fosse um humano, de novo.

— Voltando de seu paciente noturno, Yoruichi-sama? – Ishida perguntara educadamente.

— Oh, sim eu fizera, mais uma dúzia de gatinhos... – Yoruichi falou de um jeito falastrão, pois Uryuu duvidava que ela poderia fazer alguma coisa assim.

Então, ambos pararam de falar quando sentiram uma reiatsu, para Yoruichi conhecida, mas para Ishida era assustadora, porque parecia de um Hollow transloucado.

Então, a terra tremeu e um estampido ensurdecedor se fez ouvir, junto com uma onda de calor que mandar aa casa de Kisuke pelos ares, junto com um garoto de cabelos laranjas...

— Ichigo Kurosaki, decolando pela primeira vez. – O shinigami substituto berrara inspirado por um desenho que fizera suas irmãs monopolizarem a única televisão de sua casa de novo.

Ishida, por sua vez estava com o queixo caído no chão, enquanto Yoruichi continuara sentada observando inabalável.

— Briga de casal sempre acaba assim.

...

Sem querer querendo, Urahara estava perguntando-se a mesma coisa, enquanto encontrava-se no chão um pouco aturdido.

Será que valeria a pena, o risco? O homem perguntara-se pensando em voltar para a companhia de suas revistinhas.

— Como eu estava dizendo, olhe a última página do livro. – Urahara voltara a dizer, estranhamente calmo.

Soifon estava com os olhos do tamanho de um prato, era agora que o Soutaichou a colocava para lavar suas cuecas sobre suas labaredas de fogo que nem ele fizera com Zaraki quando Zaraki fizera algo semelhante com um dos prédios da sexta divisão, porque queria decapitar o Byakuya por um motivo que ela nunca soube.

— Ande, se você fizer, prometo que não conto sua pequena arte para o Soutaichou Yamamoto. – Urahara negociou sabendo que sua proposta era irrecusável e assim, ela abrira a última página.

E ali não tinha nenhuma foto, apenas um rabisco muito mal escrito, mas ela reconheceu, na escrita algo que dizia mais ou menos:

“A mulher de meus sonhos, reside em meu coração, e seu nome é...”

— Shaolin Feng, minha querida abelha – Urahara dissera dando uma risada baixa, e Soifon ficara vermelha como um pimentão, Suzumebachi deixara seu queixo cair, não compreendendo como a mulher petite aceitava aquela desculpa esfarrapada, tão facilmente.

Urahara havia sido mandado pelos ares, e mesmo assim, ele tivera tempo de rabiscar aquilo enquanto fazia malabarismo, para manter o escudo protetor de Benihime, de um jeito que só os homens apaixonados conseguem.

Vermelha como um tomate, Soifon não soubera o que dizer.

Então, ele lembrou que sua primeira experiencia numa “briga de casal” foi no mínimo intensa, então a reconciliação teria de estar a altura, não?

— Não mereço, nada? – Ele dissera puxando a manga da mulher petite que o encarou com seus adoráveis olhos cinzentos.

Mas, ela empinara o queixo e arrebitara o nariz.

— Terá de aguardar nosso próximo encontro. – Ela dissera para a consternação do homem, que definitivamente não gostou daquela coisa de briga de casal.

Então, anotou em um canto de sua brilhante mente, de que dali pela frente ele deveria deixar as provocações de lado... Ao menos por enquanto.

Então, enquanto Soifon, se afastava ele encarara o livro e perguntava-se silenciosamente, quem diabos aquilo havia parado em suas mãos... Mas, tirou isso de sua mente e decidiu planejar seu segundo encontro, quem sabe ele ganhasse algo mais profundo do que um selinho?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Provocações" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.