Apresentação:

DATA é o piloto e terceiro em comando da U.S.S.Enterprise-D. Por ser um androide não sente emoções e tem grandes dificuldades em entendê-las. É extremamente leal à Frota Estelar e a tripulação da sua nave. Sua pele tem um tom dourado, possui olhos amarelos e enorme força física. Por ser muito literal, se confunde facilmente quando falam com ele usando figuras de linguagem. Registra em seu cérebro positrônico tudo o que aprende ou vê.

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“Diário da Missão, Data Estelar 46043.1.”

“Há três dias o comando da Frota Estelar recebeu uma mensagem do Alto Conselho do Império Klingon comunicando que uma de suas expedições científicas localizou os destroços de uma antiga nave da Federação em um planetóide desabitado dentro do seu território. O Chancelar Growron, em um gesto evidentemente político, autorizou que uma equipe mínima da Frota recolhesse os bancos de dados para a sua devida identificação, naturalmente depois que os klingons fizeram seu próprio exame dos restos da espaçonave.

“A Enterprise recebeu ordens para coordenar a missão e o capitão Picard me designou para fazer a coleta. Enquanto a nave da Frota aguarda da fronteira da Zona Neutra, sigo em uma nave auxiliar, escoltado pela Ave de Guerra qu'bogh, que está sob o comando do capitão Huragh, certamente para me observar e garantir que não irei a nenhum lugar que não seja o destino planejado.

Data se transportou diretamente para o que seria a cabine de comando da velha espaçonave. A atmosfera do planetoide não era totalmente respirável e a nave acidentada já não possuía o sistema de suporte de vida. Porém, sendo o oficial da Frota um o androide, não precisava de oxigênio e conseguia se adaptar facilmente à gravidade. Assim ele vestia seu uniforme usual, o que lhe proporcionava uma liberdade de movimentos muito maior.

Ele percebeu de imediato, pela configuração básica da ponte e dos instrumentos que se tratava de uma antiga nave de transporte Tellerita (1), mas cujo modelo estava fora de operação a mais de cento e cinquenta anos.

O androide também viu os corpos de dois tripulantes caídos no chão. Apesar de estarem mortos a mais de um século, a atmosfera rarefeita fizera com que os corpos ficassem bastante conservados. Ao redor deles havia marcas de pegadas recentes de botas, provavelmente dos klingons que estiveram na nave antes dele e que simplesmente ignoraram os cadáveres. Ao se aproximar mais constatou, para sua surpresa, que um deles era humano.

Eles certamente haviam morrido devido na queda da nave e apresentam vários traumas consistentes com isso. Seria necessário levá-los para a Enterprise se quisessem tentar identificá-los e descobrir o motivo da sua presença aqui.  

Data passou em seguida a escanear os painéis da nave com seu “tricorder” (2)  e notou que ainda havia um pouco de energia nas baterias reservas. Examinou os bancos de dados e descobriu que eles estavam bastante danificados, mas que ainda existiam muitos arquivos dos diários de bordo e dos sistemas de controle intactos. Encontrou também vestígios de que estes arquivos haviam sido copiados recentemente. Isto porém já era esperado. Como também era esperado que o que restou do núcleo de dobra e de todos os principais sistemas de controle tenha sido retirado pelos klingons, apesar de estarem obsoletos.

Repentinamente Data parou no centro do deck, olhando para uma coluna larga e retangular que estava no fundo da cabine da nave. Parecendo intrigado, ele foi até lá, olhando-a com atenção, pois havia acabado de notar que aquela coluna não fazia parte do desenho original deste modelo de nave.

Aproximou o seu “tricorder” da estrutura, sondando o local. E imediatamente franziu a testa ao ver as leituras que apareciam na tela do aparelho, indicando uma fonte de energia oculta, independente dos sistemas da nave,  e também sinais fracos de vida biológica.

Guardando o “tricorder”, ele passou as pontas dos dedos sensíveis pelas laterais da coluna para examiná-la melhor. Percebeu que havia uma escotilha quase invisível fechando a estrutura, lacrada por um sistema de trava circular na sua base, mas que certamente era acionado através dos painéis que foram destruídos com a queda.

Concluindo então que a opção mais lógica seria tentar liberar a abertura usando um “phaser” (3), o androide pegou sua arma e a programou para emitir um feixe concentrado de calor e disparou, começando a cortar cuidadosamente o metal da fechadura.

Após feixe de calor derreter a última trava, a escotilha oculta estalou e foi se abrindo vagarosamente, revelando uma câmara ovalada e comprida, com uma pequena janela de vidro na parte de cima, completamente coberta por uma camada de gelo.

Data, sondando o compartimento, viu tratar-se de uma câmara criogênica e percebeu que ela ainda está funcionando, apesar de suas baterias já apresentam sinais de deterioração. Ele detectou também que a abertura da escotilha iniciou o programa de descongelamento. Os sinais vitais do ocupante estavam aumentando vagarosamente. Em três ou quatro horas ele estaria acordando. Era preciso então levar a câmara para a Enterprise com urgência para que o processo fosse finalizado com segurança.

Mas ele não podia se esquecer dos klingons,  que estavam em órbita aguardando seu retorno à nave auxiliar. Se eles descobrissem que Data encontrara a câmara poderiam querer impedir que ele a levasse. Apesar de atualmente eles serem aliados da Federação, nunca deixaram de desconfiar dos humanos.

Ele teria de encontrar uma maneira de tirar a cápsula do planeta sem chamar a atenção do capitão Huragh. Depois de analisar a situação por alguns segundos, Data teve então uma ideia.

Referências do Capítulo:

(1) Os Tellaritas são uma espécie humanoide com características suínas nativa do planeta Tellar (Miracht na língua nativa), planeta classe M, quinto de um sistema duplo (61 Cygni-A V), com água em abundância e temperatura agradável. São também uma das cinco raças fundadoras da Federação Unida de Planetas. Eles se distinguem por serem engenheiros muito habilidosos e por sua predileção por debates longos e acalorados. Outra característica marcante é que as fêmeas geralmente são maiores e mais fortes que os machos.

(2) O Tricorder é um aparelho portátil de várias funções, combinando computador, sensor e gravador, que inclui uma pequena tela. Mede, analisa e grava uma infinidade de informações, podendo inclusive interagir com outros sistemas computacionais. Encontrado em várias versões, de acordo com as diversas especialidades: o tricorder médico analisa órgãos internos de seres vivos, o de engenharia analisa materiais, etc.

(3) Os phasers são armamentos utilizados pela Frota Estelar em forma de armas portáteis (pistolas e rifles) ou em grandes bancos nas naves Estelares. Sua tecnologia está fundamentada na emissão modulada de um feixe de plasma por um cristal, resultando numa descarga de partículas Nadion. O feixe de energia resultante é ajustável, podendo ser regulado para desde simples tonteio até a completa desintegração. Os cristais supercondutores são montados em estruturas denominadas emissores de phaser, constituindo no ponto focal do raio de partículas.