Bucky tinha quase certeza de que era dia dos namorados, na verdade, não lhe faltava mais convicção nenhuma disso pelo tanto de propagandas de duplo sentido que via pelo caminho do apartamento, e a quantidade de promoções envolvendo “casais” nos restaurantes e bares das redondezas.

Por conta disso, parou numa floricultura e comprou as margaridas mais azuis que já tinha visto, recebendo um olhar de aprovação da senhora franzina que as envolveu num plástico como um buquê e as encheu de glitter com um laço acetinado rosa.

Percorreu a calçada larga com o buquê de margaridas na mão de carne, demorando pouco menos de dez minutos para encontrar o prédio onde morava graças a seu novo status de Vingador. Mesmo que isso tivesse lhe custado Steve, Barnes sabia que seu amigo tinha feito uma escolha quando devolveu as joias do infinito a seus devidos lugares, e honestamente, não pôde ficar mais feliz por seu irmãozinho de coração.

Passou pelo porteiro sem cumprimenta-lo e entrou sozinho no elevador, agradecendo mentalmente por isso já que era bem comum que os vizinhos quisessem tirar fotos e lhe enchessem de perguntas que, na maior parte do tempo, ele não sabia responder.

Quando saiu da caixa de metal, as luzes do corredor se acenderam e ele soltou o ar pelas narinas, dirigindo-se à última porta à esquerda do corredor estreito. Enfiou a chave na fechadura metálica, notando o ecoar de uma música familiar através das paredes.

Adentrou o mais quieto que pôde e observou, cheio de dúvidas, o que acontecia na sala. Havia uma mesinha no meio da sala com uma toalha florida e uma única vela delicadamente colocada no centro dela.

— Ok, estou confuso. — Ele riu de leve ao tirar as luvas e olhou ao redor, encontrando somente o gato malhado e gordo que se esfregou em seus tornozelos antes de se deitar no sofá preguiçosamente. Seguiu intrigado até a origem da música e a encontrou na cozinha, acompanhando a mulher morena que estava de costas na pia preparando alguma coisa que cheirava muito bem.

Não era segredo para ninguém que Luna havia se tornado uma mulher linda, mas cada vez que sorria para ele tão espontaneamente, Barnes sentia que se apaixonava de novo.

— Ei, Buck. — A Maximoff riu levemente e assoprou uma mecha de cabelo para longe do rosto. — Em minha defesa, eu esperava você um pouco mais tarde, pra dar tempo de me arrumar.

Bucky riu levemente. — Eu realmente não ligo muito. Ah, trouxe pra você. — Oferecera o buquê de margaridas, notando a surpresa nos olhos dela. — Foram as únicas azuis que encontrei.

— Elas são legais. — A Maximoff riu. — Obrigada. Wanda me ligou, falando nisso.

— Ligou? As crianças já tentaram assassinar a ela e ao Scott?

Luna dera uma gargalhada. — Não, besta. Ela pediu pra gente tomar conta deles no final de semana.

Bucky passou a mão enluvada pelos cabelos e riu. — Melhor eu ligar o vídeo game, então. O Tommy e o Billy não vão me dar paz se eu não fizer isso, mas... Estou curioso.

— Com?

— Sinatra? — Comentou, indicando o celular dela na bancada e sorriu discretamente.

Luna fez um bico e virou para ele, dando de ombros. — Eu planejei isso durante alguns dias, pra ser honesta. Imagino que sinta falta de.... Bem, da sua época originalmente e... Achei que seria legal fazer algo que te lembrasse de lá.

Barnes tirou a luva da mão metálica e se levantou, sorrindo de leve. — Só falta uma coisa.

— E o que seria?

Ele lhe estendeu a mão direita com gentileza e Luna riu um pouco, desligando o fogo antes de aceitar o convite dele com um riso baixo. Bucky pressionou os lábios nos pulsos dela antes de coloca-los cruzados em volta de seu pescoço, envolvendo gentilmente sua cintura para que se balançassem bem devagar no ritmo da música que vinha do celular dela.

Luna não pode deixar de sorrir, principalmente quando o via cantarolando a música, tomando uma de suas mãos para que dançassem mesmo com o espaço reduzido da cozinha. Parecia não fazer diferença que a ideia completa não tinha sido executada, e que ela estivesse de jeans, camiseta e descabelada no meio de um caos generalizado de temperos, panelas e mantimentos.

Bucky não se achava merecedor de algo como aquilo. Nem mesmo depois que sua mente fora limpa da influência da HYDRA, entretanto, saber que sua esposa tinha se preocupado com cada detalhe simplesmente para fazê-lo sorrir era.... Mais do que ele podia imaginar.

— Não vai chorar em mim, vai Buck? — Ela perguntou zombeteira quando ele a abraçou com alguma força e ele foi obrigado a rir daquela constatação. — Ei....

Bucky ergueu o rosto um tanto sem jeito e seus olhos marejaram. — Obrigado, Luna.

— De nada, Bucky. — Ela sorriu de leve ao fazer carinho no rosto dele, beijando-o delicadamente nos lábios. — Me ajuda com o jantar?

— Claro!