A Máscara de Prata escrita por Lari


Capítulo 2
Capítulo 1 - Esse mordomo, atendendo ao chamado




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— E então, Sebastian, qual era o assunto de extrema urgência? — O conde Phantomhive bocejava enquanto esfregava o olho que costumava ficar sob o tapa-olho. Ainda estava com suas vestes de dormir, enrolado nas brancas cobertas de sua cama, e sequer havia tomado o café da manhã, mas seu mordomo havia dito que tinha algo de grande importancia esperando por Ciel.

— Jovem mestre, por favor! Tenha modos.

— Sem sermões à essa hora, demônio.

Sebastian suspirou. Decidiu que o assunto destinado ao conde era mais importante naquele momento do que o comportamento rude de Ciel. O mordomo entregou ao conde a carta que havia sido entregue mais cedo. O selo real estava estampado no papel, ainda intacto. Enquanto Ciel abria a carta, Sebastian segurava algumas pastas e documentos. A carta, designada ao cão de guarda da rainha, dizia:

Caro Conde Phantomhive,

Como está? Espero que bem. Não tenho tido notícias suas à algum tempo.

Sinto ter que amargar o começo de seu dia dessa forma, mas acredito que o que tenho a lhe contar seja algo que apenas você possa resolver.

Hoje mais cedo, um corpo foi encontrado por um comerciante num beco ao lado de sua loja. A polícia foi acionada imediatamente e, apesar do estado em que se encontrava, ele foi identificado como sendo o doutor William di Blouni, advogado e membro bastante influente da alta nobreza britânica. Ele possuía negócios no submundo, por isso acredito que esse fato possa ter contribuído para sua morte.

Peço encarecidamente que ache o responsável o mais rápido possível, antes que haja novas vítimas.

Atenciosamente,

Rainha Vitória.”

— Então, temos um caso de assassinato nas mãos?

— Sim, jovem mestre. O mensageiro me adiantou parte do assunto de que se tratava a carta, por isso certifiquei-me de reunir as informações necessárias sobre di Blouni e tudo o que consta no relatório da polícia — disse o mordomo, deixando os documentos sobre o criado mudo e pegando uma bandeja de prata que estava aos pés da cama. Nela havia uma xícara e um bule, e alguns salgados para saciar o estômago de Ciel, que já começa a dar altos roncos.

— “Antes de haja novas vítimas” — murmurou o conde, ainda segurando a carta com uma mão e pegando a xícara que Sebastian lhe servira com a outra. Deu um gole e em seguida largou o papel sobre as cobertas — Por que haveria novas vítimas se a morte de William foi causada graças aos seus negócios no submundo?

Ciel tinha o olhar fixo na parede em frente à sua cama. Sebastian não sabia se seu mestre estava ou não esperando alguma observação de sua parte, mas resolveu dá-la mesmo assim.

— Acha que vossa majestade sabe de algo e está escondendo de nós?

— É o que parece. Não há porquê ter mais mortes se o assassino estiver ligado aos negócios do advogado. A menos que não esteja.

— Muito perspicaz, jovem mestre.

— Não me bajule, demônio. Agora, me dê mais detalhes sobre a cena do crime.

Enquanto engolia a petulância do jovem conde e o ajudava com suas vestes, Sebastian falava sobre o relatório policial. O corpo de William fora encontrado sobre um amontoado de caixotes, com as roupas e os pertences de valor em seus devidos lugares.

— Então não foi um roubo — apontou Ciel, enquanto o mordomo colocava os sapatos no conde.

Sebastian continuou, dizendo que no relatório constava uma desfiguração parcial do rosto da vítima. Os policiais suspeitavam do uso de um ácido ainda não identificado pela perícia. Além disso, a camisa de di Blouni estava aberta, e no seu peito estavam cravadas as letras M e P, feitas provavelmente com o auxílio de uma faca.

— Se me permite fazer um comentário, jovem mestre, esse assassinato se parece mais com uma vingança do que com um acerto de contas.

— Bom, eu concordo. E acrescento a possibilidade de estarmos procurando mais de um criminoso. Pelo o que me disse, William era um homem bastante robusto, graças às suas atividades físicas em suas horas vagas.. Então, a menos que nosso assassino seja tanto ou mais forte que a vítima, creio que haja um cúmplice.

Devidamente vestido, o conde se dirigiu até a saída de seus aposentos e desceu as escadaria, seguido por Sebastian. Do hall de entrada, podiam ouvir o barulho causado pelos outros servos da mansão, Finny, Mey-Rin e Bard. Mas não tinham tempo para eles agora. Ciel sabia que precisaria dos arquivos da Scotland Yard para aquele caso. Como Sebastian apontara ao subirem na carruagem, as marcas na vítima podiam ser algum tipo de assinatura por parte do assassino. Se encontrassem mais pessoas com essas marcas, estariam mais próximos do culpado.

Os cavalos começaram trotrar, levando o conde e seu mordomo até a cidade. Um par de olhos vermelhos espreitava por entre as árvores, longe o bastante para não ser notado, mas perto o suficiente para observar cada movimento que Ciel estava prestes a dar.


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