A última Malfoy escrita por Tostes Prih


Capítulo 8
O duelo.




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   Mancando ela se levantou com dificuldade, sentia o sangue escorrer por sua têmpora, sequer se importou em tentar limpar, apenas avançava para perto dele canalizando todo o ódio que poderia sentir. Apontando a varinha, disse as palavras que marcariam aquele momento para sempre:

— CRUCCIO!

   Com um olhar de horror e surpresa nos olhos ele começou a se contorcer em agonia. Lizzie correu para ela tentando pará-la:

— Chega! Você vai matá-lo! Você já ganhou, vamos sair daqui antes que alguém nos pegue.

   A loira tentou puxá-la pelo braço e algo a impeliu fazendo com que a menina fosse lançada para longe. Era como se uma aura de poder protegesse Ágata de quem tentasse tocá-la e interromper aquele momento. Ela não queria parar, sentia um prazer imenso ao vê-lo ali jogado aos seus pés em agonia, cada grito do garoto aumentava seu êxtase.

—CRUCCIO! – Mais uma vez o garoto soltou um berro de dor arqueando as costas.

  Ela lembrou-se dele desafiando sua autoridade.

—CRUCCIO! – Ele a olhava com olhos suplicantes que praticamente gritavam rendição.

    Arfando abaixou a varinha, saboreando aquele momento de vitória. Com um olhar de desprezo fitou o garoto que estava no chão totalmente sem forças.

—Espero que agora tenha provas de que sou a bruxa mais poderosa dessa escola.

— Se considere digna de minha lealdade. – Gemeu ele enquanto Alex o ajudava a se levantar.

  - Mas que barulho todo é esse? – No corredor ouviram Willian’s resmungando, provavelmente se aproximando da sala.

  As gêmeas olharam-se em pânico. Como poderiam explicar ao zelador ou a diretora tudo o que havia ocorrido ali?

   Mais cedo naquele dia...

    Era manhã de Natal e menina Malfoy acordou praticamente soterrada em presentes que foram deixados aos pés de sua cama. Alguns de seu pai, outros de seus admiradores. Olhou para uma caixa grande e cor de rosa e teve certeza de que aquele era das gêmeas. Ignorou tudo aquilo pois, sua energia estava focada em duas coisas: descobrir o que exatamente era o anel de Ekrizdis, e se preparar para o duelo contra Matt Wood naquela noite, após o toque de recolher.

 - Preparada para o duelo?

   Tom se materializou ao seu lado. Ela se sentiu constrangida, usava um pijama curto e não gostava quando ele a via vestida naqueles trajes e com os cabelos bagunçados. Ele nem pareceu reparar em nada disso.

— O duelo é o de menos, estou pensando sobre o anel de Ekrizdis.

 - Ekrizdis foi um bruxo das trevas que usando magia negra criou os Dementadores, ninguém sabe exatamente como, mas sabemos que foi a partir de uma Mortalha viva. O anel contido naquele armário te dará o controle sobre qualquer Dementador que esteja próximo a você.

— Isso é incrível! – Os olhos dela se iluminaram imaginando tudo o que poderia fazer no futuro se tivesse a posse daquele anel.

  Ele pareceu gostar de vê-la empolgada, pois sorriu e pegou sua a mão enquanto continuava explicando tudo.

   - Você conseguiu ler as orientações escritas no armário?

— Sim, preciso sacrificar uma alma para ter acesso ao anel.

  Ela não conseguia se concentrar, tudo o que conseguia fazer naquele momento era sentir o contato da mão dele, que sobre a dela parecia emitir fagulhas que percorriam sua pele. Tentou continuar conversando normalmente, torcendo para que ele não pudesse ouvir as batidas de seu coração que se acelerava. Ela nunca conseguiria entender porque Tom Riddle causava aquele efeito nela.

 - Os Dementadores estão praticamente extintos. – Continuou ela.

— Então cabe a você fazer com que voltem a se reproduzir.  – Disse ele, como se fosse a coisa mais natural do mundo. – Você vai fazer muitos inimigos no futuro e almas torturadas e tristes para alimentar os Dementadores é o que não vai faltar, quanto mais você os alimentar mais se reproduzirão e logo serão muitos de novo. Todos sob seu domínio.

— São criaturas fascinantes... – Disse ela lembrando-se do que viu no dia anterior.

— Você é fascinante Malfoy. – Disse ele tirando uma mecha de cabelo do rosto dela e colocando atrás da orelha da menina.

   Antes que ela pudesse reagir a esse comentário ele desmaterializou, deixando para trás uma Ágata confusa, e com o coração cheio de sentimentos que ela queria enterrar bem fundo e esconder em seu ser. Resolveu descer para o café da manhã antes que Tom aparecesse de novo e ela tivesse algum impulso que pudesse se arrepender. Se agasalhou e desceu para sala comunal. Matt a esperava, com duas xícaras de chocolate quente e um sorrisinho maldoso no rosto.

 - Um brinde em sinal de paz antes do duelo de hoje à noite? – Sussurrou ele estendendo-lhe a caneca.

—Não obrigada. – Ela foi fria.

—Ora! Deixe de ser tão má Malfoy, é só um gesto de boa vontade. Sei que uma de suas tradições é tomar esse chocolate com seu pai no Natal e quero te dar esse momento já que não pode ir para casa esse ano.

  Ela pegou a caneca e o olhou desconfiada:

— Como sabe disso?

— Tenho minhas fontes. – Respondeu ele com um sorriso presunçoso. – Relaxe garota, é Natal! Deixe toda essa tensão e formalidade para mais tarde.

   Uma xícara de chocolate não faria mal! Ela deu de ombros enquanto tomava o primeiro gole. Tinha um cheiro agradável de chocolate com marshmellow’s, mas além disso pode distinguir outros cheiros: livro novo, chicletes e o perfume amadeirado que ela sentia quando chegava perto de Tom. Tarde demais se deu conta do que havia acontecido. Arregalou os olhos para o garoto por um segundo:

— Droga!  - Murmurou.

   E não teve tempo de dizer mais nada, logo se sentiu inebriada, como se visse o mundo através de uma névoa cor de rosa. Em sua mente a imagem de Matt Wood dominava todos os pensamentos. Um sorriso bobo tomou seus lábios enquanto ele muito satisfeito segurava a mão da garota entrecruzando seus dedos com os dela.

    Dar uma poção do amor para a Ágata fora mais fácil do que Matt Wood imaginara. Desde que chegara naquela escola, mesmo adormecido dentro da mente de Mathew ele se sentira atraído pela garota. Metade dessa atração era porque Mathew se apaixonara por ela desde a primeira vez que a viu sentada na mesa da Sonserina, e isso influenciava a ele também, e a outra metade era devido a aura de magia negra que ele podia ver nela. Mas o motivo de lhe dar aquela poção do amor ia bem mais além. Ele sabia que ela tinha algum segredo e ele queria descobrir o que era, para que pudesse usar contra ela mais tarde. Por mais que ele gostasse um pouco dela, a corrida pelo poder era mais importante e no caso de perder o duelo ele queria ter um trunfo na manga, talvez uma chantagem.

— Vamos querida, vamos dar um passeio romântico na beira do lago. – Disse ele rindo enquanto passava os braços em torno dos ombros dela.

— O que você quiser meu amor. -  Ela enlaçou a cintura dele feliz da vida enquanto seguiam para fora do castelo.

    Até que ele estava gostando de vê-la assim, submissa e apaixonada por ele. As coisas seriam tão mais fáceis se eles fossem um casal de verdade, eles poderiam dominar o mundo juntos com sua força. Mas Ágata era orgulhosa demais para se apaixonar ou dividir o poder, então ele não tinha escolha a não ser tirar tudo dela. O que era uma pena, pois ela era maravilhosa: tinha um rosto angelical e delicado que fazia todos abaixarem a guarda, porém se soubesse olhar bem no fundo de seus olhos enxergaria a cobra que ela realmente era, cheia de ambição e agressividade contida. Uma verdadeira Sonserina!

   No caminho ele viu Alex olhando de longe. Era melhor evitar os fiéis protetores de Ágata ou poderiam perceber o que ele havia feito e estragar tudo. Desviou o caminho e apertou o passo.

— O que vamos fazer na beira do lago? – Ela indagou com um sorriso doce.

— Vamos caminhar um pouco, conversar. – Disse ele despreocupado.

— Adoro passar um tempo com você. – Ela respondeu, mantendo o sorriso bobo e mecânico no rosto.

— Quero saber mais sobre você, e me faria muito feliz se respondesse tudo o que eu te perguntasse.

— Se te faz feliz eu vou contar tudo. Como negar algo para um garoto tão lindo? – Respondeu a garota enquanto se aconchegava e o abraçava mais forte.

— Muito bem, porque você quer tanto formar um grupo de alunos especiais para liderar?

— Porque um dia vou ser mais poderosa que Voldemort e quero ter ao meu lado os melhores.

— E porque me ajudou a tomar o controle?

— Não quero falar dessas coisas chatas, quero aproveitar esse momento com você!

  Começou a se cansar de tanta doçura. Ele devia ter dado a ela Veritasserum para que ela contasse tudo o que ele quisesse, mas não resistiu a oportunidade de aproveitar e tirar um pouco de vantagem da loira.

— E em troca de um beijo você responde tudo o que eu quiser?

— Claro que sim. – Ela deu pulinho de alegria.

  Ele a puxou para bem perto, segurava firme em sua cintura enquanto aproximava seus lábios dos dela. Podia sentir o perfume que emanava de seus cabelos enquanto se perdia por um momento naqueles olhos cinzas e límpidos que pareciam penetrar na alma. Por um momento ele esqueceu do que estava realmente fazendo ali, só queria beijá-la como Mathew desejou desde o primeiro momento. Seus lábios se encontraram num beijo longo e gentil. Ele se surpreendeu com o que sentiu ao beijar a pequena Malfoy. Mesmo inebriado com a intensidade daquele beijo ele a afastou, não podia perder o foco:

— Agora responda minha pergunta.

— Eu lhe ajudei a tomar o controle porque você é muito forte e pude ver seu potencial, alguém como você em minha equipe é de grande valia para cumprir meus objetivos no futuro.

— Porque tem tanta certeza que vai conseguir cumprir esse objetivo?

 - Eu sou a sucessora de Voldemort! Eu vejo a memória de Tom Riddle e ele sempre me orienta sobre tudo...

  Matt estava estupefato com aquela revelação, precisava saber mais sobre isso. Porém não tinha mais tempo de questionar nada. Alex vinha em direção a eles.

 - O que fez com ela?  - Perguntou com os punhos cerrados de raiva.

— Nada. – Respondeu Matt inocentemente.

— Quer que eu acredite que ela aceitou sair sozinha com você, assim do nada?

— Não tenho culpa se sou irresistível!

   Alex perdendo a paciência, pegou o garoto pela blusa e o jogou com força contra uma árvore próxima. Matt que era maior e mais forte, empurrou o garoto se desvencilhando com facilidade.

—Para Alex! Eu amo esse homem! – Gritou Ágata dramaticamente fazendo Matt rir.

— Você deu poção do amor para ela. – Disse Alex entendo tudo.

—  Foi só uma brincadeirinha de Natal. – Respondeu o outro.

   Indignado Goyle o ignorou, apenas tentou pegar a menina pelo braço para tirá-la dali.

— Vamos Malfoy, vou te levar até a sala do Professor de poções.

— Se me separar dele eu vou morrer. – Ela continuava com o drama.

  Alguns alunos que passavam por ali começaram a rir do escândalo da menina e antes que tudo ficasse mais vergonhoso Alex teve que leva-la a força.

— Me perdoe, mas isso é necessário! – Disse ele quanto pegava a garota e a jogava sobre os ombros caminhando com dificuldades para dentro do castelo.

— Isso é uma promessa, eu voltarei para você meu Ursinho. – Ela gritava para Matt que tinha lágrimas nos olhos de tanto gargalhar.

   Encontraram o Professor Aurélio Stuart na sala de poções que felizmente estava vazia. Arfando Alex colocou a menina sentada em uma cadeira.

— Você é mal Alex Goyle. – Disse ela fazendo um biquinho e cruzando os braços. – Está me separado do meu Matt.

— O que houve? – Perguntou o professor vendo que Ágata não estava em seu estado normal.

— Poção ... do... amor – Disse Alex enquanto tentava recuperar o folego depois de ter feito todo o caminho carregando a menina.

— Não quero nem saber os detalhes. – Disse o velho enquanto vasculhava seu armário procurando um frasco com o antídoto. Provavelmente ele já estava acostumado com aquilo.

— Ela vai ficar legal? – Perguntou Alex olhando preocupado para a menina.

— Só faça com que ela beba isso. – Disse o professor entregando uma dose.

— Vem Malfoy, tome isso. – Disse ele estendendo o frasco para a garota.

— Não quero! Só quero voltar para o meu Matt. – Disse feito uma criança birrenta enquanto dava um tapa na mão do garoto quase fazendo-o derrubar o conteúdo do frasco.

— Para de ser teimosa! – Sem paciência ele avançou para cima dela forçando o conteúdo na boca da menina.

 O professor só observava a tudo sem mover um dedo para ajudar. Assim que tomou o antídoto o semblante da menina mudou.

— O que aconteceu? – Perguntou confusa.

— Graças a Merlin! – Disse Alex aliviado enquanto a abraçava, esquecendo-se do quanto ela detestava contato físico.

— Me conta o que aconteceu – Exigiu ela impaciente.

— Vamos para o salão principal e no caminho te conto tudo. – Disse puxando- a para fora da sala. – Obrigado professor!

— Disponha. – Respondeu o velho enquanto voltava aos seus afazeres.

  No caminho, Alex contou para a menina tudo o que havia acontecido. Chegando no salão principal se encontraram com as gêmeas.

— Todos estão falando de você! – Disse Lizzie.

— Eu juro que Matt Wood vai me pagar! – Ágata estava enfurecida.

— Não faça nada que vá mete-la em problemas. – Disse Rosie. – Canalize essa raiva no duelo contra ele hoje à noite.

— Porque será que ele fez isso? – Questionou Lizzie.

— Para tirar alguma informação? Ou talvez por despeito. – Disse Alex.

— Eu não me lembro de nada, não sei se disse a ele algo que não devia, mas juro que vai se arrepender de ter feito isso!

   Depois do incidente da manhã, todos só falavam de Ágata e Wood. Todos ficaram sabendo que ele havia usado a poção do amor na garota, e não demorou para Medeia chama-lo em sua sala. A menina quando soube disso, desejou profundamente que ele pegasse a detenção mais longa do mundo. Devido a todos os acontecimentos e confusões o dia praticamente voou.

   À noite, todos se reuniram para a ceia de Natal. O salão estava magnífico todo a decorado, o banquete também fora muito bem elaborado para que todos se sentissem em casa. Os quatro, no entanto mal tocaram na comida, estavam focados no Duelo que iria ocorrer mais tarde. Do outro lado do salão, Matt ceava na companhia de um grupo de garotas da Corvinal. Malfoy lançou-o um olhar fulminante. Ele ao perceber soprou um beijo para ela a fim de provocá-la, ela em contrapartida mostrou-lhe o dedo do meio e voltou a atenção para o seu prato.

    Já passava da meia noite quando todos se encontraram em uma sala grande e afastada. Chegara a hora de Ágata mostrar para Matt que ela era muito mais forte que ele e de quebra se vingar do que ele fizera com ela de manhã. Sentou-se no beiral de uma janela da sala enquanto os três isolavam a sala com feitiços a fim de diminuir os sons que ocorreriam lá dentro. Não queriam correr o risco de serem pegos duelando sem permissão e fora do horário, poderiam ser expulsos.

     Matt entrou na sala todo sorridente como se nada estivesse acontecido.

— E aí minha querida, sentiu saudades do seu ursinho?

— Vai á merda Wood! Vamos começar logo esse duelo. - Respondeu ela com raiva.

— Nossa! Quanta pressa considerando que vai levar uma surra.

 Ela o ignorou:

— Quero que Alex faça o intermédio desse duelo.

  Assim que ouviu o pedido da menina, Goyle se aproximou e as gêmeas se afastaram buscando um lugar mais seguro para assistir.

— Muito bem, as regras são simples. Todos os feitiços são válidos e perde quem se render ou for estuporado primeiro. Devido ao que está em jogo, nenhuma das partes terá um padrinho, o que significa que estarão por sua conta e risco. – Ele olhava para os dois que acenavam com a cabeça em sinal de concordância. - Duelistas se cumprimentem por favor.

  Eles ficaram um de frente para o outro e fizeram reverencia, porém não deixaram de se olhar ferozmente em nenhum momento. Matt apertava sua varinha com tanta força que as pontas dos dedos estavam brancos como cera. Alex saiu do meio, a dupla tomou espaço e o duelo começou.

 

  - Confrigo! – Matt foi o primeiro a atacar.

   A menina, porém, foi mais rápida e conseguiu se proteger:

— Protego! – O feitiço bateu contra uma barreira e ela não foi atingida.

  Por alguns minutos o duelo se estendeu, os dois tinham destreza e força praticamente iguais, devido a isso por um tempo tudo estava empatado, até que Ágata foi mais lenta em se proteger e Wood conseguiu atingi-la. Ela foi lançada contra uma parede batendo a cabeça com força. Levantou-se rapidamente e revidou:

— Rictusempra! – Dessa vez Matt foi lançado com violência para trás.

    Ambos começaram a usar feitiços mais violentos, alguns deles os três que estavam assistindo sequer conheciam. Matt atacou novamente abrindo um corte no braço de sua oponente. Ágata o acertou no estomago e ele arfou sem ar. Quando revidou ela foi mais rápida desviando-se e se protegeu com um feitiço. Àquela altura os dois estavam feridos e cansados, porém não demonstravam nenhum sinal de que iriam desistir. A cada feitiço que erravam, algum objeto ou parede da sala era acertado fazendo um estrondo. Alex começou a temer que alguém pudesse ouvir apesar do feitiço de isolamento que lançaram na sala.

    Lizzie fechou os olhos e virou o rosto quando Matt conseguiu acertar novamente a Malfoy fazendo-a bater na parece com um baque. Rapidamente ela se levantou determinada e lançou um feitiço não verbal que o desestabilizou fazendo- o cair no chão, antes que ele pudesse ter a chance de se levantar ela avançou para ele, os olhos quase em chamas como se estivesse fora de si.

— CRUCCIO!

  Todos se surpreenderam. Mal escutavam alguém falar sobre as maldições imperdoáveis quanto mais usá-las. Matt se retorcia no chão urrando de dor e a menina não parava de tortura-lo, era como se estivesse em uma espécie de transe.

—Você venceu! Tem que parar ou vai matá-lo. – Lizzie tentou segurar o braço da menina e foi impelida para longe.

   Ele a olhava com olhos suplicantes que praticamente gritavam rendição.

   Arfando e cansada abaixou a varinha. Com um olhar de desprezo fitou o garoto que estava no chão totalmente sem forças.

—Espero que agora eu tenha provado minha força.

— Se considere digna de minha lealdade. – Gemeu ele enquanto Alex o ajudava a se levantar.

    Assim que o duelo terminou ouviram Willian’s se aproximando e resmungando pelos corredores. Ficaram todos em silencio torcendo para que ele não resolvesse entrar na sala. Passados alguns minutos ele se foi, e todos puderam respirar aliviados.

— Foi um ótimo duelo. – Matt estendeu a mão para Ágata.

— Você é muito forte também. Espero que tenha aprendido a não me desafiar. – Disse ela exultante.

— Lição aprendida Milady.

    Ela sorriu cansada, não sabia de onde ele ainda tirava forças para provoca-la. Não tentou retrucar, tudo o que ela queria tomar um banho e dormir. Juntos e com todo o cuidado do mundo para não serem pegos, eles foram para seus dormitórios.

Aquele Natal fora o mais agitado de suas vidas!

     No dormitório Tom esperava por ela:

— Você está ferida. – Disse tocando gentilmente a têmpora da menina.

— Ele era forte, mas precisa ver como ficou muito mais machucado que eu. – Disse ela com um sorriso fraco.

— Se eu estivesse presente sua força teria aumentado e não teria ficado assim. – Ele realmente estava preocupado? – Quero que você transfigure o diário em um anel ou colar para que possa leva-lo em segurança com você eu possa te acompanhar.

— Tom eu não entendo, porque está tão preocupado? Nosso objetivo está cada vez mais perto de ser cumprido, e é normal que eu fique ferida no processo. De qualquer forma eu vou levar adiante toda a ideologia de Voldemort, não foi para isso que você foi criado? Devia estar satisfeito.

— Eu não sei explicar. Sei que sou uma memória e não o verdadeiro Tom Riddle, mas ultimamente minha mente parece estar criando personalidade própria. - Ele andava de um lado para outro torcendo as mãos. Parecia nervoso, e ela nunca tinha visto ele agir dessa forma, ou esboçar alguma emoção.

 - Você acha que está criando vida e personalidade própria?

— Acho que sim. Não consigo entender tudo, eu fui criado apenas para um propósito: Guiar o sucessor de Voldemort, mas pareço estar evoluindo, como se estivesse a caminho de me tornar quase humano ao invés de permanecer como uma memória.

— O que você vem sentindo? Me de algum exemplo e talvez eu possa pesquisar e descobrir o que está acontecendo. – Ela começou a preocupar-se, era a primeira vez que ele demonstrava alguma fragilidade.

Ele sentou-se perto dela.

—Eu não sei o que é isso, mas você está me transformando em alguém mais real Malfoy.

  O coração dela bateu acelerado. Será que Tom estava adquirindo sentimentos? Como era possível?

— Preciso descansar. Amanhã pensamos em tudo isso. – Disse ela segurando a mão dele a fim de dar-lhe conforto.

— Me prometa que vai se cuidar mais. – Respondeu ele.

  Por um momento eles se olharam e ela desejou do fundo de sua alma que Tom fosse um garoto de verdade. Tudo seria muito mais fácil! Ele era exatamente igual a ela, com os mesmos ideais e o mesmo foco, era maduro e muito muito bonito. Ela sabia que ia se arrepender daquilo, mas naquele momento sentia que precisava dele por mais tempo.

— Não precisa se desmaterializar. – Disse ela olhando fundo nos olhos dele. – Preciso que fique um pouco mais comigo.

— Como quiser. - Disse ele com sorriso terno.

   Ela deitou-se e ele sentou-se com as pernas esticadas sob a cama ao lado dela, parecia pouco à vontade ali, sem saber o que fazer. Ela encostou cabeça sobre o colo dele e pela primeira vez se sentiu completa e em paz. A dor dos ferimentos a incomodava um pouco, mas mesmo assim não demorou a pegar no sono enquanto sentia-se confortada pelo perfume amadeirado que sentia emanando dele.


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