Let your heart hold fast escrita por Lily


Capítulo 10
10. Heavy Hours - Crooked Fingers




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"Pelo lado de fora de sua janela. Esperei por você. Você não veio. Você nunca vem."

Barney sabia que seus amigos estavam certos sobre ele ter que se afastar de Robin, ele fazia mal para ela assim como fazia para qualquer pessoa à sua volta. Mas ela merecia saber a verdade, merecia saber sobre Lucy e sua história, merecia saber que havia sido mãe. Robin era a pessoa mais incrível que ele havia conhecido e por isso que ele sabia que ela teria sido um ótima mãe, Lucy teria tido uma ótima vida. 

Robin soluçou novamente, seu corpo tremia contra o dele em espasmos ritmados. Ele odiava vê-la chorar, era quase como um pecado contra o mundo. 

—Vamos sair daqui. Eu te levo para casa de Lily. - Barney sussurrou enquanto acariciava o braço dela e tentava conter as lágrimas.

—Não. Não. Eu não quero ir para lá. - Robin murmurou passando a mão pelo rosto para limpar as lágrimas. - Me leve para casa, por favor. 

Barney respirou fundo e afastou os braços dela para pegar a caixa, Robin continuou a segurar o vestido contra si enquanto ele colocava a caixa em cima das outras e voltava para ela.

—Vamos. - ele a segurou pelo braço engessado e a ergueu, Robin se apoiou contra ele enquanto os dois caminhavam de volta para o carro. 

Barney decidiu não falar nada enquanto eles seguiam até o apartamento. Quando ela havia falado casa ele rapidamente soube para onde ela queria ir, para onde ela se sentiria mais segura. Ele sabia que tinha que ligar para Lily, falar que Robin estava com ele e que eles estavam indo para o apartamento dele, porém Barney sabia que isso causaria uma enorme revolução com direito a drama em seu apartamento e isso era a última coisa que Robin precisava. 

Foram necessários apenas alguns minutos até eles chegaram ao prédio. Barney saiu do carro e deu a volta para abrir a porta para Robin, ela saiu ainda segurando o vestidinho. Ele sabia que aquela era a única ligação dela com Lucy. Sua Lucy.

—Porque você não toma um banho enquanto eu preparo algo para você comer. - ele sugeriu, Robin assentiu e lentamente se arrastou pelo corredor. Barney seguiu até seu telefone fixo e digitou o número de Tracy, dois toques depois a Mosby atendeu. 

—Seu grande idiota para onde a levou? - ela indagou e Barney se surpreendeu com o novo tom agressivo de Tracy, geralmente ela mantinha a calma em todas as situações. 

—Ela está comigo no meu apartamento. Tivemos uma conversa e eu contei a Robin coisas que talvez tivesse sido melhor ela não saber. 

—O que você contou Barney? 

—Não se preocupe, vou levar ela para casa de Lily depois que ela se acalmar. - ele falou e então caminhou até seu armário para pegar o bule para fever a água. Se prestasse bastante atenção conseguiria ouvir o barulho do chuveiro sendo ligado. - Robin apenas precisa de um tempo para pensar.

—Seja lá o que você tenha dito a ela, espero que arque com as consequências.

Barney encheu o bule e o colocou no fogão. Tracy estava certa, não havia ninguém que pudesse ajudar Robin naquele momento além dele. 

—Eu sei o que estou fazendo e peça desculpa a todos por ter frustrado o plano de me deixar longe de Robin, eu prometo que não vou devolvê-la quebrada. 

—Mais do que ela já está é impossível, querido. 

Barney se apoiou na pia e observou a água ferver. E Tracy estava certa, novamente, Robin estava quebrada pois não sabia quem era de verdade e talvez ele tivesse complicado ainda mais a situação. 

—Vou desligar. Diga aos outros que Robin está bem. 

—Ok. E você se cuida.

Barney soltou uma risada triste e desligou o telefone. O barulho do chuveiro cessou, ele desligou a água e preparou duas xícaras de chá, as equilibrou enquanto caminhava até seu quarto, mas se surpreendeu quando não encontrou Robin.

—Robin? - Barney a chamou enquanto deixava a bandeja sobre a cama ao do vestido de Lucy. Ele seguiu até o banheiro encontrando o cômodo vazio, então se afastou e seguiu para fora do quarto, então notou que a porta do quarto de Ellie estava aberta. Robin estava parada olhando para o berço de madeira, ela segurava o filtro dos sonhos na mão com um olhar perdido no rosto. 

—Era dela. - Robin sussurrou, Barney prendeu a respiração esperando alguma reação negativa dela. - Esse era o quarto dela, você o deu para Ellie.

—Ellie é minha filha.

—Eu sei. Lucy também era.

—Robin…

—Não. - Robin soltou o objeto e se virou para ele. - Desculpa, eu não deveria ter dito isso. Eu apenas… não sabia que era possível amar tanto uma pessoa que não está mais aqui. Eu não lembro muito, mas tenho essa sensação aqui. - ela colocou a mão sobre a barriga e acariciou. - Se eu fechar os olhos ainda posso ter a sensação dela se mexendo, eu ainda posso ouvir as batidas do seu coração, ainda posso sentir o peso dela. Eu me lembro do seu sorriso quando a vimos pela primeira vez, eu lembro de quando compramos suas primeiras roupas, e quando combinamos de não contar a ninguém sobre ela. Eu não lembro de tudo, mas lembro que a amava, a amava tanto que eu simplesmente não conseguia respirar quando ela se foi. E agora eu não consigo respirar porque ela não está aqui. 

Barney pensou em se aproximar dela, mas Robin se afastou caminhando até a janela aberta. 

—Eu sei. Quando eu lembro dela eu mal consigo pensar direito, ela era tudo pra mim.

—Mas agora você tem a Ellie e você a ama. Eu estou feliz por você.

—Robin.

—Eu apenas queria ter ela de volta, mas de uma maneira egoísta eu queria não lembrar. Era melhor quando eu não lembrava. Quando eu não sabia que ela havia existido.

—Ei, não diga isso. -  Barney se aproximou dela e segurou a mão dela. - Não lembrar de Lucy é esquecer uma parte importante sua, esquecê-la é esquecer de si mesma. De quem você é.

Robin o encarou com os olhos vermelhos e chorosos.

—E quem eu sou? Uma mulher viciada no trabalho que não vê mais os amigos e não se importa com a vida deles? - ela indagou com amargura.

—Não. A mulher forte e determinada por quem eu me apaixonei. Você é Robin Scherbatsky e você já passou por mais coisas do que qualquer pessoa poderia aguentar. Foi o amor que sentíamos por Lucy que nos fez seguir em frente. 

—Mas também foi isso que nos separou. 

—Eu não deveria ter te deixado ir. Deveria ter me esforçado mais. 

—Isso é culpa minha, Barney. Eu é quem deveria ter deixado você me ajudar ou invés de empurrá-lo para longe. Eu não fui a única a perder uma filha.

Barney a encarou com o olhar surpreso e colocou a mão livre na lateral do rosto dela, Robin fechou os olhos ao toque e soltou um suspiro.

—Você lembra?

—Às memórias estão voltando em flashes, não todas apenas algumas que me ajudam a entender o que aconteceu com a gente. - ela explicou e então disse sem abrir os olhos. - A gente pintou a parede de azul escuro e colocamos patinhos amarelos.

—Ainda não acredito que cedi a você. 

—Ficou lindo. 

Barney observou os lábios dela se erguerem em um sorriso apaixonante, então ela abriu os olhos ainda avermelhados por conta da dor que sentia. Ele sabia que levaria um tempo para ela conseguir associar tudo o que ele havia lhe mostrado nas últimas horas, mas também sabia que ela seria forte o suficiente para seguir em frente com o que havia descoberto. Ela era Robin Scherbatsky, havia derrotado mais ursos com as mãos do que Barney poderia afirmar sem soar louco. 

—Vamos tomar um pouco de chá. - ele sugeriu afastando a mão do rosto dela. Robin fez uma careta com a menção da bebida. - Ou algo mais forte.

—Estou aceitando um café italiano. Tenho certeza que você ainda tem algum pacote escondido por aí. 

×××

Robin estava dormindo na cama dele quando Barney ouviu as primeiras batidas naquela noite. Ele estava parado na porta observando-a em seu sono merecido, Robin pareceu relaxar depois que ele compartilhou com ela todos os detalhes que conseguia se lembrar sobre o período de gravidez dela, eles também conversam sobre as memórias que ela estava tendo, sobre as viagens que haviam feito e os lugares que tinham conhecido, alguns quais ela não lembrava especificamente. Ela não fez nenhuma menção de ligar para os amigos e informar onde estava, ele também não disse nada, apenas aproveitou o momento que tinha com ela enquanto preparavam o jantar. 

Uma segunda rodada de batidas o fez se arrastar do quarto até a sala, abriu a porta e franziu a testa ao observar Thea.

—Tenho uma emergência no trabalho. - ela disse empurrando o carrinho de Ellie para dentro do apartamento e jogando a bolsa da bebê no sofá. - Ela já comeu e agora está dormindo. Então só acordará amanhã. 

—Ok. Boa noite. - Barney desejou já fechando a porta atrás de uma agitada médica.

—Ah! E antes que eu esqueça. Lily quer te matar.

—Isso não é uma novidade. 

—Mas acho que ela está falando sério. Ela puta de raiva por você ter levado Robin e não ter dito para ninguém onde vocês estavam indo. 

Barney suspirou e apoiou a testa na madeira da porta. 

—Amanhã vou falar com ela. Quer dizer, com eles.

—Mas pelo menos me diga que valeu a pena. Que vocês finalmente estão na mesma página. 

—Sim. Estamos de volta a mesma página, mas eu não sei se isso é bom. 

—Por que? 

—O nosso passado é meio doloroso. Lembrar dele pode fazê-la lembrar o porquê de termos nos separado.

Thea o olhou com pena, Barney já havia recebido inúmeros olhares para saber exatamente como diferenciá-los. 

—Talvez você esteja esperando demais por algo negativo. Talvez seja hora de pensar positivo.

—Pensar positivo não ajuda. Isso é apenas uma falsa esperança.

—Não seja tão cético. Às vezes é bom acreditar no que não é real. Não dá para viver nesse mundo sem enlouquecer. Boa noite, Barney. 

Ele a observou se afastar pelo corredor e se deixou pensar em suas palavras. Talvez ela estivesse certa. Às vezes era bom fugir do mundo real, ter um pouco de esperança.

—Pensamento positivo, Barney. - ele sussurrou enquanto fechava a porta e ia até a filha. - Pensamentos positivos. 


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