Hanami escrita por Helgawood
Notas iniciais do capítulo
Oie!
Mais um capitulo atualizado para vocês.
Agora, anos depois, Indra estava frente a frente a aquela garota, ou melhor, a mulher. Desde aquele dia a vira tão pouco, embora os irmãos dela insistissem em ter uma amizade com ele. Porem, ela não. Ela nunca.
Ainda não sabia o nome dela, mas imaginava ser bonito ou exótico assim como sua aparência. Não que ele, o primogênito de Hagoromo, estivesse interessado na garota estrangeira e estranha da vila, como alguns a julgavam. Mas não podia ir contra suas convicções de que ela era uma mulher bonita.
Os cabelos rosados eram longos, os olhos verdes e a tez viçosa. Sua compleição era indiferente, séria e fria, a mesma que mantinha desde a primeira vez que a virá. Desconhecia o timbre da voz dela, e desde o momento que passará a observá-la ela sequer abria a boca. Era tão retraída.
Com o arco e flecha em mãos, ela mirou no tronco de uma conífera centenária e a acertou em cheio, cravando a flecha em seu meio. Ela repetiu o processo várias vezes para treinar sua mira e Indra observava tudo do alto de uma árvore.
Determinado em conhecê-la, ao menos saber seu nome, o Otsutsuki pulou do galho e pousou graciosamente no chão. A mulher não se sobressaltou, apenas o olhou de relance, fez uma breve mesura e saiu.
Era o que sempre acontecia quando tentava se aproxima dela. Ela o reverenciava e saia sem dizer uma única palavra. E Indra apenas desejava ouvi-la, saber como era sua voz.
— Você é filha do senhor Iida, certo? —ele perguntou e se arrependeu, afinal era uma perguntar idiota. Todos sabiam de quem ela era filha.
A mulher apenas virou o pescoço e aquiesceu. Indra nunca se sentiu tãofrustrado com um diálogo.
— O seu avô está bem? —suspirou mais uma vez, frustrado. O velho não lhe tinha nenhum interesse, sequer sabia se ele continuava vivo e jamais o vira nos treinos de ninshu.
A mulher parou e olhou para ele. Indra não deixou de esbanjar um largo sorriso por ela tê–lo olhando.
— O que quer saber, Indra Otsutsuki?— ela indagou para surpresa do moreno. Percebera que sua voz não era diferente das de outras mulheres, embora a dela fosse seria e menos sentimental.
Ele soltou um ar de surpresa.
— Vejo que sabe meu nome… — ele riu. Mas uma vez falava uma coisa idiota e se frustrava por isso. Por acaso havia perdido o jeito de abordar as mulheres? — Mas eu não sei seu nome.
— Não precisa saber. — ela virou nos calcanhares.
Indra nunca sentiu tanto frio naquele momento, mas sorriu por isso. Aquela mulher era peculiar e lhe lembrava alguém ou algo, não sabia definir qual. Mas estava decidido em ao menos saber seu nome.
***
Quando passou pelo portão de sua casa, encontrou seu avô sentado na varanda aproveitando a brisa do dia. Ela se sentou ao lado dele, tirando o arco e flecha das costas e pondo de lado.
— Chegou cedo hoje — comentou o idoso. Sua voz era rouca.— Achei que teria de pedir para que seus irmãos fossem buscá-la.
— Eu já sou bem grandinha, vovô — ela comentou. — Sei me cuidar.
— Mas é uma mulher!— reclamou ele. —Não deveria ficar até tarde por aí, Hanami, e sabe disso.
Ela inclinou a cabeça.
— Eu sei…. — engoliu em seco. Para seu avô ela era apenas uma mulher, e nada além disso. Em parte ela concordava, jamais seria um homem e todo o mês seu corpo lhe fazia lembrar disso.
— E, então, por que voltou tão cedo?
— Ele apareceu de novo…
— E por isso voltou? Ótimo! Seu pai e irmãos podem não ver, mas eu sim posso ver que aquele garoto tem algo ruim. Algo nada bom. — virou o rosto para a neta, e a encarou com seus olhos branco e leitosos. — Não quero sequer imaginá-la conversando com ele.
— Mas meus irmãos podem. —observou ela.
— Seus irmãos são homens, sabem se proteger e lutar, caso algum dia seja necessário. Mas você não.
Eu sim, pensou Hanami. Ela sabia lutar, era boa em arco e flecha, uma boa amazona e sabia controlar o ninshu. Contudo, para os homens de sua família, não. Mesmo que demonstrasse todas essas habilidades para eles, não receberia credito ou parabenização, apenas criticas.
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