Eminente escrita por GIh ComicBook


Capítulo 2
Feliz Natal




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Foi dezembro. Natal  e coisas luminosas. Papai noel para todo lado e  neve.

É a época favorita de Savana, chocolate e biscoito. Elizabete estava aqui e Ana também até a sorriso de plástico veio e conheci seu filho, era mais velho que Savana ele tinha 8 anos e era oposto de Kenny, talvez totalmente diferente. Aparência e jeito.

Lino estava ranzinza e corria de Savana assim como de Tayler filho de Kenny.

   Pisca, pisca pendurado para todo lado e uma árvore bem enfeitada.

  Elizabeth e eu preparávamos as saladas e Ana e Kenny os biscoitos.

 

   - Teremos que correr o dobro.- Elizabeth disse com uma cara de desgosto.

 

     Correr era algo possivelmente horrível. Principalmente quando você se torna sedentária e só come.

Com o tempo se torna suportável.

  -O que são essas cicatrizes?-Kenny disse.Os olhos curiosos correram pelo meu braço onde continha alguns ferimentos esbranquiçados. 

 

      Deixei o pote de salada de tomates de lado.

  - Servi alguns anos ao exército.-Disse. Apoie de costa para a bancada e o pote de salada, tendo a visão limpa da cara espantada de Kenny.

 Aquelas mulheres me olharam. Ana puchou umas palmas seguindo a outras. 

 -Nada disso. Não batam palmas queridas. Aqui fora é muita mais difícil.-Elas pararam, Kenny colocou os biscoitos no forno e disse:

 -Acho que da tudo no mesmo. Mas no final  pelo menos você não tem que  acabar sozinha ao menos ganha umas medalhas,não que tenha que carregar um peso.

  - Savana não é um peso Kenny. Ela me ensinou muito mais coisas em seus 5 anos de vida do qualquer outra coisa.- Disse num tom mais firme. E parte de mim doeu não por ela e sim por Tayler.

  -Eu amo meu filho.-O rosto dela se contraiu um pouco "ofendida".

  - Então pare de trata-lo com um estorvo.-  Disse. Não tive dó de acertar seu ego.

  Kenny franziu o cenho. E assim como uma alguém que chupa limão fez uma careta feia.

 -Sabia que não deveria ter vindo.-Ela resmungo.

 -Pare, sente, tome um leite e coma os biscoitos Kenny, ou vai perder a única, ou as  únicas pessoas que gostam  de você.- Elizabete disse sem muito ânimo enquanto cortou a última cenoura.

 

   E foi isso que ela fez. Parou, respirou fundo não me olhou sentou e comeu.

  Enfim estavamos todos na sala comendo e conversando.

 Trocando presentes e se preparando para a meia noite.

  Sentia um sensação amistosa. Era bom estar  ali com aquelas pessoas. Era ao menos o que conseguia sentir.  

      - Savana parece tanto com você.- Ana piscou os olhos devagar, seu rosto possuía traços delicados.  Era sincera nas palavras nas poucas, já que nunca foi muito de falar atoa.

   Savana estava no chão brincando com um papel e fingindo escrever. Ela caminhou seus pequenos olhinhos até a mim e sorriu de um jeito que só ela sabia fazer. Buchechas rosadas e seus cabelos já estavam na sua costa. Longos pretos e pouco ondulados.

  -  Nem um pouco. Ela é alguém diferente de mim.-  Disse. Era verdade ela nunca se pareceria comigo. Não do jeito que eu queria.

  -  Esta enganada. Ela tem seu jeito de olhar tranquilo e tão geniosa e engraçada. Ela me disse que queria ser como você.- Ana prosseguiu. Todas na sala concordaram com a cabeça.

   Naquele momento não pude deixar de olha-la mais uma vez. E não pude deixar de sentir meu coração amolecer. Meus olhos estavam pouco molhados.

 -Tão inocente.-Falei. Ela não poderia ser como eu. Nunca. Ela tinha que ser melhor do que em tudo que já fui. Ela seria uma grande mulher.

 Savana levantou do lugar e veio até mim. Levantou o papel desenhado tinha eu, lino, ela e mais uma pessoa ao lado dela.

  Elizabete e Ana se levantaram para pegar  refresco na cozinha.

  E eu olhei o papel. De novo. Estaria sentindo falta de uma figura paterna?    Só o que pude ver foi seu semblante confiante e esperançoso.

 - Quem é esse filha?- Minha voz saiu tranquila. Mesmo que no fundo estivesse pouco curiosa e aflita.

  -A ele é o meu papaí.-Disse com sorriso bobo nos lábios.

  Pude ouvir a droga de tosse forçada de Kenny no fundo daquela cena.Savana apenas saiu andando e puxou  Tayler.

 - Mamãe vamos brincar na varanda.-Ela disse. Eu olhei para Kenny e assenti.

  - Qual é o seu problema ?Disse eu. Meus olhos estavam pesados e cansados.  Sintomas de gente velha após as 23 da noite.

 - A tudo bem. Pode ficar tranquila. Não quer falar sobre ele? Entendo o salafrário do Kalton também não é alguém de quem quero falar. -Kenny era um boa mulher. Só não sabia a hora de frear sua língua.

  -Pois parece que você quer falar. Só que eu não quero ouvir nada. Se quer se confessar procure um padre e se quer desabafar vá até um bar. - Andei até a porta e vi Savana e Tayler sentados no balanço. O céu estava estrelado as árvores do quintal tinha uma sombra suave algumas partes brilhavam pelos flocos de neve;

  -Saquei. Você não gosta de mim;- Kenny franziu o cenho levemente. Ela tinha um sorriso desgostoso nos lábios e um drinque de frutas vermelhas na mão.

 - Eu não te conheço direito. A única coisa que sei é que você está frustrada e cansada. E não quero que você estrague meu natal com sua mania de falar demais.-Disse. Recostei no batente da porta. Tayler de longe parecia um menino adorável e gentil. Não era parecido com sua mãe.

  - Entendi.- Disse.  Ela caminhou até a porta e passou ao meu lado centando na escadinha da varanda.

  Ana e Elizabete finalmente apareceram com uma bandeja de biscoitos frescos e uma jarra de leite.

     Foi o suficiente para  Savana e Tayler virem como jatos ate a sala e sentarem no chão perto da pequena mesa de centro.

Kenny continuou lá fora por uns mais uns minutos até voltar com um sorriso largo e sentar perto de Tayler fazer um cafune e abraça-lo. O pobre menino se surpreendeu um pouco, mais logo se agarrou aos braços da mãe.

  Era natal e no natal você deve estar com quem ama. Era isso que Savana me disse de um jeito mais carinhoso. Ela usou mais os seus Abraços para deixar isso claro. 

 

     Fogos de artifício coloriam o céu. Era meia noite e mais um dia novo. 

Ana ligou o rádio e uma música qualquer começou a tocar era uma orquestra de violinos. Bom ao ouvido e agradável ao público. Suave, como aquela brisa gelada que passava. A neve bem ali, não era muita, apenas, suficiente para cobrir a grama em uma camada branca e macia. Por enquanto.

 

Savana pingava os olhos de sono assim como Tayler. Entramos para dentro.Tudo limpo e arrumado. Ana e eu tomamos uma xícara de chocolate quente. Elizabete se aprontava para levar Kenny e Tayler que estava em seu colo.

  -Tem alguma coisa de errada lá fora.-Kenny disse. Andou até a janela da sala e parou.

  -Não a nada de errado.- Elizabete disse. Foi até a porta e a abriu. Fechou no mesmo instante quando uma rajada de vento e neve a a transpassou.  Se arrepiou até os cabelos.

   -Droga uma nevasca em pleno natal.-Falei. Fechei bem as janelas e portas. Ana acendeu a lareira. 

  -Parece que vamos ter que ficar por aqui até que passe. 

      Elizabete disse. Se jogou no sofá, logo um gemido baixo saiu dela.

     -Que sofá duro.-Ela resmungou.

 - Não choramingue.-Disse. Dando um copo de chocolate a ela.

 Kenny subiu com Ana para deixar Tayler no quarto de hóspedes e logo deceram se ajuntando a nós.

 -Isso está sendo tão divertido.- Ana se sentou no chão se aproximando da lareira  queimando uns marshmallow.

  Na sala ainda tocava baixo  rádio, uma outra orquestra ressoava pelo cômodo.

 -Relaxante.-Kenny disse. Estava deitada em um  conchonete no chão olhando fixo para o teto.

  -Inesperado. Gostaria de estar em um lugar quente e ensolarado, usando minha melhor "roupitea". Com água de coco.- Elizabete resmungou baixo ainda no sofá.

 - isso é uma noite de meninas? Que droga de "roupitea" Elizabete?- Disse. Recostei me na cadeira almofadada  e ri pensando nesse momento.

 

— Não. Isso é uma noite  de mulheres solteiras, frustradas e cheias de fome.-Kenny falou sem animação.-Sem sol, ou um muchacho ou a "roupitea" da Elizabete.

  -Diga por vocês. Eu estou ótima com meu pote de biscoitos.- Disse.

   - Admita que sente falta de alguém para esquentar seus pés de velha a meia noite.-Elizabete disse. Riu entre dentes. Toda a riram.

 - Cala boca Senhorita. Eu não sou morta por atenção como vocês.-Disse com um sorriso irônico.

   A tantas coisas para se fazer. Cuidar de Savana de lino da casa . De acordar esquecer, sobreviver. Aprender coisas novas com minha filhinha. Eu tenho tudo.

 - Ei! Eu não sou morta de atenção.-Ana reclamou fazendo uma careta.

 - Nem eu.-Disseram Eliza e Kenny.

 - E eu sou a morta de atenção então? A vocês são hilaria.- Disse em contragosto.

  -Fale de você Jasse. Nunca fala. Sempre tão ocupada e reservada.-Kenny resmungou. Levantou se, encostou no sofá.

  O que havia para falar? Nada de bom do passado. Pensei.

  - Seja menos intrometida mulher.-  Elizabete disse.

  Analisei a lareira a chamas que dançavam. Desviei os olhos e tomei um gole do chocolate.

   -Bom se você quer saber eu vou dizer. Quem sabe assim você me deixa em paz de uma vez.-Disse. Me arrumei na cadeira. As três mulheres me encararam.

 -Vim do exército com 21 anos. Sai depois de um ''acidente''. Foi bem horrível no começo afinal eu amava estar lá e defender minha pátria.-Disse. Pausei peguei um biscoito o fitei antes de o mastigar.

 -Estava em Gotham quando conheci um cara casei por um ano e descobri o quanto ele era desprezível. Coisa básica sabe.-Ri. Um riso seco e sádico.

  - Até que um casal, meus melhores amigos avisaram que iriam conceber um bebê. E me avisaram que queriam que eu fosse a madrinha, viajei para para Califórnia imediatamente. - Frizei.

—Por fim eles morreram. Num acidente de trânsito, por causa de um  idiota bêbado é por isso que não bebo também. O bebê ficou dois meses na incubadora mais sobreviveu. Eu fiquei com ela.-Sacudi as mãos, espalmei na minha calça tirando o suor frio e farelos de biscoito.- Sabe como superar esse tipo de situação? Não, ninguém sabe. Então vim parar aqui. E eu tinha alguns 100 porcento de dar errado mais deu certo. E é isso minhas queridas.

 Ouve um silêncio. Não me importei, apóie o dedos na almofada sentindo o quanto era macia. Existem coisas boas ainda. Sem dúvida.

  -Então Savana não é sua filha biológica.-Ana disse. Sua boca estava entreaberta e os olhos pouco surpreso.

 - Por essa eu não esperava.- Kenny desviou seus olhos do meu. Parecia arrependida. Mas do que adianta mesmo.

  - Não importa, está fazendo um bom trabalho Jesse. Savana é uma menina doce e maravilhosa por que você construiu isso nela. Fique feliz com isso.-  Elizabete sorriu e levantou sua xícara de chocolate.- Um brinde a Jesse. Um brinde a nós que matamos um leão por dia.

    E foi o que fizemos. Brindamos e comemoramos. Era a verdade e não posso deixar de dizer que parecia um pouco mais leve.

   - Obrigado por me escutarem. Eu acho que precisava disso.

    Disse honestamente.

 -Não a nada para se lamentar Jesse. Você está forte agora e só o que devemos fazer, é te encorajar  para seguir. Temos que fazer isso uma com as outras.-Eliza completou, firmemente. Deslizou o resto do chocolate pela garganta e deixou a xícara na mesinha de centro.

  -Sinceramente  Savana me salvou.-Admiti. Meus músculos se esticaram no sofá ao lado de Elizabete.

   -  Me desculpe Jesse.-Kenny falou alto e nítido. Não soou desesperado apenas arrependida. Acho que ela estava tentando se redimir.

 - Sério?  Você está fazendo isso por pena da minha história?. Não, diga que está arrependida por perguntar por que não está,. apenas está surpresa e se sentido mal por causa do desfecho horrível.-Disse. Meu tom fora um pouco mais descontraido. Nem sério nem seco apenas um '' Dane se ''.

  - Não. Nem de longe sinto pena de você Jesse. Não sinto pena nem de mim quem dirá de você. Só estou me desculpando por ter sido um pouco intrometida e inconveniente, acredite ou não. -Ela disse. Deu de ombros e se deitou novamente.

 -Então certo. Estamos quites e seremos amigas para sempre.- Disse. Ri anasalando do quanto aquilo suou cínico.

  Todas riram. E tudo bem você ter amigas as vezes. Pelo menos em dias mais frios. 

O rádio anunciou que a tempestade diminuiria ao amanhecer.

  -Boa noite queridas.- Disse. Subimos as escadas fui pro meu quarto e as outras se acomodaram nos 2 quartos extras.       Savana dormia na cama profundamente. Tão pequena e delicada.

 Deitei, o dia foi longo. E foi proveitoso. Fiquei pensando no desenho de Savana

 

    -Feliz natal filha.

Disse antes de me enroscar nas cobertas e apagar.


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Notas finais do capítulo

Que tal?



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