Mudança de Passarela escrita por VFarias


Capítulo 8
Um dia ruim sempre pode piorar.


Notas iniciais do capítulo

Mudanças são inevitáveis e eu diria até que são obrigatórias em nossas vidas, mas isto não quer dizer que seja pratico e muito menos facil, na verdade é muito dificil, porque ela traz sentimentos de medo, desconforto e periculosidade.
Porém mudanças são muito maiores do que isto, mudanças são evoluções, aprendizados e escolhas.
Livre arbitrio.
Direção.
Transformação.
Reencarnação.
Reforma.
Reconstrução.
Mudanças é tudo aquilo que parte de um estado para outro e vai depender das suas escolhas para que seja bom ou ruim.



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Narrativa – Colin.

O meu dia até tinha começado de uma forma positiva e divertida, tinha começado com Laura em minha cama dando bom dia com um beijo bem carinhoso. Uma ótima maneira de se acordar, tomamos café da manhã juntos, inclusive com a minha família, meu pai parecia satisfeito com a ideia de ter uma menina na minha cama comigo, e na mesa do café com todos eles, além dele simplesmente amar Laura, acho até que ele ficaria com ela se ela desse bola de tanto que ele gostava dela, isso desde que éramos pequenos.

Este pensamento me causou muito nojo.

— Muito bem Colin. – disse meu pai com tom de orgulho, mas eu nem me dei ao luxo de ficar feliz porquê sabia que ele ia soltar alguma pérola machista dele. - agora sim está se mostrando o homem que eu criei.

Viu, eu falei, o homem que ele supostamente criou era o comedor, o cara que ficava com todas as meninas sem se importar com os sentimentos delas. Eu realmente ficava com todas as meninas que queria, mas nunca brinquei com os sentimentos de ninguém, eu sempre deixei claro para todo mundo que eu ficava que era apenas isso, uma ficada e nada mais, acontece que nunca iludi e nem fiz nada errado, tudo foi dentro de um consenso de ambos os lados.

E até onde eu saiba eu nunca magoei ninguém. E ele não sabia de nada disso, para ele só chagavam os boatos ridículos de que eu e Victor éramos um casal, imagino o alivio que ele sentiu por me ver com Laura.

— Tá, obrigado! - digo meio irônico. - Terminou Laura? Vou te deixar na escola antes de ir para a minha.

— Terminei sim! - respondeu ela, sendo bem ligeira na resposta. - Tchau Tio Rafa, tchau Tia Babi.

— Tchau filha, aparece mais vezes. – disse minha mãe. – vamos combinar um almoço.

Como eu já tinha acordado com minha irmã no dia anterior, hoje ela iria para a escola com nossa mãe para ela não se atrasar para sua aula, e enquanto que eu levaria Laura e depois seguiria para o meu colégio. Teoricamente dava tempo de tudo, porém nunca se sabe de como o trânsito vai estar...

Eu tinha acabado de chegar na minha escola quando minha irmã me viu, meu rosto estava vermelho por causa do primeiro soco do idiota que encaixou certinho no meu rosto, o problema é que ela ficou revoltada ligou para o Pietro e disse umas boas frases para ele e desligou, depois ela me levou ao banheiro e me ajudou a lavar o meu rosto.

— O que aconteceu? – perguntou ela.

— O de sempre eu soltei uma piada e o idiota veio para cima de mim. – respondi.

— Você também não perde a chance de provoca-lo. – Reclamou ela, meio que ralhando comigo.

— Olha aqui Sofia o Pietro passou a vida toda zombando da minha cara, ai agora quando eu brinco um pouco com ele, ele vem e me agride? – questiono. – Faça-me um grande favor não é mesmo?

— Tá bom. – disse ela. – Mas um erro não justiça o outro não é mesmo?

— A faça-me um favor. – e dizendo isso me desvencilhei dela e fui em direção a porta.

Ao abrir a porta dei de cara com um dos inspetores de aluno.

— Senhor Vargas que bom que o senhor chegou o Diretor Cassio esta lhe chamando. – anunciou o inspetor.

— Eu já estou indo. – digo em resposta um pouco seco de mais.

— Senhorita Vargas a senhora devia estar na sua sala de aula agora e não dentro do banheiro masculino. – disse o Inspetor.

— Desculpe senhor, eu precisava conversar com meu irmão, mas eu já estou indo. – disse Sofia e saiu correndo.

Segui o inspetor até a sala do diretor e lá estavam alguns dos melhores alunos terceiranistas da escola o que era algo bem incomum se você parar para pensar, esse tipo de gente, digo os NERD’S não vão para a direção.

— Bom agora que todos estão aqui vou lhes contar o porquê chamei todos vocês, para que se acalmem. – disse o diretor um tanto quanto piadista. – Infelizmente a nossa escola vai fechar, e com isso muita coisa vai acontecer, entre todas elas vocês ficariam sem escola.

Murmúrios surgiram na sala do diretor.

— Acalmem-se. – disse o Diretor com feição de tédio. – Conversei com os diretores e diretoras dos melhores colégios da cidade, e eles aceitaram vocês, porem o melhor colégio depois do nosso é o Colégio Dourado e ele só ficou com dois alunos terceiranistas.

O diretor começou a falar para onde havia remanejado todos os alunos, em se tratando de melhor ensino Victor e eu iriamos para o melhor e eu bem podia entender o porque, mas eu estaria com o meu melhor amigo ao meu lado e com isso eu fiquei realmente feliz, mas por outro lado isso significaria que eu estudaria no mesmo colégio que o Pietro e isso já me deu um pouco de náuseas.

— Bom com exceção do Colin e do Victor os demais podem se retirar e ir para as suas aulas, pois vocês ainda são alunos desta escola. – disse o Diretor em tom de comando.

Quando todos saíram e só restaram nós dois o diretor prosseguiu com o assunto.

— Muito bem, quanto a vocês, ambos já devem ter percebido que a escola fechando a agência que é uma empresa integrada a escola ira junto com ela. – disse ele sem muitas delongas. – se não pensaram bom, eu lhe disse agora, contudo um dos motivos pelo Colégio Dourado ter aceitado a vocês dois, foi o fato de que a Agência Lírio contrataria vocês também.

Ótimo, além de estudar com o idiota do Pietro eu ainda teria que desfilar com ele, isso só podia ficar melhor porque pior era impossível. Mas eu também sabia que estes pensamentos só estavam me ocorrendo porque eu estava com muita raiva dele, mas isso passaria porque eu sou assim.

— Por outro lado, eu acabei de receber uma ligação da diretora Carolina e ela disse que você esteve lá e teve um desentendimento com um aluno na porta da escola. – acusou o diretor.

— Não foi bem assim senhor. – respondi. – eu fui mesmo a porta do colégio Dourado, deixar a minha namorada que estuda lá e dormiu na minha casa a noite passada, porém o irmão dela não gosta de mim e veio para cima de mim já me agredindo.

— Posso saber quem são esses alunos, digo a sua namorada e o irmão dela? - perguntou o diretor um pouco desconfiado.

— Minha namorada e a Laura Andrade Rossi e o idiota do irmão dela é o Pietro Rossi. – respondi sem pensar duas vezes.

— Entendo, este garoto Pietro Rossi ele é um dos titulares da "AL" correto? - Questiona o diretor, e eu pude entender onde ele quis chegar.

— É sim senhor. – respondo e logo continuo explicando. – Mas Pietro nunca foi um problema para mim, na realidade eu sempre o tratei com educação e respeito e ainda sempre tentei ser seu amigo, mas ele me odeia desde que éramos pequenos.

— Eu estou entendo a situação Colin. – disse Cássio. – espero que a agência tenha um acompanhamento mais severo em cima dele e tome uma atitude sobre ele, para que vocês possam trabalhar e estudar em harmonia.

Na mesma hora eu quis rir, um acompanhamento mais severo que o do Tio Roberto não existe e ainda assim nada mudou em relação ao Pietro, na verdade eu acho que grande parte dos problemas dele são devido ao relacionamento forte que o pai tem com ele e eu duvidava que algum contrato fosse um dia dar um jeito nele.

— Estamos conversados então, vocês podem ir. Vou comunicar seus pais sobre a transferência, imagino que seus pais vão querer levar sua irmã junto com você? – questionou ele.

— Sem sombra de dúvidas. - respondi.

— Enviarei os dados dela junto com os seus. – Disse ele. – mas acredito que não teremos problemas, ela é uma excelente aluna.

— Tudo certo. – dissemos Victor e eu ao mesmo tempo.

— Espero que entendam que dei prioridades a vocês dois, pelo histórico de vocês e o emprego, espero que valorizem isto e que se deem bem lá. – disse ele. – Assim que seus pais assinarem os documentos de transferência vocês deixaram de estudar aqui, isso deve levar mais uns poucos dias, foi um prazer lecionar e dirigir vocês.

— Obrigado senhor, agradecemos a sua ajuda e a oportunidade de estarmos neste colégio desde sempre. – disse Victor, ele bem que sabia ser bem educadinho quando queria.

— E senhor Borges, muito obrigado pela ajuda e por todos esses anos em que estive aqui. – Segui o exemplo de Victor.

Demos a mão para ele em cumprimento e despedida e saímos para o corredor.

— O que, que aconteceu entre você o Pietro cara? – perguntou Victor a mim assim que saímos da sala do diretor tocando meu rosto onde estava vermelho.

— Eu fui levar a Laura na escola e ele veio para cima de mim. – digo em resposta

— Que doido, aposto como você falou alguma coisa para ele... – questionou Victor, me conhecendo talvez um pouco de mais.

Pensei em contar a ele o que havia acontecido depois da festa, mas achei melhor não falar nada.

— Vamos para aula vai, Rosana vai ficar uma fera se a gente se atrasar mais ainda. – disse a ele.

Seguimos para aula e no intervalo minha irmã vem até mim.

— Acabei de receber uma mensagem da mamãe falando que vamos mudar de escola, isso e verdade? – questionou ela.

— Infelizmente sim. – digo em resposta. – o colégio vai fechar e com isso teremos de ir para o Colégio Dourado.

— Mas que droga. – disse ela.

Não que fosse um real problema para ela, ela tinha ótimas amigas lá naquele colégio então não entendi o bico que ela estava fazendo.

O lesado da história era eu, com exceção de Victor que iria comigo todos os meus outros amigos ficariam em outros colégios.

— Parece que vamos mudar de casa também. – disse Sofia a mim após checar outra mensagem. – E mamãe quer que a gente vá com ela ver casas.

— E onde vamos ver isso? – pergunto ansioso e preocupado.

— Condomínio Recanto dos Pássaros. – responde ela.

Não precisei nem pensar um minuto para entender a situação.

— Espera aí, esse não é o condomínio em que a tia Márcia mora? – questiono só para ter certeza.

— Sim é ele mesmo. – responde Sofia.

— Droga! – reclamo.


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